Palmeiras e WTorre chegam a acordo, encerram disputas judiciais e anunciam novidades para o Allianz Parque

Palmeiras e WTorre chegam a acordo, encerram disputas judiciais e anunciam novidades para o Allianz Parque.
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Em comunicado oficial, o Palmeiras divulgou os valores acertados, tal como novas mudanças previstas para o estádio

O Palmeiras e a Real Arenas (empresa do grupo WTorre S/A), superficiária do Allianz Parque, concluíram nesta quarta-feira um amplo acordo que põe fim às disputas em foro arbitral e no Judiciário.

As duas partes fizeram concessões sobre valores, assim como ajustes comerciais e operacionais. Além do pagamento à vista de R$ 50,1 milhões ao clube, a negociação prevê a cessão de diferentes propriedades do Allianz Parque ao Palmeiras.

O acerto entre as partes ainda contempla a implementação do Novo Setor Gol Norte, que se localizará no anfiteatro e ampliará em cerca de 1 mil lugares a capacidade da arena em dias de jogos. Além disso fica pacificada com o acordo a setorização das cadeiras beneficiando assim torcedores clientes do programa Avanti, Passaporte, Lounge Centenário e detentores de cadeiras cativas.

“Este é um momento especial para todos nós, palmeirenses”, diz a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. “Após dez anos de discussões, a nossa gestão conseguiu concretizar um acordo justo, benéfico a todos e fundamental para o futuro desta parceria, que tem mais 20 anos pela frente. Nosso compromisso é construir um Palmeiras cada vez mais moderno e vencedor e, para isso, queremos caminhar lado a lado com a WTorre”, acrescenta.

“Ao completarmos uma década de Allianz Parque não poderíamos ter um conquista mais importante do que o acordo com o Palmeiras. O clube mais vencedor do país e a principal arena multiuso do continente podem e devem conquistar juntos novas metas tendo um cenário de harmonia e interesses alinhados. Temos muito trabalho em conjunto com o SEP nas próximas duas décadas de concessão.” declarou Sílvia Torre, co-fundadora e presidente do Conselho da WTorre.

Os detalhes do acordo entre Palmeiras e Real Arenas serão apresentados pela presidente Leila Pereira na próxima reunião do Conselho Deliberativo.

Relembre o caso entre Palmeiras e WTorre

Em julho de 2010, Palmeiras e WTorre firmaram o acordo para a reforma do antigo Palestra Italia. A construtora, que arcou com todo o custo da obra, recebeu a concessão de ser a superficiária do local até 2044.

O clube manteve o poder de utilizar o estádio para as atividades esportivas e também recebeu o direito de receber parte das receitas de todos os eventos que a WTorre realizaria no local, além da locação das lojas, camarotes e estacionamento. Desde a inauguração da arena, entretanto, o Palmeiras recebeu o pagamento de apenas sete meses (novembro 2014/julho 2015 – com exceção de maio daquele ano). Até o começo de 2024 os valores não foram mais depositados.

A ação judicial foi aberta pelo Palmeiras em 2017, na gestão de Maurício Galiotte. Desde então, o clube e a construtora travaram uma briga na justiça. A WTorre também alegava que teria valores a receber do Palmeiras – cerca de R$40 milhões.

Em fevereiro deste ano, o Palmeiras atualizou para 160 milhões de reais o valor cobrado. Nos meses seguintes, a relação entre as diretorias melhorou e o acordo avançou de vez no mês de agosto, antes de ser sacramentado nesta quarta-feira.

WTorre define novo prazo para conclusão da reforma do gramado do Allianz Parque

WTorre define novo prazo para conclusão da reforma do gramado do Allianz Parque,
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Em comunicado oficial, WTorre afirma que entregará o gramado pronto nesta sexta-feira

Nesta quarta-feira, a Real Arenas, braço da WTorre e responsável pela administração do Allianz Parque, divulgou um comunicado oficial e apresentou um novo prazo para a conclusão da reforma do gramado: dia 15 (sexta-feira). Esta é a terceira data anunciada pela construtora, que já havia estipulado os dias 20 de fevereiro e 12 de março.

Em nota, a Real Arenas afirmou que três carretos de cortiça, novo material instalado no gramado, foram liberados e os últimos dois serão nacionalizados até a noite de quinta-feira pelas autoridades alfandegárias. Ao todo, foram importadas 22 toneladas do material de Portugal.

A empresa afirma que o Palmeiras poderá realizar treinos na arena já nesta sexta-feira. Comissão técnica e jogadores decidiram fazer testes no local antes da liberação. A opinião dos atletas foi determinante para o veto do Allianz Parque, em janeiro.

Assim que a reforma for concluída, o Palmeiras, para poder voltar a mandar jogos oficiais no local, precisará da liberação da Federação Paulista de Futebol, que interditou o local no início de fevereiro, e também passar por uma aprovação da Fifa.

O confronto das quartas de final do Paulistão, contra a Ponte Preta, será realizado na Arena Barueri, neste sábado, às 18h. O local para uma eventual semifinal ainda não foi definido.

Confira a nota da Real Arenas, braço da WTorre:

A Real Arenas informa que toda a cortiça necessária para a conclusão do gramado do Allianz Parque se encontra em Viracopos desde o dia 01/03 e que na tarde de hoje foi liberado um dos três carretos importados. Os outros dois serão nacionalizados até quinta (14/03) à noite pelas autoridades alfandegárias.

A empresa salienta que está trabalhando diuturnamente para que o Palmeiras possa voltar a mandar seus jogos no Allianz Parque o mais rápido possível e que não poupou esforços financeiros e de recursos humanos para solucionar definitivamente o problema.

A fornecedora Soccer Grass já instalou dez toneladas de cortiça na arena, e a previsão é que a reforma esteja totalmente concluída em mais 48 horas.

Desta forma, o gramado estará pronto para os devidos testes dos jogadores do Palmeiras e pela Federação Paulista de Futebol para a liberação de disputa de partidas oficiais já na sexta-feira (15/03).

Foram importadas de Portugal 22 toneladas de cortiça, transportadas em uma operação que contou com sete aviões, para que o gramado da arena volte a ter o padrão de excelência a que os jogadores do Palmeiras e seus adversários estão acostumados.

Palmeiras emite comunicado e decide não jogar no Allianz Parque enquanto não for realizada manutenção do gramado sintético

Equipe do Palmeiras em jogo contra o Santos, durante partida válida pela terceira rodada do Paulistão 2024, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras pressiona a Real Arenas, empresa constituída pela WTorre que administra o estádio, e ameaça interdição da arena

Após a vitória contra o Santos por 2 a 1, no Allianz Parque, o Palmeiras emitiu um comunicado oficial disparando contra a Real Arenas, empresa constituída pela WTorre para gerir o estádio.

O clube decidiu não atuar mais no Allianz Parque enquanto não for feita a manutenção do gramado sintético. De acordo com informações obtidas pelo UOL, a decisão foi tomada pela diretoria após ouvir um pedido dos jogadores e da comissão técnica.

O Palmeiras ameaça ainda pedir a interdição da arena junto aos órgãos competentes. Na coletiva após o jogo, Abel Ferreira comentou que o gramado precisa ser trocado por um novo.

Confira a nota do Palmeiras

A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que, em razão das atuais condições do gramado do Allianz Parque, somente voltará a mandar jogos no estádio quando a Real Arenas honrar com a sua obrigação de realizar a manutenção adequada do campo.

Importante salientar que o problema não é a grama sintética, implementada justamente com o intuito de oferecer aos atletas um piso sempre em perfeitas condições, mas o descaso da superficiária com a qualidade do campo, que exige melhorias urgentes.

Em função da irresponsabilidade de terceiros, não temos o direito de colocar em risco a integridade física de profissionais – sejam do Verdão, sejam das equipes adversárias.

Caso a superficiária do Allianz Parque insista em protelar a solução necessária para este grave problema, exigiremos junto aos órgãos competentes a interdição da arena.

WTorre lança atrações para rentabilizar o estádio; museu e restaurante seguem parados

A WTorre anunciou um novo pacote de atrações para a torcida do Palmeiras na manhã desta sexta-feira: o “Allianz Parque Experience”, um leque com seis atrações que o palmeirense poderá experimentar para ampliar sua relação com o clube e com o estádio.

A atividade mais impactante é o rapel a 40 metros de altura, desde a cobertura do estádio, que os torcedores poderão descer por “módicos” R$ 220. Também haverá bar temático e visita guiada por ídolos do passado, peladas no gramado do estádio e atividades com videogames. Tudo para tentar rentabilizar mais ainda o estádio

Sempre é bom lembrar que todos os eventos realizados pela WTorre terão parte da renda destinada ao Palmeiras: 5% até 2019; 10% até 2024; 15% até 2029, e assim sucessivamente, até atingir 30% entre 2039 e 2044, quando o controle total do estádio voltará para as mãos do Palmeiras – isso se a construtora não decidir tirar o time de campo antes, diante dos valores que ainda permanecem em aberto e que serão decididos em novas rodadas de arbitragens.

Palavra empenhada e não cumprida

Estas iniciativas para tentar rentabilizar ainda mais o estádio são o que podem sustentar a operação da WTorre, que tem dificuldades para cumprir o que prometeu na época em que precisou convencer os sócios do clube a aprovarem a mudança no estatuto, passo indispensável para que fosse feito o contrato de cessão de uso de superfície sobre o qual todo o projeto foi calcado.

A carcaça do restaurante panorâmico permanece na fronteira entre as arquibancadas Superior Norte e Leste; ociosa, crua, comendo um espaço importante onde poderia haver torcedores apoiando o time em campo. O museu segue sem previsão de ser ativado e os troféus que o Palmeiras seguem conquistando estão acondicionados em caixas de papelão num depósito qualquer, situação que perdura há pelo menos sete anos.

Isto sem mencionar que um dos grandes desejos de nossa torcida é ter o escudo do Palmeiras exibido em todos os cantos do estádio, algo que nos vem sendo negado pela WTorre – a desculpa oficial é que a prefeitura não permite, mas é sabido que não há nenhuma disposição da construtora em caracterizar a estrutura como casa palmeirense para não tirar a “neutralidade” do local em eventos extra-futebol, que recebem torcedores de outros clubes.

Tomara que a WTorre seja bem-sucedida em suas novas “Experiences” e assim consiga caixa para tocar os projetos que estão parados, cumprindo a palavra empenhada, disponibilizando nosso museu e finalizando o restaurante – ou então revertendo de uma vez aquele local em cadeiras para acomodar mais torcedores. Só aceitaremos mudanças nas propostas iniciais, que vocês podem relembrar nos vídeos abaixo, se forem para deixar nossa casa melhor. Nunca pior.


 

WTorre tira o Palmeiras de casa nas decisões para lucrar mais e doura a pílula

Máquinas retiram o gramado do Allianz Parque (25/3/17)
Reprodução: Twitter @wbortolotti

Já classificado como líder geral, o Palmeiras encerrará o mês de março e a fase de classificação do Paulistão nesta quarta-feira, em Campinas, contra a Ponte Preta. Desde o fim de janeiro, o Verdão vem usando o estadual para fazer acertos no time, adaptando o elenco, modificado em relação ao que encerrou o ano passado como campeão brasileiro, ao estilo de jogo idealizado pelo novo treinador, Eduardo Baptista.

Depois de dois amistosos, 11 jogos pelo estadual (contando três clássicos bem movimentados) e mais dois jogos pela Libertadores, o time parece ter encorpado. Os resultados apareceram e o time encerrará esta fase do ano como líder nas duas competições que participa. O elenco mostra ter abraçado a proposta do técnico e os treinos e viagens acontecem em harmonia. Tudo o que é necessário para chegar forte nas fases decisivas e conseguir bons resultados. Ou quase tudo, como veremos mais à frente…

A partir do final de semana, o ano começa realmente a pegar no breu, com as partidas que definirão a classificação para a fase eliminatória da Libertadores e a abertura do mata-mata do campeonato estadual. Nosso adversário e o local de jogo já estão definidos: enfrentaremos o Novorizontino, fora de casa, no próximo final de semana, para recebê-los uma semana depois. Não no Allianz Parque, mas no Pacaembu .

Calendário

A WTorre marcou três shows bastante próximos para os próximos dias: Justin Bieber, dias 1 e 2 de abril, e Elton John, no dia 6. A construtora conseguirá aproveitar a montagem do palco para os três shows, o que diminuirá seus custos e aumentará substancialmente sua margem de lucro. Mas o que aconteceria com o gramado, coberto por cerca de dez dias e castigado por três eventos? Certamente se deterioraria, tornando impraticáveis as disputas das quartas e das semifinais do Paulista e do jogo da Libertadores contra o Peñarol.

A construtora então recorreu a um método alternativo, caro, mas que pode ser custeado pelo assombroso lucro que deve auferir com o show triplo: programou a retirada e a recolocação do gramado. E dourou a pílula, colocando um vídeo em sua página no Facebook mostrando um processo semelhante adotado na Arena Amsterdam, há alguns anos. E todos nós sabemos: para brasileiro trouxa comprar uma ideia, é só falar que na Europa é assim, que os olhinhos brilham de deslumbre. E nem acha ruim que precisaremos jogar a partida de volta contra o Novorizontino no Pacaembu.

Esse processo não é economicamente viável num show simples, como será o de Sting, no dia 6 de maio. O evento será realizado com a configuração anfiteatro, em que o palco fica virado para a ferradura e ocupa apenas uma parte da grande área do Gol Norte. Mesmo com essa estrutura reduzida, não há tempo hábil para a desmontagem; caso o Palmeiras avance à final do Paulistão com a vantagem do mando, como todos esperamos, a finalíssima precisará ser jogada também no Pacaembu – algo confirmado ontem à noite pelo presidente Maurício Galliote no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.

A excelente campanha do Palmeiras na fase de classificação, que deu ao time o direito de mandar os jogos decisivos em casa, não poderá ser desfrutada. A WTorre, que quer, precisa e tem direito de lucrar com a estrutura multiuso do estádio, usa sua prerrogativa tirando time e a torcida de nossa casa justo em momentos decisivos por algo que parece ser um misto de descaso e incompetência em conciliar as agendas de espetáculos com a do futebol.

Atuando no Allianz Parque, o Palmeiras consegue vantagens esportivas e financeiras extraordinárias. Desde a inauguração, em novembro de 2014, o Palmeiras já mandou 7 partidas no Pacaembu e venceu 4, empatou 1 e perdeu 2 – um aproveitamento de 61%, inferior aos 72% de nossa nova casa, onde já levantamos dois títulos. Os mais de 30 mil pagantes em média proporcionam, a cada partida, mais de R$ 2 milhões ao Palmeiras, ao passo que no Pacaembu o valor arrecadado cai dramaticamente.

Mansidão

O Palmeiras e a WTorre precisam desenvolver em conjunto uma unidade de inteligência que consiga trabalhar nos bastidores junto a promotoras de eventos e entidades organizadoras do futebol (FPF, CBF e Conmebol) um mecanismo para conciliar datas e preservar os interesses do clube e da torcida.

A WTorre, tratada como parceira, não age como tal. A atual diretoria do Palmeiras decidiu traçar uma política de bom relacionamento com o incômodo inquilino, mas na prática verificamos uma postura subserviente diante do absurdo de nos vermos alijados de usar nosso estádio em duas das três partidas decisivas, incluindo uma final de campeonato.

Entendemos que tudo isso é resultado de um contrato patético, que rende processos de arbitragem que ainda estão em andamento. Mas enquanto as regras não são todas estabelecidas, será que não podemos jogar um pouco mais duro? Será que uma mensagem de boa sorte no telão do estádio conseguiu essa mansidão toda de nosso presidente?