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03/08/2022 - 21:30
O Palmeiras conseguiu um resultado excepcional ao empatar por 2 a 2 com o Atlético-MG, no Mineirão, no jogo de ida das quartas-de-final da Libertadores. Numa partida em que o time da casa prevaleceu na maior parte do tempo com muita intensidade física e chegou a abrir 2 gols de vantagem, o Verdão mostrou o quanto é cascudo e foi buscar o empate nos acréscimos.
O placar permite que o Palmeiras avance às semifinais da competição com uma vitória simples no Allianz Parque, na próxima semana. Um novo empate levará a decisão da vaga para os pênaltis.
O Atlético iniciou a partida sufocando a saída de bola do Palmeiras. Com Keno jogando em cima de Marcos Rocha – e levando nítida vantagem nos duelos – o time da casa não deixava o Palmeiras jogar. A tática tinha eficiência absoluta, ainda, porque a arbitragem não puniu com cartões a prática de cometer faltas táticas para conter a transição ofensiva do Palmeiras. Ao todo, o Atlético cometeu 23 faltas, contra 11 do Verdão.
O que quebrou o galho do Palmeiras foi a péssima pontaria dos jogadores atleticanos. Com jogadas muito perigosas, o time da casa finalizava de dentro da área com Weverton exposto, mas a bola foi para fora em quase todas. E assim transcorreu todo o primeiro tempo, de forma agonizante.
Numa rara jogada encaixada, o Palmeiras chegou a fazer o primeiro gol, num contra-ataque articulado por Dudu, com participação de Gustavo Scarpa e finalização de Piquerez, mas houve impedimento no lance. Foi um aviso aos empolgados torcedores do Atlético do quanto nosso time é copeiro.
Após este lance, houve um breve momento de silêncio no estádio, quebrado pela discutível marcação do pênalti sobre Jair. Mas, ao contrário das desastradas intervenções da arbitragem brasileira, a decisão de Facundo Tello não dá margem a nenhuma reclamação – é dele a prerrogativa de interpretar o lance – embora Jair não tenha ido ao solo por causa do contato.
O gol de pênalti, legítimo ou não, fez justiça mínima ao volume de jogo das duas equipes – perder por um gol já estava de bom tamanho para o Palmeiras, que não conseguiu sair do caixote armado pelo Atlético no primeiro tempo. E com Dudu e Scarpa invertidos no início do segundo tempo, o time deu uma rápida esperança de que a partida ficaria equilibrada.
Para decepção total, no entanto, no segundo minuto o Atlético ampliou, em mais uma jogada de Keno, e a classificação ficou seriamente ameaçada. Àquela altura, o time da casa teve o Palmeiras à sua mercê, faltando apenas mais um golpe, que poderia ser o de misericórdia.
A intensidade que o Atlético imprimiu na partida até então, no entanto, acabou cobrando seu preço. O time listrado foi desaparecendo fisicamente. E o Palmeiras saiu do sufoco, passando a frequentar seu campo ofensivo. Numa falta sofrida quase no bico da área por Raphael Veiga, mais uma vez sumido, Gustavo Scarpa chutou no travessão e no rebote Murilo diminuiu.
O alerta acendeu do lado de lá, uma apreensão enorme tomou conta do estádio. O Palmeiras construiu esse respeito ao longo das últimas temporadas, e a superioridade física dava o tom.
As três mexidas de Abel fizeram muito mais efeito que as cinco de Cuca. Rafael Navarro, mais móvel que López, abria mais espaços; Gabriel Menino conseguiu escapar com mais vivacidade da marcação do que Veiga, e o time teve duas chances claras desperdiçadas por Dudu – a segunda, aos 37 minutos, foi inacreditável.
Mas nosso heroi se redimiu aos 46: após escanteio da direita batido, claro, por Scarpa, o camisa 7 fez um contorcionismo para cabecear a bola para o meio da pequena área, onde estava Danilo, que escorou para as redes e decretou o empate que fez os 5% do Mineirão pintados de verde explodirem em êxtase.
O Palmeiras não apenas segue vivíssimo na competição, mas reverteu a vantagem aberta pelo Atlético ainda no jogo da ida, já que os 90 minutos restantes, inclusive os 15 finais, sempre decisivos, serão na atmosfera do Allianz Parque, com o Palmeiras provavelmente atacando o Gol Sul. O Atlético estava no topo da montanha, escorregou, e agora tem que escalar tudo de novo pelo lado mais difícil.
O elenco comandado por Cuca é talentoso demais e tem todas as condições de, a exemplo do Palmeiras, conseguir um grande resultado fora de casa. Sabemos que mata-mata são traiçoeiros e que a empolgação de hoje pode ser a decepção de amanhã. Mas, qualquer que seja o resultado da eliminatória, não tem como não sentir um orgulho enorme desse elenco, que a cada jogo mostra do que é feito.
A sensação geral do mundo do futebol a respeito do nosso time é de resignação. O Palmeiras conseguiu chegar num estágio em que é preciso uma enorme combinação de fatores para nos tirar de um campeonato. O protagonismo é inquestionável. Os tempos são de júbilo. Só temos que aproveitar. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Atlético
Primeiro tempo
Após troca de passes, a bola ficou suspensa e Zaracho tentou uma puxeta da meia-lua; a bola desviou no rosto de Gustavo Gómez e ficou tranquila com Weverton.
Hulk recebeu na meia direita, saiu da marcação de Gustavo Scarpa e disparou uma bomba; a bola passou sobre o ângulo direito de Weverton.
Gustavo Scarpa bateu falta da intermediária, com muita força, mas na direção de Everson, que espalmou a escanteio.
Keno tabelou com Hulk, recebeu nas costas de Marcos Rocha dentro da área e tocou forte, pelo alto.
De novo Keno: desta vez ele fez o facão por dentro, recebeu de Hulk mas ficou desequilibrado na hora da finalização e novamente bateu pelo alto. Marcos Rocha desta vez conseguiu atrapalhar o ponteiro do time da casa.
Após saída de bola errada do Palmeiras, Ademir foi lançado por Junior Alonso dentro da área, recebeu, girou mas foi travado por Murilo- a bola saiu em escanteio.
Após escanteio da esquerda, Flaco López afastou da área; a bola ficou viva e Zaracho tentou finalizar de voleio, pegou na orelha da bola mas foi o suficiente para que Ademir saísse na cara de Weverton para tocar rasteiro – a bola beijou o pé da trave direita e Danilo afastou o perigo.
Dudu arrancou por dentro e abriu na velocidade na direita para Gustavo Scarpa, que fez a jogada em cima de Rubens, entrou na área e bateu sem ângulo; Everson deu rebote e Piquerez escorou de direita para as redes do Atlético. O gol foi anulado por impedimento de Gustavo Scarpa.
Gol do Atlético – Gustavo Scarpa dormiu na saída de bola e foi desarmado por Ademir; a bola ficou com Mariano que tocou dentro da área para Jair – Marcos Rocha foi na marcação, houve o contato por baixo e o volante do Atlético se desmanchou na área. O árbitro assinalou, Hulk bateu no canto esquerdo e abriu o placar.
Facundo Tello encerrou o primeiro tempo.
Segundo tempo
As duas equipes voltaram sem alterações dos vestiários. Gustavo Scarpa inverteu com Dudu.
Gol do Atlético – Após mais pressão em nossa saída de bola, Hulk recuperou, Keno tabelou com Jair, foi ao fundo e cruzou rasteiro na pequena área; a bola bateu em Murilo e foi para as redes do Palmeiras. Hulk e Zaracho estavam posicionados para escorar.
Zaracho roubou, tocou com Hulk que devolveu; Danilo tentou cortar mas escorregou e a bola ficou com o argentino, que bateu colocado – a bola desviou em Gustavo Gómez e foi a escanteio.
GOL DO PALMEIRAS! Gustavo Scarpa cobrou falta do bico da área no travessão; a bola voltou para Murilo na risca da pequena área e o zagueiro apenas escorou para o gol vazio.
Keno bateu de fora da área; Weverton pegou firme por baixo.
Raphael Veiga saiu para a entrada de Gabriel Menino.
Danilo bateu da intermediária, por cima do gol.
Marcos Rocha roubou e ligou com Gabriel Menino, que tocou rápido para Dudu, no facão, dentro da área, o camisa 7 girou rápido e bateu por cima.
Rafael Navarro e Mayke entraram nos lugares de López e Marcos Rocha.
Mayke tocou para Gustavo Scarpa por trás de Rubens; o cruzamento veio do fundo por baixo e Dudu não aproveitou o escorregão de Mariano – de frente para Everson, pegou mal na bola e tocou para fora.
GOL DO PALMEIRAS! Gustavo Scarpa bateu escanteio da direita; Dudu escorou no segundo pau para a pequena área e Danilo tocou para o fundo das redes!
Facundo Tello, que poderia ter contido com cartões as faltas sucessivas do time da casa, encerrou o jogo.
Gustavo Scarpa, mas pode chamar de Luva de Pedreiro!
RECEBA!
Palmeiras foi muito superior.
Um penalti que não existiu e um gol contra por azar.
Já o palmeiras apesar da marcação do Galo conseguiu jogar muito com dois gols, fora a falta perfeita cobrada do Scarpa.
Palmeiras superior.