Libertadores da América 2021

A Copa Libertadores da América de 2021 foi disputada entre fevereiro e novembro por 47 clubes, mantendo o formato vigente. A fase de grupos foi disputada por 32 clubes, depois de 15 serem eliminados numa fase preliminar; foram formados oito grupos de 4 clubes que jogaram em ida e volta, todos contra todos, e os dois melhores de cada grupo se classificaram para o mata-mata, disputado em ida e volta, com exceção da final, em partida única em Montevideo.

Fase de Grupos

Jogadores comentam, em vídeo, vitória do Palmeiras sobre o Independiente Dell Valle

O Palmeiras, campeão de 2020, defendia o título e caiu numa chave com o Universitário (PER), Independiente Del Valle (ECU) e Defensa Y Justicia (ARG), considerado um dos grupos mais fortes da competição. Dividindo as atenções com as partidas do Campeonato Paulista, o Verdão fez uma campanha brilhante, anotando 5 vitórias, com goleadas empolgantes.

A caminhada começou em Lima, quando um gol de Renan nos acréscimos fez justiça no placar e deu a vitória ao Verdão por 3 a 2 sobre o Universitário, depois de um jogo que estava tranquilo com vitória parcial por 2 a 0 se transformar num pesadelo após dois erros bobos em sequência.

O Independiente Del Valle chegou para o segundo jogo com fama de ser um time muito bem treinado e perigoso. Mas o Palmeiras estudou demais as fraquezas dos equatorianos e, marcando a saída de bola do adversário desde o início, nocauteou o time do português Renato Paiva com dois gols no início, para fechar o placar em 5 a 0.

Em viagem à Argentina, o Verdão teve muitas dificuldades, mas passou pelo Defensa Y Justicia, time que estava atravessado por causa da final da Recopa Sul-Americana semanas antes. Rony marcou duas vezes e o Verdão segurou a vantagem, mesmo sofrendo um gol de bola parada no meio do segundo tempo.

A viagem a Quito selou a classificação do Palmeiras à fase seguinte: com um gol de pênalti de Raphael Veiga, o Verdão venceu o Independiente Del Valle fora de casa e manteve os 100% de aproveitamento. A partida seguinte configurou o único tropeço do time na fase de grupos: jogando com os reservas, focado nas finais do estadual, o time acabou levando uma virada do Defensa Y Justicia nos acréscimos, em casa.

A rodada final, no entanto, serviu para tirar qualquer desconfiança: um massacre por 6 a 0 no Universitário no Allianz Parque, com novo show de Rony, inspiradíssimo. O Verdão terminou a disputa liderando o Grupo A e em segundo na classificação geral, apenas um ponto atrás do Atlético-MG.

Oitavas-de-final

Gabriel Veron, do Palmeiras, em partida contra a Universidad Católica no Allianz Parque
Cesar Greco

No mata-mata, o Palmeiras deu um show de competência e concentração. Os adversários foram dissecados por Abel Ferreira e em cada confronto o Verdão fez exatamente o que precisava para avançar.

Contra os chilenos da Universidad Católica, depois de uma partida extremamente cautelosa na ida, quando um gol de pênalti de Raphael Veiga garantiu a vantagem pelo placar mínimo, o Verdão se impôs no Allianz Parque e amassou o adversário - novamente, o placar foi de 1 a 0, mas o goleiro chileno e a trave salvaram a Católica de uma goleada.

Quartas-de-final

Palmeiras 3x0 SPFC
Cesar Greco

O fantasmas de eliminações anteriores para o SPFC em Libertadores incomodou nossa torcida com a definição do cruzamento, mas nossos jogadores mantiveram o foco e seguiram fechados com o plano da comissão técnica. Num jogo equilibrado no Morumbi, o adversário chegou a abrir o placar num lance de bola viva na área, mas o Verdão buscou o empate num chutaço de Patrick de Paula.

A partida da volta, no Allianz Parque, foi épica. O Verdão abriu o placar aos dez minutos e impôs enorme superioridade ao adversário em quase toda a partida. É verdade que no início do segundo tempo, um cochilo da zaga permitiu a Pablo fuzilar o gol de Weverton, mas o chute saiu descalibrado, por cima do gol. Na sequência o Verdão finalizou o adversário com dois golaços, de Dudu e Patrick de Paula.

Semifinal

Gabriel Veron do Palmeiras em disputa com Nathan Silva do Atlético-MG, durante segunda partida válida pelas semifinais da Libertadores 2021, no Mineirão.
Cesar Greco

Dono da melhor campanha, líder do Brasileirão e com um elenco cheio de estrelas como Hulk, Diego Costa e Nacho Fernández, o Atlético-MG de Cuca foi considerado favorito disparado para se classificar à final, ainda mais com a vantagem de decidir o confronto em casa, com torcida. A pandemia da Covid-19 começava a ser controlada pelas autoridades, e o governo mineiro liberou a presença de público em Belo Horizonte. O confronto de ida, no Allianz Parque, seguiu com portões fechados, configurando mais uma enorme desvantagem para o Palmeiras.

E de fato o Atlético mostrou que era um adversário poderoso, lançando-se ao ataque em nosso estádio. O Palmeiras mais uma vez apostou na estratégia da solidez defensiva para explorar os descuidos do adversário.

Um pênalti de Gustavo Gómez em Diego Costa no fim do primeiro tempo quase estragou o plano, mas Hulk, certamente intimidado pela presença de Weverton sob as traves, desperdiçou a cobrança, chutando na trave. O empate sem gols permaneceu até o final e a decisão foi para o Mineirão.

Apinhado de torcedores atleticanos, o maior estádio mineiro chorou no final. E o Atlético ainda saiu em vantagem, com um gol de Vargas, no início do segundo tempo. Mas o Palmeiras, com a cabeça fria e o coração quente, se manteve focado no plano para aproveitar o espaço que a defesa mineira insistia em deixar. Gabriel Veron saiu do banco para, em sua primeira jogada, deixar Nathan Silva para trás e cruzar para a entrada de Dudu, que como um raio se apresentou na pequena área e se atirou na bola e empatar o jogo. O empate com gols dava a classificação ao Verdão; nossos valentes atletas conseguiram segurar o placar e o Palmeiras, assim, se classificou para mais uma final de Libertadores.

Final

Elenco do Palmeiras na foto oficial antes do jogo contra o Flamengo, durante partida final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Cesar Greco

O Estádio Centenário de Montevideo foi o local definido previamente pela Conmebol para receber a grande final. O adversário do Verdão foi o Flamengo, que passou por uma chave muito mais fácil, superando Defensa Y Justicia, Olimpia e Barcelona de Guayaquil para disputar o título. Dezenas de milhares de torcedores brasileiros invadiram a capital uruguaia - os cariocas, animados com a facilidade da chave, se anteciparam a todos e compraram ingressos e hospedagem antes mesmo das semifinais, e dominaram o cenário. Aos palmeirenses, restaram uma porção limitada de bilhetes e hoteis nas cidades no entorno da capital.

Flamengo e Palmeiras já estabeleciam uma rivalidade esportiva desde 2016, quando o Verdão conquistou o eneacampeonato brasileiro deixando o rival apenas sentindo o cheirinho do título. Os cariocas, no entanto, haviam batido o Verdão na Supercopa do Brasil e sustentava uma sequência de 9 jogos sem perder no confronto direto. O favoritismo, mais uma vez, era de nossos adversários.

Mayke do Palmeiras em disputa com Bruno Henrique do Flamengo, durante partida final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Reprodução

O mítico estádio não poderia ter sido um palco mais perfeito para a partida. Carregado de histórias e tradição na Libertadores, o Centenário viu um duelo épico, dentro e fora de campo. Dentro das quatro linhas, o Palmeiras de Abel Ferreira, com fez em toda a competição, sabia exatamente o que fazer para neutralizar os pontos fortes do adversário, e não deixou o Flamengo dominar as ações.

Nas arquibancadas, a torcida palmeirense, em minoria, atropelou a torcida do Flamengo cantando e vibrando a plenos pulmões durante toda a partida. Aparvalhados, os turistas cariocas emudeceram já aos cinco minutos, com um golaço de Raphael Veiga, aproveitando centro perfeito de Mayke, que havia sido lançado com maestria por Gustavo Gómez.

Enquanto Montevideo ouvia os ecos da torcida palmeirense pulsando o Centenário, dentro de campo o Palmeiras seguia controlando o jogo. Weverton foi pouco incomodado no primeiro tempo, e as equipes foram para os vestiários com o placar apontando 1 a 0 para o Verdão.

Weverton defende chute de De Arrascaeta, em jogo do Palmeiras contra o Flamengo, durante partida final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Cesar Greco

Mas o Flamengo voltou bastante determinado no segundo tempo e o jogo ficou muito difícil. Depois de sofrer vários sustos, o Verdão teve a meta vazada a pouco menos de vinte minutos para o fim. A torcida do Flamengo finalmente teve ânimo para cantar e o final do jogo foi sufocante - por muito pouco Michael não definiu o campeonato aos 40 do segundo tempo. Mas a decisão foi mesmo para a prorrogação.

Como num remake, Abel Ferreira, que havia mandado Breno Lopes a campo na decisão da Libertadores 2020 contra o Santos, fez uma escolha duvidosa: tirou Raphael Veiga, referência técnica e artilheiro do time no ano, para colocar Deyverson, sempre contestado. E a mexida foi certeira.

Pressionando a saída de bola do cansado time carioca, algo que não havia feito nos 90 minutos, o Verdão conseguiu o gol do título logo a cinco minutos justamente com Deyverson, que fez falta em David Luiz, continuou pressionando e aproveitou a cochilada de Andreas Pereira, para sair na cara de Diego Alves e balançar as redes do Flamengo na frente de milhares de palmeirenses que se dividiam entre a loucura e a incredulidade.

Deyverson comemora seu gol pelo Palmeiras contra o Flamengo, durante partida pela final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Cesar Greco

Foi o suficiente para que o estádio Centenário testemunhasse um dos maiores shows de uma torcida em toda sua História. Enquanto os flamenguistas assistiam calados às vãs tentativas de Gabicelha & Cia., a torcida do Verdão vibrava a cada corte da zaga, a cada dividida, a cada trombada.

No final do segundo tempo, a milonga definitiva: Deyverson conseguiu ganhar alguns segundos preciosos aos se esbarrar com o árbitro argentino Néstor Pitana e cair no chão rolando de "dor". A famosa catimba da Libertadores nunca mais será a mesma depois da final de 2021.

Ao apito final, o Palmeiras conquistou a Glória Eterna pela terceira vez, a segunda consecutiva - e no mesmo ano da anterior. Sem favoritismo. Em minoria nos estádios. Mas com muita cabeça e muito coração. Ao Flamengo, restou colocar a culpa... no vento!

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Flamengo, durante partida final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Cesar Greco

Felipe Melo comemora conquista da Copa Libertadores pelo Palmeiras contra o Flamengo, após partida pela final da Libertadores 2021, no Estádio Centenário, em Montevideo.
Reprodução
Comemorações do Palmeiras pela conquista da Copa Libertadores 2021.
Cesar Greco

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