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16/04/2018 - 20:00
O Palmeiras foi ao Rio de Janeiro e trará um empate na bagagem, depois de ficar no 1 a 1 com o Botafogo, no Engenhão, na estréia do Brasileirão 2018. Foi um jogo que teve alguns momentos de boa movimentação,mas no geral os dois times deixaram a desejar – o Botafogo, em casa, cheio de desfalques; e o Verdão, inexplicavelmente sem força ofensiva, com muitos ajustes para serem feitos para a sequência da temporada.
PRIMEIRO TEMPO
Depois de proporcionar uma chuva de abraços em Alberto Valentim, o time do Verdão foi a campo sem nenhuma novidade na escalação em relação ao esperado antes da partida. O Palmeiras fez o primeiro ataque perigoso aos cinco: Keno entortou Marcinho como quis e cruzou no segundo pau; Willian conseguiu a testada mas Gatito defendeu com o pé direito, salvando o time da casa.
Aos 13, Lucas Lima deu um lindo lançamento para Diogo Barbosa, por trás de Marcinho; o camisa 6 cruzou por baixo e por muito pouco Willian não chegou para empurrar para o gol vazio. A esta altura, já parecia claro que a mina de ouro era o lateral direito do time da casa.
O Palmeiras dominava a posse de bola. A pressão alta fazia com que o time da casa não conseguisse articular jogadas e errasse muitos passes; o Verdão, por sua vez, seguia com os jogadores muito distantes entre si, a exemplo do jogo contra o Boca, e apostava na velocidade de Keno e Willian em cima da pesada defesa carioca.
Aos 29,o primeiro lance perigoso do Botafogo: Marcinho aparou uma bola longa de nossa defesa e conseguiu ligar rápido com Brenner, que era marcado à distância e ajeitou para bater rápido, de longe, para fora – mas com perigo. Um minuto depois, foi a vez de Léo Valencia arriscar de fora; Jailson mandou a escanteio.
Aos 35, Bruno Henrique errou mais uma saída de bola; Gustavo Bochecha roubou e tocou para Rodrigo Lindoso, que teve liberdade para bater colocado, buscando o ângulo esquerdo de Jailson, que só torceu. A esta altura, o Botafogo já havia equilibrado o jogo.
O Palmeiras parava nos infinitos erros de passe. O Botafogo insistia nas bolas aéreas ou nos chutes de fora. Ninguém levava perigo. Zero a zero foi o único resultado possível para o primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
O Palmeiras voltou para o segundo tempo com Guerra no lugar de Lucas Lima – na falta de movimentação coletiva, sobrou para o organizador do time. O venezuelano, por sua vez, aproveitou a chamada que o time deve ter recebido no intervalo e teve a seu lado companheiros com mais movimentação, e assim apareceu bem no jogo.
O Verdão iniciou o segundo tempo mais ligado, acertando mais os passes e com mais movimentação e aproximação. Foi o que bastou para o time chegar ao gol aos oito minutos – e foi um golaço: Keno ligou com Dudu dentro da área; o capitão ganhou na habilidade e na força de Igor Rabello, que tem o dobro de seu tamanho, e deixou Guerra na cara do gol – o camisa 18 teve categoria para tirar de Gatito a abrir o placar.
Aos 11,quase o segundo: Dudu apareceu para o jogo e fez ótima jogada em cima de Gilson; ele tocou por baixo para Guerra que fechou o triângulo em Willian, que dominou, girou e bateu firme, mas Gatito defendeu. Aos 16, Dudu puxou o contra-ataque e abriu para Willian na esquerda; o Bigode deu a velha cortada para o meio e bateu de chapa – Gatito pegou firme mais uma vez.
O Verdão mandava no jogo; mesmo perdendo o jogo, o time da casa não assustava nossa defesa. Alberto Valentim então fez uma boa troca, mandando Marcus Vinicius ao jogo, no lugar de Gustavo Bochecha, o que deu mais movimentação ao meio-campo do Botafogo.
Aos 24, Léo Valencia bateu de longe, sem direção. Roger trocou Willian por Deyverson. Aos 32, Marcus Vinicius começou a jogada e abriu para Léo Valencia, que colocou na área; Jailson saiu mal e a bola caiu no pé de Kieza, que furou na primeira e tocou fraquinho na segunda, deixando a bola fácil para Jailson. Parecia um trailer do gol que viria a seguir.
Quatro minutos depois, Marcinho cruzou da direita e Antônio Carlos cortou com um toque para o alto; Felipe Melo se intimidou com o tamanho de Igor Rabello e em vez de disputar por cima, tentou atrapalhar o zagueiro do Botafogo, mas nem isso soube fazer; Rabello não dominou a bola na primeira e ela pingou na área; Thiago Martins virou de bunda para a jogada e a bola se ofereceu de novo para Igor Rabello, que desta vez não desperdiçou a chance e decretou o empate. Além dos erros grosseiros do 30 e do 31, o Palmeiras deu a mesma bobeira do jogo contra o Boca: o tempo regulamentar chegando ao fim, permitiu que o jogo ficasse acelerado, permitindo que o time da casa fizesse a pressão mesmo sem organização – e pior, aceitou.
Aos 40, Leo Valencia bateu de fora, com força e efeito, e Jailson jogou a escanteio. O jogo ficou aberto, os dois times queriam ganhar. Aos 41, Dudu puxou contra-ataque e abriu para Keno, dentro da área e em ótimas condições, mas o camisa 11 não conseguiu ajeitar a bola para o chute e deu chance para a recuperação de Carli.
Aos 46, o Verdão jogou altinha na área do Botafogo; Dudu para Keno, daí para Guerra, que emendou por cima. No último lance, Deyverson conseguiu recolher uma bola no fundo e cruzou por baixo; Guerra teve a chance de emendar mas mandou a chuteira lá no Maracanã. E o jogo acabou.
FIM DE JOGO
O empate no Rio não é nenhum desastre. Uma previsão de pontos razoável pode contar com deixar dois pontos no Engenhão – o Botafogo não perderá de muita gente em seu estádio e o resultado é normal. Mas a forma como aconteceu, mais uma vez, deixa a sensação de frustração. O Palmeiras tinha o resultado a menos de dez minutos do fim e tomou um gol por dois erros grosseiros na mesma jogada, que nem deveria ter acontecido caso o time fosse menos ingênuo.
As três partidas sem vitória não devem pesar – afinal, foram por competições diferentes. Mas o sinal amarelo apareceu, e é o Inter quem deve pagar a conta. A partida no Pacaembu se torna mais uma daquelas em que o resultado é muito mais importante que qualquer evolução tática, para devolver a tranqüilidade ao grupo, que aguarda pelas voltas de Borja e Scarpa, enquanto vê Guerra subindo de produção, na contramão de Lucas Lima. Roger tem decisões para tomar. VAMOS PALMEIRAS!