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26/10/2024 - 16:30
O Palmeiras apenas empatou com o Fortaleza, no Allianz Parque, e novamente deu brecha para que o Botafogo do Rio abrisse na tabela de classificação. Apesar de não ter feito uma de suas melhores partidas no ano – longe disso – o Verdão jogou o suficiente para garantir os três pontos, que foram desperdiçados por erros de nossos jogadores e também da arbitragem, apesar de dois pênaltis (bem) marcados a nosso favor.
O empate manteve o Palmeiras a apenas uma rodada de distância do líder e ainda há o confronto direto no Allianz Parque, mas as oscilações preocupam. Este deveria ser o momento do time, que não perde há dez jogos, mostrar consistência e elevar a confiança. Exatamente o oposto que os tropeços contra Bragantino e Fortaleza sugerem.
É verdade que o Fortaleza segue sendo um time bem treinado, com um conjunto bastante entrosado e com um elenco homogêneo, capaz de suprir os seis desfalques para esta partida sem perder a qualidade. Mas é inegável que, desta vez, o Palmeiras deixou dois pontos na mesa por seus próprios erros.
A proposta do Fortaleza era jogar bola, não se limitando a ser um time que espera em seu campo e torce por uma bola vadia. Para isso, abusou do físico de seus alas – Pikachu e Mancuso faziam os corredores, atacavam como pontas e defendiam como laterais, compondo uma linha com mais três zagueiros postados.
Isso exigia que o Palmeiras, se não quisesse ter que enfrentar uma linha de cinco bem protegida por dois volantes, fizesse ligações rápidas nas costas desses alas ao recuperar a bola. Faltou essa rapidez no primeiro tempo. Num dos poucos lances em que o Verdão conseguiu pegar a defesa do Fortaleza desarrumada, Veiga enfiou no facão para Flaco López, que tomou a frente de Titi e acabou empurrado por trás – pênalti que Raphael Veiga cobrou bem para fazer seu centésimo gol com a camisa do Palmeiras, uma marca sensacional.
Mas o Verdão pouco ameaçava o Fortaleza, criando apenas nas bolas paradas. Gustavo Gómez teve duas boas chances na pequena área, uma de bicicleta e outra de cabeça, mas acabou jogando ambas por cima. O adversário, por sua vez, tentava ligar com Lucero, que buscava romper o jejum de nove jogos sem marcar, mas nossa dupla de zaga estava atenta.
Ironicamente, numa jogada de bola parada, levamos o empate: após escanteio da direita batido por Martínez, a bola foi rebatida, sobrou de novo com o argentino que tornou a suspender; após novo bate-e-rebate, Felipe Anderson afastou em direção à meia-lua, onde Hércules estava só esperando a bola, que veio: ele bateu de chapa, firme, no canto esquerdo de Weverton.
O Verdão ainda teve a chance do segundo gol antes do intervalo, num cruzamento de Estêvão que João Ricardo rebateu esquisito, baixo e para a frente, nos pés de Veiga, que da risca da pequena área tocou de primeira – a bola saiu triscando o pé da trave direita. Flaco também teve uma boa chance ao emendar de surpresa um lançamento de Felipe Anderson, mas não teve sorte e a bola foi exatamente na direção de João Ricardo.
Para o segundo tempo, o Verdão voltou tocando a bola mais rápido e envolveu o time cearense, chegando ao segundo gol após seis minutos de jogo: Estêvão fez a jogada pela direita, entrou em diagonal mas, em vez de bater de canhota, serviu Caio Paulista, que chutou forte; Yago Pikachu, no reflexo, bateu com as mãos na bola, aumentando o espaço do corpo: pênalti que só foi convertido por Estêvão aos 11, após cinco minutos de checagens no vídeo.
O jogo ficou aberto e o Palmeiras teve uma chance clara para ampliar com Estêvão, mas João Ricardo defendeu o chute cara a cara – se a bola entrasse, o lance seria checado no VAR, já que a posição do camisa 41 era duvidosa. Mas na jogada seguinte, o Fortaleza empatou num erro duplo de nossa defesa: a bola foi esticada por Brítez em direção a Mancuso; Vitor Reis, em vez de tirar de canhota, tentou virar o corpo para afastar de direita e furou; Mayke não pensou rápido e rebateu de qualquer jeito – deu exatamente nos pés de Moisés, na marca do pênalti, e o atacante adversário não perdoou, empatando novamente o jogo. Weverton empurrou Pikachu dentro do gol, e o atacante do Fortaleza se machucou, batendo o rosto na câmera que fica presa na rede, retardando o reinício em três minutos.
Abel então colocou o time mais à frente, posicionando Mauricio ao lado de Veiga, tirando Zé Rafael, amarelado e sem ritmo de jogo. A torcida estava nervosa e passou a xingar os erros do time, ao mesmo tempo em que o clamor por Dudu aumentou de volume.
Um minuto depois de ter feito as primeiras mexidas, Abel sentiu que precisava recuperar o apoio das arquibancadas e reagiu rápido, tirando Felipe Anderson para mandar o Baixola a campo. A torcida correspondeu, voltando a apoiar o time.
Mas as jogadas não encaixavam. Só depois da terceira rodada de alterações, quando mandou a campo Rony e Fabinho, transformando Gustavo Gómez numa espécie de terceiro centroavante e alinhando numa espécie de 1-4-5, é que o Palmeiras voltou a criar.
Houve mais um pênalti, sobre Dudu, não marcado. Martínez deu um soco em Ríos, mas o VAR preferiu não ver. E Ramon Abatti Abel deu apenas oito minutos de acréscimo – oito minutos foi apenas o que se perdeu nos dois gols marcados no segundo tempo; teria que haver, no mínimo, mais cinco, para compensar a cera e as substituições. Covarde, o juiz não teve coragem de fazer as marcações certas por já ter assinalado dois pênaltis a nosso favor. Para esse péssimo árbitro, parece que marcar pênalti virou favor, mesmo que tenham ocorrido.
Não sabemos se nosso time marcaria o terceiro se houvesse mais cinco minutos, talvez não. Mas é preciso combater a narrativa que já está sendo criada de favorecimento ao Palmeiras por ter tido esses dois pênaltis marcados. Nosso time foi prejudicado pela arbitragem, mais uma vez, mesmo tendo essas duas marcações a seu favor.
Arbitragem à parte, faltou concentração. Os erros da defesa, e também do ataque, custaram pontos preciosos. A boa notícia é: apesar de tudo, seguimos dependendo de nossas próprias forças e o Botafogo do Rio não consegue se livrar desse incômodo verde em seu retrovisor.
Sabemos que, no futebol, as coisas mudam muito rápido. Não existe melhor momento para reencaixar uma boa sequência, até chegar na “final”, que deve acontecer na rodada 36. Se remarmos todos na mesma direção, pode dar bom. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Fortaleza
Primeiro tempo
Em uma falta pelo lado esquerdo do ataque do Palmeiras, Raphael Veiga cruzou a bola na área; Zé Rafael tocou para o meio e Gustavo Gómez arriscou uma bicicleta, que acabou passando por cima do gol adversário.
Felipe Anderson fez um belo lançamento para Flaco López, que se posicionou muito bem e pensou rápido, mas finalizou no meio do gol.
Segundo tempo
Entraram: Maurício e Giay
Saíram: Zé Rafael e Mayke
Entrou: Dudu
Saiu: Felipe Anderson
Entraram: Rony e Fabinho
Saíram: Richard Ríos e Raphael Veiga
Ramon Abatti Abel deu ridículos oito minutos de acréscimos e terminou o jogo no Allianz Parque.
O problema vai ser encarar o Botafogo com essa diferença de pontos: vão jogar com a faca e o queijo na mão, fazer o jogo que quiserem. Era justamente meu medo. Que não façamos como nos último títulos que reconhecidamente perdíamos dos concorrentes e não deixávamos escapar pontos bobos. Esse ano, para ganhar este título, precisamos alterar a história.
Na realidade os grandes recursos que o Felipe Anderson promete, ninguém sabe, ninguém viu. De fato na Lazio ninguém realmente assistia as partidas. Muita fama e pouco futebol. Contratação errada.
Que o Fortaleza se posicionasse pra contra atacar é compreensível. E previsível: o Análise Verdão tinha detectado esse novo padrão recente deles, logo não foi uma escolha exclusiva pra nos enfrentar. O que foi muito estranho foi a cera que fizeram. Talvez, a cera visasse enervar nosso time, quebrar o ritimo e propiciar contra-ataques contra um oponente desorganizado? Mas, foi muita cera. Achei estranho e suspeito. No mais, o resumo aqui do site já esgotou os pontos principais: alguma desconcentração, a arbitragem tendenciosa contra, os erros individuais, as chances perdidas. Não há tempo pra ficar lamentando, temos de “saber bem o que vem pela frente”. #ForzaPalestra