O Palmeiras venceu o Cerro Porteño por 2 a 0 em Asunción e garantiu o primeiro lugar do Grupo G da Libertadores com 2 rodadas de antecedência. Como ainda vai receber o Sporting Cristal e o Bolívar, a chance de terminar a fase de grupos em primeiro lugar geral, com 100% de aproveitamento, é real. Mais que isso, ainda teremos a chance de fazer esses dois jogos sem muita pressão, poupando jogadores que estejam apresentando desgaste. Enquanto isso, times como Flamengo e Botafogo estão flertando com a eliminação e terão jogos de vida ou morte na próxima semana.
A vitória que deu toda essa tranquilidade ao Palmeiras veio mais uma vez numa combinação de muita organização defensiva com letalidade no ataque. O Cerro Porteño teve muito mais posse de bola no terço final, mas parava em nossa marcação. O Verdão, por sua vez, sabia exatamente o que fazer com o espaço que o time da casa proporcionava e, quando chegava, levava muito perigo.
O Cerro veio armado num 3-5-2 que segurou nossos laterais. Isso fez com que nosso ataque pela esquerda fosse seriamente prejudicado, já que Facundo Torres estava afunilado e a defesa deles conseguiu ficar fechada por aquele lado. Na direita, Allan não conseguia se conectar com Vitor Roque e Estêvão; Giay estava preso, e assim ficamos dependendo do trio de ataque encaixar uma boa jogada – Estêvão organizando; Facundo e Vitor Roque se movimentando.
Mas o Cerro, além de tudo, fez um jogo muito físico, o que dificultava as coisas para Facundo Torres. Lucas Evangelista e Emi Martínez fizeram suas partes, respondendo ao confronto, mas o Palmeiras teve poucas chances. A parte boa é que o Cerro não teve nenhuma, mesmo com a bola por muito tempo em nosso campo.
O Verdão teve uma boa oportunidade no começo do jogo; após bola esticada, Arias saiu da área e afastou mal de cabeça; Facundo Torres ficou com a sobra e tentou bater enquanto o goleiro estava fora da meta e soltou o canudo, mas Arias conseguiu fazer a defesa.
Aos 40, Estêvão roubou a bola e se projetou enquanto Lucas Evangelista conduzia; a falta, como sempre, veio, mas Lucas se levantou muito rápido e cobrou nos pés de Estêvão, que recebeu de frente para o gol, ainda na intermediária, ajeitou o corpo e disparou um foguetaço no ângulo esquerdo de Arias. Golaço-aço-aço.
E o Verdão ainda teve uma chance de ouro aos 44, aproveitando o momento de instabilidade do time da casa: Vitor Roque roubou de Piris da Motta, que era o último homem, ainda no meio do campo, e disparou em direção ao gol, sem ninguém a persegui-lo; ao chegar na frente do goleiro, o camisa 9, que tinha Estêvão a seu lado, fechou os olhos e chutou – a bola foi exatamente em cima do goleiro, com os dois cantos à disposição. Uma conclusão patética que custou muito ao estado mental do atacante.
Abel só trocou os amarelados no intervalo, já que o jogo tendia a permanecer muito físico e não valia o risco das expulsões. Richard Ríos e Murilo entraram de forma oposta: o zagueiro, calmo e tranquilo; já o camisa 8, incendiário , mas bastante participativo. Aos 3, Richard acionou Estêvão na área e o camisa 41 cortou para dentro antes de chutar por cima do travessão.
O Cerro subiu sua marcação e deixou espaços. Numa roubada de bola, em contra-ataque 3 contra 3, Rivas teve uma boa chance dentro da área, mas concluiu pelo alto.
Abel mandou a campo Mayke e Paulinho e o time melhorou bastante, principalmente em função da força do camisa 10. Numa de suas primeiras jogadas, Paulinho pegou uma bola atrasada por Vitor Roque, após jogada de Mayke pela direita, e mandou uma bomba à queima-roupa – Arias fez uma defesa espetacular, espalmando a bola como pôde, e ela ainda explodiu no travessão.
Quem estava nitidamente abalado era Vitor Roque, certamente ainda pensando naquele lance do fim do primeiro tempo. Mas mesmo com Flaco López à disposição, Abel manteve o camisa 9 em campo, confiando que a recuperação viria.
O jogo estava muito mais para o segundo do Verdão do que para o empate; o Cerro não ameaçava o Palmeiras e ainda seguia deixando espaços. Aos 38, Estêvão quase fez mais um, chutando da entrada da área uma bola cheia de veneno que Arias só conseguiu defender colocando o corpo na frente da bola, que explodiu em seu peito. Logo depois, o camisa 41 saiu para a volta de Raphael Veiga, depois de um mês parado.
O Verdão levou dois sustos no mesmo lance, aos 43: em mais uma tentativa de se aproximar, o Cerro tramou a jogada pela esquerda e Viera chutou meio sem jeito; a bola encobriu Weverton e pingou no travessão; na volta, Rodrigo Gómez recolocou na área e Torres testou no primeiro pau – a bola triscou a trave esquerda de Weverton, que estava na jogada.
Quando parecia que o jogo terminaria com o placar mínimo, Paulinho roubou uma bola no meio-campo e abriu para Vitor Roque na esquerda; exausto, o camisa 9 imprimiu um último esforço: partiu pra cima de Velázquez, entrou na área pelo lado, cortou o zagueiro paraguaio, retornou para ganhar um pouco mais de ângulo, evitou dois defensores adversários e girou o corpo para, enfim, colocar a bola no fundo do gol e tirar um caminhão das costas. Um gol de muita raça.
O Verdão chegou à décima-nona partida seguida sem derrota fora de casa. É uma marca extraordinária que impõe muito respeito e eventualmente abala a confiança adversário antes mesmo do jogo começar. O Palmeiras faz as coisas ficarem mais fáceis. E o time segue crescendo a cada jogo.
O que não pode é diminuir o ritmo. Até porque, domingo tem clássico e precisamos vencer para nos mantermos na ponta do Brasileirão – e dá-lhe chavinha. VAMOS PALMEIRAS!
Arias saiu mal do gol e entregou a bola para Facundo Torres; o camisa 17 dominou e bateu firme, de fora da área, mas o goleiro defendeu em dois tempos.
42'
Palmeiras
GOLAAAÇO DO PALMEIRAS! Lucas Evangelista sofreu falta na intermediária de ataque, levantou e cobrou rapidamente tocando para Estêvão; o camisa 41 dominou e bateu firme de perna esquerda, com curva, na bochecha da rede, à esquerda de Arias.
44'
Palmeiras
PERDEEEEEU! Vitor Roque roubou a bola no ataque e partiu sozinho em velocidade, só ele contra o goleiro, enquanto Estêvão passava correndo, também livre; o camisa 9 preferiu finalizar, mas bateu em cima de Arias.
49'
Piero Maza apitou o final de um primeiro tempo bem pegado, de imposição física dos dois times.
Segundo tempo
Entraram: Murilo e Richard Ríos
Saíram: Bruno Fuchs e Lucas Evangelista
Abel optou por tirar os dois jogadores que tinham cartão amarelo, evitando o risco de uma expulsão em uma partida de muitas divididas fortes dos dois lados.
4'
Palmeiras
BOA CHEGADA! Richard Ríos recebeu na ponta esquerda e fez boa inversão pelo alto para Estêvão; dentro da área, o camisa 41 puxou para dentro e bateu firme de perna esquerda, mas a bola passou por cima do gol.
7'
Cerro Porteño
Carrizo roubou a bola no meio e tocou para Rivas na ponta esquerda; o lateral chegou finalizando, mas mandou por cima do gol.
18'
Palmeiras
Entraram: Mayke e Paulinho
Saíram: Allan e Facundo Torres
25'
Palmeiras
NA TRAVEEEEE! Mayke cruzou na área para Vitor Roque, que ajeitou a bola para Paulinho chegar batendo de voleio, no canto direito, no alto; Arias espalmou e a bola explodiu no travessão.
37'
Palmeiras
Mayke disparou pela ponta direita, chegou à linha de fundo e cruzou pelo alto para Vitor Roque; o camisa 9 saltou bem, mas cabeceou por cima do gol.
38'
Palmeiras
Entrou: Raphael Veiga
Saiu: Estêvão
43'
Cerro Porteño
NA TRAVE DUAS VEZES! Viera recebeu na entrada da área, dominou e fuzilou a bola na trave; na sequência, Rodrigo Gómez dominou na ponta direita e cruzou na medida para Jonatán Torres, que cabeceou também na trave.
49'
Palmeiras
GOOOOOOLLLLLL DO PALMEIRAS! Paulinho roubou a bola no campo de ataque e descolou bom passe em profundidade para Vitor Roque; o camisa 9 disparou em velocidade pela esquerda, chegou à linha de fundo, levou para dentro, fintou o goleiro e bateu firme no canto esquerdo para se redimir da falha do primeiro tempo.
51'
Piero Maza encerrou a partida após cinco minutos de acréscimo.
Notas
Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Uma saída arrojada no primeiro tempo e muita sorte no final do jogo.
7
Giay
É dele e ninguém tasca: a lateral direita do Palmeiras, depois de quase dez anos entre Mayke e Marcos Rocha, tem um novo dono.
7
Gustavo Gómez
A torcida do Cerro o odeia muito! E ele parece que gosta disso: sempre joga bem contra eles.
7
Bruno Fuchs
Irregular, cometeu alguns erros evitáveis.
5.5
Murilo
Entrou tranquilo, cuidadoso, recuperando ritmo.
6.5
Vanderlan
Ficou preso por Benítez; não comprometeu.
6
Emi Martínez
Parece que sempre sabe a melhor coisa a ser feita, tem uma leitura excepcional do gramado.
6.5
Lucas Evangelista
Já encaixou. Usa a experiência e a boa técnica para tomar conta do setor.
7.5
Richard Ríos
Entrou elétrico, deixando o jogo mais quente ainda. E jogou bola, que é o que mais importa.
6.5
Allan
Não conseguiu se conectar com Estêvão e Vitor Roque. Taticamente, sempre bem na recomposição.
5.5
Mayke
Recuperando ritmo.
6
Estêvão
É impressionante como a bola o procura. E ele retribiu sem o menor problema! Que privilégio ver esse craque com nossa camisa. DESFRUTEMOS!
8.5
Raphael Veiga
s/n
Facundo Torres
Sentiu o jogo físico dos paraguaios; estava afunilado mas não teve a companhia de Vanderlan passando por fora - o camisa 6 ficou preso por Benítez. Aí, foi presa fácil.
6
Paulinho
Entrou com força física e técnica; melhorou demais o setor esquerdo.
7
Vitor Roque
Do inferno ao céu, Vitor contou com a confiança do treinador e correspondeu, mostrando uma resiliência admirável. E o vidro de catchup parece que desentupiu mesmo!
7
Abel Ferreira
Um ou outro probleminha de timing, apenas. Estratégias corretas e a grande sacada foi segurar Vitor Roque no campo. Se tirasse, sua história no clube seria certamente diferente, para pior.