0
X
0
05/08/2018 - 16:00
A coragem que sobrou a Felipão ao escalar os reservas faltou na hora de colocar o time para frente no segundo tempo e correr mais riscos para tentar a vitória. Mandar Gustavo Scarpa a campo aos 45 do segundo tempo é incompreensível.
Não podemos exigir desempenho de um time que tinha pelo menos oito reservas e cujo técnico ainda está aprendendo o nome de alguns jogadores. O problema foi a falta de atitude do treinador em se lançar à frente, já que, a esta altura do campeonato, empatar ou perder é quase a mesma coisa. Seria mais altivo ter perdido jogo se lançando à frente do que empatar jogando sem correr riscos.
Não se pode confundir a cautela do treinador com apatia dos jogadores. Nossos atletas visivelmente se atiraram em todas as bolas. Faltaram a confiança para definir as jogadas e a liberdade para se lançar com mais força à frente – diante das circunstâncias, nada disso chega a surpreender.
Ao escalar os reservas, Felipão aumentou muito a responsabilidade para o jogo de quinta-feira no Paraguai, onde o empate, aí sim, volta a ser um bom resultado. Só não pode perder. Vamos virar a chavinha e apoiar muito o time, já que o Brasileiro vai ficando, de novo, cada vez mais difícil. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
América-MG
Primeiro tempo
O Verdão entrou com um time bem alternativo para a partida, com apenas três jogadores titulares em campo: Weverton, Moisés e Borja. O risco foi calculado, pensando na Libertadores mas também confiando no nível técnico dos jogadores substitutos, notoriamente superior aos titulares do América. Foi uma cartada corajosa de Felipão.
O Palmeiras começou melhor, controlando a posse de bola, diante de um América que mostrou um respeito acima do normal para nosso time reserva: absolutamente retrancado e (mal) armado para os contragolpes. Adilson Batista é discípulo de Felipão, mas não é dos melhores.
Moisés roubou no meio e tocou para Borja, que acionou Lucas Lima e se projetou; Hyoran acompanhou pela esquerda, recebeu e bateu de esquerda; João Ricardo deu rebote e Lucas Lima recolheu, dentro da área e cruzou no segundo pau; Moisés tentou dominar em vez de empurrar de qualquer jeito e perdeu ângulo; mesmo assim ele ainda rolou para trás e Jean bateu para o gol, mas a bola ficou na zaga.
Wesley bateu falta da direita, muito aberta e com pouco ângulo, direto para o gol; Weverton pegou sem maiores problemas.
Na bobeira dupla de Luan e Jean, Gérson Magrão saiu na cara de Weverton, que saiu do gol e fechou o ângulo; Magrão bateu forte e a bola explodiu no abdome de Weverton, que salvou o Verdão.
Moisés chegou na área com a bola dominada, se enrolou na hora de bater mas acabou sofrendo falta de Matheus Ferraz – André Luiz de Freitas Castro marcou pênalti. Jean bateu muito mal, fraco, e João Ricardo defendeu com facilidade.
Luan errou de novo e deu a bola nos pés de Ruy, que avançou e bateu – Weverton fez boa defesa.
Wesley avançou e bateu de longe, mas pegou mal na bola, que saiu sem perigo.
O Palmeiras tinha muita liberdade para chegar à área do América, mas não aproveitava o espaço. Moisés e Jean pareciam estar arrastando pneus de trator pelo gramado do Independência. Os laterais foram pouco acionados e faltou capricho na hora de armar o bote para a finalização. Somando tudo isso a um pênalti perdido de forma patética, e o zero a zero do primeiro tempo foi justíssimo.
Segundo tempo
Nem Felipão, nem Adilson mexeram em seus times, e o Palmeiras voltou aparentemente com um pouco mais de apetite para o segundo tempo.
O volume de jogo do Palmeiras durou apenas cerca de cinco minutos. O América passou a forçar e Aderlan ganhou fácil de Victor Luis, fez o centro por baixo e Gerson Magrão rolou para trás, para a chegada de Ruy, que ajeitou o corpo e bateu de chapa – a bola beijou a forquilha direita de Weverton, que só torceu.
Bruno Henrique entrou no lugar de Moisés, visivelmente sem físico.
Ótima tabela entre Lucas Lima e Borja; o camisa 20 recebeu de frente para o gol, puxou para dentro e bateu firme, mas a bola foi bem no centro do gol, facilitando para João Ricardo.
Borja também precisou ser substituído por razões físicas – foi seu primeiro jogo em 78 dias, sem contar os três minutos que jogou na Rússia.
Mas o time todo do Palmeiras parecia sentir a parte física, mesmo com jogadores que não estavam em ritmo de jogo tão intenso. O América estava satisfeito com o empate e se limitava a cercar a bola, só descendo na boa.
Hyoran Invadiu a área pela esquerda, fez boa finta em Aderlan e foi tocado – se caísse o juiz daria outro pênalti; Hyoran seguiu na jogada e tentou cruzar por baixo; acabou travado.
Após escanteio da esquerda; Matheus Ferraz escora de cabeça e Carlinhos emenda de primeira; a bola passou à esquerda de Weverton, com algum perigo.
Felipão mandou Gustavo Scarpa a campo para tentar sabe-se lá o que.
Foi tudo o que os times tiveram capacidade de fazer. O juiz encerrou o jogo após 4 minutos de acréscimo – podia ter dado 40, que nada aconteceria.