Abel aproveitou a coletiva também para rebater críticas da imprensa
O Palmeiras recebeu o Sport na noite de ontem, em jogo válido pela 28ª rodada do Brasileirão, e venceu a equipe pernambucana por 2 a 1, de virada. Luiz Adriano, aos 8 do segundo tempo, e Felipe Melo, aos 35, foram os autores dos gols.
Após a partida, em entrevista coletiva, o técnico Abel Ferreira elogiou o desempenho do time, principalmente na parte ofensiva – o Verdão finalizou 36 vezes (16 certas) contra o gol de Mailson, recorde de chutes de um time no Campeonato Brasileiro desde 2013.
“Vimos uma equipe com uma força mental muito forte, além da organização tática e coletiva. Mantivemos a ordem, disciplina e, principalmente, a intensidade. Para mim futebol moderno é isto: ser vertical, chutar 36 vezes a gol. E para que isso aconteça, é preciso que a equipe esteja descansada. Foi o que aconteceu. Muitas vezes o resultado não reflete o que foi o jogo, mas hoje sim”, resumiu.
“Gosto de estudar futebol, faço isso todos os dias. Meu foco é total em continuar evoluindo como treinador e os meus jogadores sabem o que tem de fazer dentro de campo. Hoje enfrentamos um adversário que se defende bem, mas com poucos recursos ofensivos. Tínhamos que ter a bola e, no último terço, sermos criativos, driblar, finalizar, fazer coisas. E foi isso que eles [os jogadores] fizeram. As 36 finalizações demonstram a agressividade da equipe, que contradiz alguns que querem nos catalogar como ‘um time que se defende’. Pena que foram apenas dois gols, poderíamos ter feito 6”, acrescentou.
O comandante revelou também que a conversa no intervalo foi no sentido de os atletas manterem a calma, além de realizar alguns ajustes táticos, com a entrada de Gustavo Scarpa no lugar de Danilo.
“Passei exatamente isso: calma, tranquilidade. As palavras foram nesse sentido. Lógico que fizemos ajustes táticos, tornamos a equipe mais agressiva com a entrada do Scarpa. Mantivemos a largura, os movimentos interiores e o time manteve a disciplina”, declarou.
“Gosto de jogar com três tipos de médios: 5 (Felipe Melo ou Danilo Barbosa), 8 (Patrick de Paula ou Danilo) e 10 (Scarpa e Veiga). Só posso escolher três. Quando preciso de uma equipe mais aguda, precisamos de jogadores do banco que fazem isso. O Scarpa nos dá isso, ele fez um jogo fantástico, foi fundamental para sermos mais agudos. A função enquanto treinador é olhar para o jogo, ver o que ele está pedindo e dar a melhor reposta”, prosseguiu.
Abel afirma que grupo está fechado com ele
O triunfo contra o Sport foi o terceiro consecutivo do Palmeiras depois de a equipe passar por um momento turbulento. No período em que o Verdão ficou cinco partidas sem vencer, muito foi dito sobre Abel Ferreira ter “perdido o grupo”, mas o comandante fez questão de rebater:
“Muitos disseram que o treinador perdeu o vestiário. Quem está com eles todos os dias, os treinam, sofrem com eles, somos nós da comissão técnica. Eu não grito com os jogadores. Quando sentir que perdi o grupo e eles não estiverem mais fazendo o que eu peço, serei o primeiro a ir embora. Se estou aqui é porque há trabalho a se fazer, porque eles me seguem e fazem o que o treinador diz. Quando os critico publicamente, é para ser algo construtivo, de pai para filho”, enfatizou.
“Há o jornalismo feito de forma honesta, mas há o que é feito do ódio, inveja, crítica barata. As pessoas não me conhecem como homem, pai. Podem me criticar como treinador, mas quando parte para ofensa, mostra o caráter de quem está do outro lado”, concluiu.
O Palmeiras terá seis dias de trabalho até o próximo confronto, que será contra o Grêmio, em Porto Alegre. Com a vitória, o Verdão retomou a segunda posição do Brasileirão, com 49 pontos.