Palmeiras inicia última semana livre antes de finais e maratona de jogos

Dudu e Luan durante treinamento do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras fará 9 jogos no mês de abril

Após dois dias de folga, os jogadores do Palmeiras se reapresentam à Academia de Futebol nesta segunda-feira e iniciam a última semana livre de jogos antes das finais do Campeonato Paulista e da maratona de partidas previstas para o mês de abril.

Além da decisão contra o Água Santa que ocorrerá nos próximos dois finais de semana (as datas de ida e volta ainda serão definidas pela FPF), o Verdão deve fazer mais sete jogos em abril, que serão válidos pelo Campeonato Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.

Com isso, o Palmeiras entrará em campo praticamente a cada três dias no mês. A fim de comparação, em março, o Palmeiras realizou apenas três jogos – uma partida válida pela primeira fase, uma pelas quartas-de-final e uma pelas semifinais do estadual.

Abel Ferreira durante treinamento do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Nesta segunda, às 21h, Abel Ferreira e seus comandados conhecerão os adversários na fase de grupos da Libertadores. O sorteio da terceira fase da Copa do Brasil também estava agendado para hoje, mas a CBF adiou para quarta-feira (29), às 14h. Em ambas as competições o Verdão está no pote 1.

“O mês de abril vai mostrar até onde a nossa equipe pode chegar. Acreditamos muito nos jogadores que temos. Se conseguirmos contratar jogadores que nos venham ajudar, tudo bem; caso não, vamos seguir a política do clube e dar oportunidades aos que estão aqui e testar os nossos limites, mais uma vez. Terá a ‘dor do crescimento’ e isso nos colocará à prova”, disse Abel, após a vitória sobre o Ituano.

Para o início desta semana, a comissão técnica terá a volta de Weverton, Raphael Veiga e Rony, que estavam com a Seleção Brasileira, aos treinamentos. Já Gustavo Gómez e Piquerez, que também estão servindo às suas seleções, só retornam nos próximos dias – o Paraguai entra em campo nesta segunda-feira à noite e o Uruguai joga amanhã, às 8h (horário de Brasília).

Confira o calendário do Palmeiras em abril:

  • 02/04 (a confirmar): Água Santa x Palmeiras – ida da final do Paulista
  • Entre 04/04 e 06/04: primeira rodada da fase de grupos da Libertadores
  • 09/04 (a confirmar): Palmeiras x Água Santa – volta da final do Paulista
  • 12 ou 13/04: ida da terceira fase da Copa do Brasil
  • 16/04: Palmeiras x Cuiabá – estreia no Brasileirão
  • 19 ou 20/04: segunda rodada da fase de grupos da Libertadores
  • 23/04 (a confirmar): Vasco x Palmeiras – segunda rodada do Brasileirão
  • 26/04 (a confirmar): volta da terceira fase da Copa do Brasil
  • 29/04 (a confirmar): Palmeiras x SCCP – terceira rodada do Brasileirão

Abel rasga elogios aos jogadores e faz fortes críticas ao calendário: “aqui é insano”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o SCCP, durante partida válida pela terceira rodada do Brasileirão 2022, na Arena Barueri.
Cesar Greco

Após vitória por 3 a 0 sobre o SCCP, Abel falou das dificuldades de a equipe manter a parte física e mental durante a sequência pesada de jogos

Atuando na Arena Barueri, o Palmeiras recebeu o SCCP, em jogo válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, e venceu o rival por 3 a 0, com gols de Gustavo Gómez, Rony e Dudu.

Foi a primeira vitória do Verdão na competição, que antes havia empatado contra Goiás e Flamengo e perdido para o Ceará. Após o duelo, o técnico Abel Ferreira enalteceu o desempenho dos jogadores e reafirmou que sente orgulho deles.

“Temos três rotas de ataque: por fora, por dentro ou à profundidade. Hoje usamos todas. Fizemos um ótimo jogo, marcamos três gols, mas poderíamos ter feito mais. O que procuramos, acima de tudo, é envolver os jogadores e fazer com que eles entendam o que é preciso fazer. Fizemos duas ou três nuances diferentes [em comparação aos jogos anteriores]. Foi um jogo dentro da nossa linha. Somos uma equipe madura, que está consistente nos processos”, iniciou Abel.

“Tenho um orgulho enorme de ser o treinador destes jogadores porque eles querem muito aprender, evoluir. E eles têm algo em especial: são apaixonados por jogo e por competirem. Eles sentem prazer em jogar. Todos nós queremos ganhar sempre, mas às vezes não é possível. Eles tentam”, acrescentou.

Foram 20 finalizações do Palmeiras na partida, sendo 13 dentro da área, contra sete do rival. Em números de escanteios a disparidade entre as equipes também foi grande: o Verdão cobrou 12 enquanto o SCCP apenas três.

Abel critica calendário e faz alerta

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o SCCP, durante partida válida pela terceira rodada do Brasileirão 2022, na Arena Barueri.
Cesar Greco

Além de falar sobre a partida e do desempenho do Palmeiras, o técnico Abel Ferreira voltou a criticar o calendário brasileiro e comentou as dificuldades que a equipe vem tendo para se manter na melhor forma física e mental.

“Não temos tempo pra treinar e descansar. Preciso cuidar de mim também, faço duas coletivas por jogo [antes de começar a partida e depois], minha saúde está alterada. Aqui é insano, tem que mudar. Não falo só da parte física, mas também da parte mental. Não janto com amigos, não vou ao Carnaval. Tenho que dar treino, analisar treino, analisar adversário e jogar. Tudo isso de 2 em 2 dias, só queremos um futebol melhor”, reclamou Abel.

O calendário palmeirense aponta para a próxima semana um confronto longe do Brasil: na quarta-feira, o Verdão encara o Emelec, no Equador, pela Libertadores. Para esse jogo, o Verdão deve ter mudanças na equipe titular.

“Foi o terceiro jogo seguido desta equipe e eu terei que trocar para o próximo jogo, não há milagres. Gosto de arriscar, mas também não quero meus jogadores lesionados”, admitiu o comandante.

Depois de enfrentar o Emelec, o Palmeiras volta a atuar na Arena Barueri no sábado que vem; desta vez, o confronto será pela Copa Brasil, contra a Juazeirense. A equipe voltará a jogar pelo Brasileirão apenas no dia 8 de maio, contra o Fluminense.

Crise do coronavírus joga uma grande oportunidade no colo do futebol brasileiro

A pandemia do coronavírus que assola o planeta já forçou as autoridades esportivas a cancelarem a realização de diversos eventos, de futebol a Fórmula 1, de NBA ao Circuito Mundial de Surfe.

A pandemia, que teve os primeiros casos registrados na China e se espalhou pela Europa predominantemente através da Itália e da Espanha, está atingindo números preocupantes no Velho Continente.

Aqui no Brasil, a disseminação ainda está em estágios iniciais, mas as projeções não deixam dúvida de que é apenas questão de tempo, sobretudo porque as medidas de suspensão de eventos onde há aglomeração de pessoas demoraram a ser tomadas. É bastante provável que o número de pessoas infectadas seja muito maior do que se supõe e que o ciclo de alastramento atinja em algumas semanas os mesmos níveis que já se verificam na Europa.

Nosso futebol, como não poderia deixar de ser, já foi afetado. A FPF finalmente anunciou na manhã desta segunda-feira a paralisação do estadual. Outras federações já fizeram o mesmo. A CBF já anunciou a suspensão dos jogos dos campeonatos sob sua organização direta, sem data definida para a retomada. O Brasileirão, se já tivesse começado, também estaria paralisado. A competição está agendada para ter início no dia 3 de maio, com as 38 rodadas costumeiras.

A peça mais importante do quebra-cabeças

É impossível planejar com exatidão qualquer alteração no calendário do futebol neste momento. A peça mais importante do quebra-cabeças é a data em que a pandemia será decretada sob controle e que o mundo pode voltar ao normal.

Somente depois desse anúncio é que o planejamento poderá ser oficializado. Mas isso não nos impede de projetar algumas soluções.

Os estaduais são os problemas menos importantes. Se necessário, decreta-se o fim da disputa e as edições de 2020 ficam sem campeão. Pouca gente relevante vai ficar insatisfeita.

A Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileirão precisarão ser encaixados nas já escassas datas disponíveis, sobretudo porque as competições entre seleções estrangulam ainda mais a grade. Será necessária uma grande coordenação entre as confederações nacionais, continentais, e a FIFA, para vencer o desafio.

Identificar oportunidades na crise

Sede da CBF

Não é de hoje que enfrentamos problemas no calendário. A falta de sincronia entre os calendários do Brasil com o da Europa é um problema que afeta bastante o planejamento de nossos clubes.

Culturalmente, temos enraizado o conceito de “campeão do ano” em nosso país. Esse é um dos fatores que sempre serviram como justificativa para evitar que a ideia de ajustar o calendário brasileiro ao europeu fosse levada adiante. Mas com a popularização cada vez maior das ligas europeias nas grades da TV brasileira, isso já deixou de ser um empecilho.

A favor da medida, temos vários fatores:

  • competições entre seleções, como Copa América, Euro e Copa do Mundo, que acontecem em julho (não por acaso), não interromperão mais nossas temporadas. Jamais esqueceremos do “efeito Copa América” no Palmeiras em 2019;
  • jogadores que voltam da Europa no meio do ano poderão tirar férias ao mesmo tempo que os jogadores no Brasil e não haverá problema de defasagem ou de sobrecarga física;
  • o mercado fica muito mais claro, com a janela do meio do ano se tornando muito mais importante e a do fim do ano dedicada apenas a pequenos ajustes. Isso tende a diminuir a aleatoriedade e premiar o planejamento. Mais uma vez, o ano de 2019 se encaixa no exemplo.

Caiu no colo

A chance está aí, se atirando em nossos braços. A hora de lançar a primeira temporada do futebol brasileiro começando em agosto e terminando em junho caiu no colo dos clubes e da CBF. O tempo que se “perderia”, outra desculpa usada para rejeitar a medida, está sendo forçado a ser jogado fora pela pandemia.

Não sabemos ainda quando o mundo voltará a girar normalmente, mas fazer planejamento de forma antecipada é sempre uma boa prática. Que nossos dirigentes aproveitem a oportunidade e reorganizem a grade de jogos. E se der tempo, que se joguem as partidas finais dos estaduais.

Mas só se der tempo.


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Palmeiras poderá ter até 38 jogos em 2018 até a Copa do Mundo

CalendárioA Conmebol divulgou na manhã desta sexta-feira o calendário das partidas da fase de grupos da Libertadores. O Verdão estreia no dia 1 de março, fora de casa, contra o adversário que será definido nas fases iniciais da competição.

Com a realização da Copa do Mundo em junho, o calendário foi espremido, como de praxe. Serão até 38 jogos até a parada para a Copa, se o Palmeiras se classificar para a final do Paulistão.

O Campeonato Paulista será realizado quase sem interrupções para o Palmeiras. Serão apenas duas partidas pela Libertadores durante a disputa do Estadual – uma delas, entre as duas partidas finais.

O calendário também vai permitir ao Verdão ter quatro semanas livres durante a disputa do estadual – serão importantes para que o técnico Roger Machado faça importantes ajustes táticos na equipe. Ainda haverá mais uma semana livre entre a primeira e a segunda rodada do Brasileirão; depois, pauleira até a parada para a Copa: oito semanas com pé embaixo, com jogos aos domingos e quartas.

Entre a segunda e a sétima rodada do Brasileirão é que o Palmeiras vai virar a chavinha a cada jogo. E é quando o time saberá se vai brigar pelo decacampeonato, ou se vai dar all in nas copas outra vez.

Confira abaixo o calendário do primeiro semestre de 2018. A CBF já divulgou as datas do Brasileirão, mas ainda não definiu a tabela. A Copa do Brasil, logicamente, ainda aguarda a definição das fases preliminares para que a CBF faça o sorteio da chave final.

Calendário 2018

Pelas copas, Brasileirão deve mesmo ficar em segundo plano

O mau futebol apresentado pelo Palmeiras nos últimos jogos nos levam a algumas reflexões a respeito do que podemos projetar para a sequência da temporada. O Verdão se classificou para as quartas-de-finais da Copa do Brasil, o que, somando com as partidas da Libertadores, projeta mais sete duelos de ida e volta até o final do ano, intercalando com os jogos do Brasileiro.

Cuca, que deixou o comando do clube em dezembro e reassumiu em maio, tem uma missão dura pela frente. As substituições no elenco entre 2016 e 2017 foram todas feitas com muita qualidade, mas as características dos jogadores são diferentes e a suposta “memória tática” entre treinador e elenco não funcionou exatamente como o imaginário do torcedor supunha (aliás, foi isso que Cuca quis dizer em entrevista, quando mencionou que o time deste ano é inferior ao do ano passado, embora o elenco seja superior – frase pinçada e descontextualizada pela imprensa para plantar a crise entre atletas, treinador e direção).

ObsessãoO desafio da última quarta-feira era enorme. Com uma vantagem mínima construída no jogo da ida, fomos decidir a vaga contra o Inter, no Beira-Rio. Os gaúchos entraram em campo com o chamado doping psicológico, revigorados pela demissão de Antônio Carlos Zago, um profissional de trato difícil e capacidade como treinador ainda bastante questionável.

O Inter jogou seu melhor futebol em muitos meses contra um Palmeiras claramente em crise tática e com os importantes desfalques de Guerra e Moisés, com o juiz deixando de dar dois pênaltis a nosso favor. Se com tantas condições adversas, ainda assim, deu Palmeiras, é revigorante imaginar o que esse time será capaz de fazer em mata-matas dentro de alguns meses. É isso que, no fundo, aterroriza a porção clubista da imprensa, que se apressa em valorizar as dificuldades com que conseguimos a classificação para causar turbulência. Não podemos cair nessa.

Atraso

O período sabático de Cuca, na prática, atrasou o Palmeiras não apenas em quatro meses, mas em mais de um ano. Estamos em junho de 2017, mas parece abril de 2016. Um time que já deveria estar voando, mostrando evolução em relação ao trabalho do ano passado, voltou à estaca zero e está apenas taxiando na pista antes de nova decolagem.

Felipe Melo não encaixou taticamente no time, embora faça exibições técnicas tão de nível tão elevado que há uma espécie de compensação. Já Borja, não encaixou e está frustrado. Essas situações exigem tempo e treinamento para serem equacionadas. São artigos escassos.

Temos três competições pela frente e o ritmo de dois jogos por semana vai perdurar até o fim de agosto – somente depois da rodada 22 do Brasileirão é que Cuca terá onze dias para dedicar apenas a treinos. Estamos trocando o pneu com o carro andando. Mais cinco times estão na mesma situação de calendário, mas em estágios de desenvolvimento bem mais avançados (Atlético-MG, Grêmio, Botafogo, Atlético-PR e Santos).

Diante deste cenário, parece bastante pretensioso pensar em ganhar os três campeonatos. A partir disto, estrategicamente, podemos ajustar a ambição para conquistar dois. Por lógica, analisando o calendário, a competição que deve ficar em segundo plano é o Brasileirão. E faz todo o sentido.

Calendário 2017

Em roxo, estão as partidas do Brasileirão. Notem que essas partidas estão em dois tons – o mais escuro são as partidas em que o time deverá entrar com força total, e em mais claro estão os jogos em que a tendência em perder pontos é maior, seja por poupar atletas diante da proximidade dos mata-matas, seja por desfalques por causa de convocações, ou mesmo pela mera dificuldade de “virar a chavinha”. Lembram da projeção de pontos feita no começo do campeonato? Precisa ser ajustada e o novo resultado certamente será inferior. Não é um mau chute imaginar o Palmeiras fechando o campeonato com algo em torno de “apenas” 60 pontos.

Abrindo mão do Brasileiro, pelas copas

Parece óbvio que não lutaremos pelo Brasileirão se o time for avançando nas copas. Além das dificuldades mencionadas, há quatro times que estão com o foco totalmente voltado para essa competição: SCCP, SPFC, Vasco e Fluminense, isso sem mencionar o Flamengo e o Cruzeiro, que só dividem o foco com a Copa do Brasil.

Se o trabalho de Cuca não tivesse sido interrompido por suas necessidades pessoais, poderíamos estar pensando seriamente em papar tudo. O time estaria equilibrado, consistente, e mesmo com o calendário atribulado seria o maior favorito em todas. Com as dificuldades, no entanto, temos que abrir mão de algo. E o bom senso indica o Brasileiro, ao menos em princípio. O próprio elenco do Palmeiras já deu dicas que, internamente, esse parece ser o plano: além do futebol disperso nos últimos dois jogos, houve uma menção literal, feita por Dudu, em entrevista.

Contraponto

Há uma corrente interessante em nossa torcida que prega exatamente o contrário: o Brasileiro deveria ser sempre a prioridade máxima, com as conquistas das copas sendo apenas uma consequência de ter um time bem estruturado, equilibrado e pronto para uma temporada longa e extenuante. A teoria parece correta, mas as circunstâncias a enfraquecem.

Essa tese ganha força para o ano que vem, quando imaginamos que Cuca continuará o trabalho sem interrupções e, aí sim, teremos uma temporada em que podemos sonhar com tudo. Mas para este ano, mesmo se focássemos apenas no Brasileiro, o atraso no desenvolvimento torna o objetivo muito menos provável de ser atingido.

A única maneira de voltarmos para a disputa do Brasileirão com reais condições seria uma eliminação em pelo menos uma das outras copas, logo nas próximas fases. Ganharíamos espaços importantes no calendário para treinos e ajustes, além daquele pulinho em Atibaia que agradaria a todos. Mas essa não é uma condição que deve ser deliberada, e sim determinada pelo destino.

Se insistirmos na pressão por ganhar tudo, embalados pela falácia do “investimento” e pela soberba, podemos ficar sem nada. De qualquer forma, em meados de setembro saberemos melhor qual será a trilha a percorrer.