A décima-nona rodada do Campeonato Brasileiro foi disputada neste meio de semana e com isso temos, teoricamente, o fim do segundo quartil da tabela. Com o (relativo) término do primeiro turno, notamos que o título parece estar sendo disputado por três times: Botafogo (40 pontos), Flamengo (37 pontos e um jogo a menos) e Palmeiras (36 pontos), com Fortaleza, Cruzeiro, São Paulo e Bahia correndo por fora.
Os sorteios dos mata-matas, marotamente, colocaram no caminho do Palmeiras justamente seus dois maiores concorrentes no Nacional: Flamengo, na Copa do Brasil, e Botafogo, na Libertadores. Os confrontos acontecem nas próximas quatro quartas-feiras. Quem avançar nas copas terá vida mais difícil no Brasileirão, e vice-versa.
Como o propósito do Palmeiras é sempre vencer tudo, seguiremos fazendo nosso exercício pensando em avançar nos funis – e aí já consideraremos que Botafogo e Flamengo, eliminados (por nós) ao menos de uma das outras duas competições que disputam, farão campanhas muito fortes nos pontos corridos.
Assim, a meta de 77 pontos estabelecida em nosso último ajuste permanece. O que muda são os resultados que o Palmeiras precisa conseguir, já que nosso time, com tropeços imperdoáveis, ficou nada menos que sete pontos abaixo da meta estabelecida para a rodada 19 e precisa compensar entre a dificílima sequência de mata-matas. Vai ser duríssimo!
Terceiro Quartil
O quartil tem o potencial para ser o mais insano do século, se o Palmeiras seguir avançando. Os jogos do Brasileirão ocorrerão apenas aos finais de semana, com as copas ocupando os jogos noturnos de quartas e quintas-feiras. E para chegar aos 77, precisaremos marcar 21 dos 30 pontos disponíveis usando times alternativos em várias partidas.
A largada é fácil: Vitória, em casa. Depois teremos uma viagem ao hostil Beira-Rio antes de pegar o Flamengo, pela volta da Copa. Uma partida que inicialmente admitia derrota, pelo histórico, mas que agora exige vitória, ainda mais porque o adversário vive um péssimo momento, mergulhado numa crise seriíssima.
O duelo do dia 11 de agosto, com o Flamengo, trará para os dois lados as feridas da batalha pela vaga na Copa. Quem tiver sido eliminado terá uma obrigação maior ainda de vencer, mas ao mesmo tempo precisa se preocupar com a Libertadores. Os dois times tendem a jogar com formações alternativas e dá para arrancar um empate.
O confronto contra o SPFC, em casa, exige vitória, mesmo em véspera de decisão pela Libertadores. Até porque o time da Vila Sônia estará na mesma situação, com um agravante: precisará ir ao Uruguai, enquanto nossa partida será em casa. Já a rodada 24 não pode sequer cogitar deixar pontos na mesa: para ser campeão brasileiro tem que vencer o Cuiabá em casa com qualquer formação.
Não sabemos se estaremos às vésperas de jogo pela Copa na rodada 25, mas se estivermos, teremos uma parada duríssima pela frente: CAP, na Baixada. O lado bom é que eles também podem estar envolvidos nos mata-matas. Dá pra planejar pelo menos um empate.
Voltamos à obrigação de vitória na rodada seguinte, mesmo em véspera de um suposto duelo pela Libertadores, já que o adversário seguinte é o Criciúma, em casa. A rodada 27 pode admitir um empate contra o Vasco, fora, ainda mais se tivermos passado pelo Botafogo na Libertadores e estivermos envolvidos nas disputas das quartas.
Um dos maiores desafios será vencer o Galo, em casa, às vésperas do primeiro jogo das semifinais da Copa, se estivermos classificados. Mas a esta altura da disputa, não podemos abrir mão desses pontos. Será dificílimo e esses pontos podem até ser recuperados com uma vitória fora contra o Bragantino, na rodada seguinte – aqui, admitimos uma derrota por ser véspera do jogo de volta da semi da Copa. Cumprindo este espinhoso roteiro, teremos chegado ao fim do terceiro quartil com 57 pontos.
Quarto Quartil
As nove partidas finais acontecerão em meio às semifinais e finais das copas. Poderemos estar envolvidos até a tampa, assim como poderemos estar livrinhos da silva, focando só no tri seguido do Brasileirão enquanto Flamengo e Botafogo continuam se matando na maratona. Ainda não temos como conhecer os cenários, por isso, seguimos com a mesma lógica neste exercício.
Antes da ida da semifinal da Libertadores (fora de casa), não conseguiremos focar e perderemos para o Juventude, na Serra. Se ganharmos algum ponto nesta rodada, teremos uma gordurinha para queimar no jogo seguinte, contra o Fortaleza, em casa, quando o foco estará mais longe ainda. Precisamos de 3 pontos na soma desses dois jogos.
A tabela da CBF encaixou um Derby exatamente no meio das finais da Copa do Brasil. Se estivermos na disputa pelo penta, precisaremos pelo menos de um empate em Itaquera. Nos restará então apenas mais uma partida de Copa – a final da Libertadores, que acontecerá três jogos depois e terá uma boa folga de datas (seis dias) em relação ao terceiro. Assim, o Verdão vai poder focar ao máximo para buscar 9 pontos, acessíveis, contra Grêmio, em casa, e Bahia e Atlético-GO, fora.
Se tudo der certo, voltaremos de Buenos Aires com o tetra da Libertadores, com 70pontos na tabela do Brasileirão, precisando marcar mais 7 nas 3 partidas finais: Botafogo, em casa (confronto direto); Cruzeiro, fora, e Fluminense, em casa.
Vai ser duro, mas dá! Se ano passado deu…
Conclusão
Tivemos que fazer ajustes complicados em relação ao exercício anterior, já que perdemos pontos de forma inesperada (Fortaleza, Botafogo e Fluminense). Mas a régua estava alta propositalmente, para deixar alguma margem de manobra no segundo turno, por causa das copas. Essa margem, como pudemos ver nos ajustes atuais, foram para o espaço e o sarrafo continua lá em cima.
Quer ser campeão brasileiro? Tem que colocar alto mesmo.
Ganhar os três campeonatos é um desafio monstruoso. Sair da briga em algum deles, por outro lado, tornará bem mais suave o caminho nos remanescentes. É nessa gangorra que viveremos nos próximos três meses. Estão preparados? VAMOS PALMEIRAS!