Em busca de seu primeiro título da Libertadores, o Palmeiras enfrentou o Deportivo Cali, da Colômbia, na grande decisão. Após perder o jogo de ida por 1 a 0, no estádio Pascual Guerrero, a equipe comandada por Felipão precisava reverter o placar em casa. Um cenário parecido com que o time viveu nas semifinais contra o River Plate, quando também sofreu um revés na primeira partida.
Num Palestra Italia abarrotado, o Verdão venceu os colombianos por 2 a 1 no tempo normal e, nos pênaltis, triunfou por 4 a 3, conquistando a América pela primeira vez.
Precisando vencer, o Palmeiras começou o jogo com tudo. No primeiro minuto, Oséas, livre na área, cabeceou fraco; aos 2, Junior tabelou com Alex, ficou de frente com Dudamel, mas chutou em cima do arqueiro. O Verdão pressionava os colombianos.
Minutos depois, Paulo Nunes cruzou para Alex, que se antecipou a Dudamel e testou firme, mas mandou para fora. No final do primeiro tempo, aos 42 minutos, outra oportunidade de cabeça: Arce cobrou falta lateral e a bola encontrou Roque Junior, que mandou na trave. Apesar da pressão do Verdão, o placar não saiu do zero no primeiro tempo.
No início do segundo tempo a pressão aumentou ainda mais: o Verdão atacava, criava boas chances, mas a bola não entrava. Aos 12, Evair entrou no lugar de Arce para aumentar o poder de fogo.
Depois de tanta pressão, finalmente saiu o primeiro gol do Palmeiras: aos 16 minutos, Rogério cruzou na segunda trave; Paulo Nunes cabeceou de volta para área e a bola estava indo na direção de Oséas; porém, antes de o camisa 9 conseguisse cabecear, Yepez colocou a mão na bola e o juiz assinalou pênalti. Evair, com a calma de sempre, bateu e converteu: 1 a 0. Com este resultado, o jogo seguiria para os pênaltis.
O Parque Antárctica ainda estava em êxtase quando, minutos depois, Junior Baiano deu um carrinho desproporcional dentro da área e o árbitro marcou o pênalti. Na cobrança, Zapata deslocou Marcos e empatou. Mais do que nunca, o Verdão precisava de um gol, para que a decisão fosse para as cobranças de penalidades máximas.
Para aumentar a quantidade de atacantes, Felipão tirou Alex e colocou Euller em seu lugar. E a pressão deu resultado: aos 30 minutos, Junior recebeu de Zinho e cruzou rasteiro, forte. Na pequena área, Oséas colocou o pé na bola e anotou o segundo gol do Verdão.
Na parte final do jogo, o Palmeiras seguiu no ataque, mas sem se expor tanto – feliponicamente.
O árbitro Ubaldo Aquino, que dois anos depois assaltaria o Verdão em La Bombonera, ainda expulsou Evair aos 50 minutos de jogo, tirando da decisão por pênaltis nosso melhor batedor.
Nas penalidades máximas, Zinho perdeu o primeiro, mas Junior Baiano, Roque Júnior e Rogério anotaram. Pelo lado colombiano, Dudamel, Gavíria e Yepez marcaram.
Bastava aos colombianos converter suas duas últimas cobranças. No quarto penal, Bedoya foi muito pressionado pela torcida e mandou na trave. Euller, com muita calma, converte o quinto pênalti palmeirense, no cantinho.
Na última cobrança dos visitantes, Marcos ficou novamente à frente de Zapata. O estádio inteiro chiava, assobiava, aos gritos de “fora! fora! fora!”
E Zapata bateu cruzado, rasteiro, mas para fora. Marcos, que voou para o outro canto, viu a bola explodir nas placas publicitárias e correu para a torcida para comemorar.
Depois de bater duas vezes na trave, em 61 e 68, o Palmeiras finalmente pintava a América de Verde. Campeão da Libertadores de 1999!