Campeonato Paulista 1972

O Campeonato Paulista de 1972 foi disputado por 12 clubes em turno e returno, pontos corridos, entre março e setembro. Depois de um ótimo começo de temporada em torneios amistosos importantes, o time sustentava uma invencibilidade que vinha desde o início de dezembro.

No primeiro turno, o Verdão ponteou a tabela com 8 vitórias e 3 empates, e manteve-se sem perder. Os tropeços foram nos clássicos contra SCCP, Portuguesa e SPFC, sempre muito equilibrados. Contra a Portuguesa, o empate veio em cima da marca dos 45 do segundo tempo com Leivinha, após jogada de Luís Pereira na área.

Depois uma excursão pelo mundo, aproveitando uma parada no calendário entre o fim de maio e meados de julho, o time voltou para a disputa do segundo turno. Da viagem, o time trouxe uma derrota na bagagem, num amistoso contra a Seleção da região do Magreb, norte da África.

Na retomada do Campeonato Paulista, no início de julho, um incidente: na partida contra o XV de Piracicaba, no Palestra, o árbitro Renato de Oliveira Braga irritou demais nossos jogadores e o próprio treinador Brandão. O juiz foi cercado ao final da partida, os ânimos se exaltaram e César, que assistiu ao jogo das numeradas, invadiu o campo e supostamente teria agredido o árbitro, o que teria consequências mais sérias posteriormente.

A disputa seguiu e o Palmeiras sustentava a liderança e a invencibilidade no campeonato. Na penúltima partida, o time se salvou da derrota já perto do fim do jogo, com um gol de pênalti de César. Um ponto na frente do SPFC, o Palmeiras precisava segurar o empate no confronto direto, que a tabela caprichosamente reservou para a rodada final, com mando do Palmeiras.

A semana que antecedeu o clássico foi tensa, com pressões para que o Palmeiras mandasse o jogo no Morumbi e ameaças de sequestro a César. O SPFC também estava invicto no campeonato e pela primeira vez desde 1946 teríamos um campeão sem derrotas. O SPFC buscava o tricampeonato; o Palmeiras, um título que não via por seis anos.

O presidente do Palmeiras, Paschoal Giuliano, justificou à torcida palmeirense em anúncio de página inteira nos maiores jornais da cidade que mandaria a partida no Pacaembu, e não no Morumbi, onde “até o gandula é sampaulino”, porque estava mais interessado nos títulos do que no ganho financeiro que um estádio com 100 mil pessoas proporcionaria, cunhando a célebre frase: “as rendas passam; os títulos ficam”.

A partida foi incrivelmente disputada e o Palmeiras, mesmo com a vantagem do empate, pressionou o inimigo desde o início. Forlán chegou a salvar uma bola em cima da risca e o gol do Verdão não saiu por detalhes. A rispidez dos lances custou ao Verdão a saída de Dudu, com uma lesão nas costelas.

No segundo tempo o SPFC abandonou o esquema cauteloso para sair nos contra-ataques e veio pra cima do Palmeiras. Mas ao contrário do oponente, o Verdão não sofreu na defesa diante de atuações magníficas de Eurico, Luís Pereira e Alfredo, e ainda era devastador nos contragolpes – Leivinha e César perderam as chances de fazer o gol do título. Mas não foi necessário: o jogo terminou mesmo sem gols e o empate deu mais um título ao Palmeiras, invicto, e impediu o tricampeonato do inimigo.

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