O Palmeiras venceu o SPFC por 3 a 1, de virada, manteve o tabu dos 100% frente ao inimigo no Allianz Parque, e interrompeu a série negativa em grande estilo. De quebra, também quebrou a série de vitórias do adversário e voltou a se aproximar do pelotão que lidera o campeonato. Em sete jogos no Allianz Parque, são sete vitórias do Verdão, com 21 gols marcados e apenas 4 sofridos. É freguês que chama?
PRIMEIRO TEMPO
Roger tirou Lucas Lima do time e escalou Moisés, jogando de DEZ, com a 10. A primeira chance foi de bola parada: Nenê cobrou falta da esquerda e Diego Souza ganhou de nossa defesa para cabecear à esquerda de Jailson, sem muito perigo.
O SPFC marcava atrás e o Verdão não tinha problemas para chegar até a linha divisória. A partir dali, encontrava duas paredes e tentava achar buracos para penetrar – para isso, rodava a bola sem pressa, com eventuais esticadas de Felipe Melo buscando alguém nas costas dos laterais. Com o meio-campo dominado, era um jogo de paciência e atenção. Mas nada acontecia.
Aos 28, Keno cruzou por baixo e Bruno Alves cortou de carrinho; a bola ficou junto a seu corpo e ele tocou a mão na bola ao tentar se levantar. Se o zagueiro do SPFC não levasse a mão à bola, não teria apoio para se levantar, desta forma, levou clara vantagem com o movimento. É tosco, mas é pênalti; o juizão não teve peito de marcar.
Na jogada seguinte, numa cobrança de lateral pela esquerda, o Palmeiras tomou mais um gol idiota: Reinaldo bateu; a bola pingou e enganou Edu Dracena, que ainda assim cabeceou para trás, na fogueira; Jailson não atacou a bola na dividida com Marcos Guilherme e ela passou sob suas pernas, morrendo no gol. Falha dupla, patética.
Os nervos do time e da torcida foram para o espaço com a desvantagem no placar, sobretudo pela forma com que aconteceu. O jogo seguiu amarrado; a diferença é que a cada perda de posse o apoio desapareceu, dando lugar a sonoras vaias, com exceção do Gol Norte. Aos 33, Reinaldo chutou de fora sem muito perigo e Jailson colocou a escanteio.
O jogo esquentou no final do primeiro tempo após uma série de erros da arbitragem – o principal deles, a não expulsão de Anderson Martins, que deveria ter levado o segundo amarelo após falta em Keno. Felipe Melo e Dudu receberam cartão por reclamação e toda a sequência serviu para reacender o estádio a nosso favor – mas não houve tempo para reação e o primeiro tempo terminou.
SEGUNDO TEMPO
O Verdão voltou igual para o segundo tempo, mas a atitude parecia diferente: logo a um minuto, triangulação entre Moisés, Bruno Henrique e Willian; o camisa 10 cruzou e Bruno Henrique chegou testando, à esquerda de Sidão. Diogo Barbosa sentiu lesão e saiu aos 6, dando lugar a Victor Luis.
Na insistência, o Verdão chegou ao empate aos 8: Keno ganhou mais uma de Reinaldo e cruzou por baixo; Willian chegou de trás e empurrou para as redes; antes de entrar a bola quase bateu em Dudu, o que fez com que os jogadores do SPFC tentassem gambazar o lance e anular o gol; a arbitragem, talvez com a pressão do pênalti claro não marcado no primeiro tempo, desta vez não cedeu.
Logo depois da confirmação do gol, Hyoran entrou no lugar de Keno. O estádio, claro, se inflamou e o Verdão seguia rodando a bola no campo de ataque, buscando o espaço; o visitante, mais do que nunca, se limitava a se defender, como um time pequeno. E foi duramente castigado por isso.
Aos 21, Hyoran caiu por dentro e se aproximou da área; Militão chegou para a dividida e a bola encobriu a zaga, caindo na medida para Willian fazer o que ele mesmo chamou profeticamente de “sem-pulo sonhador” no filme publicitário do PFC que passa no telão do estádio. A bola foi no ângulo de Sidão, mas o detalhe é que Willian estava impedido no lance.
O SPFC se lançou todo à frente de forma desesperada após a virada e deixou o contra-ataque todo à nossa disposição. E aos 24, a homenagem perfeita à freguesia: Moisés lançou Hyoran na direita; o garoto saiu do campo de defesa, ganhou na velocidade da defesa mais uma vez e fez um cruzamento preciso para o mergulho de Dudu no segundo pau, que quase furou as redes de Sidão. E a comemoração foi “daquele jeito”. O Allianz Parque viveu mais um momento mágico.
Aos 27, Moisés, exausto, deu lugar a Thiago Santos e Roger travou o jogo. Se o sistema defensivo do Palmeiras já estava neutralizando todas as descidas do adversário com dois volantes, com a entrada do camisa 5 o jogo virou brincadeira de criança. O Verdão teve a chance de cravar mais uma goleada nos contra-ataques, mas desperdiçou.
Aos 34, Hyoran bateu falta na linha da pequena área e Thiago Santos estava inteiro na bola, mas Bruno Alves tirou a escanteio. Aos 37, Dudu puxou um lindo contra-ataque pela esquerda e serviu Willian, que perdeu a chance do hat-trick ao chutar fraco e torto, tentando achar o canto direito de Sidão.
O SPFC ainda tentou em dois lances sem muito perigo, em chutes de fora de Paulinho: aos 41, ele mandou uma bola venenosa; Jailson caiu antes e teve que fazer um malabarismo todo esquisito para manchetar a bola para escanteio. Já nos descontos, o garoto tentou achar a gaveta direita de Jailson, mas mandou para fora. Ao som de olé, o péssimo Rodolpho Toski encerrou a partida.
FIM DE JOGO
Uma hora tinha que dar certo – e nada melhor do que enfrentar nosso freguês favorito para tirar a zica. A vitória de virada teve contornos de drama, com o gol tomado em mais uma falha patética da defesa, mas o ataque voltou a funcionar e a pressão sobre o elenco e a comissão técnica está aliviada.
Após o apito final, todo o time se dirigiu à pequena área e abraçaram efusivamente Jailson e Edu Dracena, numa demonstração muito forte de união do grupo. Essa reação deve ser muito importante para retomar a tranqüilidade, principalmente dos defensores, para que cessem as falhas individuais e o time volte a conquistar os resultados nestas três partidas que restam até a parada forçada.
Se vier a vitória em Porto Alegre, o time não apenas decola novamente, como alcança a previsão de pontos traçada no início do campeonato. Em futebol, as coisas viram muito rápido e nossa torcida já podia ter aprendido isso. VAMOS PALMEIRAS!