Depois de passar por um trabalho individualizado, Gabriel Veron não teve mais lesão, mas ainda falta uma sequência de jogos
O Palmeiras está a 8 dias de jogar a partida mais importante da temporada, a final da Libertadores contra o Flamengo, em Montevidéu. Com dois confrontos pelo Brasileirão ainda para disputar antes da decisão (Fortaleza e Atlético-MG), o técnico Abel Ferreira começou, no clássico diante do SPFC, a repetir um modelo que fez nos duelos anteriores à decisão da competição continental da temporada passada: poupar os titulares.
Sendo assim, estiveram entre os onze iniciais jogadores como Willian, Renan e Matheus Fernandes, que pouco atuaram nesta reta final de temporada, além do lateral-esquerdo Jorge, que estava fora há mais de um mês devido a uma lesão muscular na coxa. Apesar da escalação alternativa, um jogador em especial chama atenção por não ter entrado sequer no segundo tempo: Gabriel Veron.
Depois de ser decisivo para o Palmeiras passar pelo Atlético-MG na semifinal da Libertadores, ao ganhar na velocidade de Natan Silva e dar o passe para Dudu marcar o gol da classificação, o camisa 27 foi poucas vezes visto em campo.
O Verdão fez 12 jogos desde o confronto diante do Galo e Veron foi a campo em menos da metade (cinco vezes – contra Juventude, América-MG, Bragantino, Ceará e Fluminense), acumulando cerca de 126 minutos jogados. O atacante até chegou a marcar um gol contra o Ceará, mas o lance foi equivocadamente anulado pela arbitragem.
Na disputa entre os jogadores da sua posição, o preferido de Abel nas partidas tem sido Breno Lopes, que é o vice-artilheiro do time no Brasileirão com 7 gols, atrás apenas de Raphael Veiga. A fim de comparação, entre o confronto diante do Galo até o Choque-Rei, Breno entrou oito vezes em campo (227 minutos) e marcou dois gols.
Já a outra opção no elenco, Wesley, disputou quase a mesma quantidade de jogos de Veron no período (6), porém esteve em campo por mais tempo (227) e foi escalado como titular em duas oportunidades. Vale ressaltar que o camisa 11 chegou a ficar suspenso por ter sido expulso frente ao Bahia.
Lesões atrapalharam Gabriel Veron ter sequência de jogos
Sensação da base palmeirense e também da seleção brasileira, Veron enfrentou dificuldades em permanecer em campo no primeiro ano como profissional por conta de seguidas lesões musculares.
Entre os meses de outubro e novembro do ano passado, na transição de Andrey Lopes para Abel, o atacante vivia seu melhor momento e chegou a anotar quatro gols em sete partidas, no entanto, sentiu outro problema muscular e pouco atuou no final da última temporada, chegando a ficar de fora da final contra o Santos e do Mundial de Clubes.
Antes do começo do Paulista deste ano, o Palmeiras realizou um trabalho individualizado com o jogador, a fim de diminuir as ausências. Entretanto, Veron se machucou em seu segundo jogo da temporada e foi desfalque por mais de três meses.
O clube novamente elaborou um cronograma específico para ele, com direito a diversas fases de recuperação, como explicou o coordenador do Núcleo de Saúde e Performance, Daniel Gonçalves, ao Verdazzo.
“Ele foi muito bem trabalhado na base, mas sabemos que as exigências no profissional são diferentes. Então como a situação de recuperar e jogar não estava sendo eficaz para o Veron, decidimos dar mais tempo para ele [na última lesão] e realizar trabalhos específicos. Mesmo que esteja recuperado, nós não deixamos de fazer os monitoramentos diários. Outro ponto importante é que o atleta está ciente de todos os processos que ele ainda precisa percorrer”, contou.
Desde que voltou a jogar, Veron não se machucou mais e disputou 15 partidas com a equipe, sendo titular duas vezes.
Mudanças na posição
Para colocar como titular os dois principais jogadores do Palmeiras no ano, Gustavo Scarpa e Raphael Veiga, Abel Ferreira voltou a utilizar o camisa 14 mais para a faixa lateral do campo. Se antes Scarpa e Veiga brigavam pela mesma posição em campo, já que o comandante os reconhece como “camisas 10” e afirmou que gosta de atuar com um 5, um 8 e um 10 (mesmo já tendo jogados juntos no começo do Brasileirão), hoje os dois são considerados diferentes e complementares.
Com isso, os pontas do elenco ganharam um concorrente a mais em campo. E a disputa só não ficou maior porque na adaptação da equipe para que os meias jogassem juntos, Rony foi deslocado como centroavante e tem agradado o treinador nesta função.
Ainda muito prestigiado no clube, Gabriel Veron, eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de seleções Sub-17, tem 59 jogos com a camisa do Palmeiras e 11 gols anotados.