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Num jogo em que os dois times sofreram bastante com o calor e a umidade, o Palmeiras conseguiu mostrar muita eficiência e bateu o Novorizontino por 3 a 0 no Jorge Ismael de Biasi e praticamente garantiu a classificação para as semifinais do Paulistão – algo que só não vai acontecer se o time do interior reagir de forma espetacular e fazer algo que ninguém fez nos 100 jogos no Allianz Parque: marcar quatro gols.

PRIMEIRO TEMPO

Ao contrário do que dizia a previsão do tempo, o dia em Novo Horizonte foi de tempo claro e o gramado, ao menos, estava em boas condições para se jogar bola. Sem novidades na escalação, o Verdão entrou em campo cauteloso, esperando a definição da forma com que o Novorizontino, segundo melhor ataque do campeonato, se comportaria – e o que se viu foi o time da casa, conforme esperado, buscando o jogo.

Aos sete minutos, após cruzamento da direita, Jean Carlos aproveitou falha da defesa – Marcos Rocha estava com dois – e escorou buscando o cantinho direito, mesmo com pouco ângulo – Jailson estava bem colocado e apenas viu a bola passar à sua direita; ela ainda bateu na trave.

O Palmeiras chegou pela primeira vez aos 11: Borja escorou o lançamento longo para o meio, onde estava Willian Bigode, que bateu de chapa, mas a bola ficou na zaga. Aos 14, após falta da esquerda no segundo pau, Alisson Safira entrou por trás da zaga e testou firme, buscando o canto direito de Jailson – a bola saiu raspando. O Palmeiras respondeu no minuto seguinte, após troca de passes no ataque, Willian recolheu, puxou para a perna esquerda e disparou – a bola parou em Lucas Lima, que estava na marca do pênalti tentando pegar o rebote.

O jogo estava bastante aberto, com a bola parando pouco na faixa central do gramado. O Palmeiras então tentou tirar a velocidade do jogo e rodou a bola por muito tempo, até Lucas Lima cruzar da direita para Borja, na área; Tony chegou por trás e deu um tranco no colombiano: pênalti indiscutível, que o juiz assinalou. Dudu bateu com força no canto direito, Oliveira foi na bola mas não alcançou.

O Novorizontino se arreganhou após o gol e deixou espaços. Aos 22, Marcos Rocha fez um lançamento longo para Borja; a bola quicou e encobriu o zagueiro, ficando à mercê do colombiano, que podia ter feito um golaço mas pegou de canela na bola, que saiu rolando pela lateral. Passou vergonha.

Aos 23, Willian tabelou com Borja e desceu em velocidade pela esquerda; invadiu a área, cortou o zagueiro e bateu cruzado, buscando o canto esquerdo de Oliveira, que se esticou e defendeu parcialmente; Victor Luis chegou para tentar aproveitar o rebote mas a zaga aliviou.

O Verdão então diminuiu muito a cadência do jogo, até pelo forte calor. Pouca coisa aconteceu além dos dois times alternando trocas de passes e cometendo muitos erros. Em ritmo morno, a partida caminhou até o final do primeiro tempo.

SEGUNDO TEMPO

Logo aos 27 segundos, Bruno Henrique lançou Willian em velocidade; ele partia em direção ao gol em posição legal, mas o bandeirinha tratou logo de marcar impedimento. Aos seis, Borja tentou um chute de longa distância e mandou a bola fora do estádio.

Aos sete, o Novorizontino armou um contra-ataque rápido pela esquerda; Juninho acionou Thallyson, que cruzou no primeiro pau; Safira cabeceou com força, no ângulo, mas Jailson saltou e esticou o braço direito para mandar a escanteio – uma defesaça. O time da casa se animou e no minuto seguinte Thallyson cruzou no segundo pau; Safira ganhou de Victor Luis e a bola sobrou para Cleo Silva, que se esticou para tentar escorar para o gol, na sápida de jailson; ele não pegou em cheio na bola e Victor Luis interceptou a bola que se arrastava em direção ao gol.

Parecia que o time da casa ia manter a pressão, mas o Palmeiras respondeu rápido: Marcos Rocha desceu em velocidade e inverteu o jogo; Borja deixou a bola passar e ela se ofereceu para Willian, livre; ele dominou e tocou na saída do goleiro, mas a bola saiu por pouco – um erro crasso de finalização.

Aos 16, depois do chutão de trás, Lucas Lima enxergou Dudu fazendo o facão e enfiou; o capitão entrou de carrinho e tocou de bico; a bola explodiu no peito de Oliveira. E depois do octogésimo quinto erro grosseiro de Borja, Roger mandou Keno a campo em seu lugar – Willian passou a jogar mais enfiado. Pouco depois, Lucas Lima deu lugar a Guerra.

O jogo seguia em banho-maria até os 31, quando Keno acertou um belo lançamento para Willian, que mais uma vez aproveitou o enorme espaço deixado pela defesa do Novorizontino e saiu na cara do goleiro; ele aproveitou a bola pingando para fazer uma finta de corpo no goleiro e tocou para o gol vazio.

Mesmo com o gol sofrido, o Novorizontino não conseguia reagir, possivelmente sofrendo muito com o calor – o Palmeiras aproveitava e fazia o relógio passar. O time da casa chegou de novo aos 41, numa boa cabeçada de Alisson Safira pra fora.

Aos43, o Palmeiras chegou ao terceiro e jogou a pá de cal sobre o time da casa: Marcos Rocha cruzou; Willian disputou com a zaga e a bola se apresentou para Keno macia, gostosa, pedindo “me chuta, me chuta, me chuta”; Keno encheu o pé, sem chances para Oliveira. O Novorizontino ainda tentou o gol de honra aos 45, com Magno Alves, num bom chute de média distância, mas Jailson estava lá para acabar com a graça. E o jogo acabou

FIM DE JOGO

O placar não refletiu o que foi o jogo, mas ninguém pode dizer que foi injusto, afinal, o Palmeiras foi eficiente aproveitou as chances que teve e não houve interferência da arbitragem. Com o placar construído e com o forte calor, parece natural que o time tenha jogado numa intensidade abaixo do que a que estamos acostumados.

Desde que nos jogos grandes nossos jogadores mostrem que são capazes de impor um ritmo forte, mesmo sob um calor equatorial, nos jogos grandes e decisivos, um jogo mais moderado como o desta noite não incomoda – claro, apoiado num placar de 3 a 0; caso o resultado não tivesse sido tão satisfatório, a compreensão da torcida com o ritmo mais lento não seria a mesma. Que venha o jogo da volta e VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Novorizontino

Oliveira
Tony
Anderson Salles
Éder Ferreira
Thallyson
Adilson Goiano
Lucas Siqueira
Everton
Jean Carlos
Magno Alves
Cleo Silva
Alisson Safira
Juninho
Francis
Doriva
TÉCNICO





Notas


Jogador
Descrição
Nota
Jailson
Uma defesaça e outras boas participações. Tem futuro, esse garoto.
8
Marcos Rocha
Parece que está em seu oitavo ano no Palmeiras.
8
Antônio Carlos
Muito exigido no jogo aéreo, seu ponto forte; ganhou algumas mas perdeu outras.
6
Thiago Martins
Passou alguns apertos com o tal de Cleo Silva.
5.5
Victor Luis
Já passou da fase de ser chamado de "ex-menino da base". Está jogando como gente grande.
7
Felipe Melo
Partida correta, com a virilidade na medida exata.
6.5
Moisés
Com ele à frente da zaga a saída de bola sempre melhora - pena que mal utilizada pelo resto do time.
6
Bruno Henrique
Ótima partida, com um grande senso de colocação e fugindo à regra dos erros de passes.
7.5
Willian
Participou demais do jogo, respondeu como se o Gustavo Scarpa ainda estivesse o ameaçando. Errou dois gols feitos, mas participou decisivamente de outros dois.
7.5
Lucas Lima
Sumidão, teve momentos de brilho isolados.
6.5
Guerra
Mal pegou na bola.
s/n
Dudu
Bateu o pênalti muito bem e perturbou a defesa do Novorizontino - sem grande brilho.
7
Borja
Uma boa participação num lance no início do jogo, sofreu o pênalti e só. Seu melhor lance foi quando decidiu não pegar na bola e ela ficou com Willian.
4
Keno
Dois lances decisivos: o lançamento para Willian no segundo gol e a finalização no terceiro. Ainda bem, porque de resto errou exatamente tudo.
6
Roger Machado
Roger Machado
Escalou sem inventar, mexeu certo e mostrou muita insatisfação com o ritmo lento do time. Gostamos.
8




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