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31/08/2016 - 19:30
O Palmeiras penou no primeiro tempo, mas achou o caminho do gol na metade final do jogo, abriu 3 a 0 e levará uma boa vantagem para o jogo da volta contra o Botafogo-PB, no Almeidão, no dia 22. O time agora terá uma semana de descanso enquanto a seleção da CBF segue seu calvário nas eliminatórias para a Copa de 2018, e vai se preparar para o clássico contra o SPFC, no feriado da Independência.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca escalou força máxima, provavelmente pensando em abrir vantagem para eventualmente poder poupar os titulares daqui a três semanas, na partida de volta. Não contava com a marcação individual ferrenha do time paraibano. Fechadinho, o Belo contava ainda com a velocidade de Carlinhos e Rodrigo Silva nos contra-ataques, e por pouco não complicou a vida do Verdão.
Os problemas começaram logo a seis minutos, quando Moisés caiu junto à linha de fundo em nosso campo de defesa acusando muita dor no tornozelo. Ele foi atendido e rapidamente voltou ao jogo, mas nitidamente sentindo o local. Aos 24 minutos, ao tentar um apoio lateral para fazer um cruzamento, forçou a articulação e desabou, fazendo sinal de substituição ainda antes de cair. Muita preocupação para a sequência da temporada.
A coisa já estava difícil com Moisés em campo – a única chance de gol do Palmeiras tinha sido um chute fraco, de fora da área, de Rafael Marques. Sem Moisés, com Gabriel em seu lugar, nosso time ficou surpreendentemente mais vulnerável. Aos 26, Rodrigo Silva foi acionado na meia-lua, fez o trabalho de pivô escorando a bola de cabeça para a chegada de Pedro Castro, que de frente para o gol bateu por cima, com perigo.
Aos 31, uma falta foi batida da intermediária, por baixo, teoricamente sem nenhum perigo – mas Vitor Hugo resolveu tirar um cochilo e a bola caiu no pé de Rodrigo Silva, que dominou livre dentro da área e bateu firme, buscando o ângulo esquerdo de Jailson, mas a bola saiu por muito pouco.
Diante da dificuldade de penetrar na defesa do Botafogo, num lance em que foi dado um passe para trás a ansiedade da torcida fez-se vista: algumas vaias apareceram, mas foi num momento bastante rápido e por pouquíssima gente. O estádio inteiro abafou a manifestação e rapidamente passou a apoiar o time.
Depois de muito tempo, o Palmeiras descobriu o óbvio: contra uma marcação individual, o que resolve é o confronto. Dudu recebeu uma bola na intermediária e resolveu rabiscar em cima da defesa paraibana, e deu resultado: depois de levar dois adversários, bateu forte da entrada da área, mas Michel Alves conseguiu a defesa – a bola ainda seguiu viva mas a jogada não teve maiores consequências. Mesmo sem o gol, a jogada foi decisiva e certamente influenciou na forma como o time voltaria para o segundo tempo.
SEGUNDO TEMPO
As trocas de passes não iam render nenhum resultado, sobretudo se a movimentação seguisse lenta. Cuca trocou Cleiton Xavier por Allione, e o resultado apareceu rápido. O time passou a jogar em cima do Botafogo e o jogo ficou nitidamente a nosso favor.
Depois de algumas jogadas perigosas, mas que não tiveram finalização, o time chegou ao gol aos dez minutos, de pênalti: Tchê Tchê bateu de fora, a bola desviou na zaga e sobrou para Rafael Marques, que ia entrando na área quando foi tocado por Jefferson Recife em cima da risca. O lance foi rápido e bastante duvidoso – e a regra neste caso é taxativa: lance duvidoso a favor de um grande contra um pequeno, na casa do grande, só se resolve de um jeito. Jean bateu no meio do gol e abriu o placar e a porteira.
Com o gol, a disposição defensiva do visitante afrouxou um pouco – algo que aconteceria naturalmente, mais cedo ou mais tarde, pelo cansaço decorrente da correria que eles propuseram para armar a defesa. Na trocação franca, o Palmeiras encurralou o Botafogo e construiu a vantagem.
Aos 16, um lance incrível: Dudu fez uma linda jogada pela esquerda e cruzou rasteiro, com precisão milimétrica – a bola passou por quatro defensores até chegar a Erik, que bateu firme, mas em cima do goleiro, com todo o gol à disposição. Michel Alves teve também muitos méritos, claro.
No minuto seguinte, no entanto, o Verdão ampliou: Erik foi lançado por Tchê Tchê pela direita, enxergou Rafael Marques entrando pelo meio e tocou de lado; Rafael Marques fez linda finta de corpo no zagueiro, que se estabacou no chão, e tocou com categoria no cantinho direito de Michel Alves, que desta vez não teve o que fazer: 2 a 0.
Já com Vitinho no lugar de Erik, os espaços estavam mais evidentes ainda, já que o Botafogo parecia realmente acreditar que poderia fazer um gol. Aos 35, Dudu mais uma vez iniciou a jogada com uma bela finta e tocou para Allione, que ameaçou jogar no meio da área mas preferiu rolar para a meia-lua, onde estava Tchê Tchê; com uma espetacular finta ele derrubou dois adversários, dominou e bateu de canhota, no cantinho esquerdo de Michel Alves. Um golaço, que premia a linda trajetória que esse menino vem fazendo desde que chegou ao Verdão.
Com 3 a 0 no placar, o jogo esfriou e os dois times esperaram pelo apito final, que nem demorou tanto: apenas dois minutos de acréscimo.
FIM DE JOGO
Infelizmente Cuca e alguns atletas mencionaram o fato das vaias no fim do primeiro tempo nas entrevistas pós-jogo, obviamente instigados pela imprensa. Caíram na armadilha. O episódio foi isolado e insignificante; não podemos cair na pilha, não podemos deixar que plantem discórdia entre nós neste momento.
O time teve dificuldades, mas achou o caminho e conseguiu um bom placar. Missão cumprida. Agora temos que focar no Brasileirão, que vem aí uma sequência importantíssima. VAMOS PALMEIRAS!