O Derby que se aproxima parece ser o mais importante desta década

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras contra o SCCP, durante partida válida pela terceira rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Recuperação, embalo e empurrar o rival para o inferno da Série B: não faltam razões para esquecermos as decepções e focarmos no Derby da próxima segunda-feira.

Depois do decepcionante resultado da partida contra o Fortaleza, no último sábado, uma onda de pessimismo tomou conta de nossa torcida. Como é natural, o placar fala mais alto que o desempenho; assim, o desânimo se abateu sobre parte de nossa torcida.

É verdade que o desempenho também não foi lá grande coisa, mas assistindo ao jogo friamente, não seria nenhum absurdo se o Palmeiras tivesse vencido. O Fortaleza chegou a seus tentos diante de erros incomuns de nossos jogadores, que falharam também nas finalizações – Veiga e Estêvão perderam oportunidades claríssimas de marcar.

Isso sem falar nos prejuízos causados pela fraca arbitragem de Ramon Abatti Abel, que nos sonegou um pênalti (sobre Dudu, seria o terceiro!), deixou de expulsar Martínez por desferir um soco em Richard Ríos e deu um acréscimo ridículo de oito minutos, que não cobriu nem o tempo desperdiçado nos dois gols marcados no segundo tempo.

O “se” não joga, estamos carecas de saber. Mas em caso de vitória do Palmeiras, ninguém estaria criticando o desempenho do time. Nossa torcida estaria eufórica por ter, por algumas horas, liderado o campeonato, e seguiria colocando pressão no Botafogo do Rio, que arrancou a vitória em Bragança nos minutos finais. E vai saber se uma vitória do Palmeiras não teria influenciado até nesse jogo, induzindo o time de bairro a um tropeço.

Ganhar um Derby é um santo remédio

É preciso usar esse raciocínio, baseado na condicional, para tentar reverter esta onda de pessimismo. Afinal, por mais que o Palmeiras cometa erros bobos que estão atrasando a virada na tabela de classificação, nosso time segue dependendo apenas de suas próprias forças. O Botafogo do Rio, cedo ou tarde, vai acusar a pressão de estar envolvido no funil da Libertadores e tende a cometer aquele tropeço fatal. Temos que permanecer na cola, para aproveitar.

E nosso próximo compromisso é em Itaquera, onde temos uma dupla missão: além de nos mantermos em condições de dar o bote da virada na classificação geral, temos que empurrar o Corinthians para o inferno da Série B. O jogo é fundamental para eles, nessa tentativa de se salvarem.

Tradicionalmente, o resultado de um Derby é um santo remédio; faz com que o vencedor apague qualquer fase negativa prévia e embale rumo a uma boa sequência, e tanto Palmeiras quanto Corinthians precisam muito desse efeito. De forma análoga, o derrotado vê ampliados dramaticamente os problemas. O que era algo simples vira crise.

E uma crise é tudo o que queremos ver do lado de lá, a esta altura do campeonato, para encaminhar de vez o rebaixamento. Por isso, vencer este Derby é fundamental. Além do mais, faltarão três jogos para o confronto com o Botafogo do Rio (Grêmio, em casa, e Bahia e Atlético-GO, fora) e o embalo de ganhar um clássico será muito bem-vindo para vencê-los.

Por tudo isso, o Derby que se aproxima parece ser o mais importante desta década.

Já se passaram as 24 horas. Vamos virar a página, esquecer o jogo do Fortaleza e focar no Derby. Nosso papel, neste momento, é esquecer a decepção, deixar de lado as picuinhas e apoiar nossos jogadores, que já responderam de forma positiva várias vezes quando lhes damos suporte.

FOCO NO DERBY E VAMOS PALMEIRAS!

Estêvão supera números de Neymar e o imita na comemoração. Que seja o único exemplo a ser seguido!

Estêvão comemora seu gol pelo Palmeiras contra o Juventude, durante partida válida pela trigésima rodada do Brasileirão 2024, no Estádio Alfredo Jaconi.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Estêvão se tornou o jogador de 17 anos com mais participações diretas na história do Brasileirão de pontos corridos

Estêvão brilhou outra vez e o Palmeiras novamente tem como principal jogador na busca pelo título Brasileiro um atacante de 17 anos, assim como foi Endrick, no passado. Os números do camisa 41 já são até melhores que o do ex-companheiro – 10 gols marcados e oito assistências, totalizando 18 participações diretas em 24 jogos.

As 18 ações também são as melhores do que qualquer outro jogador da mesma idade na história do Brasileirão de pontos corridos. O último a ser ultrapassado por Estêvão foi Neymar, que em 2009 havia conseguido 16 participações.

Estêvão sabia que estava próximo de quebrar este recorde, tanto que imitou a comemoração do camisa 10 do Al Hilal quando fez o gol no Alfredo Jaconi. E Neymar, realmente, pode ser exemplo para a Cria da Academia. Um exemplo do que não fazer com os rumos da carreira.

Aos 17 anos e já vendido ao Chelsea, Estêvão tem um futuro brilhante pela frente em campo e fora dele parece estar preparado. E isso é mais uma demonstração do excelente trabalho realizado pelo Palmeiras nas categorias de base, sob o comando de João Paulo Sampaio, e no profissional, na figura de Abel Ferreira.

Abel Ferreira talvez não possa, mas o palmeirense…

As contas já foram perdidas de quantas vezes Abel Ferreira foi perguntado sobre Estêvão durante as entrevistas coletivas. A última foi após a goleada sobre o Juventude. Cuidadoso nas palavras, o treinador expressou que não gosta de encher muito a bola dos seus jogadores individualmente. E Abel, neste ponto, está correto, pois tem um grupo para gerir.

“Eu tenho alguma dificuldade de dar moral aos jogadores. Minhas filhas dizem que o pai só as critica. Eu sou sincero, não gosto de dar muita moral. Às vezes os elogios podem ser traiçoeiros, te fazer sentar em cima do que já fez. O que fiz já passou, semana que vem temos mais um jogo”, disse.

O torcedor palmeirense, entretanto, pode se orgulhar e não deixar de citar Estêvão em qualquer roda de conversas sobre futebol. Ter este tipo de jogador geracional no elenco é uma vitória do trabalho que vem sendo feito no clube, iniciado por Paulo Nobre, em 2013.

Goleada anima, mas Palmeiras precisa abrir o olho com arbitragem para ser tricampeão

Estêvão em jogo pelo Palmeiras contra o Juventude, durante partida válida pela trigésima rodada do Brasileirão 2024, no Estádio Alfredo Jaconi.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Alex Gomes Stefano e o VAR prejudicaram o Palmeiras em pelo menos três lances claros

Raphael Veiga deu show, Estêvão brilhou mais uma vez e o Palmeiras goleou o Juventude por 5 a 3, no Alfredo Jaconi. A vitória deixou o Verdão a um ponto do Botafogo. Isso tudo, porém, não pode ofuscar a desastrosa arbitragem de Alex Gomes Stefano, de 36 anos, filiado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), além da atuação de seu conterrâneo que comandou o VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga.

As escandalosas ações e omissões da equipe de arbitragem são para deixar os olhos da diretoria palmeirense bem abertos. Ainda no 0 a 0, um recuo intencional de Zé Marcos ao goleiro Mateus foi transformado marotamente em falta de ataque; depois, Estêvão sofreu uma tesoura dentro da área – pênalti claro, novamente ignorado pelo juiz e pelo VAR. Fechando o pódio das decisões absurdas, todas contra o Palmeiras, Estêvão, indo livre em direção ao gol, sofreu duas faltas duras de Jadson na mesma jogada, que somente levou o amarelo. Além disso, amarelou Aníbal Moreno de forma duvidosa, suspendendo-o da próxima partida, contra o Fortaleza, isso sem mencionar a estranha ausência de checagem no primeiro gol do Juventude, que visualmente parece ter sido legal,

Uma estranha predileção

Decisões seletivas de árbitros contra o Palmeiras não são casos esporádicos (vide como saímos das copas, não somente neste ano), mas poucas atitudes vindas da cúpula palmeirense são vistas, com exceção de uma ou outra entrevista após os jogos. Até mesmo Abel Ferreira, sempre disposto a colocar o dedo na ferida, não mencionou Alex Stefano na coletiva de imprensa após a goleada de ontem. Que, ao menos, tenha feito internamente.

A CBF colabora, ao insistir em escalar árbitros do Rio de Janeiro quando o principal adversário do Palmeiras pelo título é um clube carioca. Por quê? Alex Stefano e Carlos Eduardo Nunes Braga foram escalados em três dos últimos sete jogos do Palmeiras (Stefano ainda era o juiz escolhido para o duelo passado, em Bragança Paulista, mas um problema pessoal o afastou na última hora). Quais são os motivos?

São perguntas que o torcedor palmeirense pode e que a diretoria palmeirense deve fazer. Não queremos ser favorecidos, mas também não aguentamos mais ser prejudicados. Precisamos de atitudes concretas para defender nossos legítimos interesses.

Raphael Veiga dá show, iguala Edmundo e evidencia seu profissionalismo no Palmeiras

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras contra o Juventude, durante partida válida pela trigésima rodada do Brasileirão 2024, no Estádio Alfredo Jaconi.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Raphael Veiga marcou três vezes contra o Juventude

Raphael Veiga, sempre Raphael Veiga. Sinônimo de decisivo pelo Palmeiras, o camisa 23 novamente se mostrou importante e garantiu uma vitória fundamental ao Verdão no Campeonato Brasileiro.

Foram três gols marcados num duelo pra lá de difícil no Alfredo Jaconi, em que a vitória ou o respiro aliviado do palmeirense só aconteceu nos minutos finais quando o meia anotou o quinto tento no triunfo por 5 a 3 sobre o Juventude.

Veiga vive seu ano mais inconstante desde a chegada de Abel no Palmeiras. Desempenhou abaixo; foi para o banco. Mas o profissionalismo sempre esteve ali, seja no campo, nas falas ou nas palavras (como quando desabafou no Instagram). Se os ‘deuses do futebol’ realmente existem, ‘eles’ premiaram Raphael Veiga com a oportunidade de jogar novamente em sua função principal, como meia central. O resto foi consequência.

Acostumado a entregar qualidade e quantidade, Veiga chegou a 24 participações diretas em gols na temporada (17 bolas na rede e sete assistências). Desde que Abel iniciou o trabalho no Verdão, esses números se tornaram “comuns” para o camisa 23:

  • 2021: 21 gols e seis assistências;
  • 2022: 21 gols e sete assistências;
  • 2023: 18 gols e 18 assistências;
  • 2024: 17 gols e sete assistências.

Raphael Veiga cada vez mais na história

Palmeirense desde criança, Raphael Veiga vive o sonho de qualquer torcedor do Verdão que um dia pensou ser jogador de futebol. Títulos, gols e prestígio pelo time do coração.

Contra o Juventude, ele fincou ainda mais seu nome na história do clube. Ao todo, soma 99 gols em 320 jogos – empatou com Edmundo no ranking dos maiores artilheiros do clube. Também está a um de alcançar o centésimo e se tornar o primeiro jogador desde Evair a ultrapassar a expressiva marca de tentos pelo Palmeiras.

Individualmente, Veiga também anotou o primeiro hat-trick da carreira.

“Muito feliz, chegar a essa marca do Edmundo, um cara que era um grande jogador, muito feliz. Nunca foi o meu objetivo bater essas marcas, mas sim sempre ajudar o Palmeiras. Sei o quanto representa fazer 99 gols pelo Palmeiras, é algo muito grande, sem palavras, estou realmente feliz”, disse depois da partida.

Com reforços, Palmeiras aprimora conceitos táticos na Academia de Futebol

Fabinho e Zé Rafael durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras se prepara para confronto diante do Juventude

O Palmeiras deu sequência nesta quinta-feira à preparação para o confronto diante do Juventude. Sem entrar em campo desde o dia 5, o Verdão volta a atuar pelo Brasileirão no próximo domingo, às 20h, em Caxias do Sul.

A comissão técnica comandada por Abel Ferreira ganhou o reforço de três jogadores para a atividade. Gustavo Gómez, Richard Ríos e Weverton se reapresentaram ao clube após defender suas seleções nas Eliminatórias para a Copa do Mundo e estarão à disposição para o duelo no Alfredo Jaconi. Dos três, apenas o goleiro foi a campo e treinou ao lado do elenco; os outros dois jogadores ficaram na parte interna do Centro de Excelência da Academia de Futebol.

No gramado, Abel comandou atividades com ênfases táticas. O grupo aprimorou a saída de bola, marcação e construção de jogadas. Alguns jogadores do Sub-20, que não viajaram para o confronto de hoje pela Copa do Brasil contra o Coritiba, participaram das movimentações. Até o confronto diante do Juventude, o Palmeiras fará mais duas sessões de treinamentos.

Palmeiras atualiza quadro dos lesionados

Abel conta com quase todo o elenco à disposição para a reta final do Brasileirão. Os únicos desfalques por lesão são Maurício, Piquerez e Bruno Rodrigues. Nesta quinta, o uruguaio cumpriu cronograma com a fisioterapia, enquanto os outros realizaram exercícios na parte interna do Centro de Excelência. Entre os três, o mais próximo de retornar é Maurício; Piquerez tem poucas chances, enquanto Bruno só volta no ano que vem.