Após 1 a 1 no Maracanã, Abel desabafou sobre arbitragem no Brasil e contestou decisões de Wilton Pereira Sampaio
“Triste” e de “saco cheio”. Assim saiu Abel Ferreira do Maracanã, após o empate em 1 a 1 do Palmeiras com o Flamengo. O treinador gostou e elogiou a postura dos jogadores no Rio de Janeiro, mas ficou triste pelo resultado final: “Sensação de dois pontos perdidos”, disse.
“Entramos bem no jogo, tivemos uma segunda parte muito boa. A primeira ou segunda que o Flamengo chegou na área fez o gol. Também acho que temos uma má sorte, mas uma equipe que não vira a cara, lutou e buscou justamente o gol. Mas o bandeira tem muita vontade de levantar a bandeira contra o Palmeiras, é notório”, declarou.
“Acho que hoje fizemos uma belíssima partida. Pelo que criamos, merecíamos ter ganhado. É injusto o resultado aqui, estou triste, fomos melhores. Fatores que influenciaram no jogo, erros claros da arbitragem. Fizemos um gol que foi anulado, pequeno detalhe. Estamos em uma reformulação de elenco, em um período difícil de lesões no ano. Mas o trabalho está aí e vamos em frente. Jogar com coragem, caráter e procurar ser mais efetivo. Foi o 15º gol anulado neste ano e, como te disse, tem muita coisa para melhorar”, complementou.
De “saco cheio” está Abel Ferreira com a arbitragem brasileira. O treinador reclamou da não expulsão de Pulgar, que acertou o rosto de Richard Ríos com a mão, e disparou contra o VAR: “Eu não acredito e nem confio nas linhas do VAR e nem na TV”, falou o comandante, que pediu profissionalização dos árbitros e melhoria da tecnologia.
“Não consigo entender como o jogador do Botafogo é expulso na Copa do Brasil e hoje o do Flamengo não é expulso. Há uma falta de coragem. Onde está o critério dos lances? Não consigo entender. A arbitragem brasileira atravessa um momento de crise grave. Tem que seguir as regras. Meu copo d’água já transbordou, estou de saco cheio”, disse.
“No Allianz Parque apitam de forma tranquila, até sacanagem conseguem fazer com o Palmeiras. Conseguem mostrar um gesto meu inconsciente, mas não mostram uma mão dentro da nossa área [de Fabrício Bruno, no jogo da Copa do Brasil]. É uma sacanagem o que fizeram comigo. Será que é o Maracanã que condiciona? O público? Não sei, acho grave. Foi um lance claro de expulsão. São erros graves que condicionam o presente e o futuro”, continuou.
“Enquanto não comprarem aparelhos novos, não acredito nas linhas. Os aparelhos de hoje são arcaicos. As linhas são arcaicas, e a CBF precisa investir para que realmente a verdade apareça. Queremos verdade desportiva. Há dois anos o VAR resetou e ninguém sabe dizer como”, concluiu.
Nos últimos três jogos, o Palmeiras marcou sete gols, sendo todos eles invalidados por impedimento – três foram corrigidos pelo VAR: Rony, contra Internacional; Vitor Reis contra o Flamengo; e Luighi, contra o Flamengo pelo Brasileirão.
Com o empate, o Verdão chegou aos 38 pontos no Campeonato Brasileiro. A equipe agora ‘vira a chavinha’ para a Libertadores. Na quarta-feira, enfrenta o Botafogo no primeiro jogo das oitavas de final, no Rio de Janeiro.
Confira outras respostas de Abel Ferreira:
– Momento do Palmeiras
Eu sei que todo mundo quer que o Palmeiras entre em crise, são muitos anos vendendo jogadores, ganhando títulos, mais sócios Avanti. Isso incomoda muita gente, mas a gente não vai desfocar do nosso caminho.
– Exigência no Palmeiras
“Entendo que a exigência é grande, o Klopp teve oito anos no Liverpool e ganhou 10 títulos, o Simeone está no Atlético de Madrid há 11 anos e ganhou oito títulos. Nós estamos há 4 anos e ganhamos 11, mesmo assim é pouco. Todo mundo quer que a gente ganhe, já ganhamos esse ano. Já falei que não vamos ganhar sempre, continuaremos nosso trabalho e a dar nosso melhor, valorizar nossos jogadores e esses miúdos que entram muito bem”.
– Jogadores da base
“Não temos um plantel extenso, o que também é bom que fazemos um trabalho extraordinário com os moleques da base. Tem que valorizá-los, isso é evidente nos últimos anos, com Endrick, Luis Guilherme, Estêvão, Vitor Reis e Luighi agora. Sem dúvidas somos a equipe que mais promove e valoriza o trabalho de formação, sendo que somos obrigados a ganhar”.