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29/01/2017 - 17:00
O Palmeiras fez sua primeira exibição de 2017 em casa, para pouco menos de 16 mil pagantes no Allianz Parque, e empatou com a Ponte Preta, em partida que superou as expectativas no que diz respeito à qualidade do futebol. Com os dois times ainda fazendo os primeiros movimentos do ano, não era esperado um jogo tão dinâmico – nem tão pegado, como o que se viu esta tarde. Depois de sair na frente com Lucas Barrios, o Verdão cedeu o empate no finalzinho, num pênalti que teve origem numa falta perto da área.
A partida serviu para Eduardo Baptista tirar suas últimas dúvidas antes de definir a lista de 28 jogadores que poderão jogar o Paulistão – ou para aumentá-las. Serviu também para que a torcida paulistana tomasse o primeiro contato com o novo esquema e com os reforços, principalmente Raphael Veiga, Willian Bigode e Felipe Melo.
O ponto (muito) negativo do jogo foi o estado do gramado do Allianz Parque. Com muita areia para tapar as imperfeições, pareceu muito longe de estar em boas condições na estreia do Paulistão, como prometia o executivo da WTorre. O jogo “inesperado” contra a Ponte foi usado como desculpa prévia para mais um fracasso na missão de proporcionar ao Palmeiras um campo de jogo digno.
PRIMEIRO TEMPO
O Verdão começou em cima da Ponte. Raphael Veiga, surpreendentemente, jogava aberto pela esquerda, com Dudu mais por dentro. Willian Bigode se movimentava bastante e incomodava a defesa da Ponte. Tanto que, aos sete minutos, num lateral despretensioso, Dudu percebeu o camisa 29 bem posicionado e bateu rápido, colocando-o na cara de Aranha; com pouco ângulo, Bigode tentou o toque por baixo, mas o goleiro da Ponte conseguiu desviar – o juiz, péssimo, deu tiro de meta.
Aos 14, o Palmeiras rodou a bola por todo o campo de ataque, mas não achava a brecha para entrar na área. Foi quando surgiu uma nova opção de ataque que usamos pouco no ano passado: o chute de fora. Roger Guedes, de costas para a área, rolou para Felipe Melo, que ajeitou e soltou a pernada; a bola tinha o endereço certo mas Aranha desviou para escanteio. O juiz, Senhor Magoo, deu só tiro de meta.
Percebendo o amplo domínio do Palmeiras, o time da Ponte abriu a caixa de ferramentas. João Vítor, Wendel e principalmente Matheus Jesus chegavam junto como se o jogo valesse bicho. Isso fez com que o Palmeiras buscasse acelerar o jogo, trocando passes com mais rapidez.
Aos 19, um bombardeio sensacional: Dudu enfiou para Bigode entre os dois zagueiros; ele recolheu, viu Tchê Tchê fechando pela direita e rolou, a batida de chapa encontrou a trave esquerda de Aranha. No rebote, Dudu dominou, girou o corpo e deixou para Roger Guedes, que finalizou – a bola resvalou no braço de Matheus Jesus e Aranha fez uma defesa milagrosa; Dudu mais uma vez apanhou o rebote, junto a linha de fundo e cruzou rasteiro, para a chegada de Raphael Veiga, dentro da pequena área. Com o gol livre, ele escorou, mas a bola bateu no travessão e saiu.
O lance foi o ponto alto do primeiro tempo. Assim que a adrenalina baixou, o ritmo dos dois times, ainda em busca de melhor condicionamento físico, caiu bastante. O Verdão só conseguiu chegar novamente perto do gol de Aranha aos 38, com Roger Guedes, que escorou de bico um cruzamento baixo de Dudu, que criou a jogada pela esquerda.
A Ponte seguia distribuindo pancadas, e em mais uma falta no campo de ataque, Jean alçou na área e Edu Dracena testou livre, na linha da pequena área, mas a bola saiu triscando o travessão. Foi o último lance de um primeiro tempo bem acima do esperado.
SEGUNDO TEMPO
Duas mexidas no intervalo, que deram a pista que são as posições que Eduardo está mais pensativo em relação a definições, seja para montar a lista, seja para a titularidade: Vitinho e Barrios voltaram nos lugares de Raphael Veiga e Willian Bigode. E com um centroavante de referência, o Verdão conseguiu chegar mais à área adversária, embora a zaga campineira tivesse menos dificuldade para encostar na marcação.
Aos oito minutos, João Vítor, que já tinha amarelo, chegou muito forte em Tchê Tchê e foi expulso. O fato do adversário ter ficado com um jogador a menos afetou o principal propósito do amistoso, que era o de observar o comportamento do time diante de adversários fechados em nossa casa. Em desvantagem numérica, a Ponte Preta se tornou uma presa mais fácil. O lado esquerdo de nosso ataque ganhou espaço, já que Clayson deu lugar a Naldo, que entrou para fechar o meio-campo.
Vitor Hugo e Felipe Melo tiveram chances de fazer o gol de cabeça em bolas paradas, enquanto a Ponte seguia batendo. Matheus Jesus, que seria expulso a qualquer momento, acabou sendo substituído por Jadson, que manteve o mesmo papel. Michel Bastos substituiu Felipe Melo e Tchê Tchê foi recuado; Michel ficou mais do lado esquerdo. E foi numa dessas que Barrios perdeu uma chance incrível: depois de um escanteio, a bola foi rebatida e Zé Roberto apanhou o rebote na altura do meio-campo; rapidamente foi feita a ligação com Michel Bastos que cruzou por baixo. Edu Dracena, que ficou no ataque, se esticou mas não alcançou; a bola de ofereceu para Barrios no segundo pau, com o gol vazio, mas o paraguaio errou, acabando com a paciência da torcida presente ao estádio. Barrios passou a ser bastante criticado a cada vez que pegava na bola – mesmo quando acertava. O pior é que continuou cometendo erros bobos, típicos de quem está sem ritmo, mas depois de um gol perdido daqueles a torcida não quis saber de relativizar, sobretudo para um jogador que encerrou o ano anterior devendo bastante.
Felipe Moreira substituiu todos os quatro jogadores da defesa de uma vez só, aos 20 minutos. Aos 25, uma boa chance da Ponte: Lins enxergou Ravanelli nas costas de Zé Roberto, sem cobertura; o passe foi preciso e o meia bateu rasteiro, cruzado, enquanto Vitor Hugo tentava chegar para o bloqueio; a bola saiu raspando a trave direita de Prass. Dois minutos depois, Vitinho vacilou e Emerson aproveitou, fazendo boa jogada e cruzando para a área; Fabiano afastou e a bola caiu com Ravanelli, no bico da área, ele ajeitou e bateu cruzado, buscando o ângulo de Fernando Prass, que fez a ponte e saiu bonito na foto.
Essa pequena pressão da Ponte acordou o Palmeiras, e aos 29, saiu o gol: Tchê Tchê conduziu pela esquerda e acionou Dudu; dentro da área, com muita personalidade, ele fez o girou e puxou a bola com a sola do pé para trás, para a chegada de Zé Roberto, que cruzou na linha da pequena área para Barrios, que desta vez aproveitou e marcou o gol, tirando a zica e se redimindo junto à torcida. Ele precisava demais desse gol.
Parecia que finalmente o Verdão venceria a Ponte em casa, depois de quatro jogos. O time campineiro parecia resignado por perder só por 1 a 0 e nem forçava muito. Mas numa falta da intermediária, Reynaldo tentou o cabeceio e a bola bateu no braço aberto de Rafael Marques, e o juiz marcou pênalti, aos 43 minutos. Ramon bateu muito bem, no canto direito de Jailson, e empatou o jogo. O Verdão ainda tentou uma pressão nos minutos finais, sem sucesso. O juizão terminou o jogo e o público, de forma bastante madura, aplaudiu o time, mesmo sem ver uma vitória.
FIM DE JOGO
Foi um bom teste. A postura da Ponte Preta, enquanto teve 11 jogadores em campo, foi excelente para observar a capacidade de nossos jogadores em vários aspectos de uma partida. Eduardo e o time da central de inteligência do departamento de futebol terão um excelente material e mãos para estudarem e discutirem.
Dentro de uma semana teremos a estreia do Paulista. Valendo bicho e três pontos, o Palmeiras deve buscar a vitória com mais afinco; por ser um amistoso, era natural que esta tarde o freio de mão ainda estivesse um tanto puxado – mesmo a torcida não cantou como de costume, mais preocupada em observar do que em incentivar.
Muitos acertos ainda serão necessários, pelo menos três titulares (Mina, Moisés e Guerra) seguem fora de combate mas em breve devem reforçar esse time, e as perspectivas para o ano continuam bastante positivas. Que venha o Paulistão. VAMOS PALMEIRAS!