Bicampeão, Abel é o treinador que mais vezes comandou o clube na competição continental
A épica virada do Palmeiras para cima do Independiente del Valle, na última quarta-feira, por 3 a 2, em Quito-EQU, teve um sabor especial em dobro para Abel Ferreira. Além da vitória na altitude, o atual comandante também se tornou o treinador com mais jogos pelo Verdão na competição em toda a História.
Com 44 jogos à frente do clube na maior competição do continente, Abel deixou para trás Felipão (43) e assumiu o topo da lista. Ele comandou o Verdão em 29 vitórias, 11 empates e apenas quatro reveses, além dos dois títulos em 2020 e 2021.
O atacante, nas últimas cinco edições da competição continental, foi a campo 44 vezes e é o líder entre todos os atletas em assistências e participações em gols. Foram 15 passes para gol e 36 ações diretas, o que perfaz a média de 0.81 por partida – o camisa 10 também soma 21 bolas na rede. Os dados foram divulgados pelo Sofascore.
O levantamento aponta ainda que Rony precisa de menos de 100 minutos em campo para participar de lances de gol. Além disso, são 14 grandes chances criadas através dos seus pés. (Confira abaixo os números completos).
Na atual temporada, Rony, apesar de não ser mais titular, é o atleta com mais jogos do elenco (22), empatado com Flaco López e Aníbal Moreno, e contabiliza três gols e uma assistência. Ele está à disposição da comissão técnica para o confronto de segunda-feira, diante do SPFC, fora de casa, pelo Brasileirão.
Celebração do Palmeiras começou com Abel Ferreira à beira do gramado e terminou com muita vibração no vestiário
O Palmeiras alcançou uma virada épica sobre o Independiente del Valle, no Equador, e somou mais três pontos na Libertadores. O resultado fez jogadores, comissão técnica e os outros profissionais do clube explodirem de alegria.
A festa começou com o golaço de Luis Guilherme, que foi acompanhado de perto por Abel Ferreira. Agachado, como normalmente fica, o treinador ‘narrou’ a jogada e pediu para que a Cria da Academia finalizasse a gol; em seguida, explodiu de alegria abraçando Marcos Rocha, Gustavo Gómez e Piquerez. (Assista à filmagem abaixo).
Com o triunfo do Verdão confirmado, todos celebraram, seja no gramado, seja no vestiário, local em que foi ecoado o cântico: o Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor.
Confira as imagens da festa do Palmeiras após o jogo:
Entrando no segundo tempo, Lázaro marcou primeiro gol pelo Palmeiras e, de quebra, garantiu uma assistência
Abel Ferreira avisou aos jogadores, antes da partida, que o duelo contra o Independiente del Valle, em Quito, seria decidido pelos jogadores que viriam do banco de reservas. Dito e feito: o Verdão evitou a derrota e buscou a virada com gols de Lázaro e de Luis Guilherme.
Contratado por empréstimo junto ao Almería, Lázaro marcou seu primeiro gol com a camisa do Palmeiras, em 12 jogos disputados. Além disso, foi do camisa 17 a assistência para o tento de Luis Guilherme, no minuto final.
Em campo por 20 minutos, o meia-atacante foi cirúrgico no duelo. Ele precisou de apenas três toques na bola para decidir o duelo com o gol e a assistência. Lázaro foi disparado o jogador do Palmeiras com menos ações com a bola na partida. Entretanto, mostrou ser um dos mais importantes.
O contrato de Lázaro com o Palmeiras vai até o final desta temporada. O clube tem também a opção por renovar o vínculo por mais seis meses, sob o pagamento de 500 mil euros.
Ao final da partida, o técnico Abel Ferreira não escondeu a felicidade pelo resultado. Não é a primeira vez que viramos um jogo, só deixamos de lutar quando o jogo termina. Fico muito feliz porque foi uma vitória do ‘todos somos um’, desde os jogadores [da base] até os profissionais. O clube nos proporciona tudo, só temos que ir a campo e nos esforçar. Foi uma vitória do time da virada, do time do amor”, disse.
“Não é a primeira vez que vivo essas emoções, mas dificilmente viverei isso em algum outro lugar”, complementou o treinador, com um sorriso no rosto.
Apesar da grande vitória, o Palmeiras encontrou dificuldades na partida, principalmente no primeiro tempo. Abel analisou o confronto e revelou os pedidos aos jogadores no intervalo para mudar a partida.
“O primeiro tempo foi muito duro para nós, a capacidade de nós nos acostumarmos com a altitude foi muito difícil, foram 30 minutos muito duros. Houve um momento em que o Weverton caiu e fizemos um ajuste, mas o verdadeiro ajuste aconteceu no intervalo. O gol no final do primeiro tempo [marcado por Endrick] nos recolocou no jogo”, analisou.
“No intervalo, pedi calma e corrigimos alguns detalhes, principalmente do lado esquerdo da nossa defesa. O melhor jogador deles caiu muito por lá. A gente estava com três jogadores defendendo o corredor, mas não era o suficiente, então começamos a defender o corredor com quatro. Além disso, a gente tinha que se impor com bola, nós somos o Palmeiras”, complementou.
Dificuldade no pré-jogo
Abel revelou também que teve muitas dúvidas sobre qual seria os onze jogadores escalados inicialmente. O treinador viveu um dilema: confiar nos mais experientes ou apostar nos jovens. Ele escolheu a primeira opção de início e recorreu à segunda na etapa final.
“Foi muito difícil escolher os 11 que iriam iniciar o jogo hoje. Tive muitas dúvidas até ontem à noite, quando me reuni com a minha comissão técnica. Mas, também disse aos jogadores que, para ganhar, precisaríamos de todos eles”, disse.
“A minha dúvida era se começava com um time de moleques na frente, um jogo de Libertadores, fora de casa, contra o Independiente del Valle. Ou se ia com os mais experientes, para aguentar a primeira pancada, seja do ambiente, seja do adversário, e depois entrar com a irreverência. Também tive sorte, às vezes é difícil explicar. Ok, mudamos no segundo tempo, todos entraram bem, mas é preciso falar dos 11 iniciais, eles sofreram a primeira pancada. Fico feliz porque sacamos daqui três pontos e porque aqui dentro há amizade. Todos puxam um pelos outros”, acrescentou.
A missão de Abel
Por fim, Abel descreveu a felicidade que foi ver Luis Guilherme, uma das Crias da Academia que compõe o elenco profissional, desencantando.
“Minha principal função é ajudar os jogadores. Eu venho da formação e sei o quanto eles têm de vontade de jogar. É tudo no tempo de Deus. Temos muitos jogadores da formação que vêm treinar conosco, e temos que fazer tudo na hora certa. E quando vejo o Estêvão ou Luis fazendo um gol, é como se fosse um filho tirando uma boa nota na escola. É um orgulho, sei o quanto eles trabalham, mas também sei que às vezes preciso travá-los, dizer algo que eles não querem ouvir”, finalizou.