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20/06/2024 - 21:30
O Palmeiras venceu o Red Bull Bragantino por 2 a 1 no Allianz Parque e chegou à terceira posição na classificação do Brasileirão, a apenas um ponto do líder Flamengo. A vitória foi conquistada numa partida muito agradável, cheia de alternativas e de situações curiosas.
Sem poder contar com Lázaro e Rômulo, machucados, Abel Ferreira teve à sua mercê a lacuna para promover a volta de Dudu. Mas nosso treinador parece ter um recado a passar para o camisa 7 e para todo o elenco: quem pisar na bola volta à estaca zero. Dudu está servindo de exemplo para todos; se nem ele passa ileso de uma derrapada dessas, ninguém vai passar. Está perdoado, mas vai ter que subir degrau por degrau novamente.
Para este jogo, nosso treinador optou por Gabriel Menino pela esquerda, e o camisa 25, dentro de suas características técnicas, foi muito bem. Com exceção dos lances em que precisou fazer jogada de ponteiro e cruzar de canhota, quando acabou se atrapalhando, Menino foi muito bem na função.
O Verdão iniciou o jogo pressionando e desde cedo construiu várias jogadas de gol. Mas o Bragantino tinha um plano para nos agredir e o fazia com saídas rápidas pela esquerda, balançando nossa defesa, e invertendo rapidamente o jogo para o lado direito. Lucas Evangelista e Helinho, duas vezes, estiveram perto de marcar no primeiro tempo.
Mas o Palmeiras sem Endrick parece um time muito mais desenvolvido coletivamente. Aquela automatização dos movimentos, que parecia cada vez mais perdida, está gradativamente mais presente nos últimos jogos. Raphael Veiga voltou a achar espaços, e desta vez tinha uma marcação bem mais apertada que nos jogos anteriores, contra Galo e Vasco, e mesmo assim brilhou.
Isso não quer dizer que o time abriu mão das jogadas individuais – ao contrário: Estêvão segue sendo um emérito driblador e criou várias chances de gols, seja para si mesmo, ou para os companheiros – e numa dessas o Verdão chegou ao primeiro gol, com a bola sobrando para Veiga após bater em Rony; o camisa 23 não vacilou na frente de Cleiton e executou, aos 20 minutos.
O Palmeiras intensificou a pressão após o gol e Estêvão teve a chance de marcar um gol de placa, fintando toda a defesa do Bragantino, mas pecando na finalização – frente a frente com Cleiton, o camisa 41 tentou enfiar a bola entre as pernas do goleiro em vez de escolher qualquer canto. Veiga, Menino e o próprio Estêvão perderam outras chances claras de gol, e o goleiro do Bragantino fez outras tantas defesas importantes. Por baixo, o placar do primeiro tempo poderia ter sido 3 a 1 para o Palmeiras – temos que considerar que pelo menos uma das boas chances do Bragantino também poderia ter entrado.
Para o segundo tempo, o técnico Pedro Malta trocou Ramires por Thiago Borbas, deixando o time numa espécie de 4-2-4, agressivo, mas um tanto suicida. Seu plano poderia ter dado certo se, aos 3 minutos, logo após empatar o jogo numa arrancada de Sasha que Matheus Fernandes aproveitou para tocar a bola no canto esquerdo de Weverton, tivesse desfeito o movimento audacioso, recompondo o meio-campo. Manteve o time mais exposto e tomou o segundo aos 9, numa reposição rápida de Weverton, que encontrou Rony em velocidade; o lançamento foi tão perfeito que o camisa 10 só precisou de um toque na bola para vencer Cleiton e recolocar o Verdão na frente.
E assim o jogo voltava à configuração do início do segundo tempo, com o Bragantino precisando de novo de um gol, mas com a defesa do Palmeiras bem mais ligada no desenho do time de Bragança e com o time mais disposto a administrar o resultado, tocando a bola com mais cadência e quebrando o ritmo do jogo, muito intenso até então.
As mexidas foram o deixando o Bragantino cada vez mais ofensivo e Abel aceitou o movimento, apostando em contra-ataques. Segurou Rony e Veiga no time até que o físico deles permitiu; o Verdão teve pelo menos três contra-ataques desenhados para matar o jogo, mas falhou. E conforme o tempo passava, menos se esforçava para propor o jogo em busca do terceiro gol – as mexidas de Abel, dando um ou dois passos para trás, tornaram o jogo mais lento e tivemos emoção apenas nos minutos finais, quando o Bragantino esboçou uma pressão – mas não chegou a criar nenhuma grande chance de fato.
No final, as 29 mil pessoas que compareceram ao Allianz Parque, além de saírem do estádio satisfeitas com o resultado, também puderam desfrutar de um jogo de futebol de alto nível, com duas equipes muito técnicas e bem treinadas, sabendo o que querem e com atletas preparados para corresponder tecnicamente às expectativas. A frustração, claro, ficou apenas por conta de mais uma espera por Dudu não correspondida.
Se o camisa 7 tivesse entrado, o Palmeiras teria jogado melhor? Possivelmente sim. Abel, ao punir o Baixola, está punindo também o Palmeiras? De certa forma sim, pensando no curto prazo e na partida específica. Mas no longo prazo, tendo por objetivo a manutenção do controle do elenco, talvez o sacrifício seja bastante válido. Até porque o Verdão não deixou pontos sobre a mesa.
A expectativa pela volta do camisa 7 só aumenta e no domingo o Verdão volta ao Allianz Parque para enfrentar o Juventude. Se Dudu vai entrar, só Abel sabe. Mas a julgar pelas interações com os palmeirenses presentes ao estádio, a torcida já perdoou o Baixola e quer muito vê-lo em campo. Que Abel esteja inspirado para fazer a melhor escolha para o bem do clube. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Red Bull Bragantino
Primeiro tempo
BOA CHANCE! Do campo de defesa, Raphael Veiga descolou lançamento primoroso para Estêvão, que dominou dentro da área, ajeitou para a perna esquerda e bateu firme, mas a bola pegou na marcação e saiu em escanteio.
UFA! Eric Ramires lançou Lucas Evangelista, que dominou na intermediária, avançou em velocidade e bateu firme, com muito perigo, mas a bola saiu à direita de Weverton.
UUUHH! Estêvão dominou pelo lado direito do ataque e cruzou rasteiro para Rony, que dominou, girou e bateu com perigo, mas a bola saiu à direita do gol.
UUUUUUUUUHHH! Estêvão recebeu pelo lado direito, levou para a perna esquerda e bateu firme para o gol; a bola resvalou na marcação de Eduardo e passou com perigo à esquerda do gol, saindo em escanteio.
GOOOOOOLLLLLLL DO PALMEIRAS! Estêvão dominou pelo lado direito, rabiscou e cruzou rasteiro na entrada da área; Rony tentou alcançar, não conseguiu e a bola se ofereceu para Raphael Veiga, que bateu firme, de perna esquerda, no ângulo esquerdo de Cleyton.
QUE CHANCE! Rony recebeu bom lançamento do lado esquerdo do ataque, invadiu a área e rolou para Raphael Veiga, que teve boa oportunidade, mas bateu à esquerda do gol.
QUE SUSTO! Juninho Capixaba acionou Mosquera, que jogou no meio com Helinho; o camisa 11 cortou para a perna esquerda e bateu com muito perigo, mas a bola passou à direita da meta de Weverton.
QUE JOGAAAAADA! Raphael Veiga acionou Estêvão no lado direito do ataque; o camisa 31 disparou em velocidade, entrou na área, fintou TRÊS marcadores em seguida e bateu firme, mas Cleyton fez boa defesa e impediu o que seria um gol magnífico.
INACREDITÁVEL! Estêvão novamente fez boa jogada pelo lado direito, bateu com perigo e deu muito trabalho a Cleyton, que espalmou nos pés de Rony; o camisa 10 serviu Gabriel Menino, que teve boa chance, mas bateu levemente à direita de Cleyton.
QUAAAASE! Zé Rafael disparou em velocidade pelo meio e acionou Rony, pelo lado direito do ataque; o camisa 10 cruzou rasteiro, de primeira e colocou Estêvão em excelente condição para marcar, mas por pouco o camisa 31 não alcançou a bola.
BOA JOGADA! Gabriel Menino chegou ao ataque e tocou para Rony; que deu de calcanhar, de primeira para Piquerez; o uruguaio chegou batendo com muito perigo e descolou escanteio.
MAIS UMA! Mayke cruzou na medida para Rony, que subiu sozinho e cabeceou com perigo, mas Cleyton se posicionou bem e fez grande defesa.
UUUUHH! Gabriel Menino dominou pelo lado esquerdo do ataque, levou para o meio e bateu para o gol, com muito perigo, mas Cleyton fez boa defesa e desviou para escanteio.
Anderson Daronco ergueu os braços e encerrou um excelente primeiro tempo.
Segundo tempo
Sem alterações, o Palmeiras retornou ao gramado do Allianz Parque para a segunda etapa.
Gol do Bragantino. Helinho carregou pelo meio e acionou Matheus Fernandes em passe pelo alto; o camisa 35 saiu cara a cara com Weverton e tocou por cima do goleiro para empatar o jogo.
A BIKE PRA FORA! Gabriel Menino cobrou escanteio na área, a defesa afastou mal e a bola sobrou com Rony, que fez o movimento perfeito para a bicicleta, mas mandou à esquerda do gol.
GOOOOOOOOLLLLLLL DO PALMEIRAS! Weverton descolou lançamento para Rony, que disparou em velocidade, encarou Cleyton e bateu no canto direito, para o fundo do gol.
Entrou: Fabinho
Saiu: Zé Rafael
BOA CHANCE! Rony acionou Piquerez, que disparou pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro para Raphael Veiga; com espaço, o meia bateu firme, mas carimbou a marcação e ganhou escanteio.
Entraram: Vanderlan e Flaco López
Saíram: Raphael Veiga e Rony
QUASE UM GOL CONTRA BIZARRO! Vanderlan disparou pela esquerda, chegou ao fundo e cruzou na primeira trave; Cleyton tentou afastar, a bola pegou em Eduardo Santos e voltou no sentido do gol, mas saiu em escanteio.
Entraram: Gustavo Garcia e Jhon Jhon
Saíram: Gabriel Menino e Estêvão
MÃE DO CÉU! Helinho carregou pelo lado esquerdo do ataque, levou para a perna esquerda e cruzou para Lucas Evangelista, que testou com muito perigo, mas a bola saiu à esquerda do gol.
UUUUHH! Vanderlan cruzou para Flaco López, que saltou muito alto e cabeceou com perigo, por cima do gol.
Anderson Daronco apitou o fim da partida após cinco minutos de acréscimo.