Palmeiras realiza preparação especial para minimizar efeitos da altitude

Gustavo Scarpa durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Na noite desta terça-feira, Palmeiras enfrenta o Independiente Petrolero, em Sucre, na Bolívia

O Palmeiras enfrenta, na noite desta terça-feira, a equipe do Independiente Petrolero, em jogo válido pela quarta rodada da Fase de Grupos da Libertadores. O duelo acontece no estádio Olímpico Pátria, em Sucre, a uma altitude de cerca de 2.800 metros.

Com 100% de aproveitamento na competição, o Verdão quer a vitória na Bolívia para manter o objetivo de conquistar 18 pontos nesta fase e ter todas as vantagens de mando no mata-mata. Para isso, o clube realizou um cronograma especial para minimizar os efeitos da altitude nos atletas, tanto nas questões respiratórias, quanto na adaptação à velocidade da bola.

Na atividade de ontem, os goleiros treinaram com bolas enchidas com gás hélio. “Esse gás é mais leve que o gás colocado na bola normalmente e dá um pouco mais de velocidade e trocas de direções. É uma adaptação para aquilo que a gente vai encontrar lá na altitude”, explica Rogério Godoy, preparador de goleiros do Palmeiras.

“A primeira etapa foi aqui [na Academia de Futebol] e vamos concluir no treino pré-jogo todas essas situações diferentes. Os goleiros já estão acostumados com essa adaptação inicial à altitude e isso é importante”, complementa.

Já Daniel Gonçalves, coordenador do Núcleo de Saúde e Performance, explicou que o trabalho de adaptação já vem sendo feito há semanas com os jogadores, com algumas mudanças na alimentação e na hidratação.

“As medidas já estão em prática há algumas semanas, como o monitoramento bioquímico e do sangue dos atletas, pois sabemos que o transporte de oxigênio dentro do corpo tem relação com as hemácias e com o ferro. Sendo assim, já tentamos corrigir isso através da alimentação e medicamentos específicos. Implementamos também a hidratação fracionada ao longo do dia, já que a altitude aumenta a frequência respiratória e, por consequência, o ressecamento das vias aéreas e, com isso, uma desidratação maior”, detalha Daniel, que completa.

“Essas ações são para minimizar os efeitos negativos, já que eles ocorrerão sob o ponto de vista fisiológico, e também potencializar situações físicas. Por conta da menor densidade do ar há uma diminuição na pressão de oxigênio, e então, os atletas tendem a ter dificuldades respiratórias. Quanto mais rapidamente nos adaptarmos a essas questões, sobretudo mental (de o atleta saber o quanto o seu corpo vai sofrer), melhor será a performance no jogo”.

Palmeiras realiza último treino na altitude

A delegação viajou no domingo para Sucre e terminará a preparação na Bolívia. O último treino está marcado para acontecer às 11h no horário local (12h horário de Brasília), em um campo anexo do Estádio Olímpico Pátria.

“Viajamos um dia antes para que os atletas consigam treinar e tenham o pleno conhecimento das situações que podem encontrar, mesmo sabendo que fisiologicamente isso não é tão positivo. Mas entendemos que os ganhos na parte mental e na adaptação à velocidade da bola são maiores que as perdas de chegar um dia antes”, finalizou Daniel.

O Palmeiras é o líder do Grupo A da Libertadores, com nove pontos. Na sequência, vêm Deportivo Táchira (4), Emelec (2) e Independiente Petrolero (1).

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