Premiado, Zé Rafael celebra 3ª temporada como volante e período vitorioso no Palmeiras

Zé Rafael em disputa pelo Palmeiras contra o América-MG, durante partida válida pela trigésima sétima rodada do Brasileirão 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Zé Rafael citou começo de nova função com Luxemburgo, continuidade com Andrey Lopes e confiança dada por Abel Ferreira

Titular absoluto do Palmeiras, Zé Rafael recebeu seu primeiro prêmio individual na tarde de segunda-feira, o troféu “Bola de Prata”, entregue pela ESPN. O camisa 8 foi escolhido para o meio-campo ideal do Brasileirão, ao lado de André, do Fluminense.

Antes meia ofensivo, Zé foi recuado para a posição de volante no começo de 2020, com Vanderlei Luxemburgo, e consolidou-se com Abel Ferreira, chegando a alcançar números expressivos na temporada. Foi o segundo do time em desarmes (104) e em ações defensivas no ano (126), ficando atrás somente de Marcos Rocha.

“O Abel tem muita importância no meu desenvolvimento. Comecei 2020 mudando de posição com Luxemburgo, numa função mais recuada. O Cebola [Andrey Lopes] deu continuidade e teve importância muito grande”, disse o jogador, em entrevista após a premiação. “Aí o Abel trouxe novidades, confiança e depositou isso na gente. Eu e toda nossa equipe evoluímos juntos para conquistar nossos títulos”, completou.

Desde que desembarcou no Brasil e começou a treinar o Palmeiras, Abel Ferreira tem em Zé Rafael um de seus jogadores de confiança. Não foram poucos os elogios do treinador ao jogador, começando pelo reconhecimento do esforço, quando Zé atuou um período com o tornozelo lesionado, passando por chamá-lo de “Robocop” da equipe.

“Ele é o nosso ‘Robocop’. É fantástico o que faz pela equipe. Não é só pelos gols, mas pela energia e intensidade que coloca. Divide cada bola como se fosse a última. É o jogador do futuro”, disse Abel, depois da vitória palmeirense por 2 a 1 sobre o Juventude, no Allianz Parque.

Além da capacidade de desarmar e criar jogadas, o camisa 8 se destaca por sua força física e regularidade. Foram 61 jogos na temporada, sendo 55 como titular, o segundo do elenco que mais atuou, empatado com Rony.

Volta por cima de Zé Rafael

Até a consolidação na equipe titular, Zé Rafael passou por momentos de baixa no Palmeiras e muitas críticas da torcida, chegando a ter seu nome pichado nos muros do Allianz Parque. Agora multicampeão, o jogador vê aquele período como um aprendizado.

Zé Rafael do Palmeiras comemora a conquista do Campeonato Brasileiro, após partida contra o América-MG válida pela trigésima sétima rodada do Brasileirão 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

“Eu cheguei em 2019 e foi um ano difícil para o clube, não conquistamos os títulos e isso gera cobranças individuais. Todos sofreram naquele ano, nomes pichados e pedidos para alguns irem embora”, disse.

“Mantive a cabeça boa e tranquila, sabia que era questão de tempo para o resultado aparecer. Todos trabalhamos e demos a volta por cima. Foi uma cobrança geral e hoje estou feliz depois de mudar de posição. Foi um ano de aprendizado e dedicação. Hoje colho os frutos para chegar nesse grande dia [da premiação]”, completou.

Abel se torna o técnico com mais títulos internacionais da História do Palmeiras

Abel Ferreira comemora conquista da Recopa Sul-Americana após jogo do Palmeiras contra o Athletico-PR, durante segunda partida válida pelas finais da Recopa Sul-Americana 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Há pouco mais de 1 ano e 4 meses no Palmeiras, Abel superou Luiz Felipe Scolari em conquistas internacionais pelo clube

Zé Rafael e Danilo foram às redes e o Palmeiras levantou o troféu da Recopa Sul-Americana no Allianz Parque. Com o título sobre o Athletico-PR, Abel Ferreira alcançou mais um recorde em sua trajetória como comandante do Verdão: superou Felipão e tornou-se o técnico com mais títulos internacionais na História do clube.

São três conquistas no total (Libertadores de 2020 e 2021 e Recopa 2022) do atual comandante, ante duas do histórico treinador palmeirense (Libertadores de 1999 e Copa Mercosul de 1998) – além deles, outro técnico que também conseguiu um título internacional pelo Palmeiras foi Ventura Cambon, que foi o técnico na Copa Rio de 1951.

No Palmeiras há pouco mais de um ano e quatro meses, Abel Ferreira acumula outros feitos importantes. Ele é o treinador com mais jogos (45) e vitórias (27) no Allianz Parque; é o único a ganhar dois títulos em uma mesma temporada no século XXI; e é o comandante que mais vezes conquistou a Libertadores pelo Palmeiras (duas vezes – 2020 e 2021).

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Athletico-PR, durante segunda partida válida pelas finais da Recopa Sul-Americana 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

No total, Abel já esteve à frente do banco de reservas do Palmeiras em 104 oportunidades, com 57 vitórias, 26 empates e 28 derrotasCom ele no comando, a equipe marcou 184 gols e sofreu 101.

Abel Ferreira iguala feitos de técnicos uruguaios em números de títulos pelo Palmeiras

O triunfo sobre o Athletico-PR foi o quarto troféu que Abel Ferreira conquistou em sua passagem pelo Palmeiras. Com isso, o treinador igualou os números de troféus dos uruguaios Humberto Cabelli, comandante em 5 temporadas, e Ventura Cambon, que treinou o clube em 19 temporadas.

Confira os técnicos com mais conquistas pelo Verdão:

  1. Vanderlei Luxemburgo: 8 títulos
  2. Oswaldo Brandão: 7 títulos
  3. Luiz Felipe Scolari: 6 títulos
  4. Humberto Cabelli: 4 títulos
  5. Ventura Cambon: 4 títulos
  6. Abel Ferreira: 4 títulos

O Palmeiras não joga e não deixa jogar: o time mais chato do mundo

Zé Rafael
César Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras ganhou do Athletico em Curitiba, resultado que poucos serão capazes de repetir neste campeonato, e “recuperou” dois dos quatro pontos perdidos nas rodadas iniciais. O placar favorável diminui a pressão sobre Luxemburgo, que terá uma raríssima semana livre para treinos após o clássico contra o Santos no Morumbi.

O resultado, no entanto, não consegue mascarar o futebol de baixíssimo nível apresentado pelo time.

O Palmeiras tem uma defesa bastante sólida; os gols tomados nos últimos jogos foram de bola parada ou lances fortuitos. Mas o ataque é de riso – para os adversários, porque a nossa torcida padece miseravelmente ao ver a absoluta inoperância de um grupo notadamente qualificado tecnicamente, mas que não consegue produzir nada coletivamente.

O Palmeiras não joga e não deixa jogar. Sabe aquele timinho chato que termina o campeonato em nono lugar? Hoje, somos nós.

O que dizem os números

Palmeiras 2x1 Água Santa

Desde a volta da paralisação, o Palmeiras marcou nove gols em nove jogos. Só balançou as redes mais de uma vez contra Água Santa e Santo André.

Jogo do Palmeiras hoje é assim: tem força para achar no máximo um gol, quase todo jogo, quando não para no goleiro adversário ou nos erros de finalização. E assim como nos gols sofridos, normalmente esse nosso gol sai de uma bola parada ou de uma falha defensiva.

Isso nos permite projetar uma campanha mais ou menos assim: 22 empates, sendo 13 por 1 a 1 e 9 por 0 a 0; 10 vitórias (8 por 1 a 0 e 2 por 2 a 1) e 6 derrotas, todas por 1 a 0. 52 pontos, 25 gols marcados e 21 sofridos.

Se fôssemos um time do chamado bloco médio do futebol brasileiro, essa performance estaria excelente. Meião de tabela, sem susto quanto a rebaixamento. Tapinha nas costas do técnico: “Parabéns, quase deu Libertadores, hein?”

Passes: ou de lado, ou para trás

Athletico-PR 0x1 Palmeiras
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Somos o Palmeiras, o Campeão do Século XX, o maior levantador de troféus do futebol brasileiro. Não podemos nos contentar com uma projeção medíocre como essa.

Já são nove jogos e a paralisação de quatro meses cada vez menos serve como justificativa. Não há nenhum time jogando o fino da bola, longe disso, mas o sistema ofensivo dos outros, com os mesmos problemas físicos e de calendário, evolui.

A criação do Palmeiras é um solo arenoso de onde só brotam cactos. Os jogadores estão viciados em dar passes para o lado ou para trás, isso quando não apelam sem dó para os chutões da defesa.

Ontem, Rony (após chutão) arrancava livre em direção ao gol quando subitamente deu um corrupio para tocar para trás – Lucas Lima fez o gol que acabou anulado.

Esperança

Gabriel Veron
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Ainda temos esperanças deste panorama mudar um pouco. Gabriel Veron está em fase final de transição física e pode voltar ao time no clássico. Se ele não for contaminado por essa tendência horrenda de jogo horizontal – como já aconteceu com Patrick de Paula e Gabriel Menino – algo diferente pode acontecer do meio para a frente.

A liderança de Felipe Melo também faz falta. A despeito de Luan estar fazendo uma sequência impecável, o veterano camisa 30 se escala pela personalidade e pela capacidade de contagiar o time.

A combinação da vitalidade de Veron com a liderança de Felipe Melo pode ser a chave de uma reação. Na verdade, é a última esperança.

Porque se a dupla Luxemburgo/Copertino, a esta altura, desenvolver algo diferente na criação do time, será uma grande e agradável surpresa.


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Após dez jogos, Luxa ainda parece estar avaliando o elenco

Vanderlei Luxemburgo
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Numa dessas entrevistas pós-jogo, Vanderlei Luxemburgo mencionou que pretende definir uma formação básica com onze jogadores, seus titulares, e fazer eventuais enxertos nesse time usando mais seis ou sete jogadores, que seriam o grupo principal de trabalho. Depois de dez partidas, ainda não temos uma pista concreta de como Luxa pretende montar essa formação, já que várias formações e esquemas táticos diferentes foram testados.

Na verdade, não sabemos nem se esse conceito de ter um onze definido é verdadeiro ou se é um despiste. Nas três primeiras partidas de 2020, o time reviveu a cara do 4-2-3-1 do ano passado, com um volante mais pegador e outro que sai para o jogo; uma linha de três preparando a jogada para o centroavante, com um ponta, um meia centralizado e um meia jogando pela beirada.

No jogo contra o Oeste o time teve mais uma cara de 4-4-2, com um volante postado (Ramires), uma composição de três meias (Zé Rafael, Scarpa e Lucas Lima) e dois atacantes (Veron e Willian). Já contra o Bragantino, o time ficou mais parecido com um 4-3-3, com dois volantes, um meia e dois pontas abertos.

A partir do jogo contra a Ponte Preta, o esquema foi um 4-3-3 mais ofensivo, com volantes bastante móveis e pontas abertos. Por fim, no segundo tempo contra o Santos, vimos algo bem próximo de um 4-2-4, com um enorme espaço entre o meio e o ataque e com o time excessivamente postado e experimentando as descidas só em contra-ataque.

Santos 0x0 Palmeiras
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras faz uma boa campanha no Paulista, mas o fato do Santo André estar dois pontos à frente no mesmo grupo, somado à falta de vitórias nos jogos contra clubes da Série A (Santos, Bragantino e SPFC) desperta a desconfiança de boa parte da torcida.

É compreensível. Por mais que o estadual seja, hoje, um campeonato nada relevante em termos esportivos; por mais que seja quase um consenso que esse tipo de torneio, que desgraçadamente sobrevive em nosso calendário, deva ser usado para testes e acerto do time, os resultados continuam falando alto. Tivesse o árbitro marcado o pênalti de Pará no segundo tempo no último sábado, as cornetas estariam bem mais amenas.

A variedade de esquemas desenhados por Luxa neste início de temporada sugere que nosso treinador ainda está estudando o elenco. Junto com a comissão técnica, ele parece estar avaliando como os jogadores respondem, isoladamente e em conjunto, em determinadas situações. Com tudo mapeado, ele terá condições de desenvolver melhor cada situação ao longo dos treinos para escolher uma solução tática para cada situação de jogo que o time enfrentar quando a temporada estiver a pleno vapor.

Não sabemos se Luxemburgo está fazendo esses testes de forma sistematizada, com essas variações e modelos previstos num cronograma, ou se está simplesmente chutando, na velha base da tentativa e erro. Mas que parece bem pouco inteligente cobrar, a esta altura do resultado, uma evolução consistente e um padrão de jogo definido, isso parece.

Pior ainda os que põem as mãos na cintura e exigem resultado. Afinal, além de estarmos disputando um campeonato bem pouco importante, estamos na vice-liderança, a apenas dois pontos do líder, à frente dos principais rivais e com o melhor ataque e a melhor defesa. Vamos com calma. Luxa não é nenhum estagiário e é bem improvável que ele esteja completamente perdido, como sugerem alguns desesperados de plantão.

Amanhã teremos Libertadores e não será mais jogo para testes. Luxa escolherá uma entre as diversas variações que experimentou nestes dois meses de trabalho. Será, de fato, o primeiro grande vestibular do Verdão de 2020. VAMOS PALMEIRAS!


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