A novela que o torcedor palmeirense passa a acompanhar com mais atenção no início das férias dos atletas é a renovação de Dudu. O camisa 7 tem contrato até o fim de 2023 e, a partir de 1 de julho, poderá acertar com outro time, sem custos.
Ontem, na zona mista, ainda em meio à comemoração pelo décimo-primeiro título brasileiro, o atacante foi perguntado sobre o andamento das negociações:
– O que falta para uma nova renovação de contrato?
– Ah, não sei… acho que… a presidente né? Tenho mais um ano de contrato, tô tranquilo. Da minha parte, não tenho pressa – acho que quem tem que ter pressa é o Palmeiras, então acho que eles têm que se resolver. E se não se resolverem também, é vida que segue; Dudu vai continuar jogando, pra poder ou aqui no Palmeiras ou em outro clube, continuar escrevendo a história.
A declaração, claro, incomoda. E é para incomodar mesmo. As duas partes estão em negociação e Dudu está aproveitando ao máximo o momento para se valorizar. Após mais uma conquista, seguindo como um dos jogadores mais importantes do elenco, tendo ainda no cenário a saída de outro grande pilar do time, como Gustavo Scarpa, Dudu aproveita os holofotes para pressionar a diretoria. Usa a paixão do torcedor para reforçar sua posição na mesa. O que é absolutamente normal.
Do outro lado, o Palmeiras tenta preservar seus interesses. Até o Tirone saberia reconhecer a importância do Dudu para este time e seu significado na História do clube. Mas não é por isso que a presidente vai assinar um cheque em branco, aceitando qualquer pedida. É preciso negociar.
Resta a nós, torcedores, torcer, como sempre. Que o staff do jogador, que é quem está por trás das negociações, consiga mais um bom contrato para nosso ídolo, que merece o reconhecimento. Mas que não inventem de quererem ser mais espertos que a esperteza, forçando uma situação de conflito.
Momento na mesa de negociações é de Dudu
Dudu completou 400 jogos com a camisa do clube ontem, frente o América. Não houve nenhuma ação do clube, que costuma valorizar as marcas centenárias atingidas por todos os jogadores – um sinal claro de que está tirando Dudu dos holofotes para facilitar as negociações. Um erro grosseiro da diretoria, que acaba expondo o quanto se incomoda com pressão de torcida. Homenageando Dudu, o clube daria uma demonstração de força, de que sabe fazer o reconhecimento esportivo sem deixar que isso influencie numa mesa de negociação. Neste momento, Dudu é quem está mais forte.
Nossa diretoria precisa ter a sensibilidade de reconhecer o tamanho do jogador e recompensá-lo devidamente por tantas alegrias proporcionadas, sem prejudicar o equilíbrio financeiro e a harmonia do vestiário. Aumentar demais o salário de um jogador tende a puxar o de todos os outros para cima e cria um efeito bola de neve.
Encontrar o ponto em que todos saiam satisfeitos é a missão dos dois lados. Se de um lado está a diretoria e de outro o staff do camisa 7, no limite, é o atleta quem tem a palavra final e pode encerrar a conversa – aceitando em certo ponto a proposta do clube, ou decidindo vestir outra camisa.
A seguir, cenas dos próximos capítulos. À espera de um final feliz.
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Com essa diretoria, pode se esperar tudo. Menos competência.