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08/12/2024 - 16:00
Numa tarde melancólica no Allianz Parque, o Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense e encerrou a temporada 2024 com o vice-campeonato brasileiro. A apatia que tomou conta dos jogadores em toda partida, é certo, foi resultado da falta de perspectivas de conquistas, já que o São Paulo JAMAIS se esforçaria para vencer o Botafogo no Engenhão, resultado obrigatório para que o Palmeiras tivesse alguma chance de título. Ainda assim, os mais de 30 mil palmeirenses que compareceram ao estádio mereciam uma atuação mais digna para, pelo menos, respeitar o esforço dispendido em todo o ano.
A obrigação cívica de tentar rebaixar o time carioca, vingando 2009, só estava nos corações dos torcedores. Nossos atletas pareciam completamente alheios aos valores de rivalidade que sustentam a paixão do torcedor. É verdade que nenhum dos resultados paralelos aconteceu; se o Palmeiras tivesse vencido por 1 a 0, ou por 10 a 0, não teria sido campeão, tampouco teria rebaixado o Fluminense, mas ao menos deixaria uma sensação de conforto.
A proposta tática parecia correta diante de um esquema que já parece não encaixar com este elenco. Na verdade, a impressão é que este elenco é que não encaixa mais com esquema algum e que a hora da reformulação chegou.
Distantes, apáticos, os jogadores passaram longe de tentar envolver um dos times mais fracos do campeonato, mas que jogava a vida contra nós. Cada jogador do Palmeiras que conseguia aparar a bola no campo de ataque precisava procurar muito um companheiro para tocar a bola. Bem diferente do time quase automatizado, cheio de opções de passes e de toques rápidos que nos acostumamos a ver nas últimas temporadas.
Nem as jogadas de transição rápida saíam, já que nossos jogadores pareciam invisíveis em campo. A bola retornava ao domínio do Fluminense muito fácil. Para o time carioca, fazer o relógio andar era a maior preocupação – e eles o fizeram muito bem.
Nesse espírito modorrento, coube a Vanderlan cometer o erro fatal da tarde: depois de uma boa recuperação numa disputa com Serna, o camisa 6 cochilou e perdeu a bola para o colombiano, que não desistiu da jogada, entrou na área e executou Weverton, colocando a bola no canto esquerdo.
A paciência da torcida se esgotou e uma sonora e merecida vaia foi ouvida quando Ramon Abatti Abel encerrou o primeiro tempo.
Abel mexeu certo no intervalo, sacando Anibal Moreno e colocando Dudu aberto na esquerda; Richard novamente ficou com a função de proteger a zaga. E logo aos 2 minutos Estêvão construiu a primeira jogada estruturada do Palmeiras no jogo, servindo Flaco na área, mas o argentino testou por cima.
Aos 6, Vanderlan se recuperou da falha, mas aí entrou em cena, mais uma vez, a operação Salva-Fluminense: Wagner Reway, ele de novo, recomendou que o gol marcado pelo camisa 6 fosse anulado acusando impedimento de Dudu, que teria disputado a bola com Sanuel Xavier, que foi quem desviou a bola para Vanderlan finalizar. Fica claro que houve má intenção da arbitragem, já que a presença de Dudu não influencia em nada na ação do defensor.
Foi um início promissor, mas que não cumpriu. Nos minutos seguintes, o Palmeiras voltou a depender de chutes de fora para finalizar. E pouco ameaçou o gol de Fábio. Abel então passou a aproximar o time do ataque com substituições arriscadas – mais uma vez, um risco necessário. Optou por um 3-3-4, com Marcos Rocha fazendo a linha de apoio pela direita e Caio Paulista na esquerda. Podia ter escolhido apoiadores mais efetivos. Fabinho podia ter liberado Ríos para fazer essa função pela direita, por exemplo.
Mas diante da nhaca generalizada, é pouco provável que qualquer escolha tivesse o efeito desejado. Restou à nossa torcida engolir mais esta decepção, fechando o ano de forma melancólica.
“Veja como isto é bom”: essa sensação pressiona a diretoria a agir. O índice de pontos conquistados na temporada não é ruim; 73 pontos é uma meta que qualquer time ficaria satisfeito em atingir e isso já não está nos sendo suficiente. Nosso sarrafo está alto, e fomos nós mesmos que o colocamos lá. Uma sensação de conforto ao final de uma temporada com apenas uma conquista (a menor de todas) talvez desse margem à acomodação para quem precisa trabalhar, e muito, para promover uma boa reformulação.
Ciclos se encerram. Várias peças estão com o prazo de validade vencidos no Palmeiras. Todos receberam nosso apoio durante a temporada. Mas agora é hora de repensar a continuação de muitos deles. O Verdazzo já está promovendo uma série de análises, ponto a ponto. Fiquem atentos às postagens que estão sendo publicadas. Boas férias do futebol e VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Fluminense
Primeiro tempo
UFA! John Arias cobrou escanteio pelo lado esquerdo e encontrou Thiago Silva na risca da pequena área; o zagueiro cabeceou firme e a bola explodiu no travessão.
Aníbal Moreno recebeu a bola na intermediária, ajeitou para a perna direita e soltou o pé; com certo perigo, a bola passou por cima do travessão de Fábio.
Estêvão recebeu pela ponta direita, tentou um chapéu e sofreu falta perigosa a poucos metros da área.
UUHHH! Raphael Veiga cobrou falta pela direita, colocou bastante efeito e ela acabou saindo à esquerda de Fábio.
Gol do Fluminense. Nonato recebeu na ponta direita, deixou Vanderlan para trás, fintou a marcação de Murilo e bateu rasteiro, no canto esquerdo de Weverton.
Ramon Abatti Abel apitou o fim da primeira etapa após três minutos de acréscimo.
Segundo tempo
Entrou: Dudu
Saiu: Aníbal Moreno
QUE JOGADA! Giay fez grande jogada individual pelo meio e soltou para Estêvão na direita; o garoto foi para cima da marcação, pedalou, levou para o fundo e cruzou de perna direita para Flaco López, que cabeceou com muito perigo e deu trabalho a Fábio, mas o goleiro espalmou para escanteio.
Dudu tocou curto no meio para Richard Ríos, que arriscou a batida de muito longe, mas Fábio encaixou com facilidade.
GOL ANULADO! Mauricio cruzou na área, a bola passou por todo mundo e sobrou na ponta esquerda com Flaco López, que brigou no alto e tocou de cabeça para Vanderlan; o lateral dominou e bateu de voleio, marcando um golaço. Após revisão do VAR, o gol foi anulado por impedimento de Dudu.
Giay carregou a bola pela direita e cruzou na medida para Flaco López, que subiu muito e cabeceou por cima do gol.
Entraram: Marcos Rocha, Caio Paulista e Gabriel Menino
Saíram: Giay, Vanderlan e Raphael Veiga
UUUHHH! Estêvão recebeu na meia direita, cortou para o meio e soltou o pé, de muito longe, mas levou muito perigo e a bola passou raspando na trave esquerda de Fábio.
Entrou: Rony
Saiu: Raphael Veiga
QUASE! Gabriel Menino cobrou escanteio pela esquerda e encontrou Murilo no meio da área; o zagueiro cabeceou no canto direito de Fábio, que foi buscar com grande defesa e espalmou para escanteio.
Estêvão dominou a bola na meia direita, carregou em velocidade por dentro e bateu firme para o gol, com perigo, mas a bola saiu em tiro de meta.
Weverton salvou! Em momento de pressão do Palmeiras, Richard Ríos perdeu a bola para Keno, que disparou em velocidade, fintou a marcação de Murilo e saiu cara a cara com Weverton, mas o goleiro do Verdão cresceu e fechou o ângulo.
Ramón Abatti Abel encerrou a partida após sete minutos de acréscimo.
É triste a forma que nos roubam e continuam impunes… e normalmente é contra os times cariocas. Diretoria muito fraca nos bastidores, fazem o que querem e quando querem.
Conrado, acompanho todas os Pós-jogos, gosto bastante das observações táticas e notas individuais. Parabéns pelo trabalho.
No espírito de renovação que pede o elenco, é tempo também de rever as constantes reclamações contra arbitragens nas análises do blog. Já não nos cabe mais o “contra tudo e contra todos”, somos grandes demais pra isso.
Grande abraço e Avanti Palestra
Quando pararem de nos roubar, eu prometo que paro de reclamar!