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25/02/2017 - 16:30
Com um novo-velho esquema, e voltando a exibir um bom futebol, o Verdão goleou a Ferroviária por 4 a 1 no Allianz Parque e se isolou ainda mais na liderança de seu grupo no Paulistão. O resultado dá novo fôlego a Eduardo Baptista, que segue em trajetória irregular no comando do Verdão, ainda em busca do equilíbrio.
A partida foi marcada pela estreia do colombiano Miguel Borja, que já deixou o seu logo de cara, com muita autoridade. Sua atuação enche os palmeirenses de esperança – e os adversários, de preocupação.
PRIMEIRO TEMPO
Eduardo Baptista mudou o esquema, dando mostras que está enxergando os erros e tentando corrigir. Colocou em prática o 4-2-3-1, com Zé Roberto fazendo o segundo volante, ao lado de Thiago Santos; Egídio foi para a esquerda e Dudu jogou por dentro, com Keno e Michel Bastos abertos. Além disso, Edu Dracena substituiu Mina, vetado na manhã de sábado por desgaste muscular.
Nossos dois pontas foram os destaques do primeiro tempo. Keno e Michel Bastos, bastante acionados, infernizaram a defesa da Ferroviária – e eles trocaram de lado algumas vezes, para confundi-los ainda mais. A primeira jogada foi aos 3: Michel Bastos conduziu pela direita, cortou para dentro e soltou a perna – a bola fez a última curva para o lado errado e saiu.
A Ferroviária veio numa retranca tradicionalíssima, com dez atrás da linha da bola. O Palmeiras rodava a bola pacientemente, usando bastante os flancos, contando com os apoios de Jean e Egídio, que ppossibilitaram algumas triangulações. E foi numa jogada pela direita que saiu o primeiro gol, num lance cheio de momentos bem improváveis: Michel Bastos tocou de calcanhar e a bola ficou na medida para Jean, que acertou um passe exatamente nas canetas de Claudinei para Willian Bigode, que foi ao fundo e cruzou para Keno, que como um centroavante, cabeceou no ângulo direito de Matheus, abrindo o placar.
O Palmeiras continuava muito superior e aos 17, Michel Bastos lançou Dudu na área; o capitão matou na caixa e chutou forte; Matheus deu rebote e Willian chegou limpo na jogada, pronto para fazer o segundo, mas pegou de tornozelo na bola, que acabou saindo por cima. Aos 22, Dudu fez o passe mais perfeito da partida deixando Keno na cara de Matheus; ele driblou o goleiro mas puxou demais e perdeu ângulo; mesmo assim conseguiu a finalização que Patrick salvou literalmente em cima da risca.
Aos 29, mais uma chance para o Verdão: Michel Bastos sofreu falta na meia-lua; ele mesmo bateu, tentando encaixar a bola por baixo da barreira, mas ela não passou. Três minutos depois, Edu Dracena fez o segundo passe mais perfeito da partida, deixando Willian na cara de Matheus; ele tirou do goleiro buscando o canto direito mas ela saiu por pouco. Foi um massacre do Verdão, que nos 15 minutos finais diminuiu o ritmo, sem correr nenhum risco. Zé Roberto e Thiago Santos corrigiram o problema de falta de compactação e a Ferroviária não teve nenhuma chance no primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
O Palmeiras voltou do vestiário sem mudanças, e a Ferroviária conseguiu encaixar melhor a marcação; nosso time não encontrava mais os espaços com tanta facilidade. Aos 4, sem opções, Thiago Santos teve que arriscar de longe – a bola ainda desviou na zaga antes de sair a escanteio, com perigo.
Aos 13, a primeira chance de gol da Ferroviária: Capixaba fez a jogada em cima de Jean; Vitor Hugo chegou para tentar travar mas o atacante da Ferroviária conseguiu o arremate, que passou muito perto da trave esquerda de Fernando Prass.
Diante da diminuição do ritmo do time e das primeiras ameaças da Ferroviária, a torcida do Verdão presente ao Allianz Parque perdeu a paciência e acabou vaiando sonoramente o time, por volta dos 18 minutos. Coincidência ou não, um minuto depois, saiu o segundo: Dudu fez a jogada na lateral da área e foi derrubado por Leandro Amaro, em cima da risca – pênalti não assinalado pela arbitragem, que viu a falta fora da área. Na cobrança, Jean puxou para o meio e Michel Bastos soltou a patada; Willian encobriu a visão do goleiro e a bola entrou no meio do gol. Um minuto mais tarde, Borja entrou em campo, no lugar do camisa 29. Pouco depois, Keno deu lugar a Roger Guedes.
A Ferroviária, que ameaçava o empate, se retraiu com o segundo gol e parecia que o jogo ia ficar naquilo. Mas Thiago Santos aparentemente sentiu algo – ou cansaço, ou um desconforto, e passou a se arrastar em campo. O time do interior achou o espaço que precisava e voltou à carga. Aos 28, Juninho fez boa jogada, puxou para dentro e bateu forte – Prass defendeu. Mas na jogada seguinte, não teve jeito: depois de um chute de Alan Mineiro, a bola bateu no braço de Michel Bastos e o juiz marcou pênalti. Ele mesmo foi para a cobrança e deu a paradinha, induzindo Prass a se mexer. Veio a batida, e Prass defendeu canto esquerdo sem rebote, mas o bandeira mandou voltar. E Prass ainda levou o amarelo por reclamação. Só com o Palmeiras mesmo!
Na segunda cobrança, Alan Mineiro mudou o canto e diminuiu o placar. Prass deu um bico na bola, frustrado, e quase levou o vermelho. O juiz é mais um desses palhaços do quadro da FPF. E a Ferroviária renasceu no jogo, após diminuir o placar e ver a zaga do Palmeiras desprotegida, já que Thiago Santos deixou mesmo o campo para a entrada de Raphael Veiga – Michel Bastos e Zé Roberto passaram a ser nossa nova dupla de volantes. E o time grená rondou nossa área por alguns minutos com perigo, levando nossa torcida ao desespero absoluto. Chiliques aos borbotões no Allianz Parque – houve quem gritasse “VAMOS CORRER, BORJA!”
O colombiano, após 15 minutos em campo, respondeu: em rápido contra-ataque do Verdão, Borja tocou para Dudu na esquerda e correu pela direita; Dudu devolveu para o colombiano, que entrou na área em velocidade, olhou para o goleiro e concluiu com muita precisão, no cantinho esquerdo de Matheus. Um gol impressionante, de atacante matador, que pega a bola e só vai parar lá dentro. Parece que ele é mesmo “tudo aquilo”.
O gol acendeu novamente o bipolar Allianz Parque, que passou rapidamente de panela de pressão a salão de carnaval. E no embalo, saiu o quarto: Dudu sofreu falta no lado esquerdo, rente à risca lateral; Raphael Veiga cobrou na marca do pênalti, onde Roger Guedes desviou de cabeça no canto esquerdo de Matheus, que mais uma vez não teve chances. Com 4 a 1 no placar, o Verdão relaxou e a torcida, aliviada, aplaudiu.
FIM DE JOGO
O Verdão dominou plenamente o jogo por 85 minutos. E de forma incrível, os cinco minutos de predomínio da Ferroviária quase derrubam nosso time. Os 4 a 1 refletem nossa superioridade, mas nem de longe mostram que quase, por muito pouco, uma tragédia se abateria sobre o time – um empate da Ferroviária a dez minutos do fim causaria um novo Armagedon nas ruas da Pompeia. Felizmente Borja resolveu a parada, fazendo o primeiro gol de uma lista que, esperamos, seja muito longa.
No aguardo pela recuperação de Tchê Tchê, o time agora volta as atenções para o Red Bull, em jogo marcado para sexta-feira em Campinas – mas o jogo pode ser no Pacaembu. O novo-velho esquema (afinal, é o mesmo que Cuca usou na campanha do eneacampeonato), foi aprovado no primeiro teste e pode ser o caminho que Eduardo está procurando há algumas semanas.
Tudo bem que estava na cara. O que importa é que ele finalmente achou. Vamos em frente. VALEU BORJA! VAMOS PALMEIRAS!