Após ser decisivo na Libertadores, Gabriel Veron acumula poucos minutos no Palmeiras

Gabriel Veron do Palmeiras em disputa com Jair do Atlético-MG, durante primeira partida válida pelas semifinais da Libertadores 2021, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Depois de passar por um trabalho individualizado, Gabriel Veron não teve mais lesão, mas ainda falta uma sequência de jogos

O Palmeiras está a 8 dias de jogar a partida mais importante da temporada, a final da Libertadores contra o Flamengo, em Montevidéu. Com dois confrontos pelo Brasileirão ainda para disputar antes da decisão (Fortaleza e Atlético-MG), o técnico Abel Ferreira começou, no clássico diante do SPFC, a repetir um modelo que fez nos duelos anteriores à decisão da competição continental da temporada passada: poupar os titulares.

Sendo assim, estiveram entre os onze iniciais jogadores como Willian, Renan e Matheus Fernandes, que pouco atuaram nesta reta final de temporada, além do lateral-esquerdo Jorge, que estava fora há mais de um mês devido a uma lesão muscular na coxa. Apesar da escalação alternativa, um jogador em especial chama atenção por não ter entrado sequer no segundo tempo: Gabriel Veron.

Depois de ser decisivo para o Palmeiras passar pelo Atlético-MG na semifinal da Libertadores, ao ganhar na velocidade de Natan Silva e dar o passe para Dudu marcar o gol da classificação, o camisa 27 foi poucas vezes visto em campo.

O Verdão fez 12 jogos desde o confronto diante do Galo e Veron foi a campo em menos da metade (cinco vezes – contra Juventude, América-MG, Bragantino, Ceará e Fluminense), acumulando cerca de 126 minutos jogados. O atacante até chegou a marcar um gol contra o Ceará, mas o lance foi equivocadamente anulado pela arbitragem.

Na disputa entre os jogadores da sua posição, o preferido de Abel nas partidas tem sido Breno Lopes, que é o vice-artilheiro do time no Brasileirão com 7 gols, atrás apenas de Raphael Veiga. A fim de comparação, entre o confronto diante do Galo até o Choque-Rei, Breno entrou oito vezes em campo (227 minutos) e marcou dois gols.

Já a outra opção no elenco, Wesley, disputou quase a mesma quantidade de jogos de Veron no período (6), porém esteve em campo por mais tempo (227) e foi escalado como titular em duas oportunidades. Vale ressaltar que o camisa 11 chegou a ficar suspenso por ter sido expulso frente ao Bahia.

Lesões atrapalharam Gabriel Veron ter sequência de jogos

Gabriel Veron durante treinamento do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Sensação da base palmeirense e também da seleção brasileira, Veron enfrentou dificuldades em permanecer em campo no primeiro ano como profissional por conta de seguidas lesões musculares.

Entre os meses de outubro e novembro do ano passado, na transição de Andrey Lopes para Abel, o atacante vivia seu melhor momento e chegou a anotar quatro gols em sete partidas, no entanto, sentiu outro problema muscular e pouco atuou no final da última temporada, chegando a ficar de fora da final contra o Santos e do Mundial de Clubes.

Antes do começo do Paulista deste ano, o Palmeiras realizou um trabalho individualizado com o jogador, a fim de diminuir as ausências. Entretanto, Veron se machucou em seu segundo jogo da temporada e foi desfalque por mais de três meses.

O clube novamente elaborou um cronograma específico para ele, com direito a diversas fases de recuperação, como explicou o coordenador do Núcleo de Saúde e Performance, Daniel Gonçalves, ao Verdazzo.

“Ele foi muito bem trabalhado na base, mas sabemos que as exigências no profissional são diferentes. Então como a situação de recuperar e jogar não estava sendo eficaz para o Veron, decidimos dar mais tempo para ele [na última lesão] e realizar trabalhos específicos. Mesmo que esteja recuperado, nós não deixamos de fazer os monitoramentos diários. Outro ponto importante é que o atleta está ciente de todos os processos que ele ainda precisa percorrer”, contou.

Desde que voltou a jogar, Veron não se machucou mais e disputou 15 partidas com a equipe, sendo titular duas vezes.

Mudanças na posição

Gabriel Veron é observado por Abel Ferreira, durante treinamento do Palmeiras, na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Para colocar como titular os dois principais jogadores do Palmeiras no ano, Gustavo Scarpa e Raphael Veiga, Abel Ferreira voltou a utilizar o camisa 14 mais para a faixa lateral do campo. Se antes Scarpa e Veiga brigavam pela mesma posição em campo, já que o comandante os reconhece como “camisas 10” e afirmou que gosta de atuar com um 5, um 8 e um 10 (mesmo já tendo jogados juntos no começo do Brasileirão), hoje os dois são considerados diferentes e complementares.

Com isso, os pontas do elenco ganharam um concorrente a mais em campo. E a disputa só não ficou maior porque na adaptação da equipe para que os meias jogassem juntos, Rony foi deslocado como centroavante e tem agradado o treinador nesta função.

Ainda muito prestigiado no clube, Gabriel Veron, eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de seleções Sub-17, tem 59 jogos com a camisa do Palmeiras e 11 gols anotados.

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