1
X
3
26/11/2024 - 21:30
O Palmeiras remou, remou, remou, conseguiu passar o Botaogo no Rio na rodada 35, para devolver a liderança de bandeja na rodada seguinte. O Verdão foi derrotado pelo time carioca por 3 a 1 no Allianz Parque e agora precisa vencer seus dois jogos e ainda secar muito o adversário na partida contra o Inter, na próxima rodada. É nossa única chance de fechar a temporada com o tricampeonato brasileiro seguido.
O resultado passa por três aspectos: a interferência clara da arbitragem no andamento do jogo, no risco que o técnico Arthur Jorge decidiu correr – para ser premiado, e na escolha duvidosa de Abel ferreira por escalar Rony, pela terceira vez seguida, sendo que em nenhuma das últimas vezes a escolha havia se mostrado correta.
O aspecto mental do Botafogo estava moído antes do jogo; o controle dos nervos dos jogadores cariocas estava por um fio e isso era fácil de ver nos primeiros movimentos, quando, empurrado pela torcida, o Palmeiras propôs o jogo, envolveu a defesa adversária sem muitos problemas e chegou à meta de John com perigo real duas vezes, com Rony e Gómez. O Verdão vencia todos os duelos e o gol era questão de tempo. A impressão aumentou quando Bastos, aos 10 minutos, sentiu lesão muscular e foi substituído.
Mas numa marcação invertida, o Botafogo ganhou um escanteio de Wilton Sampaio e aproveitou, com uma jogadinha ensaiada que Gregore completou para as redes num chute firme de dentro da área, aos 18 minutos. E parece que naquele momento o estádio foi sacudido e tudo o que acontecia virou do avesso.
Os jogadores do Botafogo começaram a jogar com muita confiança. Perderam o medo, esqueceram a final da Libertadores que se aproxima e passaram a vencer todas as disputas. A torcida carioca, que ocupou 4 gomos do Allianz Parque, fez-se finalmente ouvida. A bola passou a queimar nos pés de nossos principais jogadores, como Veiga e Aníbal. Nada mais funcionava. Uma única jogada mudou tudo.
Essa fragilidade do Palmeiras fez com que fossem desperdiçados mais de 20 minutos no primeiro tempo. Depois de um lance que Rony escorou uma bola cruzada na trave, logo após o gol, só depois dos 40 é que o Palmeiras ameaçou voltar a jogar bola, criando mais duas boas chances: Marcos Rocha fechou no segundo pau e tocou no contrapé de John, que voltou e salvou o Botafogo do Rio; depois Raphael Veiga cobrou falta do bico da área, com curva, e a bola saiu por muito pouco.
É verdade que o primeiro tempo ainda ficou marcado por uma decisão muito questionável de Wilton Sampaio e de Wagner Reway, no VAR, que ignoraram uma cotovelada de Luiz Henrique sobre Rony, aos 28. Era só querer mostrar o vermelho que ninguém questionaria e o jogo seria outro.
Para o segundo tempo, já com Flaco López no lugar de Felipe Anderson, nulo, o Palmeiras ameaçou imprimir uma nova pressão e a relembrar o adversário que eles tinham um jogo importantíssimo no final de semana. Parecia que o final seria feliz, com novas chances sendo criadas. Na melhor delas, Flaco López ficou de frente com John, mas em vez de caminhar com a bola para entrar na área, preferiu finalizar de longe sem enquadrar o corpo e recuou a bola no peito do goleiro.
Quando Abel ensaiava a entrada de Mayke, provavelmente no lugar de Marcos Rocha, nosso camisa 2 envolveu-se numa disputa por espaço dentro da área defensiva e tocou o rosto de Igor Jesus. Wilton viu e deu cartão amarelo para Marcos Rocha, mas Wagner Reway interferiu, decidindo pelo vermelho. O árbitro de campo covardemente atendeu.
Com um a menos, Abel ainda pensava como cobriria o setor direito quando saiu o segundo gol, exatamente por aquele setor, num contra-ataque que Savarino converteu na saída de Weverton. Foi quando a disputa terminou.
Abel Ferreira fez trocas corretas, mas numa batalha que já estava perdida. Com um a menos, o Palmeiras tentava o milagre e se expunha de forma escancarada, até tomar o terceiro gol, de Adryelson, em jogada simples de escanteio. Richard Ríos fez o gol de honra do Palmeiras nos acréscimos e o juiz encerrou o jogo.
A escolha de Arthur Jorge de escalar seus titulares foi corajosa. Apostou alto, e foi recompensado – é verdade que perdeu um zagueiro titular para o jogo de sábado em Buenos Aires, mas teve muita sorte por todos os lances capitais do jogo penderem para o lado alvinegro. E não há nada de errado nisso; a sorte sorri para quem é competente.
Abel foi conservador, e não precisava ser diferente, já que entrou em campo com a vantagem do empate. Quando o jogo exigiu, mudou rápido, já no intervalo. Foi encurralado com a expulsão e abriu o time, sem outra escolha. Talvez seu erro tenha sido mesmo a escolha por Rony – e nosso treinador teve alguns dias para repensar essa escolha, que já não havia funcionado bem nos dois jogos anteriores.
A partida foi condicionada pela arbitragem, sem dúvida, mas o Botafogo do Rio teve méritos naquilo que lhe cabia, e precisamos reconhecer isto. Ainda temos chances de reverter a situação e chegar ao título, embora essa possibilidade seja remota agora. Mas ainda há vida. Então, há esperança.
Terminado o campeonato, com ou sem troféu, faz-se necessária uma avaliação bastante criteriosa do elenco. Mas vamos esperar o momento chegar. Agora é apenas hora de buscar por fé – se ainda for possível. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Botafogo-RJ
Primeiro tempo
UUUUHHHH! Raphael Veiga cobrou escanteio pelo lado direito e encontrou Gustavo Gómez no miolo da pequena área; o paraguaio subiu bem e cabeceou com muito perigo, mas a bola passou raspando no travessão.
Rony recuperou a bola no ataque e acionou Felipe Anderson, que rapidamente tocou para Raphael Veiga; o camisa 23 bateu firme para o gol, de fora da área, mas John encaixou sem dificuldades.
GOL ROUBADO. Após ganhar dois escanteios seguidos em dois lances de tiro de meta, o bairro fez uma jogada ensaiada e encontrou um gol com Gregore.
NA TRAVE! Marcos Rocha cobrou lateral na área, Gustavo Gómez escorou e bola sobrou com Rony; o camisa 10 bateu de primeira e a bola explodiu na trave direita de John.
Marcos Rocha subiu pela direita e acionou Estêvão na ponta; o camisa 41 cortou para o meio e bateu firme para o gol, mas John defendeu em dois tempos.
Savarino tocou em profundidade para Igor Jesus, que disparou nas costas de Gustavo Gómez, invadiu a área com muita liberdade e tentou tocar de cavadinha por cima de Weverton, mas o Paredão encaixou com facilidade.
WEVERTON! Almada recuperou a bola na meia esquerda, levou para o meio e bateu firme para o gol, mas Weverton conseguiu boa defesa.
QUE CHAAANCE! Estevão disparou pelo lado direito e cruzou na medida para Marcos Rocha, no segundo pau; o camisa 2 cabeceou cruzado, com muito perigo, mas John fez grande defesa para salvar o Botafogo-RJ.
UUUHHH! Raphael Veiga cobrou falta pelo lado direito do ataque e finalizou direito para o gol; apesar de ter pouco ângulo, Veiga bateu com perigo e a bola passou rente ao travessão de John.
Inseguro e sem pulso, Wilton Pereira Sampaio apitou o fim da primeira etapa.
Segundo tempo
Entrou: Flaco López
Saiu: Felipe Anderson
QUAAASE QUE ENTRA! Rony recebeu pelo lado esquerdo do ataque e cruzou na área para Flaco López; o argentino não alcançou, ela passou por todo mundo e quase entrou no canto esquerdo de John.
PERDEU! Marcos Rocha descolou grande lançamento nas costas da zaga, Flaco López saiu com muita liberdade e poderia invadir a área, mas preferiu bater de cavadinha e a bola ficou fácil, fácil para John.
UUUHH! Estêvão recebeu pelo lado direito do ataque, puxou para a perna esquerda e cruzou na medida para Rony, que saltou bonito e cabeceou firme para o gol, mas a bola saiu por cima do gol.
Entraram: Dudu e Mauricio
Saíram: Rony e Aníbal Moreno
UFA! Savarino cruzou a bola na área, Caio Paulista afastou e ela sobrou na entrada da área com Marlon Freitas, que bateu para o gol com muito perigo, mas a bola saiu em tiro de meta.
EXPULSÃO POLÊMICA! Em disputa por espaço na área, Marcos Rocha tentou se desvencilhar de um braço de Igor Jesus e acabou acertando o rosto do atancate. Wilton Pereira Sampaio apresentou cartão amarelo para o camisa 2, mas depois foi ao VAR e trocou a cor do cartão.
Gol bizarro do Botafogo-RJ. John cobrou tiro de meta e encontrou Igor Jesus completamente livre de marcação no meio do campo; com muito espaço, o camisa 99 lançou para Savarino, que saiu cara a cara com Weverton e tocou rasteiro para ampliar.
Entrou: Mayke
Saiu: Raphael Veiga
Entrou: Gabriel Menino
Saiu: Estêvão
Gol do Botafogo – Adryelson aproveitou bola cruzada na área e testou com violência, sem chances para Weverton.
Gol do Palmeiras. Gabriel Menino alçou a bola na área, a defesa afastou e a bola sobrou para Richard Ríos, que bateu firme, de primeira e marcou um belo gol.
Wilton Pereira Sampaio encerrou a partida.
Abel começou mal colocando o F. Anderson e mexeu mal deixando o Rios exposto. A partir dali, mesmo com 11×11 o Botafogo começou a quebrar as linhas com mais facilidade
A teimosia e ego, paparicado pela presidente em demasia, do Abel e suas escolhas, devem ser cobradas. Parece haver preferência por determinados jogadores e o fator predominante para estas escolhas que deveria ser a questão técnica não está premiando os melhores. Muito pereba jogando no time. Quatro anos ganhando na base da transpiração e emoções a flor da pele. Prefiro um time que definitivamente jogue bola de verdade. E agora, o que fazer com as contratações que insistem em não dar certo?