Ao Verdazzo, Daniel Gonçalves fala sobre “plano de Abel Ferreira” e preparação para o Mundial de Clubes

Ao Verdazzo, Daniel Gonçalves fala sobre “plano de Abel Ferreira” e preparação para o Mundial de Clubes.
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Coordenador científico do Palmeiras, Daniel Gonçalves concedeu entrevista exclusiva ao Verdazzo na noite de quarta-feira

Em entrevista coletiva após o revés para o SPFC, o técnico Abel Ferreira falou abertamente com o torcedor do Palmeiras: “temos um plano e vamos segui-lo até o final, não importa o que aconteça”. Àquela altura, o Verdão estava a 10 dias de jogar a final da Libertadores, em Montevidéu, e a escolha da comissão técnica foi poupar os titulares no Choque-Rei e colocá-los em campo no jogo seguinte, frente ao Fortaleza (uma semana antes da decisão).

Com exclusividade ao Verdazzo, o coordenador científico do Palmeiras, Daniel Gonçalves, explicou sobre a decisão da comissão técnica e detalhou as vantagens de ter jogado com os titulares contra o Leão.

“Temos no nosso processo reuniões periódicas para a gente tomar a melhor decisão como núcleo e a assim assessorar a comissão técnica e a direção de futebol. Dos auxiliares, quem participa das discussões é o João Martins. O Abel já havia nos avisado que a partida contra o Fortaleza seria o último teste [antes da final]. Ele queria a força máxima, porque vislumbrava que ali seria um tempo ótimo de preparação para a equipe, de recuperação, restabelecimento. O Abel acreditava que 10 dias seria um tempo longo e a equipe poderia perder um pouco o ritmo de competição, e isso realmente aconteceria já que os atletas estão habituados a jogar com certa frequência por causa do nosso calendário”, iniciou.

“Diante dessa necessidade dele de exigir como último teste o duelo diante do Fortaleza, vimos que tínhamos que munir ele com outras informações, como falar que o clássico contra o SPFC seria muito perto do jogo em Fortaleza e os atletas poderiam entrar em campo não totalmente recuperados. Então ele optou por fazer da partida frente ao Fluminense e Fortaleza como jogos chaves e preservar os titulares no clássico, a fim de que cumpríssemos um plano por um objetivo maior. A gente sabe da nossa responsabilidade como profissional do Palmeiras, todo jogo a gente tem a necessidade de vencer, ainda mais contra um rival. Mas, para não comprometer a final da Libertadores, essa medida tinha que ser tomada”, acrescentou.

Daniel prosseguiu falando qual é o tempo necessário para um jogador de futebol estar 100% recuperado depois de uma partida.

“Vale lembrar que a ciência do esporte mostra que o tempo de recuperação do jogador varia de 72 a 96 horas após uma partida. Temos diversas ferramentas para poder verificar esse nível de recuperação. Na véspera do jogo contra o Fortaleza, os atletas que atuaram na partida anterior não estavam recuperados 100%. Então a gente tinha a noção de que, caso contra o SPFC tivesse jogado os titulares, a gente poderia comprometer de maneira incisiva a preparação para a final”, detalhou.

Daniel Gonçalves fala da preparação para o Mundial de Clubes

Em fevereiro, o Palmeiras disputará o Mundial de Clubes, em Abu Dhabi. Diferentemente do que ocorreu na temporada passada, quando a equipe teve uma semana de diferença entre a conquista da Libertadores para a estreia no Mundial, o clube terá desta vez um tempo maior para se preparar.

O elenco retorna das férias no dia 5 de janeiro e o primeiro jogo na competição está marcado para o dia 8 de fevereiro. Antes disso, ainda, o Verdão estreará no Campeonato Paulista.

“Tivemos uma experiência nesse ano que gerou frustração para a torcida e também para nós, internamente. Realmente nosso tempo de adaptação a Doha foi muito curto, alguns atletas se queixaram do fuso-horário e da qualidade do sono. Além disso, teve as questões de ordem mental e emocional. A final contra o Santos demandou alta carga emocional e para mobilizar novamente os atletas requer um tempo”, contou.

“Com certeza isso gerou um aprendizado pra gente. Vamos antecipar a nossa ida ao Emirados Árabes Unidos e elaboraremos uma nova estratégia para que a gente se adapte melhor ao fuso-horário. Teremos tempo também para que os jogadores curtam a conquista e virem a chave. Esse período de descanso ou transição, já que os atletas têm um acompanhamento remoto, é preciso para que quando voltarmos em janeiro a gente consiga ter uma preparação física, técnica-estratégica com o Abel e mental boa. E consigamos ir em busca dessa conquista tão importante para a instituição”, completou.

Confira a entrevista completa do Verdazzo com Daniel Gonçalves:

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