Copa do Brasil 1999
A Copa do Brasil de 1999 foi disputada por 65 clubes entre janeiro e junho, inserida num dos calendários mais cruéis da história do futebol brasileiro. Disputada simultaneamente com o Rio-São Paulo, Libertadores e Estaduais, a competição exigiu um esforço extra de todo nosso elenco.
Na primeira rodada o Verdão enfrentou o São Raimundo, com os titulares voltando das férias. No Vivaldão, o Verdão venceu por 2 a 1 (Zinho e Alex) e na volta aplicou um tranquilo 3 a 1 – Arce e Roque Júnior (2) marcaram.
A segunda rodada teve o Gama como adversário e o primeiro jogo foi apenas dois dias depois de um Derby pela Libertadores. Nosso mistão, mesmo assim, trouxe uma vitória do Mané Garrincha. Magra, com um gol de Rogério. Na volta, compensou sem piedade: 5 a 0, com dois de Evair e Oséas e um de Paulo Nunes.
A terceira rodada parecia tranquila quando Júnior Baiano e Evair colocaram vantagem na Fonte Nova. Mas o cansaço de ter disputado uma partida decisiva contra o Cerro Porteño pela Libertadores dois dias antes falou alto e Petkovic conseguiu empatar na parte final do segundo tempo.
A volta, no Palestra, foi mais complicada ainda: depois de sofrer um gol logo no início, Alex empatou. No início do segundo tempo, Paulo Nunes colocou o Verdão na frente, mas Petkovic mais uma vez empatou e o Vitória estava levando o jogo para os pênaltis. Paulo Nunes, no entanto, colocou o Verdão na frente e nosso time teve que se virar para não sofrer novo empate, que nos desclassificaria.
Nas quartas-de-finais o Palmeiras enfrentou o Flamengo e o primeiro jogo foi dois dias depois de eliminarmos o SCCP na Libertadores.
Em mais um enorme esforço, nosso time, com todos os titulares, segurava um empate sem gols até os 32 do segundo tempo, mas o físico mais uma vez cobrou seu preço: Romário sofreu pênalti que ele mesmo bateu; Marcos defendeu e Caio fez no rebote, abrindo o placar. Logo depois, Romário aumentou. Mas num lance de escanteio, no entanto, Paulo Nunes fez um gol importantíssimo aos 45 do segundo tempo e manteve o Verdão vivo.
Dois dias depois de uma batalha em Buenos Aires contra o River Plate, veio o jogo da volta, que já começou complicado: um gol de Rodrigo Mendes com menos de um minuto obrigou o Palmeiras a buscar a vitória sobre o Flamengo por dois gols de diferença. Oséas só empatou aos 12 do segundo tempo e ainda havia tempo para mais dois gols. Mas Rodrigo Mendes mais uma vez colocou os cariocas na frente aos 14: de novo, eram necessários três gols, com pouco mais de meia hora pela frente.
Logo na saída, Júnior acertou um belo chute de longe e empatou o jogo outra vez. Faltavam dois gols. E o Palmeiras pressionou, martelou. Felipão mandou a campo Evair e Euller, abrindo a defesa. E o milagre aconteceu com dois gols antológicos de Euller, os dois após os 40 do segundo tempo, com a bola viva dentro da pequena área sendo empurrada à força para dentro do gol rubro-negro. Um momento catártico em nossa História.
As semifinais foram diante do Botafogo e mais uma vez o jogo de ida aconteceu apenas dois dias depois de um confronto pela Libertadores, o segundo contra o River Plate. O Verdão sofreu um gol de pênalti no primeiro tempo e só conseguiu o empate com Oséas, já no segundo tempo. Um mau resultado.
O jogo da volta aconteceu logo depois do segundo jogo da semifinal do estadual e dois dias antes do primeiro jogo da final, um Derby. Reidner abriu o placar com um chutaço de fora, que desviou em Roque Júnior. Paulo Nunes empatou ainda no primeiro tempo, num golaço após tabela com Zinho. O placar indicava pênaltis e o Palmeiras dosou o ritmo no segundo tempo, na esperança que Marcos, mais uma vez, nos salvasse nos pênaltis. O 1 a 1 persistiu até o final.
Na decisão por pênaltis, Sandro abriu a sequência e isolou. Mas Arce, que sempre convertia, mandou na trave. O Botafogo pulou na frente com Fábio Augusto e Rogério chutou fraco, facilitando para Wagner. Daí em diante, todas as cobranças foram sendo convertidas e o Botafogo conseguiu avançar à final. Um pecado - o Palmeiras, diante do esforço para disputar a competição e da forma que foi conseguindo avançar, merecia o título, que acabou ficando com o Juventude.