Não tá mais lá dentro

A torcida se reencontrou com o time ontem à tarde no Allianz Parque; mais de 34 mil torcedores viram o time comandado por Cuca dar bons sinais de evolução, embora ainda longe de atingir o patamar que todos desejamos. De qualquer forma, foi um jogo agradável e cheio de alternativas, com várias chances de gol.

Além do que vem acontecendo dentro de campo, o que vem chamando atenção nas partidas disputadas em nosso estádio são as intervenções do locutor oficial, Marcos Costi – e não pela criatividade e empolgação que sempre o caracterizaram – muito ao contrário. O que se nota, já há duas partidas, é que Costi está muito mais contido, formal. Quase fúnebre.

Marcos Costi
www.facebook.com/forzapalestrina / Arquivo Pessoal

O tom sepulcral sempre foi uma das marcas registradas do locutor na hora de listar a escalação do time adversário. Era divertidíssimo ouvi-lo divulgar os jogadores do visitante como quem lê uma lista de soldados mortos na guerra, para logo em seguida emendar com um sonoro e animado “e agora, o maior campeão do Brasil; vamos para a escalação da… SOCIEDAAAAADEEE ESPORTIVAAAAA PAAAAAALMEIRAAAS!!!” A locução é marcante a ponto de fazer com que a palavra “Sociedade”, ouvida em qualquer contexto no dia-a-dia, dispare um gatilho no cérebro que emende com “Esportiva Palmeiras” – no ritmo do locutor, claro. Um bug mental delicioso.

A marca registrada de Costi, claro, é no anúncio dos gols: após a explosão da torcida, vem o já famoso TÁÁÁÁÁ LÁÁ DENTROOOO… FOI ELE, CAMISA SETE… DUUUUUUDUUUUUU!!! Se para nós, adultos, seu trabalho provoca esse tipo de efeito, imaginem nas crianças que sonham acordadas no estádio e o quanto elas podem repetir a narração brincando em casa, no jogo de botão (ainda fazem isso?) ou mesmo na escola, infernizando os amiguinhos que torcem para os rivais.

Intervenções históricas

Algumas intervenções de Costi ficaram para a história, como “Na minha casa, mando eu”, cunhada durante a campanha da conquista da Copa do Brasil em 2015 e que virou a camiseta do título. Durante a campanha do Brasileirão de 2016, quando o SCCP marcou um gol no Flamengo, nosso concorrente direto pelo título, anunciou: “Cheirinho no ar! No Maracanã, visitante um, Flamengo zero!”.

A provocação ao Flamengo se repetiu ao final do jogo contra o Inter, pela Copa do Brasil, há três semanas – a eliminação do time carioca se deu de forma surpreendente, com dois gols em jogos diferentes acontecendo nos minutos finais. O anúncio do resultado se deu novamente com a introdução “Cheirinho no ar”, para delírio de nossa torcida.

Frieza

Depois disso, no jogo contra o Tucumán, e novamente ontem, o tom de Costi foi sereno. Frio. O jogo inteiro foi uma enorme escalação do Atlético. O repentino “profissionalismo extremo”, sem mais informações,  nos permite especular que só pode ter acontecido alguma coisa – uma orientação vinda “de cima”, seja da WTorre ou da diretoria do Palmeiras, para que abaixasse o tom – o que, se confirmado, seria uma tremenda bola fora.

Diante de tantos “não pode” que estão tirando boa parte da graça da experiência de ir a um estádio de futebol, esperamos que Marcos Costi receba um e-mail nos próximos dias dizendo que “pode”. Se uma ou outra intervenção provocou alguma saia justa ou incomodou a alguém, que isso seja equacionado e que se façam as regrinhas. Mas deixem a emoção de um locutor que tem a percepção exata da alma palestrina num estádio ser amplificada pelo sistema de som do Allianz Parque e invadir o imaginário das crianças – e dos adultos também.

Fim do “Deitado Eternamente”

A nota positiva dos bastidores do jogo vem da volta da execução obrigatória do Hino Nacional na versão instrumental, apenas em sua primeira parte, como em todos os estádios do país que já ignoravam a tal lei que só o Allianz Parque queria obedecer.

Tem leis que “pegam”, e leis que “não pegam”. Essa não pegou, e nem podia pegar. Além de esfriar demais os jogadores após o aquecimento, o Hino executado com a versão cantada inibia a nossa versão. Ontem, foi PALMEIRAS, MEU PALMEIRAS na veia. Ótima mudança.

23 comentários em “Não tá mais lá dentro

  1. Esse politicamente correto não passa de censura é só isso, não devemos seguir isso essa idiotice, devemos apoiar o nosso locutor, não pode apoiar político A, nem B, o brasileiro ficou burro, já está tão a extrema do politicamente correto que qualquer coisa que fuja do seu habitual jogo de cacoetes mentais “extremista”, “incorreto”… pqp! CHEIRÃO NO AR CAMBADA! E quem segue o politicamente correto, só pra LEMBRAR ROGÉRIO VIADO, não gostou enfie o Rogéria e o politicamente correto no brioco!

  2. Saiu no UOL e folha que sim o Costi foi “podado” pela administração do estádio. Um absurdo!!! Sobre respeitar o adversário, devemos respeitar a integridade física de todos. Agora zoar, se o Palmeirense não poder zoar os rivais em casa, no Allianz lotado de palmeirenses sempre, vão zoar aonde? No FB???

    Muito mimimi.

  3. Com a nova arena, com as recentes conquistas e o retorno da nossa auto estima, obrigado Paulo Nobre, estamos construindo uma nova mística e renovando a nossa historia.
    Marcos Costi é vanguarda e uma figura emblemática nesta nova era, sua censura (se houver) representa o velho e o que não queremos mais.

  4. A melhor coisa do jogo ontem, me desculpem, mas foi o hino “meu Palmeiras” de volta, ecoando forte no Allianz. Emocionante

  5. PROCURANDO PELO EM OVO. se não sabe o que se passa ou desconfiaram de algo, não fiquem especulando. isso é baboseira. o cara acima de tudo é torcedor tbm. te pergunto: vc está feliz com o time? os palestrinos não estao felizes com as ultimas atuações, na verdade, esse ano ainda nao tivemos vitórias sólidas e uma sequencia confiável. Então meus amigo.. MENOS!

  6. No Palmeiras tem um monte de bananão que inibe as reações naturais como no caso do locutor. Pode ter certeza que deram a ordem para o rapaz parar… tem coisa de CBF ai na área e a famosa baixada de cabeça dos B1, B2, B3, B4, B^5 que ainda circulam no nosso clube.

  7. Eu particularmente acho que essa história do cheirinho já deu. No ano passado aproveitamos a onda de provocação do adversário e nos demos bem. Voltar a isso agora é dar estimulo pros outros. Acho que o timing passou. Mesmo porque não estamos jogando como no ano passado. É a minha opinião.

  8. Tomara que tenha sido coisa pontual. Seria muita sacanagem vir recomendação de superiores pra ele não se manifestar tanto.

  9. Até perguntei pro meu filho ontem se tinham trocado o locutor do estádio… O Palmeiras deveria pensar melhor no bem estar do seu torcedor e na sua soberania dentro de seus domínios. E esse Galiotti está me saindo um grande bundão, pois se não foi sua ordem, está repassando a de alguém que ficou incomodado, pois como diz Marcos Costi, “na minha casa mando eu”.

      1. Du, na minha opinião já está aprontando. Muitas coisas que Paulo Nobre batalhou a finco durante quatro anos, ele já desfez. Temos que ter atenção com esse cara.

  10. tema IMPORTANTÍSSIMO: a experiência no estádio é fator de presença de público. Um aspecto chave é o “sentir-se em casa” e as restrições àquilo que o público aprecia vão na mão oposta desse “sentir-se em casa”.
    Sem falar que o Costi é um de nós, PALMEIRENSE fanático (pleonasmo).

    pequei emprestadas as hashtags to Fratello Thiago mais abaixo.

    #FreeMarcosCosti #LiberaAZoeira

    Agora, se for coisa do #BatráquioZumbiMalditoGolpistaDitador, caso não houvesse outros motivos praquela certa “corrente pra baixo” que 18 milhões de pessoas fazem todo dia, uma intervenção nesse ponto já seria mais que suficiente………..

  11. Não duvido que seja determinação da turma do sapo boi, já que o nosso presidente é pau mandado deles!

  12. Na Ilha de Lost em Hellcife, o locutor deles que puxam o grito plagiado do Vasco. Todo jogo do Palmeiras que vou lá, tem isso.

    Se ele foi impedido de fazer o que faz da WTorre ou do próprio Palmeiras, é muito “bundamolismo”, e se for por parte da CBF ou algo do tipo, tem que confrontar.

  13. Eu achei que a locução de enterro fosse determinação da Conmebol, mas parece que não…
    Porra, o Marcos Costi é, literalmente, um torcedor com o microfone do estádio na mão. Seu estilo foi copiado por outros locutores pelo Brasil. Se isso foi uma ordem de cima, foi uma tremenda bola fora.
    Se a ordem veio da diretoria do Palmeiras após a zoeira com o flamengo, é uma puta sacanagem. Se o flamengo se doeu pela zoeira, que se foda. Construa um estádio, contrata um locutor, ganha da gente e zoa também, cazzo…

    #FreeMarcosCosti #LiberaAZoeira

    1. “Construa um estádio, contrata um locutor, ganha da gente e zoa também”

      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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