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30/08/2018 - 21:45
Gostamos de emoção, mas essa foi demais. Ninguém estava preparado para tanto sofrimento. Felipe Melo, por linhas tortas, promoveu mais uma noite épica na ainda breve História do Allianz Parque.
Felipão pontuou na entrevista pós-jogo que vai resolver a questão “internamente”, sem jogar panos quentes. Ou seja: a cuíca do Felipe Melo vai roncar.
Time e torcida entraram numa simbiose espetacular e mostraram que se não de um jeito, vai do outro. Enquanto os outros ganham os jogos mas ficam pelo caminho, o Palmeiras avança. E assim o espírito da Libertadores fica cada vez mais aceso nesse grupo, que de quebra ainda pode buscar a Copa do Brasil, em que já está na semifinal.
O grupo sai da partida muito mais forte do que sairia se vencesse por 2 a 0 sem sustos. O Colo Colo, o Boca, o Cruzeiro, o Grêmio, o River, e todo o resto do mundo que parou por alguns instantes em frente à TV para torcer pelo Cerro, socou o braço da poltrona ao apito final do juiz pensando: “FODEU, OS CARAS TÃO VINDO DAQUELE JEITO!”
VAMOS PALMEIRAS!
Acompanhe a transmissão ao vivo feita pelo Verdazzo, com a narração de Bruno Zanholo e comentários de Conrado Cacace.
Ficha Técnica
Escalação
Cerro Porteño
Primeiro tempo
Expulso! Felipe Melo entra forte em Victor Cáceres e recebe o cartão vermelho. Ele pegou primeiro a bola, mas a entrada foi de fato violenta – de qualquer forma, o vermelho direto é bem questionável.
O jogo ficou doido. Os dois times se viram com um cenário completamente distinto daquele para que se prepararam e por mais de dez minutos não aconteceu absolutamente nada, enquanto a ficha não caía para os 21 jogadores. O Cerro Porteño, enfim, se encheu de brios e decidiu que queria tentar a classificação.
Escobar bateu de longe, rasante; Weverton bateu roupa mas a defesa afastou o perigo.
O Cerro avançava e se expunha; o Palmeiras tinha o contra-ataque à disposição. Diogo Barbosa roubou a bola e engatou a corrida até servir Willian, que invadiu a área pela esquerda, tinha o gol à disposição mas preferiu servir a Borja – tocou sem olhar e o colombiano já havia passado da linha da bola.
Dudu lançou Borja, que deu um lindo passe para Willian finalizar meio de bico/meio de três dedos, pelo alto, mas Silva conseguiu defender no reflexo.
Victor Cáceres deixou Moisés no chão e rolou para a chegada de Óscar Ruiz, que escorou a dois passos da linha da pequena área, de frente, mas jogou pra fora. Grande chance do Cerro.
A defesa do Palmeiras cometeu um raro vacilo e Churín conseguiu cabecear para o gol, mas Weverton estava bem colocado e não teve trabalho.
Borja achou Dudu aberto pela esquerda, bem colocado; ele cortou para dentro e tentou colocar na caçapa do canto, rasteirinha, mas Marcos Cáceres esticou a perna esquerda e impediu o gol. Silva estava batido.
Moisés bateu falta de longe, direto, mas ela explodiu na barreira e o juiz argentino German Delfino encerrou o primeiro tempo.
Segundo tempo
Felipão não mexeu no time, esperando o movimento tático do adversário para responder de forma adequada.
Choque de cabeças muito feio entre Borja e Rodrigo Rojas. O paraguaio levou a pior e precisou ser retirado de campo de ambulância.
Dudu cobrou falta na área e Edu Dracena desviou de cabeça; Silva fez boa defesa.
Gol do Cerro. Arzamendia tentou cruzar da esquerda, quase no escanteio, e a bola fez uma trajetória altamente improvável, encobrindo Weverton e entrando por um ângulo reduzidíssimo, morrendo na bochecha esquerda da rede.
Com 30 minutos pela frente mais os descontos, o Cerro estava por um gol e cresceu muito. Felipão reagiu fechando o meio, colocando Thiago Santos no lugar de Borja e liberando Willian um pouco mais.
Palau acertou um bom chute de fora, que saiu com perigo.
Weverton bateu o tiro de meta, Willian amorteceu e na queda da bola já emendou um balaço, na gaveta esquerda, mas Silva foi buscar espalmando a escanteio de forma espetacular.
Ruiz recebeu dentro da área e bateu cruzado; a bola lambeu a forquilha direita de Weverton.
Ruiz estava inspirado; ele recebeu lançamento longo, mesmo marcado por Diogo Barbosa, e ainda conseguiu matar no peito para concluir, mas Weverton saiu com coragem e salvou o Verdão.
Felipão mandou a campo Deyverson, no lugar de Willian, certamente pensando nas jogadas aéreas ofensivas e defensivas. Pouco depois, fechou mais ainda o meio mandando Jean a campo no lugar de Moisés, exausto e com cãibras.
Mais uma vez Óscar Ruiz chegou: ele matou mais uma bola no peito, dentro da área, pela esquerda, e chutou forte – no canto onde estava Weverton, que teve que se esforçar para fazer a defesa.
Depois de muita catimba em que até os gandulas participaram, Deyverson sofreu uma falta no campo de ataque, fez uma acrobacia, levantou a torcida e provocou uma confusão, o relógio andava e os paraguaios se desesperaram; mesmo sem fazer nada além de pirotecnias Deyverson acabou expulso, mas levou com ele o zagueiro Marcos Cáceres.
O Palmeiras soube cozinhar o jogo, que foi até os 53; Dudu foi brilhante nas manobras para acelerar o relógio e o juiz argentino não teve mais escolhas a não ser encerrar o jogo.