De olho na temporada de 2023, os jogadores do Palmeiras farão atividades remotas e se reapresentarão à Academia de Futebol no dia 2 de janeiro
Depois de três troféus levantados em 2022, o Palmeiras já pensa na temporada de 2023. Nesta quarta, o clube divulgou que o período de preparação do time visando o novo ano será dividido em três etapas, como explica Daniel Gonçalves, coordenador do Núcleo de Saúde e Performance.
“Na primeira, os atletas ficarão off total. Em um segundo momento, eles se movimentarão de acordo com a cartilha já estabelecida pelos preparadores físicos do clube e serão monitorados por um equipamento de frequência cardíaca, o First Bit, uma tecnologia nova de transmissão de dados através de Bluetooth e do dispositivo móvel dos jogadores”, explica, ao site oficial.
“O terceiro momento serão os treinos coletivos, similares aos que foram feitos durante a pandemia, com treinos online que os atletas realizarão em seu local de escolha. Eles terão que destinar um local adequado para o treinamento de ordem neuromuscular ou metabólica, ou seja, trabalhos físicos”, complementa.
Por conta da Copa do Mundo, os atletas ficarão um período de 45 dias longe da Academia de Futebol – a reapresentação acontece no dia 2 de janeiro. Serão 30 dias de férias, com os treinos online iniciando a partir da segunda quinzena de dezembro.
“Durante 15 dias, os jogadores realizarão a pré-temporada à distância. Diariamente o atleta fará o treinamento monitorado pelo clube e isso permitirá com que cheguem ao dia 2 de janeiro tendo realizado uma pré-temporada física, com o devido descanso mental, para suportar bem os desafios de 2023”, completa.
Os trabalhos individualizados serão acompanhados em tempo real através de uma nova tecnologia adquirida pelo clube – uma cinta de frequencímetro que possui acelerômetro, com conectividade via Bluetooth, que envia os dados via celular dos atletas.
225 jogos em três anos
O Palmeiras é o clube brasileiro que mais jogou nos últimos três anos, com 225 partidas disputadas – 60 em 2020; 91 em 2021; e 74 em 2022. De acordo com Daniel Gonçalves, o elevado número de jogos nas últimas temporadas desgasta o jogador fisicamente e, principalmente, mentalmente.
“[O número de jogos] gera um grande nível de fadiga, principalmente mental. Na temporada 2022 tivemos que antecipar a volta das férias e, consequentemente, entrar em um nível de alta performance mais cedo por conta do Mundial, mantendo esse nível de janeiro a novembro. Isso gera fadiga, e o Palmeiras tem um cuidado muito grande com o bem-estar social”, diz o coordenador.
“Existem manobras para deixar os atletas bem no aspecto mental, como retornar rapidamente dos jogos em voos fretados, abreviar períodos de concentração, facilitar o convívio com familiares. Acreditamos que ao fazer isso aceleramos a recuperação mental. Fisicamente, conseguimos manter a performance ao longo da temporada, mas verificamos por avaliações e reuniões que precisávamos prolongar o período de descanso mental dos atletas”, esclarece.
Poucas lesões no Palmeiras
Apesar das muitas partidas e do pouco tempo de recuperação, o trabalho realizado pelos profissionais do NSP do clube vem dando resultado. Além dos títulos conquistados (sete nos últimos três anos), o Palmeiras, em 2022, foi a equipe com menor número de jogadores lesionados dentre todos da Série A segundo levantamento do site globoesporte.com.
“Era um objetivo do NSP ter o baixo número de lesões, consequentemente ser a equipe do futebol brasileiro com menos lesões. É fruto, primeiramente, da conscientização dos atletas na realização dos trabalhos preventivos e dos processos estabelecidos pelo clube”, destaca Gonçalves.
“Em segundo, fruto dos processos internos entre o NSP, comissão técnica e demais setores do clube. Isso permite que o plantel seja reduzido e aproveitemos jogadores da base. E terceiro, pela qualidade dos profissionais e o processo da transdisciplinaridade. Fisiologia, preparação física, nutrição, fisioterapia, medicina, odontologia e psicologia trabalham em prol do Palmeiras, da comissão técnica e dos atletas”, finaliza.
Todos os jogadores do elenco profissional entraram em campo ao longo da temporada, ao passo que diversos atletas das categorias de base foram oportunizados. Pelo Brasileiro, 13 Crias da Academia foram utilizados pela comissão de Abel Ferreira, com ao menos um entre os titulares em 37 partidas da competição nacional.