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14/11/2021 - 18:15
Depois de um primeiro tempo correto em que terminou à frente no placar, o Palmeiras voltou irreconhecível dos vestiários e acabou derrotado pelo Fluminense em lances de total falta de atenção.
O resultado é o que menos importa. A oscilação observada no segundo tempo apenas acende a luz amarela para que o time retome rapidamente o ritmo das partidas anteriores, para chegar na temperatura certa para a grande partida de Montevideo.
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Abel decidiu mandar a campo o que tinha de melhor – apenas Marcos Rocha acabou sendo colocado de lado, a fim de dar ritmo a Mayke – o que já pode ser uma dica do que Abel pretende fazer no Uruguai – ou um despiste.
O primeiro tempo do Palmeiras foi uma sequência natural do que o time vinha fazendo nas últimas semanas: controlando o jogo, com a defesa sólida e com boas saídas para o ataque, seja na transição rápida, seja no toque de bola.
Dudu fez um golaço aproveitando sobra de escanteio e o Verdão poderia ter feito mais gols – teve chances claras com Gustavo Scarpa e com Rony, que desperdiçou a oportunidade com o goleiro caído.
Tudo se encaminhava para mais uma vitória tranquila, sobre um freguês histórico, em território familiar. Mas o time voltou dormindo para o segundo tempo e acabou surpreendido logo no primeiro lance.
O espaço encontrado por Yago Felipe é incompreensível para uma equipe que tem por maior característica a aplicação tática. O foco foi para o espaço de uma maneira muito estranha.
Pouco mais de 7 mil torcedores do Fluminense foram suficientes para criar uma atmosfera de guerra no Maracanã. Os jogadores entraram nessa pilha e quem se deu bem foi o adversário. Quanto mais pilha, menos tático e técnico ficou o jogo, que já era prejudicado pelo ridículo estado do gramado.
E a proximidade da final da Libertadores fez o resto. Após as mexidas de Abel, o time ficou desfigurado, perdeu completamente o meio-de-campo e deixou de ameaçar o adversário, que dominou as ações e chegou ao segundo gol no final da partida.
Na coletiva após o jogo, Abel chamou para si a reponsabilidade pelo resultado e revelou uma escolha absolutamente inusitada: teria mandado Veron a campo com a função de, sem a bola, acompanhar Yago Felipe – o que não faz nenhum sentido.
No final, a derrota acabou sendo merecida pela forma com que o time se portou no segundo tempo. O que nos resta é torcer para que esta oscilação de pouco mais de 45 minutos seja rapidamente revertida e que não se torne uma tendência.
Nosso principal objetivo é o dia 27, mas chegar para a decisão com o moral elevado é importante. A regra das 24 horas deve ser até abreviada depois deste segundo tempo tão infeliz. Que se tirem as lições o mais rápido possível e que o foco já seja recuperado.
O Palmeiras precisa retomar a sequência de bons resultados e nada melhor do que mais uma grande exibição no Choque-Rei de quarta-feira. O clássico, além de tudo, tem caráter cívico – afinal, mandá-los para a beira do abismo da B é sempre um dever a ser cumprido. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Fluminense
Primeiro tempo
Gustavo Scarpa atacou pela direita e tocou para a chegada de Raphael Veiga, que bateu da meia-lua; Marcos Felipe deu rebote e Rony chutou na sobra, em cima do goleiro, que estava caído e rebateu de novo; na segunda chance, Rony dominou, girou e bateu, mas Luccas Claro travou e a bola saiu em escanteio.
GOLAÇO DO PALMEIRAS! Gustavo Scarpa bateu escanteio da direita; David Braz tirou de cabeça e Dudu aproveitou o rebote, da meia direita, e soltou um torpedo no ângulo esquerdo de Marcos Felipe.
A exemplo do jogo anterior, Dudu e Gustavo Scarpa trocaram de lado.
Zé Rafael roubou a bola no campo de defesa e ligou com Gustavo Scarpa por dentro; Dudu passou como um foguete pela direita e puxou o marcador; Scarpa cortou para dentro, enquadrou o corpo e bateu de curva, buscando o canto esquerdo de Marcos Felipe, que foi batido – mas a bola saiu a dois dedos da trave.
Caio Max encerrou o primeiro tempo, que terminou quente, com vários lances bruscos.
Segundo tempo
Mayke sofreu uma pancada de Fred no fim do primeiro tempo e não voltou. Gabriel Menino assumiu a lateral direita.
Gol do Fluminense – com 23 segundos, Yago Felipe aproveitou o espaço, chutou da meia-lua; a bola resvalou em Luan e tirou Weverton da bola.
Gustavo Scarpa cobrou falta da meia direita, colocada – Marcos Felipe caiu no canto direito e espalmou.
Wellington fez falta clara sobre Raphael Veiga; o árbitro mandou seguir e o Fluminense chegou em nossa área; Victor Luis foi na marcação de Lucca e cometeu um pênalti bobo. O VAR chamou o árbitro, que após a revisão anulou o pênalti e marcou a falta.
Danilo Barbosa entrou no lugar de Felipe Melo.
Victor Luis esticou para Dudu na esquerda; o camisa 43 cruzou por baixo e Raphael Veiga chegou batendo; David Braz esticou a perna e aparou a bola, que ia no canto esquerdo do gol. Na sequência, Danilo Barbosa pegou a sobra e serviu Gustavo Scarpa, que abriu o espaço e tentou o canto esquerdo de Marcos Felipe, mas a bola saiu por pouco.
David Braz bateu falta da intermediária com muita precisão; Weverton foi na última gaveta e fez a ponte, salvando o Verdão..
Breno Lopes e Danilo entraram nos lugares de Raphael Veiga e Zé Rafael.
Danilo Barbosa recuou no fogo; Lucca chegou em velocidade e conseguiu se antecipar a Luan para finalizar por cima do travessão, cara cara com Weverton.
Gustavo Scarpa deu lugar para Gabriel Veron.
Gol do Fluminense – Cazares tabelou com Nonato e serviu Yago Felipe, que recebeu na meia direita e bateu de curva, no canto esquerdo de Weverton.
John Kennedy ganhou fácil de Kuscevic após erro de Victor Luis e bateu forte, no travessão de Weverton.
Após disputa dura com Samuel Xavier, Dudu reclamou e recebeu o segundo cartão amarelo, e acabou expulso.
Após um final tumultuado, Caio Max encerrou o jogo. Após o apito, mais confusão e uma chuva de cartões.
Só uma coisa, ver o SPFW afundando seria bom demais, mas não acho que devemos por esse peso em cima dos nossos jogadores, porque se não conseguirem afundar o inimigo, podem sofrer críticas exageradas, muito próximo do grande objetivo do ano.