O Palmeiras foi derrotado pelo Inter por 1 a 0 na Arena Barueri e deixou escapar três pontos importantes logo na segunda rodada do Brasileirão. Numa noite em que poucos se salvaram, até Abel Ferreira teve um desempenho para esquecer – ou para se lembrar bem e nunca mais repetir.
Normalmente os adversários têm seus méritos quando nos impõem tropeços. Não foi exatamente o caso desta partida. O Inter fez um bom papel defensivo e estava bem armadinho para o contra-ataque. Mas só não sofreu gols por incompetência nossa e achou seu gol num presente de Piquerez. Dava para ter ganho sem maiores problemas, mas era uma noite em que pouca coisa funcionou.
Abel não fixou nenhum lateral como terceiro zagueiro, assim, Mayke e Piquerez subiam e eram os responsáveis pelas larguras, alternando com Endrick e Lázaro, respectivamente, quem ficava por fora e quem afunilava. Richard encostava na dupla da direita e Veiga na da esquerda; Aníbal Moreno ficou mais fixo e Flaco jogava de costas para o gol, tentando contribuir na construção.
Mas pouca coisa dava resultado. Salvaram-se Endrick e Aníbal, que mesmo assim cometeram seus erros pontuais aqui e ali. O resto do nosso time estava pesado; demoravam para tomar decisões e quando o faziam, normalmente as escolhas eram as piores. Facilitaram, assim, o trabalho defensivo do Inter, que teve na dupla de zaga o destaque.
Flaco López foi a maior decepção no ataque; parecia sem tempo de bola, não ganhou uma bola pelo alto em boas condições de dar direção às testadas e errou domínios e passes fáceis. Já na defesa, Piquerez foi o mais fraco, sobretudo pelo erro que deu o gol ao Inter de presente, após jogada de lateral no campo de defesa.
O time gaúcho, mesmo sem todo aquele volume ofensivo, desperdiçou ainda um pênalti cometido por Gómez em Wesley – Borré isolou pelo alto) – e uma cabeçada com o canto aberto que novamente Borré desperdiçou.
Para o segundo tempo, esperávamos um time com imposição física e moral. O Palmeiras ameaçou ser esse time por alguns minutos, mas as mexidas dos dois treinadores reverteram a tendência.
No Inter, Gustavo Prado e Rômulo preencheram bem os espaços defensivos e fecharam nossas rotas; enquanto isso, Abel trocava Ríos e Lázaro por Menino e Rony e depois Flaco e Mayke por Estêvão e Marcos Rocha.
Contra um Inter que tinha aberto mão de um dos lados do ataque, já não fazia sentido manter um lateral pela direita com o time precisando do resultado – a entrada de Marcos Rocha não fez nenhum sentido. Se tivesse colocado Estêvão no Mayke, Flaco poderia ter se mantido na área, mesmo estando numa noite ruim.
E sem Flaco López, vimos Gustavo Gómez se transformar num centroavante, o que foi mais bizarro ainda. Uma sequência de escolhas bastante infeliz de Abel. O Palmeiras chegou a atacar com oito elementos; o Inter tinha um escape para tentar o segundo mas não encaixou nenhum contra-ataque e o jogo se encaminhou para o fim com o Palmeiras ameaçando pouco o gol de Rochet – Rony, que é entretenimento puro, encaixou uma linda bicicleta nos acréscimos, em cheio, mas deu no meio do gol, em cima do goleiro colorado.
Mesmo numa noite inspirada de Endrick, que destoou de forma absurda da maioria dos companheiros, nosso time não conseguiu sequer sugerir que poderia reverter o placar. Uma noite infeliz, num momento delicado – às vésperas de duelos contra Flamengo e SPFC. O Verdão precisava dos três pontos em Barueri para se manter emparelhado com nossa projeção de pontos – agora, precisará de quatro pontos nos próximos dois jogos.
Enfim, faz parte. A recuperação precisa vir, para não invocar a Lei de Guardiola, que diz que campeonatos são perdidos nas oito primeiras rodadas. Podemos tolerar esta derrota, mas ela não pode, em hipótese alguma, vir acompanhada de outra até o fim do primeiro quartil. FICA ESPERTO E VAMOS, PALMEIRAS!
Lázaro dominou pela ponta esquerda, trouxe para dentro e bateu cruzado, rasteiro; Flaco López quase desviou no segundo pau, mas a bola saiu à esquerda de Rochet.
20'
Internacional
Pênalti para o Internacional. Buscando o desarme de Wesley, Gustavo Gómez chegou atrasado e cometeu pênalti.
22'
Internacional
ISOLOU! Borré bateu de perna direita e mandou muito por cima do gol.
28'
Palmeiras
QUE CHANCE! Endrick saiu rabiscando do campo de defesa, fintou três marcadores e serviu Lázaro; o camisa 17 tocou de primeira para Veiga, que invadiu a área e teve a chance de marcar, mas finalizou na rede pelo lado de fora.
38'
Palmeiras
Endrick descolou belo passe pelo alto para Mayke, que invadiu a área e cruzou rasteiro para Flaco López; na cara do gol, o argentino não conseguiu dominar.
44'
Internacional
Gol do Internacional. Borré desarmou Piquerez e serviu Wesley, no lado direito do ataque; Wesley bateu, no cantinho, sem chance para Weverton.
47'
Internacional
UFA. Renê cruzou na área para Borré, que subiu sozinho e cabeceou com muito perigo; a bola saiu tirando tinta da trave direita de Weverton.
48'
Lucas Paulo Torezin apitou o fim da primeira etapa.
Segundo tempo
O Palmeiras voltou para o segundo tempo sem alterações na escalação.
5'
Palmeiras
Mayke cobrou lateral na área, a defesa afastou e a bola sobrou com Aníbal Moreno, que arriscou da entrada da área, mas Rochet defendeu em dois tempos.
10'
Palmeiras
QUASE O EMPATE! Piquerez cruzou na área para Endrick; livre de marcação o camisa 9 chutou à direita de Rochet.
18'
Palmeiras
Entraram: Gabriel Menino e Rony
Saíram: Richard Ríos e Lázaro
22'
Palmeiras
Aníbal Moreno tocou no meio para Raphael Veiga, que ajeitou para Flaco López bater de primeira, de perna esquerda; a bola saiu por cima do gol, em tiro de meta.
25'
Internacional
Que susto! Fabián Bustos tentou cruzamento rasteiro, Murilo tentou afastar mas a bola saiu torta e passou com perigo por cima do gol de Weverton, em escanteio.
27'
Entraram: Marcos Rocha e Estêvão
Saíram: Mayke e Flaco López
32'
Palmeiras
Raphael Veiga cobrou escanteio pelo lado esquerdo do ataque, a zaga tirou e a bola sobrou com Estêvão; o garoto arriscou batida forte de fora da área, mas a bola saiu por cima do gol.
35'
Entrou: Rômulo
Saiu: Raphael Veiga
47'
Palmeiras
Gabriel Menino cruzou na área para Gustavo Gómez, que ajeitou de cabeça para Rony; o camisa 10 dominou no peito e teve boa chance, mas bateu prensado.
48'
Palmeiras
QUASE! Piquerez alçou a bola na área, a defesa afastou e a bola sobrou com Rômulo, que bateu de fora da área com perigo, mas a bola saiu à esquerda de Rochet.
50'
Palmeiras
OLHA A BIKE! Gabriel Menino levantou para Murilo, que ajeitou de cabeça para Rony; o camisa 10 fez o movimento perfeito da bicicleta, mas a bola foi em cima de Rochet, que encaixou facilmente.
53'
Fraco e catimbeiro, Lucas Paulo Torezin encerrou um segundo tempo de muita enrolação e pouco futebol.
Notas
Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Pouco exigido; nada a fazer no gol.
6.5
Mayke
Mediano, medíocre.
6
Marcos Rocha
Nem era para ter entrado.
6
Gustavo Gómez
O pênalti foi um contato de jogo, talvez faltoso, mas de jogo. No final, foi igual vaca braba para a área ofensiva virar centroavante.
6
Murilo
Teve algum trabalho com Borré.
6
Piquerez
Incrível como oscila. Depois de se recuperar de uma sequência ruim, parecia que ia embalar - aí encaixou esta partida medonha. Como pode?
3
Aníbal Moreno
Lúcido e brigador, manteve sua parte em alto nível.
7
Richard Ríos
Desconexo, cometeu muitos erros técnicos. Parecia desgastado mentalmente, com baixo poder de concentração.
5
Gabriel Menino
Entrou mais retraído, liberando Aníbal para o apoio por dentro.
6
Raphael Veiga
Muito marcado, transpareceu o desgaste físico e mental. O jogo para ter descansado era este.
5.5
Rômulo
Que fria estrear nessa situação hein?
s/n
Lázaro
Sabe jogar bola. Mas fica a impressão de estar uma rotação abaixo dos demais.
6.5
Rony
Ocupou bem os espaços e pressionou a defesa do Inter ao máximo. No final, quase encaixou mais um golaço de bike.
6.5
Endrick
Sem ajuda de ninguém, deu um show à parte. Imaginem se os companheiros tivessem acompanhado um pouquinho só seu nível.
8
Flaco López
Distraído, lento, pesado. Voltou duas casas.
4.5
Estêvão
Teve personalidade e buscou a resolução, mas não estava inspirado.
6.5
Abel Ferreira
Fica a impressão que nem ele entendeu o que fez, de tão surreal. Provavelmente uma daquelas noites em que ele comete "asneiras".
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