Em entrevista coletiva após o revés nos pênaltis para o SPFC, Abel Ferreira pontuou a superioridade do Palmeiras no duelo e também falou de Gabriel Veron
Para o técnico Abel Ferreira, o Palmeiras merecia ter saído do Allianz Parque, na noite desta quinta-feira, com a classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil. Em entrevista coletiva após o revés nos pênaltis para o SPFC, o comandante valorizou o desempenho do Verdão em campo e citou as diversas oportunidades que o time teve para vencer o rival no tempo regulamentar por um placar mais elástico que os 2 a 1.
“Não há muito o que explicar, futebol é isso. Na minha opinião, fomos melhores, tivemos mais oportunidades, fizemos 2 a 0, tivemos um pênalti, poderíamos ter feito o terceiro gol. Ainda tivemos outras oportunidades claras. Em um lance podemos matar o jogo e, na sequência, sofremos o gol. O lance do pênalti vocês podem comparar com o em cima do Dudu que não foi dado e tirar as conclusões”, iniciou o treinador.
“Fizemos um bom jogo, o resultado final foi injusto e penaliza a nossa não-eficiência. Se vocês virem o jogo em ângulo aberto, nos primeiros 15 minutos, os jogadores deles não sabiam o que fazer. Não vou falar de tática, não há tática. Futebol é isso, nem sempre ganha quem joga melhor. Temos que aceitar e seguir nosso caminho. Se durante o jogo fomos melhores, na disputa de pênaltis eles foram mais competentes”, completou.
O Palmeiras abriu 2 a 0 com 12 minutos de partida e esse resultado já bastava para a classificação. Entretanto, no segundo tempo, Raphael Veiga desperdiçou um pênalti e, logo em seguida, o SPFC diminuiu o marcador, levando a decisão para as penalidades máximas.
Veiga e Wesley erraram suas cobranças e o Verdão acabou sendo superado pelo rival por 4 a 3.
“Nosso melhor batedor falhou duas vezes. Vou explicar o quê? Querem que eu diga o quê? Estamos tristes, chateados? Sim. Deveríamos ter passado? Deveríamos. Mas futebol é mágico por isso mesmo, porque mesmo uma equipe produzindo pouco, pode passar”, relatou Abel, que também falou sobre a disputa de pênaltis.
“Pênalti é competência. Se calhar, infelizmente, não temos jogadores para bater pênaltis com essa calma. Mas ainda assim acredito que um dia vamos ganhar”, complementou.
Abel Ferreira fala de Gabriel Veron
Titular no ataque palmeirense, o atacante Gabriel Veron, flagrado em uma balada de São Paulo na madrugada de quarta-feira, também foi assunto na coletiva de Abel.
“Dizem que Deus é misericordioso. Eu sou igual. Para mim, todas as pessoas têm que ter oportunidade na vida. Eu nunca vou desistir dos meus jogadores. Todos vocês já tiveram 18, 19 anos. Já disse várias vezes que os brasileiros são, de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de educação e como homens, porque eles não têm essa formação”, disse.
“O Veron é o futuro do clube. E o Palmeiras, antes mesmo de eu chegar, traçou um caminho: apostar nos jovens. Vai ganhar, vai perder. Percebemos que às vezes teremos que educar e puxar para cima. Hoje ele jogou bem, deu assistência. O que eu espero é que, cada um de nós, quando errar, faça as três perguntas mágicas: o que aconteceu comigo? O que eu aprendi? E o que vou fazer da próxima vez?”, acrescentou Abel, que voltou a falar da importância da educação.
“O Brasil carece muito de formação do homem. Isso começa na escola e na família que temos em casa. ‘O homem que se é triunfa no profissional que se quer ser’. Estamos aqui para educar. Ele é um moleque de 18, 19 anos, que precisa escolher muito bem os amigos que o rodeiam. Mas não vou xingar ou insultar jogador. Não foi o que fizeram comigo e não foi a educação que meus pais me deram. Gosto de perdoar, desde que sinta do outro lado a vontade de querer fazer. Não posso ajudar quem não quer ser ajudado. E acredito que ele quer ser ajudado, porque tem um potencial enorme”, finalizou.
O Palmeiras volta a campo já na próxima segunda-feira para enfrentar o Cuiabá, às 20h no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro.