
O Palmeiras ganhou do Athletico em Curitiba, resultado que poucos serão capazes de repetir neste campeonato, e “recuperou” dois dos quatro pontos perdidos nas rodadas iniciais. O placar favorável diminui a pressão sobre Luxemburgo, que terá uma raríssima semana livre para treinos após o clássico contra o Santos no Morumbi.
O resultado, no entanto, não consegue mascarar o futebol de baixíssimo nível apresentado pelo time.
O Palmeiras tem uma defesa bastante sólida; os gols tomados nos últimos jogos foram de bola parada ou lances fortuitos. Mas o ataque é de riso – para os adversários, porque a nossa torcida padece miseravelmente ao ver a absoluta inoperância de um grupo notadamente qualificado tecnicamente, mas que não consegue produzir nada coletivamente.
O Palmeiras não joga e não deixa jogar. Sabe aquele timinho chato que termina o campeonato em nono lugar? Hoje, somos nós.
O que dizem os números

Desde a volta da paralisação, o Palmeiras marcou nove gols em nove jogos. Só balançou as redes mais de uma vez contra Água Santa e Santo André.
Jogo do Palmeiras hoje é assim: tem força para achar no máximo um gol, quase todo jogo, quando não para no goleiro adversário ou nos erros de finalização. E assim como nos gols sofridos, normalmente esse nosso gol sai de uma bola parada ou de uma falha defensiva.
Isso nos permite projetar uma campanha mais ou menos assim: 22 empates, sendo 13 por 1 a 1 e 9 por 0 a 0; 10 vitórias (8 por 1 a 0 e 2 por 2 a 1) e 6 derrotas, todas por 1 a 0. 52 pontos, 25 gols marcados e 21 sofridos.
Se fôssemos um time do chamado bloco médio do futebol brasileiro, essa performance estaria excelente. Meião de tabela, sem susto quanto a rebaixamento. Tapinha nas costas do técnico: “Parabéns, quase deu Libertadores, hein?”
Passes: ou de lado, ou para trás

Somos o Palmeiras, o Campeão do Século XX, o maior levantador de troféus do futebol brasileiro. Não podemos nos contentar com uma projeção medíocre como essa.
Já são nove jogos e a paralisação de quatro meses cada vez menos serve como justificativa. Não há nenhum time jogando o fino da bola, longe disso, mas o sistema ofensivo dos outros, com os mesmos problemas físicos e de calendário, evolui.
A criação do Palmeiras é um solo arenoso de onde só brotam cactos. Os jogadores estão viciados em dar passes para o lado ou para trás, isso quando não apelam sem dó para os chutões da defesa.
Ontem, Rony (após chutão) arrancava livre em direção ao gol quando subitamente deu um corrupio para tocar para trás – Lucas Lima fez o gol que acabou anulado.
Esperança

Ainda temos esperanças deste panorama mudar um pouco. Gabriel Veron está em fase final de transição física e pode voltar ao time no clássico. Se ele não for contaminado por essa tendência horrenda de jogo horizontal – como já aconteceu com Patrick de Paula e Gabriel Menino – algo diferente pode acontecer do meio para a frente.
A liderança de Felipe Melo também faz falta. A despeito de Luan estar fazendo uma sequência impecável, o veterano camisa 30 se escala pela personalidade e pela capacidade de contagiar o time.
A combinação da vitalidade de Veron com a liderança de Felipe Melo pode ser a chave de uma reação. Na verdade, é a última esperança.
Porque se a dupla Luxemburgo/Copertino, a esta altura, desenvolver algo diferente na criação do time, será uma grande e agradável surpresa.
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