Brasileirão 2023: planejamento de pontos – fim do segundo quartil

O primeiro turno do Brasileirão chegou ao fim e temos uma anomalia. O Botafogo atingiu a estupenda marca de 47 pontos e subverteu qualquer projeção baseada no histórico do Brasileirão.

A marca não é exatamente inédita: em 2017, o SCCP, comandado por Fábio Carille, também fechou o primeiro turno com um aproveitamento espantoso, chegando aos mesmos 47 pontos – mas a atual campanha do Botafogo é superior pelo número de vitórias.

Em 2017 o SCCP terminou o primeiro turno 15 pontos à frente do Palmeiras e acabou campeão, mas a campanha no segundo turno foi fraca e a distância ficou a ponto de ser exterminada.

Na rodada 31, o rival foi derrotado pela Ponte Preta e, 12 rodadas após o fim do primeiro turno, somou apenas 12 pontos, num aproveitamento de 33% no recorte. O Palmeiras, que já havia cortado a vantagem para seis, jogaria na segunda-feira contra o Cruzeiro e teríamos o confronto direto no domingo seguinte. Duas vitórias palmeirenses mudariam a liderança de mãos pelo número de vitórias.

Uma operação casada impediu a virada histórica. Héber Roberto Lopes e Anderson Daronco assaltaram o Palmeiras nessas duas partidas; a distância voltou para a casa dos oito pontos e sabemos qual foi o final da história. Mas o ponto é: ninguém acreditava que o campeonato mudaria de mãos ao fim do primeiro turno, mas o SCCP derreteu e só não viramos o jogo por fraqueza nos bastidores. Se chegamos em 2017, podemos chegar em 2023.

Para isso, o Botafogo precisa derreter. E não é toda hora que um time com uma campanha tão superior perde rendimento de forma tão dramática. Mas pode acontecer – e se acontecer, o Palmeiras precisa seguir somando pontos para aproveitar a possível brecha.

Assim, faremos nossa projeção atual levando em conta que o time carioca não fará mais que 35 pontos no segundo turno, chegando a 82 pontos. Uma campanha de 61,4% de aproveitamento, bem inferior aos 82,4% do primeiro turno, mas não tão irreal quanto os 12 pontos em 12 jogos do time de Carille.

Para chegar aos mesmos 82 pontos, o Palmeiras precisará fazer uma campanha fantástica de 48 pontos no returno – ou contar com uma campanha mais fraca ainda do Botafogo. É muito, muito difícil, sobretudo levando-se em conta que nossa prioridade total está na Libertadores. Mas ainda dá.

Terceiro quartil

As duas primeiras partidas serão logo antes de confrontos contra o Deportivo Pereira, pela Libertadores. Mas as vitórias são mandatórias. Nosso time reserva terá que performar com nunca nas partidas contra o Cuiabá e contra o Vasco.

Na sequência, teremos o Derby, em Itaquera, e um empate será tolerado – até porque, ainda estaremos na ressaca da conclusão do confronto contra os colombianos. Na sequência, teremos dez dias livres pela data Fifa, quando esperamos que não haja jogadores do Palmeiras convocados para a seleção da CBF. Bastidores serão fundamentais.

Não há como imaginar outro resultado que não seja a vitória contra o Goiás, em casa. O confronto contra o Grêmio ocorre uma semana antes da possível ida à Argentina para jogar a semifinal da Libertadores – mas a final da Copa do Brasil está marcada para o fim-de-semana entre as duas datas, dia 24 de setembro. Se o Grêmio estiver na final, vai jogar contra nós com o sub-15.

Entre os dois possíveis jogos pelas semifinais da Libertadores, teremos um jogo em Bragança Paulista, em que a derrota é quase certa. Teremos então que engatar uma sequência de vitórias logo depois, iniciando contra o Santos – o que não parece muito complicado.

Mais uma data Fifa, após a rodada 26, para que o Palmeiras vença os três jogos seguintes: Atlético, em casa; Coritiba, fora; e SPFC, em casa. Cumprindo este roteiro duríssimo, teremos somado 25 pontos no quartil e chegado a 59 pontos.

Quarto quartil

A marcha nas nove rodadas finais será, obviamente, balizada pelo que o Botafogo estiver fazendo. A meta será vencer todas as partidas e torcer para o time carioca perder um ponto aqui, outro ali, até encostar e virar. Mas, para efeito de nosso exercício, seguiremos imaginando que nossa meta é de 82 pontos.

O quartil começa com a sombra da final da Libertadores. Se o Palmeiras estiver classificado, as duas primeiras partidas terão na falta de foco o principal obstáculo. O primeiro jogo é em casa, contra o Bahia. Mas o pior vem a seguir: a três dias da grande final, teremos o confronto direto contra o Botafogo, no Engenhão, onde não podemos nos dar ao luxo sequer de empatar. Não podemos perder a chance de diminuir a distância.

O jogo seguinte está previsto para o dia 5 de novembro; se o Palmeiras estiver na final da Libertadores, provavelmente será movido para a data Fifa de novembro, entre as rodadas 34 e 35.

De qualquer forma, a sequência final de sete jogos admite, no máximo, dois tropeços. Uma campanha de cinco vitórias e dois empates em jogos contra Athletico-PR (C), Flamengo (F), Inter (C), Fortaleza (F), América (C), Fluminense (C) e Cruzeiro (F) não é exatamente impossível. Mas é bem difícil.

Conclusão

Ser campeão brasileiro é sempre difícil. Partindo de uma desvantagem de 13 pontos, com apenas metade dos jogos pela frente, é quase impossível. Mas a História e a matemática estão aí para mostrarem que dá.

Uma campanha de 48 pontos no returno, somada a um derretimento parcial do líder, torna o sonho possível. Lembrando que se o Botafogo voltar a ser Botafogo e fizer uma campanha em torno dos 50%, de cerca de 30 pontos, chegando a 77, nosso milagre não precisa ser tão grande e poderemos deixar mais alguns pontos pelo caminho.

Somos Palmeiras e lutamos sem parar. Somos torcedores e nossa função é acreditar. Enquanto ainda houver perspectivas, seguiremos fazendo nossas contas e empurrando o time pra cima dos adversários. VAMOS PALMEIRAS!

2 comentários em “Brasileirão 2023: planejamento de pontos – fim do segundo quartil

  1. Pelo menos, se o Palmeiras não conquistar, não será o SCCP que ganhará como no outro exemplo citado na matéria

  2. Vamos buscar esse campeonato! Eu faço parte dos 98,42% (conforme seu comentário no react da entrevista do Abel) da torcida que apoia incondicionalmente o nosso time. Faço isso há mais de 60 anos, na boa e na ruim! Avanti Palestra!

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