Multiverso, realidades paralelas e a falácia do gol do Thiago Ribeiro – parte 2

Multiverso

No texto anterior, desmontamos a tese de que o Palmeiras foi salvo do rebaixamento pelo gol do Thiago Ribeiro, do Santos, contra o Vitória. Mas o detalhe não impede de imaginar que, em caso de gol do Vitória, o Verdão seria, de fato, rebaixado e que, dentro do conceito tão na moda como o do multiverso, a trajetória do Palmeiras seria diferente.

O Palmeiras, por sua grandeza, sempre superou os horrendos rebaixamentos. E pela terceira vez, o time seria capaz de se reerguer e trilhar o caminho das vitórias. Por qualquer caminho, chegaria onde chegou nos dias atuais, protagonizando o futebol brasileiro, como na realidade que conhecemos.

Uma eventual queda atrasaria a sequência dos fatos. Mas Paulo Nobre já estava reeleito e a linha-mestra traçada seria a mesma; o Allianz Parque, uma arena de eventos moderníssima e localizada no maior centro financeiro do continente, já estava finalizado. Assim, mesmo na Série B, o Palmeiras passaria a ser mais atraente aos olhos do mercado – algo que se consolidaria no ano seguinte, com o retorno à Série A. Os elementos da reconstrução estavam todos ali.

Teria sido um tombo extremamente dolorido. Mas a tendência, diante do gigantismo da camisa e do potencial do projeto, era que as coisas se encaminhassem para serem exatamente como são hoje, como na timeline que segue abaixo.

2014

– Paulo Nobre é reeleito presidente do Palmeiras
– Palmeiras empata com o Atlético-PR e é rebaixado para a Série B após o Santos entregar o jogo em Salvador para o Vitória
– Paulo Nobre tenta contratar Alexandre Mattos, mas não tem sucesso
– Prevent Senior é o novo patrocinador máster do Palmeiras

2015

– Palmeiras fecha com Tiago Scuro para ser o diretor de futebol
– Dorival Junior acerta com o clube para dirigir o time na Série B
– Dudu, do Grêmio, acerta com o SCCP
– Scuro comanda uma troca em quase todo o elenco e traz nomes como Vitor Hugo, do América; Robinho, do Coritiba; Léo Moura, que estava no futebol de Vanuatu; e Walter, do Atlético-PR.
– Mesmo um pouco acima do peso, Walter se transforma num líder do elenco e comanda uma preleção histórica documentada pela TV Palmeiras
– O time embala na Série B; o Avanti dispara
– A torcida está num caso de amor com o Allianz Parque e as rendas superam as de todos os times da Série A
– Sensação da base, Gabriel Jesus é promovido ao time principal
– Na Copa do Brasil, o time avança após vitórias sobre o Ceará e Vasco
– Após alguns tropeços na Série B, Dorival é demitido e Alberto Valentim assume o comando
– O Palmeiras vence a Série B após uma goleada por 8 a 1 sobre o Bahia no Allianz Parque lotado
– O Palmeiras passa pelo Santos por 3 a 2 na semifinal da Copa do Brasil, gols de Rafael Marques, Felipe Menezes e Andrei Girotto; e dois de Nilson para o Santos
– O Palmeiras vence o Fluminense e é campeão da Copa do Brasil nos pênaltis, com gol decisivo de Matheus Sales, que colocou Gustavo Scarpa no bolso durante o jogo.
– Com o Allianz Parque e o Avanti consolidados, Palmeiras estabelece um modelo financeiro estável e forte

2016

– A Prevent Senior quebra
– Dudu é vendido pelo SCCP para o Pyramids do Egito
– A Crefisa, agora que o Palmeiras está de volta à Série A, se aproxima e torna-se a nova patrocinadora do clube, por valor recorde
– Thiago Scuro não renova seu contrato; o executivo do Cruzeiro, Alexandre Mattos, é contratado e traz na bagagem o técnico Marcelo Oliveira
– O Flamengo contrata Raphael Veiga, revelação do Coritiba
– O Fluminense contrata Willian Bigode, que conhece Gustavo Scarpa
– Alexandre Mattos contrata Gerson, do Fluminense, além de Réver, Moisés, Róger Guedes e Tchê Tchê
– No estadual, o Palmeiras perde por 4 a 1 do Juventus na rua Javari e o jornalista Roberto Avallone tem um áudio vazado onde expõe toda sua revolta
– O Palmeiras é eliminado da Libertadores na fase de grupos após derrota para o Melgar
– Eliminação no estadual nas quartas-de-final para o Linense derruba Marcelo Oliveira
– Perseguido pela #flapress, Raphael Veiga é vendido pelo Flamengo para o Shandong Taishan

– Oswaldo de Oliveira é contratado e coloca Gabriel Jesus no banco
– A torcida xinga muito
– Oswaldo de Oliveira é demitido após três semanas de trabalho
– Jorginho se oferece ao Palmeiras; proposta é recebida às gargalhadas
– Cuca é o novo técnico do Palmeiras
– O Palmeiras é eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO e Cuca diz que tem certeza que o time vai ser campeão brasileiro
– Após uma arrancada sensacional, o Palmeiras deixa o Flamengo no cheiro e vence o Brasileirão pela nona vez
– Gabriel Jesus é vendido para o Paris Saint Germain, que desiste de Neymar

2017

– Mauricio Galiotte assume a presidência do Palmeiras
– O Palmeiras troca Róger Guedes por Raphael Veiga com o Shandong Taishan
– Sem freios, Alexandre Mattos contrata Felipe Melo, Keno, Borja e Guerra, com ajuda da Crefisa
– Borja faz incríveis 23 gols no estadual e o Palmeiras é campeão invicto
– Neymar é visto vagando pelas ruas de São Vicente, aparentemente desorientado
– Após derrota nos pênaltis para o Deportivo Cáli, o Palmeiras é eliminado da Libertadores
– Cuca pede afastamento para cuidar de sua sogra, que ficou doente
– Palmeiras contrata Mano Menezes
– Como reforços para o Brasileirão, Mattos traz o atacante Deyverson, o zagueiro Luan e o ponta Everton Cebolinha
– O Palmeiras vai muito mal no Brasileirão e Mano Menezes é demitido
– Alberto Valentim assume de novo e o Palmeiras termina o campeonato em 14° lugar

2018

– O Palmeiras contrata Luiz Felipe Scolari
– Everton Cebolinha é vendido para a Atalanta; Keno é trocado por Dudu, com o Pyramids
– Os outros reforços para o ano são Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Scarpa e o veterano Darío Conca, antigo sonho da torcida
– Palmeiras e SCCP disputam a final do estadual no Allianz Parque. Entra em campo um VAR clandestino e o SCCP ganha o título mais vergonhoso da História do Futebol
– Felipe Melo, furioso, espanca o árbitro e o diretor de arbitragem da FPF. Na confusão, Deyverson fica caído no chão
– O STJD resolve banir Felipe Melo do futebol
– O Palmeiras contrata o desconhecido zagueiro paraguaio Gustavo Gómez, que estava no Melbourne Victory, da Austrália. A torcida não aceita e pede a cabeça de Alexandre Mattos
– Por cobertura, Egídio faz o gol do título em partida contra o SPFC no Morumbi e o Palmeiras é decacampeão brasileiro
– Gerson é vendido para o Atlético de Madrid e Conca encerra a carreira

2019

– Felipão recebe os reforços de Pedro Geromel, Lucas Lima e Zé Rafael
– Borja perde o pênalti decisivo contra o SCCP e o Palmeiras é vice-campeão paulista
– Mattos vende o colombiano e traz Luiz Adriano para seu lugar
– Gustavo Scarpa faz um golaço em Porto Alegre e o Palmeiras tem vantagem contra o Grêmio nas quartas da Libertadores
– Na volta, o Palmeiras abre o placar, mas toma a virada e é eliminado.
– Felipão é demitido e para seu lugar o Palmeiras contratou Abel… Braga.
– Mauricio Galiotte decide transformar os reforços bancados pela Crefisa em dívidas, para ajudar a patrocinadora com seus problemas com a Receita Federal.
– Irregular, o Palmeiras termina o Brasileirão em terceiro lugar
– Geromel, Egídio e Guerra são dispensados
– Abel Braga é demitido
– Alexandre Mattos é demitido

2020

– O Palmeiras contrata Anderson Barros para a direção de futebol e Vanderlei Luxemburgo como novo técnico
– Com as finanças asfixiadas, as contratações são modestas: Rony, do Athletico-PR, e Viña, do Nacional-URU
– A base passa a ser explorada: os meninos Gabriel Veron, Gabriel Menino, Wesley, Patrick de Paula e Danilo sobem para o elenco principal
– Epidemia de COVID-19 paralisa o futebol mundial em março
– Atividades retornam em agosto e o Palmeiras é líder da chave na Libertadores
– Com um gol decisivo de Patrick de Paula, o time vence o SCCP e conquista o estadual
– O Palmeiras patina em todas as competições e Luxemburgo é demitido
– Miguel Ángel Ramírez é procurado, mas recusa a oferta do Palmeiras
– Gabriel Heinze não aceita a proposta palmeirense
– Sebastián Beccacece declina do projeto do Verdão
– Quarta opção, o desconhecido português Abel Ferreira, do PAOK da Grécia, aceita dirigir o Palmeiras
– Daí para a frente, vocês já sabem. Podem imaginar a timeline que quiserem: no final, sempre vai dar em títulos do Palmeiras.


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Multiverso, realidades paralelas e a falácia do gol do Thiago Ribeiro – parte 1

O cinema vem provocando o público há algumas décadas, desde a trilogia De Volta Para o Futuro, passando por filmes como Efeito Borboleta, o universo Marvel, o excepcional A Origem, e o recente laureado pela Academia Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo, entre tantas outras produções, com os conceitos de multiverso e realidades paralelas.

O recente sucesso do Palmeiras criou uma espécie de meme recorrente em outras torcidas a respeito de como seria o mundo do futebol se o Verdão tivesse sido rebaixado em 2014 – algo que não aconteceu por muito pouco – e descrevem seus universos imaginários caso a tragédia tivesse se concretizado pela terceira vez.

A cada troféu conquistado pelo Palmeiras, torcedores rivais, páginas de sátira, jornalistas mal-informados e/ou mal-intencionados e até palmeirenses com senso de humor duvidoso ironizam nas redes sociais que tudo isso só está acontecendo “graças ao gol do Thiago Ribeiro”.

Contexto do multiverso dos rivais

Frizzo e Tirone

O ano de 2014 foi o último em que o Palmeiras mandou seus jogos como nômade, devido à construção do Allianz Parque. O Verdão vinha de uma década tétrica no futebol, registrando o primeiro rebaixamento de um time grande paulista e vivia de um único título, o estadual conquistado em 2008.

A construção do Allianz Parque coincidiu com a pior gestão de todos os tempos no clube. Sob a gestão de Arnaldo Tirone e seus fiéis escudeiros Roberto Frizzo e Piraci de Oliveira, o Palmeiras não conseguia montar um time competitivo e foi rebaixado pela segunda vez em 2012, no mesmo ano em que, por um milagre felipônico, havia conquistado a Copa do Brasil (quando a competição não contava com os times que jogavam a Libertadores, diga-se).

A primeira gestão de Paulo Nobre começou em 2013 com o Palmeiras voltando com facilidade à elite do futebol, mesmo mandando seus jogos no Pacaembu. O ano de 2014 parecia promissor e a presença do presidente no futebol passou a ser cada vez maior, culminando numa sequência de erros que conduzia o time a uma trajetória que desgraçadamente parecia cada vez mais familiar à torcida do Verdão: a de mais um rebaixamento no Brasileirão.

O Allianz Parque foi finalizado na reta final da temporada e o Palmeiras dependia apenas de seus resultados para, ao menos, se manter na Série A. A inauguração do estádio foi apressada para que, na 35ª rodada, o Palmeiras vencesse o Sport numa grande apoteose e se aproximasse dos pontos necessários.

Como sabemos, o Verdão acabou derrotado, o que se repetiu nas duas rodadas seguintes em confrontos fora de casa contra Coritiba e Inter. O Palmeiras chegou à rodada final precisando ganhar do Atlético-PR, ou que o Vitória, que vinha um ponto atrás com uma vitória a menos, não vencesse o Santos.

Em seu segundo jogo no Allianz Parque, o Palmeiras saiu atrás, empatou com um gol de pênalti de Henrique Ceifador, mas não conseguiu a virada. O jogo foi encerrado perto das 19h, enquanto o Vitória ainda tentava o gol salvador num jogo com o placar em branco. O Brasil parou para assistir mais uma agonia palmeirense, torcendo por um gol do time baiano, que se lançou desesperadamente à frente. Num contra-ataque, aproveitando essa desorganização, o Santos marcou com Thiago Ribeiro o gol solitário da partida, concretizando o que o placar sem gols já determinaria: Vitória rebaixado e Palmeiras na Série A.

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Assim, mesmo com todo o drama, não dá para dizer que o Palmeiras foi salvo “pelo gol do Thiago Ribeiro”. O empate já seria suficiente para o Verdão; o universo paralelo dos sonhos de nossos rivais só aconteceria em caso de derrota santista. Seria necessária uma entregada histórica para perder aquele jogo diante de um Vitória que mereceu ser rebaixado, mais que o Palmeiras.

Desde então, o Palmeiras retomou a trajetória vitoriosa que caracteriza a maior parte da História do clube, conquistando mais dois estaduais, duas Copas do Brasil, três Brasileiros, duas Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e uma Supercopa do Brasil.

Mas e se essa entregada tivesse acontecido? O Palmeiras teria mesmo se transformado numa espécie de Botafogo?

Na parte 2 deste texto, vocês verão como poderia ter sido a trajetória do Verdão nos últimos oito anos sob uma perspectiva que considera todo o cenário com mais propriedade, de forma bem mais realista que os devaneios de nossos rivais, que recorrem à imaginação para aplacar um pouco a dor de cotovelo que os consome a cada título conquistado pelo Primeiro Campeão Mundial. Fiquem atentos!


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Leila Pereira cita acordo verbal com Dudu e contratações para 2023: “Não quero que criem expectativas”

Leila Pereira durante coletiva de imprensa do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Em coletiva na Academia de Futebol, Leila Pereira falou também sobre a implementação do reconhecimento facial no Allianz Parque e renovações com outros jogadores do elenco

Na manhã desta segunda-feira, um dia após o Palmeiras encerrar a temporada de 2022, a presidente Leila Pereira concedeu entrevista na Academia de Futebol e falou sobre diversos assuntos. Entre os principais, a mandatária afirmou que a renovação de contrato com Dudu está verbalmente acertada, faltando apenas sua assinatura.

“O Dudu é um ídolo e nosso interesse é que ele fique, assim como ele quer ficar. Vai dar certo, falta apenas a minha assinatura. O contrato não chegou ainda pra eu assinar. Verbalmente está tudo acertado. Ele vai ficar o maior tempo possível no Palmeiras”, revelou a presidente.

Aos 30 anos e um dos principais jogadores do elenco, Dudu tem contrato válido com o Palmeiras até o final de 2023. Recentemente, ele completou 400 jogos pelo clube.

Outro ponto comentado por Leila foi o processo de reformulação do elenco para o ano que vem. A presidente reforçou que o Palmeiras fará aquisições pontuais e que o perfil de jogadores adquiridos será o mesmo das últimas temporadas.

“Manteremos o mesmo perfil [de jogadores] nas contratações, o que irá mudar será a quantidade. Serão poucas que faremos para a próxima temporada. Temos um planejamento e o cumprimos à risca. [Sobre valores] cada negociação é diferente, mas não faremos loucuras. É importante dizer isso porque não quero que os torcedores criem expectativas, como aconteceu no final do ano passado quando assumi o cargo”, declarou.

Nesta reta final de 2022, o Palmeiras estendeu os vínculos de Mayke e Jailson, além de estar próximo de acertar com Dudu. A única saída concretizada até agora é a de Gustavo Scarpa, que a partir do ano que vem atuará no Nottingham Forest, da Inglaterra.

Confira outros trechos da entrevista de Leila Pereira:

“Tiveram várias especulações e sondagens, mas proposta formal não ocorreu. Não há nada concreto. Se vier, conversaremos com a família do atleta e veremos o que é melhor para o jogador e para o Palmeiras. Ele vai ficar conosco até fazer 18 anos, isso me dá tranquilidade”.

“Sou a presidente do Palmeiras, quem define quem joga ou não é o Abel e sua comissão técnica. Ele irá fazer a melhor escolha”.

“Vamos conversar com os dois. Alguns já renovamos e outros nós apenas estávamos aguardando o término do Brasileirão” – os dois têm contrato até o fim do ano que vem.

  • Dívida com a Crefisa

“A dívida vem diminuindo com vendas de jogadores e também com os prêmios pelos títulos que a Crefisa pagaria ao clube. Os valores estão sendo abatidos. Isso foi acertado na gestão do Maurício Galiotte. [Sobre outras pendências] fazemos de tudo para honrar as anteriores, mas nossa prioridade é sempre pagar em dia os salários dos nossos profissionais. Vamos manter os pés no chão e acredito que estaremos mais confortáveis daqui uns 2 anos”.

  • Papel de Abel na saída e chegada de jogadores

“Só autorizo venda ou compra de jogadores quando a nossa comissão técnica ratificar. Se chegar algo concreto para os nossos atletas, sentarei com o Abel e definiremos juntos”.

  • Casos de cambismo

“Os únicos ingressos encontrados nas mãos dos cambistas foram de cadeira cativa do ex-presidente Mustafá Contursi. Não é verdade que tenha saído das mãos dos nossos diretores ou conselheiros. Todos nós estamos colaborando e vamos depor para ajudar na investigação”.

  • Implementação do reconhecimento facial

“Solucionaremos o problema do cambismo com a implementação do reconhecimento facial, do qual já assinei o contrato. A partir do final de janeiro já estará disponível no Allianz Parque essa tecnologia para todos os torcedores que forem aos jogos”.

Everaldo Coelho, diretor de marketing do Palmeiras, faz promessas e deseja 100 mil sócios Avanti até o final do ano

“Atacando em várias frentes”, Everaldo Coelho, diretor de marketing do Palmeiras, faz promessas e deseja 100 mil sócios Avanti até o final do ano.
Reprodução

No comando do marketing do Palmeiras desde o início do ano, Everaldo Coelho concedeu entrevista ao canal de YouTube do jornalista Paulo Massini, na noite de segunda-feira

Na noite de segunda-feira, Everaldo Coelho, novo diretor de marketing do Palmeiras, concedeu entrevista aos jornalistas Paulo Massini, Diego Iwata e Willian Correia e garantiu a todo instante que o Palmeiras “está atacando em diversas frentes [no marketing]” para gerar mais receitas ao clube, mas não se aprofundou em nenhum tema e preferiu também não estipular prazos.

O diretor comentou sobre a entrada do Palmeiras no marketing digital (e-sports, metaverso, NFTs), o patrocínio no futebol feminino e nos esportes amadores, o alcance do Avanti, defendeu o valor pago pela Crefisa para patrocinar o clube, entre outros assuntos.

“Eu, com 45 anos [de experiência] trabalhando no setor financeiro, aprendi que a gente só coloca prazo quando está fechado. E a presidente é a primeira a cobrar os prazos que a gente se prontificou a colocar. Algumas coisas estão caminhando, mas tenho a visão que temos que fechar com parceiros de relevância. Estamos em um momento de transformação. Assumi no começo desse ano e nesses dois primeiros meses tivemos o atropelo natural do Mundial, tivemos a reestruturação do departamento, que foi necessário. Se falar que o carro está trocando o pneu andando, pode até ser”, disse.

“Temos um patrocínio forte, temos grandes parceiros. A gente tem que evoluir aquilo que a gente imagina que pode melhorar. Minha prioridade hoje é que o torcedor Avanti seja melhor atendido. Estamos discutindo patrocínios para os outros esportes, há valores e preços, é preciso negociar cada um deles. As propriedades são infinitas e temos que achar outras formas de comercializar. Naquilo que a gente tem, está tudo caminhando dentro do que nós esperamos. Tudo requer calma”.

Confira os principais temas respondidos por Everaldo Coelho

  • Restruturação no departamento de marketing

“Sob minha gestão, além do marketing, temos a comunicação e a TV Palmeiras. Somadas essas três áreas temos 44 profissionais […] Houve uma restruturação em cargos gerenciais porque havia um em cada produto oferecido pelo clube (licenciamento, lojas físicas e online, escola de futebol, entre outros), e isso não me parece ser muito adequado. Por isso fizemos a restruturação. A gente entende que, em uma visão mais piramidal, com gestão e equipe para gerir cada processo que queremos trabalhar, é muito mais rápido e conseguimos resultados maiores”.

  • Maketing digital

“Estamos trabalhando fortemente em uma plataforma única de relacionamento com o torcedor. Para que tudo que o torcedor quiser, ele acesse lá. E aí vai para FanTokens, NFTs, Metaverso, realidade aumentada, carteira digital. Na inteligência artificial, você precisa estar dois passos na frente. Estamos focados nessas frentes. O Palmeiras irá ‘surfar nessas ondas’”.

  • E-sports

“Estamos trabalhando em uma frente diferente em relação aos outros clubes que entraram no E-sports. Eles entraram com parcerias e a maioria não deu certo. Estamos vendo de transformar em uma atividade esportiva dentro do Palmeiras, queremos criar uma equipe, temos dois parceiros fortes, que ainda não podemos revelar. Essa modalidade [o E-sports] vem crescendo muito no mundo inteiro, os influencers deste segmento têm grande envolvimento com os jovens. A gente está investindo forte”.

  • Sócio Avanti e Match Day (ações no Allianz Parque em dias de jogo)

“Queremos chegar aos 100 mil sócios Avanti até o final do ano. Estamos trabalhando fortemente nisso. Até julho quero entregar o Match Day completo, no nível que vemos fora do Brasil. Há algumas coisas que ainda não podemos revelar, mas terá atrações em que a pessoa entra e participa, principalmente o Avanti. Ele será cada vez mais valorizado, vamos entregar novas experiências. Não será apenas um simples espectador”.

“Para o torcedor Avanti que está fora de São Paulo, a primeira coisa que fizemos foi a carreta interativa, que tem os troféus da Libertadores, os mascotes e ativação do Avanti. Nós vamos cada vez mais construir eventos. Temos muitos consulados. Estamos construindo muitas coisas para que essa relação seja cada vez melhor, como por exemplo levar a equipe para fazer uma pré-temporada em outro estado”.

  • Patrocínio para o futebol feminino e outros esportes

“[Sobre o futebol feminino] estamos terminando uma discussão com 3, 4 parceiros. Por questão de confidencialidade não podemos abrir ainda. Assim como no basquete, futsal. Estamos fechando um pacote com eles. Há muitos interessados em várias formas de patrocinar o Palmeiras”.

  • Patrocínio de empresas no ramo de apostas esportivas

“O Palmeiras tinha uma parceria com uma casa de apostas até o final do ano passado. Encerramos aquele contrato e hoje estamos discutindo valor com 4, 5 empresas. Temos que nos preocupar com quem está se relacionando com a marca Palmeiras. Sou guardião da marca. Temos várias propriedades que podemos usar [para colocar a casa de aposta]”.

  • Sobre o patrocínio da Crefisa

“Não dá para falar que esse patrocínio está defasado. São mais R$100 milhões (R$80 pelas propriedades da camisa mais premiações). Se vier uma nova empresa, disposta a investir e que dará mais dinheiro ao Palmeiras, estendemos o tapete verde. A Leila já havia falado sobre isso em sua coletiva de apresentação”.

  • Sobre a proposta de campanha de Leila Pereira para diminuir o preço da camisa oficial

“Tivemos reuniões com a Puma e estamos buscando uma saída para isso. O preço da camisa é realmente alto para os brasileiros. Estamos discutindo alternativas criativas com a Puma, para vermos como a gente consegue minimizar esses efeitos. Não é simples [é preciso pagar royalties à Puma]. Os dois lados precisam abrir a mão de algo. Se eu tirar os royalties, eu perco receita, mas consigo de certa forma compensar de outra forma? Estamos vendo. Nunca vamos chegar ao preço que custa hoje uma camisa pirata, mas estamos trabalhando para chegar a uma solução mais viável”.

Palmeiras e Crefisa anunciam a renovação do contrato com valores recorde

O Palmeiras e a Crefisa anunciaram no início desta tarde a renovação do contrato de patrocínio, válido para o triênio 2019-2021. Em entrevista coletiva, o presidente Maurício Galiotte e Leila Pereira, dona da empresa, divulgaram alguns detalhes do novo contrato, que tem valores recorde.

Os pagamentos da Crefisa ao Palmeiras contemplarão quatro modalidades anuais a saber:
Luvas: R$ 15 milhões
Camisa: R$ 81 milhões
Propriedades de marketing: R$ 6,8 milhões
Premiações: até R$ 34 milhões

As premiações contemplam a conquista de títulos e a classificação para a Libertadores do ano seguinte. Não foi detalhado o quanto cada conquista compõe desses R$ 34 milhões. Desta forma, o valor anual garantido a ser pago ao clube é de R$102,8 milhões, podendo atingir até R$ R$ 136,8 milhões, perfazendo até R$ 410,4 milhões ao final dos três anos, caso o Palmeiras vença todos os campeonatos que disputar.

A maior parceria do futebol brasileiro

Leila Pereira e Maurício Galiotte
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

A Crefisa – e posteriormente a FAM, outra empresa do grupo – auferiu um crescimento espantoso após atrelar sua marca ao Palmeiras. O clube, por sua vez, conseguiu acelerar o processo de estabilização econômica iniciado em 2013 e hoje tem os índices financeiros mais saudáveis do país, disparado. As conquistas esportivas falam por si. Não há dúvidas: é a maior parceria do futebol brasileiro.

Sabemos que o processo, no entanto, teve percalços sérios. Emoções muitas vezes superaram a razão. Planos foram alterados, relações importantes foram abaladas e até destruídas para que se chegasse a este ponto. Alguns sacrifícios poderiam ter sido evitados.

A relação do Palmeiras com a patrocinadora, que também é conselheira, passa por uma promiscuidade política perigosa. Está dando certo agora e isso é mérito do presidente. Pode continuar dando certo por muito tempo. Mas o perigo é constante e todas as atenções para resguardar os interesses do Palmeiras, em primeiro lugar, são indispensáveis.

Que o presidente Galiotte tenha sabedoria para manter a tudo e a todos em seus devidos lugares, e conduzir todas as situações para o bem maior do Palmeiras. Que tenha aprendido com os erros que cometeu para não precisar sacrificar mais nada.

Que consiga, acima de tudo, manter o Palmeiras no protagonismo do futebol brasileiro durante seu mandato, e que encaminhe a situação da melhor forma possível no processo político ao final de 2021, quando deixará o cargo, para que o Palmeiras siga sendo bem administrado e não volte a ser sangrado por tantos animais de rapina que seguem circundando o clube.


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