A inglória missão de lutar contra um fantasma

A ótima exibição do Palmeiras ontem no Allianz Parque, como não podia deixar de ser, deflagrou mais um surto bipolar em nossa torcida – desta vez, positivo. A goleada imposta ao Vasco fez com que as redes sociais fossem invadidas por mensagens eufóricas, muitas passando um pouco do ponto – aquele papo bobo de “entreguem as taças” e etc.

O fato é que tivemos realmente momentos de brilho intenso, jamais vistos na passagem de Eduardo Baptista, o que trouxe à tona comparações – a maioria delas, injustas com a capacidade de nosso ex-treinador.

Lutando contra um fantasma

Fantasma de Cuca assombra Eduardo BaptistaEduardo estava tentando impor seu estilo ao time e isso levaria tempo. Mas precisou lutar contra o fantasma de Cuca o tempo todo. A sombra do treinador que comandou o clube na conquista do eneacampeonato jamais deixou de pairar sobre a Academia de Futebol – sobretudo pela mensagem deixada na saída: “vou dedicar um tempo para minha família e volto ao futebol em cinco ou seis meses”.

A frase ecoou no subconsciente de todos: torcida, diretoria – e principalmente jogadores, o que tornou a missão de Eduardo muito mais difícil. Sua única chance de vingar no Palmeiras era ser rápido; impor seu estilo e conseguir resultados e desempenho sem dar tempo para que a saudade de Cuca o assombrasse. Os resultados, ele até conseguiu – sua efetividade de quase 70% de pontos ganhos, no entanto, não foi suficiente para que seu trabalho conquistasse a confiança de todos diante da performance em campo, claramente irregular.

Se Cuca tivesse declarado o fim de sua carreira em dezembro, Eduardo contaria com mais paciência de todos. Provavelmente conseguiria impor seu estilo, teria mais tempo diante da falta de nomes qualificados para substitui-lo. Os jogadores tenderiam a conter a ansiedade, olhar para a frente e acatar com mais carinho suas orientações.

Diante das oscilações, os próprios atletas pareciam desejar profundamente a volta de Cuca. Sabendo que o treinador descansaria apenas por alguns meses e diante da demora de Eduardo em achar um caminho, o elenco, que sofre diariamente com pressões por desempenho, parecia desmotivado – de todos, Dudu e Tchê Tchê eram os que mais aparentavam esse desânimo. A alegria que se viu em campo ontem contrastou gritantemente com o que se via em campo nas semanas anteriores.

Esperança

Cuca usou de sua experiência, capacidade e principalmente conhecimento prévio do elenco para mudar um jogo que, apesar do placar favorável, se mostrava complicado ontem até os 35 minutos do primeiro tempo. E contou com a enorme disposição dos jogadores em fazer tudo dar certo. Não que eles estivessem fazendo corpo mole com Eduardo. O problema era trabalhar sem confiança, sabendo que poderia haver uma chance de tudo se resolver mais rápido.

A pressão pela saída de Eduardo cresceu na esperança que Cuca estivesse realmente no fim de seu período sabático – algo que ninguém poderia ter certeza. Felizmente para todos, isso se confirmou. O Palmeiras acertou na mudança, diante de uma situação incomum, única. Mas que o torcedor não transforme este acerto em regra. Demitir um treinador com quatro meses de trabalho nunca é correto – ou, como o futebol acaba de nos ensinar, quase nunca.

62 comentários em “A inglória missão de lutar contra um fantasma

  1. De coitado não tem nada, tá mais pra prof, Pardal, se não tivesse invetado tanto, não precisa mudar de uma vez a maneira Cuca de Jogar, fosse mudando aos poucos, depois a história de alguns jogadores chegarem para o jogo da Ponte um pouco alterados(alcoolizados) vem a publico e fala que não foi ele q autorizou a dispensa de concentração, pagou o pato por não ser inteligente, vai treinar outro, mas só fará bons trabalhos em times médios e pequenos.

  2. Acredito que o Eduardo Baptista é um excelente treinador. Em um elenco de pouca qualidade técnica, como por exemplo o Vasco, um treinador que consegue fazer uma defesa forte e uma marcação que busca não tomar gols e depois buscar se houver oportunidade, é um excelente nome. O elenco do Palmeiras não é assim, os jogadores já não aceitam jogar assim. Se você é um jogador de futebol hoje em dia e olha para o lado e vê Dudu, Roger Guedes, Borja, Willian, Keno e outros, e ao mesmo tempo o discurso do treinador é “não vamos tomar gol, vamos buscar o 0x0” é irritante.
    Em pouco tempo veremos o EB treinando outro time. Boa sorte pra ele, mas que o Palmeiras nunca volte a ter um elenco que precise de um treinador como ele. São os meus desejos.

  3. Que loucura isso , o quase e’ correto, mas se o Cuca nao estivesse disponivel o EB ainda estaria aih, e uma hora ia encaixar, nao deu tempo e’ a vida,

  4. É muito difícil você entrar numa empresa onde todos já desconfiam de você. Apesar do apoio da maioria, ele teria que ter um desempenho muito bom, o que infelizmente não aconteceu…

  5. Agradecemos ao EB, boa sorte em sua empreitada e que seja muito vitoriosa. Mas chega ja, foi muito pano pra manga esse assunto.
    Quanto em qualquer outra linha de trabalho, se você não performa, você eh cortado. Simples.
    EB ganhou mas nao performou. Não se pode esperar por um tropeço maior para aparar arestas. Não se espera seu filho tomar choque na tomada para protege-las.
    Sacado do posto, EB não soube comandar com a qualidade técnica necessária para esse esquadrão. Cuca chegou e em poucos dias, mostrou como se faz, como mudar o time sem mudar o time.
    EB obrigado
    Cuca belo cartao de visitas.

  6. A passagem do EB fica marcada pela fantástica coletiva, detonando a imprensa, em particular o decadente kifuro. Aquilo sim foi digno de nota, ganhou meu respeito. E penso que até de torcedores de outros times, que se viram representados. Desejo muito boa sorte a ele!

    1. Só discordo de chamar ele de decadente. Pra ser decadente, teria que ter sido bom alguma vez na vida e isso nunca aconteceu.

  7. 70% são bons em termos quantitativos mas qualitativamente é uma análise pouco efetiva pois a maioria desses jogos foram disputados no estadual e contra equipes bastante fracas.

  8. EB que me desculpe, mas se ele continuasse, duvido que ficaria por muito tempo. O único jogo que ele realmente convenceu foi contra o SP no Allianz.

    1. SP tava morto naquele jogo, fui em 90% dos jogos no Allianz e a torcida precisava gritar para ele fazer as substituições, o limite pra mim foi no jogo contra a Ponte aos 30 do segundo tempo “perdendo por 3 X 0” e o cara não substituia ninguém, a torcida teve que gritar para o apático fazer alguma alteração e sempre naquele esquema de tirar um jogador e colocar outro na mesma posição…ele tem muito a evoluir

      1. Não acha muita pretensão sugerir que a torcida determinava quando o técnico faria as substituições?

        1. Não acho, não sei se você vai ao estádio mas por diversas vezes isso aconteceu, repito no jogo que fomos desclassificados contra a Ponte Preta aos 30 minutos do segundo tempo a torcida precisou gritar pro cara se mexer e fazer alguma alteração…essa era a realidade

  9. Além de todos os motivos que já foram ditos, tem um que eu acho que influenciou muito na demissão do EB: logo após a goleada patética que levamos da ponte, o péssimo e horrendo time do lula foi lá e meteu 3, sem esforço, fácil fácil, e levou a taça. Isso deve ter deixado o pessoal da direção muito puto, e escancarou a incapacidade do EB, visto que o sccp tb é treinado por um estagiário e tem um elenco ridículo perto do nosso.

    1. Discordo também! Não deu liga. Mas o verdazzo tem uma linha de raciocínio com técnicos que graças a Deus não é a mesma do Palmeiras. Pelo verdazzo estaríamos com Oswaldo Oliveira até hoje.

  10. Eu concordo 100% com a análise do Post.

    A única coisa, no processo todo, que me pareceu destoante da espontaneidade com que os fatos foram ocorrendo, culminando na demissão do ex-treinador e na recontratação do Cuca, foram as falas do presidente, tanto no anúncio da demissão quanto na apresentação do Cuca.

    Nos dois momentos, ele referiu-se à saída do Cuca em dezembro como “um pedido de 5 meses” e, nos dois momentos, essa alusão aos 5 meses me deu a impressão de ter o retorno como algo pré-acertado.

    Vejam que não estou inferindo ou conjecturando, apenas externando a impressão que ambas as falas me deram.

  11. Eduardo tem lá seus conceitos e ideias, mas ainda tem muito o que aprender. Não sabe identificar focos (e contê-los) de descontentamento e insegurança dos jogadores, tem dificudades em fazer a leitura do jogo, e principalmente, pensa demais nas substituições, coisas que só ele vê e pensa, o que claro, nunca dá certo. Era batata: ele substituia alguém e 99% da torcida pensava: “whatahell???”, para depois, na coletiva, ele justificar, e até fazia sentido a explicação, mas a substituição exigia que o jogador pensasse demais no porque estava entrando, dificultando a assimilação.

    Mas a verdade é que ele não tem culpa, e sim quem contratou. O cara é verde, inexperiente e despreparado para o cargo, todos sabemos que técnicos com o perfil dele não funcionam no efervescente Palmeiras, e mesmo assim, decidiram arriscar. Perdemos o paulista, e a diretoria só se mexeu, porque viu que a Libertadores estava indo pelo ralo também (e ainda pode ir, vira essa boca pra lá!). Para dirigir o Palmeiras, tem de ser técnico cascudo, vivido. Aventureiros não tem vez.

    A sombra do Cuca era o menor dos problemas…

    1. Perfeito, extremamente perfeito sua colocação…EB era questão de tempo, em qq roda de palmeirense ou buteco se falava isso, EB não ia aguentar…

  12. Eu fico feliz demais com o resultado e, como todos, com o futuro que se desenha em 2.017. Entretanto, tem muita coisa acontecendo que me incomoda demais! Eu suponho que eu seja um “nobrete” porque eu achava tudo que o Nobre fez correto. Como o Nobre, eu prefiro a falta dos milhões da Dna Leila do que negociar uma cadeira no conselho. Eu prefiro a Mancha fora do Palmeiras, eu prefiro a Academia blindada. Nao gosto, antes detesto, depender do Cuca. Como o post é sobre a interface Cuca x EB eu fico com a impressão que não estamos no caminho certo a longo prazo. Tomara que o Galiotte consiga, devagar, usar o resultado do campo para corrigir a rota do Palmeiras. Insisto em separar as coisas. Tomara que eu esteja vendo chifres em cabeça de cavalo mas o céu nao me parece azul como antes…ainda que o resultado do jogo e a perspectiva do ano sejam boas.

  13. Eu acho que ele poderia ter lidado com a sombra de um jeito diferente, poderia ter começado mantendo o esquema de jogo do Cuca, que deu certo, e ir aos poucos pondo seu esquema de jogo como uma variação tática.

    Deixaria os jogadores confortáveis com o que já deu certo e com o tempo poderia até “provar” que seu esquema era melhor.

    Talvez com pressa de impor sua filosofia de jogo, esqueceu que lidava com seres humanos, que odeiam mudar o que vem dando certo.

    Desejo sorte ao EB e acredito que ele conseguirá mostrar seu conhecimento muito em breve!

  14. Eduardo Batista teve a sua oportunidade e é totalmente responsável por ela.
    A “sombra de cuca”, jogadores, torcida e diretoria não devem carregar qualquer parcela de culpa pela sua demissão. Muito pelo contrário, EB contou com o apoio de todos na sua caminhada.
    Ao contrário de seus números, construídos em sua maioria em cima de times da série B,C e D do futebol Brasileiro, o desempenho/nível técnico do time (de modo geral) caiu diante de seu comando. Tche Tche e Dudu, não jogaram pior porque estavam tristes ou chateados. Jogaram pior porque EB fez escolhas e opções táticas diferentes daquelas que poderiam extrair o melhor de seus comandados. Mina, Jean, Fernando Prass e Zé Roberto, para citar alguns, são outros que também estavam entregando abaixo daquilo que costumeiramente observamos temporadas passadas. A proposta de jogo do EB definitivamente não estava evoluindo. Mattos tinha o passado recente em MO (que contou com toda paciência do mundo) como uma referência, e entendeu que EB estava trilhando o mesmo caminho. Galliote em coletiva pós demissão transpareceu a mesma leitura.

    Acredito que Eduardo Batista seja um homem sério, trabalhador e merece todo respeito do mundo. Tem potencial e deve usar essa experiência como aprendizado para seu crescimento profissional.
    Por ora, seu livro se fechou no Palmeiras. Obrigado e boa sorte!

    1. Ótimo comentário, EB foi uma aposta que durou o Paulista e nada mais…ainda bem que não acabou com nossa Libertadores, mas quase!

  15. Cara. Não dá pra defender o EB com base nos quase 70% de aproveitamento, ele jogou na maioria das vezes contra equipes fracas do paulista e quando foi pra valer tomou 3 da ponte preta. A análise tem que ser do desempenho e organização do time em campo, e nesse ponto ele sempre deixou a desejar.
    O palmeiras do EB não sabia o que queria, se marcava pressão ou meio campo, se tocava a bola ou esticava, se usava 3 ou 2 zagueiros. A linhas sempre com muito espaço, time sem aproximação e jogadas básicas de linha de fundo etc.

  16. EB tentou impor um estilo de jogo que seus times não praticavam. A Ponte e o Sport jogavam fechados e matavam o jogo no contra ataque (4141 funciona assim, vide times do Tite). No Palmeiras, a filosofia de jogo é outra e ele não conseguiu se adequar.

  17. A diretoria errou ao escolher uma promessa para dirigir um time montado, reforçado, campeão e com expectativas imensas. Dou um desconto pq não havia grdes nomes no mercado, mas insisto q naquela situação o melhor a fazer era ter efetivado o Valentim, como flamerda e gambás fizeram.

    1. Esse:

      “No Paulistão, Alberto Valentim foi bancado pela diretoria até o fim do
      campeonato, mas o time colecionou fracassos, tanto que lutou contra o
      rebaixamento até as rodadas finais, escapando ao segurar um empate sem
      gols diante do Ituano, no Novelli Júnior.”

      Me desculpe, mas isso sim seria um erro estrondoso!!

      1. É covardia avaliar o cara a partir do elenco do Ituano. Todas as vezes q assumiu interinamente o Palmeiras, Valentim foi bem.

        1. Na boa, ser interino não quer dizer nada, acho mais correto analisar um trabalho no qual ele tem o elenco sob seu controle por um período maior.

          Não sou fã do EB, mas acho que em dezembro a contratação dele fazia mais sentido do que a do Valentim.

          E veja q o desempenho foi considerado ruim até para o RBB.

          Abçs

  18. O problema é que EB era a pior opção de todas para substituir Cuca. Treinador de time pequeno/médio, que não conseguiu fazer render um bom time que teve nas mãos, no caso, fluminenC. Não haveria fantasma de Cuca se o escolhido não fosse tão incompetente e incapaz de comandar um elenco tão bom como o do Palmeiras.

  19. Uma das diferenças do Cuca para o EB e MO é que ele não é “apegado” a nenhum esquema tático. MO e EB pareciam q só sabiam jogar em um esquema e a teimosia atrapalhou ambos.

    1. EB não tem nada a ver com MO. EB fazia 175 esquemas táticos no mesmo jogo e nada dava certo… MO não era técnico de futebol.

  20. O grande erro do Eduardo foi alterar totalmente o esquema do Cuca assim que chegou, se ele tivesse continuado e depois fosse dando a “sua cara” ele estaria no cargo até hoje.

  21. Até hoje sinto a vergonha de termos demitido o EB da forma que foi. Lógico que queria o Cuca, mas a forma que a diretoria tratou o profissional é vergonhosa. Mas enfim, vida que segue. Mauro beting falou em seu blog que Cuca ligou para o EB muito provavelmente para se explicar, essa ação do Cuca me dar um pouco de alento.

      1. Isso mesmo vergonha. Tudo que é rival faz merda aí e sou o primeiro a criticar e zoar, aí quando acontece comigo vou fingir que nada aconteceu?! Me desculpe cara, mas eu tenho vergonha na cara.

        1. “Vergonha” por que motivo? O treinador estava voando?

          Ele teve 5 meses e não conseguiu aplicar UMA única filosofia dele no time.

          Dos 4 grandes times do Estado, o Palmeiras foi o que mais perdeu esse ano, sabia? Até aquele catado dos gambás mostrou maior consistência que nós durante todo o começo do ano.

          A zaga, melhor zaga até dezembro de 2016, passou a virar uma peneira, a tal da “marcação por zona” que é tão defendida por ai nunca foi absorvida pelos jogadores, não sei se por teimosia ou por ser mal treinada… ontem a “marcação homem a homem” que é tida por muitos como pior, não sofreu nenhum gol na partida.

          Quanto tempo fazia que você não via o Palmeiras sobrar num jogo como fez ontem? Vai me dizer que os times do Paulista eram melhores que esse Vasco ai?

          Viu como Cuca em 1 semana de papo recuperou pelo menos 3 jogadores que tinham caído demais de produção? Tche Tche e Dudu voltaram a ser os do ano passado, e duvido que seja uma coincidência.

          Eduardo Baptista foi mandado merecidamente! Não houve nada pra se envergonhar.

          1. Na verdade, vergonha foi ter demorado tanto pra tomarem tal atitude.

        2. EB era concursado? Tinha estabilidade no cargo? Teve 5 meses pra trabalhar com um timaço e conseguiu destruir tudo o que Cuca construiu em 8 meses.

        3. Tenho dó de muita gente, mas não de um cara que vai levar milhares de reais por causa da rescisão. E EB não fez por merecer o salário que recebia.

    1. Eu entendo o que você quer dizer, só não sinto essa “vergonha” porque o Eduardo em 4 meses não conseguiu fazer nada com o melhor elenco do Brasil…

    2. Vergonha? Profissional foi contratado, metas foram estabelecidas, profissional não atingiu as metas, profissional foi demitido.

      Vergonha seria se, o EB estivesse mandando muito bem, mas algum dirigente o trocasse por outro técnico de seu interesse ($$$). Ou se a diretoria tivesse escurraçado ele públicamente.

      Não teve nada de vergonhoso, e sim de profissionalismo por parte do Palmeiras.

    3. Meu chapa , vc parece estar vítima do “políticamente correto” que assola o mundo. Os argumentos específicos antes e depois postados dão conta de demolir sua colocação. Vergonha é um sujeito mostrar-se incompetente e não ter nenhuma autocrítica.Reveja sua
      s análises.

  22. Acho que uma coisa precisa ser notada, que existe um velho ditado que diz que “em time que está ganhando não se mexe”. Não vejo demérito em alguém entrar num time e manter o trabalho que estava sendo feito. Essa tiriça que coça a nuca do cara até ele impor o “estilo” dele, acho isso uma tremenda bobagem. Manter um trabalho vencedor não desmerece ninguém, alias, conseguir manter um trabalho de sucesso também significa grandeza, mas parece que essa mania de entrar numa empresa e querer desqualificar o trabalho que estava sendo feito é regra em todo lugar. Enfim, entendo o texto e concordo, mas também entendo que ele podia ter usado o fantasma a favor dele, e ele sabia que teria esse fantasma lá. Não precisava ser assim, EB era muito gente boa e profissional, mas ele tinha pouco tempo e ele sabia disso.

    1. Concordo, mas quero fazer um adendo: ser técnico não é somente distribuir as camisas e falar: “quero vocês no 4-4-2”. Tem o jeito do técnico trabalhar, conversar, explicar as coisas pros jogadores.

      O EB podia até tentar manter o 4-2-3-1 do Cuca. Mas sem as explicações de como se comportar em campo, sem enxergar possíveis focos de descontentamento, insegurança, etc… os resultados seriam pífios também. E para o EB saber dessas coisas, ele tinha de ter trabalhado como auxiliar do Cuca e observado os métodos dele. Exemplo: Empatite tem no 4-1-4-1 sua tática favorita, e conseguiu fazer os gambás ganharem um Brasileiro com o time todo desmanchado. EB também tentou implantar o 4-1-4-1, e todos sabemos que o melhor elenco da América do Sul, simplesmente desaprendeu a jogar bola. E o Carille, que era auxiliar do Empatite, está clonando TODOS os métodos dele, e por isso, o gambá parece estar sendo comandado pelo Empatite, tá jogando igualzinho.

  23. Eduardo errou na gestão do grupo. É um cara muito técnico e competente mas como a maioria dos profissionais muito técnicos a parte de gestao de pessoas deixa a desejar e ela é muito importante.
    Cuca ontem no programa Resenha e em boa parte de suas entrevistas vem repetindo o que todos nós sabemos mas poucos treinadores sabem trabalhar bem com isso, jogador precisa de confiança para jogar e desempenhar bem em campo.
    Faltou isso ao EB , liderar o grupo e extrair de cada atleta o melhor. Ao contrário ele desmotivou com sua insistência jogadores fundamentais para o time jogar bem. Como Dudu e Tchê Tchê.
    Cuca de chegada já atuou no emocional e na confiança dos jogadores e resgatou a vibração do elenco.
    Elenco do Palmeiras é para jogar com intensidade e em cima do adversário , personalidades fortes e agressivas. A estratégia de EB de querer impor um estilo de controle de jogo não casou com o perfil do elenco.

    1. Eu percebi isso, da pra ver que ele é um cara frio, e na gestão de pessoas isso não funciona!!

    2. Falou tudo. Pessoal pensa que as qualidades de um técnico são apenas escalar, e definir o esquema tático. E na boa, isso é apenas uma pequena parte de tudo que forma um bom treineiro. Por isso que eu digo, o EB é muito, muito fraco pro verdão, não pelos seus conceitos táticos, mas pela incompetência em outros departamentos inerentes a profissão. Técnico verde e inseguro.

  24. Com certeza o maior erro do EB foi ter escolhido não utilizar a base tática que o Cuca havia deixado. Isso fez com que ele voltasse muitos degraus a mais do que o necessário.

    O Palmeiras errou tb ao contratá-lo, pois a diretoria do clube a torcida sabem que esse é o ano para ganhar tudo: Dinheiro de sobra, rivais absurdamente fragilizados, etc. Concordo que deveríamos nos das 1-2 anos para montar um time, mas na prática não acontece.

    1. Concordo, esse foi o maior erro do Eduardo, a insistência no tal 4-1-4-1. E ficou claro ontem, principalmente coma inversão do Jean e Tche Tche, o quanto o Cuca conhece bem o elenco e onde os jogadores podem render mais.

    2. Vou copiar e colar minha resposta para um outro amigo, que fez a mesma observação (não é uma critíca, é mais um complemento pra essa linha de pensamento):

      “Concordo, mas quero fazer um adendo: ser técnico não é somente distribuir as camisas e falar: “quero vocês no 4-4-2″. Tem o jeito do técnico trabalhar, conversar, explicar as coisas pros jogadores.

      O EB podia até tentar manter o 4-2-3-1 do Cuca. Mas sem as explicações de como se comportar em campo, sem enxergar possíveis focos de descontentamento, insegurança, etc… os resultados seriam pífios também. E para o EB saber dessas coisas, ele tinha de ter trabalhado como auxiliar do Cuca e observado os métodos dele. Exemplo: Empatite tem no 4-1-4-1 sua tática favorita, e conseguiu fazer os gambás ganharem um Brasileiro com o time todo desmanchado. EB também tentou implantar o 4-1-4-1, e todos sabemos que o melhor elenco da América do Sul, simplesmente desaprendeu a jogar bola. E o Carille, que era auxiliar do Empatite, está clonando TODOS os métodos dele, e por isso, o gambá parece estar sendo comandado pelo Empatite, tá jogando igualzinho.”

  25. Excelente texto. Não gosto de me aventurar no mundo das proposições, mas me valendo de apenas um “talvez”, talvez se Eduardo Baptista tivesse trabalhado em cima da base já proposta pelo Cuca acho que as coisas poderiam até fluir melhor…entretanto, como disse, é apenas um talvez.

    O Cuca ter voltado nas condições que voltou de fato é algo único e que talvez não venha acontecer tão cedo novamente. Cuca pega um trabalho que ele mesmo iniciou com jogadores que eles mesmo indicou e conheçe o potencial. Entender o momento para colocar Tche Tche na lateral e Jean de volante, e passar a confiança necessária para que tal aconteça `seamless` é algo que nunca veríamos em EB no curto prazo, infelizmente.

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