Felipão pratica o futebol simples e responde ao rótulo de ultrapassado

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Cinco jogos depois da saída de Roger Machado, o Palmeiras segue sem levar gols. Felipão já comandou o time em três partidas, Paulo Turra em uma, e Wesley Carvalho logo após a saída – e em todas o Palmeiras passou sem ser vazado.

O ponto em comum de todos os jogos foi a simplicidade com que o time se postou em campo. Se a diretriz é mudar o comando, um novo trabalho precisa ser iniciado, e nada melhor que uma combinação básica – uma “camiseta e calça jeans” – para começar o desenvolvimento.

Uma dupla de volantes bem instruída e laterais que só sobem na boa. Com esse bê-á-bá defensivo, o Verdão marcou 7 de 9 pontos no Brasileiro e conseguiu bons resultados fora de casa nos dois mata-matas – talvez o empate com o América tenha sido a única ressalva nesse período.

No ataque, o jogo calcado na presença do centroavante voltou a prevalecer. Com Felipão, Borja tem tudo para marcar os caminhões de gols que esperamos desde sua contratação – e até Deyverson já voltou a se reencontrar com as redes.

Ultrapassado?

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Felipão carrega consigo a pecha de ultrapassado. A Copa do Mundo foi um golpe muito forte na carreira do velho campeão e parte da imprensa, com ressentimentos que remontam à década de 90, quando o Flamengo e o SCCP eram judiados pelos times de Scolari, veio à forra. As campanhas fracas no Grêmio de 2015 e no Palmeiras entre 2010 e 2012, apesar do título da Copa do Brasil, ajudaram a mídia a reforçar o estigma – a fragilidade dos dois elencos foi convenientemente esquecida.

Scolari foi à China e ganhou tudo. Mano Menezes, Luxemburgo e Cuca não tiveram o mesmo sucesso – tampouco Alberto Zaccheroni, Fabbio Cannavaro, Radomir Antic, Manoel Pellegrini, Felix Magath, André Villas-Bôas, Sven-Goran Eriksson, Paulo Sousa e Uli Stielike, entre outros nomes importantes do futebol internacional que estão no futebol chinês ou por lá passaram recentemente, lograram tamanho êxito. Vejam a idolatria da torcida do Guangzhou Evergrande por ocasião da despedida de Felipão nesta matéria.

Na volta ao Brasil, nos poucos treinos que a imprensa teve acesso, Felipão mostrou métodos que não são exatamente “ultrapassados”. Períodos curtos, intensidade, espaço reduzido, atividades específicas – totalmente alinhado com os métodos modernos dos “estudiosos”.

Quem esperava só treino físico, preleções cheias de pilha, coletivo e rachão, esperou errado.

Um novo pacote

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Felipão não anda mais acompanhado apenas pelo Murtosa. Ele tem uma equipe de suporte atualizada sob seu comando e mescla conceitos modernos de treinamento com sua insubstituível vivência e conhecimento do ambiente do futebol. Seu carisma é o amálgama que arremata o pacote Felipão.

É verdade que as tabelas ajudaram e nenhum dos adversários enfrentados após a saída de Roger Machado está entre os mais cotados para levantar taças este ano – Paraná, Bahia, América, Cerro Porteño e Vasco são equipes do pelotão inferior do futebol brasileiro e sul-americano. Mas o Palmeiras aproveitou bem as oportunidades e começou a nova etapa de forma promissora.

Sob o comando deste renovado homem de 69 anos, o Verdão está a cinco jogos do título da Copa do Brasil e a sete da Libertadores. Ainda temos 60 pontos em disputa no Brasileirão e mais dois anos de trabalho para buscar mais títulos.

Sob o comando deste vencedor, rodeado pelos camarões que tanto sonhou, alguém ainda está pessimista?


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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