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03/10/2016 - 20:00

Num belo jogo, cheio de alternativas, o Verdão fechou a 28ª rodada do Brasileirão vencendo o Santa Cruz no Arruda por 3 a 2, abrindo vantagem para o Flamengo na classificação. A dez rodadas do fim, o Palmeiras tem uma rodada de margem para o vice-líder e a contagem regressiva para o fim do campeonato já começou. Sem Dudu, o Verdão teve enormes dificuldades na partida, cometeu erros, mas aproveitou a enorme fragilidade da defesa pernambucana para construir o resultado.

PRIMEIRO TEMPO

Cuca, mais uma vez, surpreendeu – o que, paradoxalmente, não é nenhuma surpresa. Zé Roberto foi escalado como meia para abastecer o rápido ataque com Roger Guedes e Erik dos lados e Gabriel Jesus por dentro. Egídio, claro, fez a esquerda.

E o Verdão começou o jogo como se estivesse em casa, apesar da irritante bandinha local. Pressionando a saída de bola do Santa, jogando inteiro no campo do adversário, tocando de pé em pé, só dava Palmeiras. A primeira chance veio aos seis: Zé Roberto fez linda jogada e enfiou para Roger Guedes em velocidade – a zaga o parou com falta. Na cobrança, a mesma ensaiadinha do primeiro turno no Allianz Parque: depois da ajeitada, Jean bateu por fora da barreira, mas desta vez a bola saiu por muito pouco, beijando a rede por fora.

O Palmeiras continuava dominando completamente as ações e o Santa Cruz só conseguia nos ameaçar quando lançava Keno em velocidade pela esquerda. Muito rápido e habilidoso, exigia que a marcação em cima dele fosse sempre dobrada, e nem sempre funcionava. Aos 18, ele escapou por trás da zaga numa bola enfiada e tocou na saída de Jailson, por baixo do goleiro; mas com pouco ângulo, errou o alvo.

Um minuto depois, o Verdão respondeu numa bela tabela de cabeça entre Gabriel Jesus e Roger Guedes; o camisa 23 saiu em boas condições na área e bateu cruzado, mas a bola foi desviada a escanteio. Na cobrança, pênalti claríssimo e indiscutível sobre Edu Dracena – Derley o empurrou pelas costas quando ele se preparava para cabecear para o gol. Na sequência da jogada, vários tiros a gol com a bola pererecando dentro da área, mas o Santa acabou se salvando.

Aos 24, Jean cobrou escanteio da direita, Allan Vieira desviou parcialmente e Roger Guedes emendou para o gol mas Edson Kölln fez um milagre, com muito reflexo, e defendeu. Só que aos 32 não teve jeito: Jean roubou a bola na direita e tocou para Gabriel Jesus, recuado; ele fez o pivô para Zé Roberto que avançou, tabelou com Erik, recebeu de volta dentro da área e tocou na saída de Edson Kölln, por cobertura, com imensa categoria. Mais um exemplar desse horrendo Cucabol que está acabando com a beleza do futebol.

O Verdão continuava dominando e aos 39 Roger Guedes entrou driblando; quando se preparava para entrar sozinho na área foi calçado por Néris. Na cobrança, Egídio bateu na barreira. O Santa Cruz ameaçou uma reação nos minutos finais do primeiro tempo, forçando algumas jogadas em cima de nossa defesa, que aceitou a pressão. Grafite caiu na área e o estádio inteiro pediu pênalti, mas o próprio atacante do Santa admitiu que o lance foi normal na saída para o intervalo.

SEGUNDO TEMPO

Doriva acertou o meio-campo de seu time colocando o meia Arthur no lugar de Derley, com Pisano voltando um pouco para ocupar o espaço. Com 1 a 0 no placar, e com o adversário abrindo o meio-campo, o Palmeiras tinha a configuração perfeita para seu ataque veloz aproveitar e abrir vantagem – mas Cuca, sem saber da mudança, estragou tudo ao tirar Erik, amarelado, e colocando Leandro Pereira. Não era jogo para o camisa 30 e nosso ataque ficou lento, previsível. O Santa aproveitou e tomou conta do jogo.

A primeira chance do segundo tempo ainda foi do Palmeiras: Roger Guedes insistiu numa bola perdida na direita e cruzou; Zé Roberto e Gabriel Jesus trombaram na tentativa de finalização, mas mesmo assim a bola sobrou para Leandro Pereira, que chutou sem muita força, facilitando para Kölln.

O Santa estava decidido. Aos 5, após escanteio batido por Keno pela esquerda, Gabriel Jesus tirou mal e Grafite quase fez de calcanhar – Jailson estava atento e defendeu. Aos sete, Keno arriscou uma batida de fora, de curva, mas ela saiu à direita da meta, com perigo. Aos dez, veio o empate: após troca de bolas do lado esquerdo, Arthur ficou livre após cochilo de Moisés, dominou na entrada da área e bateu colocado, na gaveta, sem chances de defesa.

Cuca reagiu tirando Egídio, deslocando Zé Roberto para a lateral para a entrada de Cleiton Xavier. Aí começou a consertar a bobagem que fez. O toque de bola do time melhorou bastante. Aos 19, Cleiton brigou na esquerda e ganhou lateral; ele mesmo cobrou rápido para Gabriel Jesus que entrou driblando na área; com pouco ângulo, tentou concluir a gol e Kölln fez a defesa – Roger Guedes fechava em boas condições pelo meio.

Aos 20, saiu o segundo: Cleiton Xavier articulou a jogada no meio-campo; Moisés recebeu e esticou na área; Néris rebateu quando Edson Kölln saía da meta e deixou o gol livre; Leandro Pereira foi esperto, percebeu o descompasso e tocou de primeira, com força, para o gol aberto. 2 a 1 Verdão.

Não deu tempo de aproveitar a vantagem e o espaço que o Santa Cruz fatalmente cederia: aos 23, numa bola alta na lateral da área, Jean fez um pênalti bobo em cima de Arthur. Dewson Freitas marcou; Grafite bateu bem e empatou novamente.

Precisando da vitória, o Verdão lançou-se à frente e voltou a comandar o jogo, ainda mais depois que Doriva, num acesso de loucura, colocou Wagner no lugar de Pisano, desarrumando todo o meio-campo que estava acertadinho. O Verdão aproveitou e chegou ao gol da vitória: aos 32, Jean roubou a bola no meio-campo, perto da lateral, e abriu para Cleiton Xavier; com muita visão, percebeu Roger Guedes se infiltrando no meio de três defensores e tocou por baixo, de curva, na marca do pênalti; Roger Guedes deu o tapa no contrapé de Kölln e fez o terceiro. Golaço.

O Santa Cruz reagiu e tentou o empate com todas as forças. O Palmeiras não conseguia ficar com a bola no pé e passamos quinze minutos de muita apreensão. Aos 38, Grafite aproveitou um estouro do goleiro, colocou na frente, ganhou de Vitor Hugo e entrou na área; pressionado por Jean bateu forte, mas Jailson fez uma defesa espetacular e salvou o Verdão do empate. Mesmo com Thiago Santos no lugar de Roger Guedes, o Palmeiras tomava sufoco. Aos 48, Dewson Freitas inventou uma falta de Gabriel Jesus perto da área e ainda lhe aplicou cartão amarelo. Na cobrança, quatro jogadores do Santa estavam impedidos; o bandeira não marcou nada e Arthur cabeceou livre, para fora. Que sufoco! Aí o jogo acabou.

FIM DE JOGO

A defesa do Santa Cruz, por baixo, é uma mãe; não é à toa que está na vice-lanterna do campeonato. O Palmeiras não tem nada com isso e buscou os três pontos, cumprindo sua obrigação. Não temos mais que nos preocupar em convencer ninguém, e sim em buscar o resultado, o que interessa é fazer mais gols que o adversário. Tomou dois? Faz três e tá tudo certo. É assim que o time vai sustentando a liderança e minando a confiança dos adversários, que correm, correm, correm, mas não nos alcançam. O time agora vai a Londrina enfrentar o América “fora de casa” e conta com a volta de Dudu. Faltam dez jogos. Cabeça fria, humildade, pensando jogo a jogo, e VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Santa Cruz

Édson Kölln
Danilo Pires
Neris
Danny Morais
Allan Vieira
Jádson
Uillian Correia
Derley
Arthur
João Paulo
Pisano
Wagner
Keno
Grafite
Doriva
TÉCNICO









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