Palmeiras na CONCACAF? Como o Verdão se saiu enfrentando equipes das Américas Central e do Norte?

A presidente Leila Pereira, da SE Palmeiras, durante coletiva de imprensa, na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Antes da semifinal do Campeonato Paulista contra o São Paulo, Leila Pereira comentou a punição aplicada pela Conmebol ao Cerro Porteño, após o episódio de racismo envolvendo o atacante Luighi.

Em entrevista coletiva concedida esta semana, a presidente Leila Pereira demonstrou seu repúdio ao que considerou uma resposta insuficiente da Conmebol ao racismo sofrido por Luighi no Paraguai. Em seu argumento, ameaçou organizar um movimento de clubes brasileiros para que, através da CBF, se desfiliassem da entidade sul-americana para se associar à CONCACAF.

Embora descabida e até ingênua, a fala foi uma forma de provocar mais discussão sobre o tema além de nossas fronteiras. Independente da ação ter algum efeito, teríamos como consequência mais confrontos contra clubes da CONCACAF.

O Palmeiras já jogou 41 vezes contra clubes da CONCACAF e você pode selecionar, país por país, clube por clube, a lista de confrontos em nosso Almanaque.

Foram 28 vitórias, 5 empates e 8 derrotas. O Verdão enfrentou equipes de seis países e só não venceu todas quando enfrentou clubes mexicanos:

Confira abaixo alguns jogos do Palmeiras contra clubes da CONCACAF

25-05-2000 – Palmeiras 3×2 Atlas – Libertadores da América 2000

14-05-2013 – Palmeiras 1×2 Tijuana – Libertadores da América 2013

08-07-2018 – Liga Alajuelense 0x6 Palmeiras – Amistoso 2018

18-01-2020 – New York City FC 1×2 Palmeiras – Florida Cup

07-02-2021 – Palmeiras 0x1 Tigres – Mundial Interclubes 2020

Bastidores do Botafogo funcionam e STJD indicia o Galo em tempo recorde

Cris Mattos/Reuters

Os incidentes registrados na tarde de domingo na Arena MRV já tiveram consequências. No dia seguinte ao ocorrido, a procuradoria do STJD já pediu o fechamento do estádio do Atlético e que o time mineiro jogue seus próximos jogos sem torcida, mesmo em outro estádio.

Os favorecidos de sempre nos bastidores da CBF, desta vez, têm pouco a ganhar. E não é necessário ser jurista para concordar que punir o Atlético pelo acontecido é a atitude correta a ser tomada.

O que causa estranheza é a celeridade com que tantas provas foram reunidas pelos procuradores Paulo Dantas, Mariana Andrade Rabelo, Eduardo Araújo e João Marcos Siqueira para que o pedido fosse encaminhado. O timing em que as coisas acontecem no STJD parece ter uma dinâmica bastante peculiar.

O Atlético não poderá receber seus adversários até que o julgamento aconteça – e aí, claro, não há pressa para marcá-lo. Resta saber se o clube mineiro vai entrar com algum tipo de efeito suspensivo e se o mesmo será acatado.

Botafogo é o maior interessado na punição ao Galo

O próximo jogo do Atlético como mandante é justamente contra o Botafogo, no dia 20, e ao time carioca agrada bastante neutralizar as naturais desvantagens de se jogar em campo adversário.

Se o STJD sempre mostrasse esta eficiência, não haveria estranheza alguma. Isto é mérito da diretoria do Botafogo, que sempre foi um anão esportivo e administrativo, mas que desde que foi comprado pelo americano John Textor mudou seu perfil e vem trilhando uma escalada de sucesso no futebol brasileiro, conquistando um espaço que nunca teve. Textor, além de ter implementado um eficiente departamento de scout que reforçou o elenco de forma certeira, mostra que já aprendeu a jogar com os bastidores da CBF e do STJD.

Enquanto isso, o Palmeiras segue sendo prejudicado pelas arbitragens em praticamente todos os jogos, e só piora. Mas parece que o que importa mesmo é o show do Jota Quest.

Em nova entrevista desastrada, Leila Pereira “equilibra” eleição

Patrocínio, Barros e torcida organizada: Leila Pereira concede entrevista na Academia de Futebol.
Alexandre Guariglia/Lance!

A pouco mais de um mês das eleições presidenciais no Palmeiras, a presidente do clube, Leila Pereira, candidata à reeleição, concedeu uma entrevista ao Estadão.

A seu estilo, a mandatária acionou sua metralhadora giratória e não poupou a oposição de críticas. Como sempre, exagerou ao atribuir todos os méritos da atual fase do clube a si própria, desprezando a grandeza do clube. Um erro recorrente.

“Se meu opositor ganhar as eleições tudo que construímos ele vai destruir. Ele já foi diretor de futebol durante quatro anos (entre 2007 e 2010) e conquistou um título, eu conquistei sete, é o autêntico 7 a 1”, disparou, fazendo uma comparação assimétrica que beira a discussão de bar.

Quem conhece mesmo a História do Palmeiras – e não estamos falando de épocas remotas – sabe que os primeiros seis anos deste século foram terríveis, com quatro anos de administração de Mustafá Contursi, mais dois de Affonso Della Monica. Neste período, que sucedeu a saída da Parmalat, o Palmeiras caiu para a Série B (em 2002) e colecionou campanhas decepcionantes. Em 2006, quase repetiu o vexame.

Foi quando Della Monica decidiu romper com Mustafá para disputar a reeleição, no começo de 2007, e trouxe o núcleo de Luiz Gonzaga Belluzzo para as diretorias de planejamento e de futebol. O diretor principal era Gilberto Cipullo, que já havia exercido a função com sucesso durante a cogestão com a Parmalat. Ainda muito jovem, Saverio Orlandi foi diretor adjunto no período mencionado e fez parte de um projeto de reconstrução do futebol do clube.

O Palmeiras reformou o elenco e confiou o comando ao técnico Caio Júnior, que havia liderado a ótima campanha do Paraná Clube no ano anterior – com ele, vieram vários jogadores do clube de Curitiba. Foi o embrião do time do ano seguinte, que já sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, voltaria a erguer um troféu – o mencionado Paulistão de 2008. Um projeto de sucesso.

Ainda em 2008, o Palmeiras disputou o título brasileiro até as rodadas finais, e repetiu a dose em 2009, já no mandato de Belluzzo. Uma convergência de infelicidades tirou o Verdão da rota do título naquele ano, o que levou o presidente Belluzzo a cometer vários erros em 2010, em tentativas precipitadas de conquistar títulos em seu mandato. Saverio teve responsabilidade reduzida nesses erros, e nenhuma nos que foram cometidos em profusão no mandato seguinte, de Arnaldo Tirone, o grande autor do segundo rebaixamento.

Leila prossegue: “Grande parte desses jogadores foram contratados em minha gestão, tive a humildade de continuar um trabalho bem feito pelo meu antecessor, o Maurício Galiotte. O Palmeiras, em 110 anos, nunca esteve tão bem. O mérito não é só meu, é um conjunto de trabalho de todos nós que demoram-se anos para construir, mas para destruir é em um ano. Volto a dizer: se meu opositor e a turma que está com ele conseguirem vencer as eleições, o Palmeiras volta ao que era quando ele foi diretor de futebol, não ganhou nada, só um Paulista, e preparou o Palmeiras para cair para a Série B em 2012. Nós não vamos deixar isso acontecer. Aliás, quem apoia esse candidato são os que derrubaram o Palmeiras em 2002 e 2012.”

Leila Pereira equilibrou a eleição

Obviamente uma candidata a um cargo eletivo, ao conversar com a imprensa, vai enaltecer seus feitos, nada mais natural. Mas Leila distorce os fatos, um pouco por desconhecimento, um tanto por egolatria.

Seus muitos méritos foram, sobretudo, por saber manter o que estava funcionando e eventualmente aperfeiçoar os processos implementados na gestão de Paulo Nobre, o grande artífice desta retomada alviverde, que soube usar o fator Allianz Parque muito bem – e o acordo para a construção de nosso estádio foi costurado, ora vejam, no segundo mandato de Della Monica, sob a diretoria de planejamento encabeçada por Belluzzo. Se tudo é “conjunto de trabalho de todos nós que demoram-se anos para construir”, o ponto de partida não é 2017.

Com um tom ameaçador, Leila afirmou que o Palmeiras ficará muito fraco se ela não for reeleita. Uma declaração deselegante, de desrespeito a seus opositores, no mínimo, e que dá brecha a insinuações de que o Palmeiras só tem força graças a ela. Algo que, mais uma vez, pega no brio dos palmeirenses de alma verde e que ela, ao que parece, jamais compreenderá.

Após um começo de mandato ruim, em que se preocupou muito mais em calar opositores dentro do clube, Leila Pereira acertou a mão; vem fazendo um trabalho bastante satisfatório à frente do Palmeiras e continua sendo favorita à reeleição, a despeito da fraqueza do clube nos bastidores e da facilidade que as arbitragens têm em nos prejudicar e de nos eliminar de competições importantes.

O que mais importa, que é o futebol, ainda assim segue forte e competitivo, conquistando títulos. Mas as manutenções de João Paulo Sampaio na base e de Abel Ferreira no comando técnico do time principal é que são indiscutivelmente os pilares deste protagonismo e nada indica que a oposição pretenda mexer nisto; as mudanças de rota propostas por Saverio residem, principalmente, na governança do clube, que de fato precisa ser discutida.

Ao fazer declarações carregadas de egocentrismo e que, por extensão, desmerecem a grandeza do clube que preside, Leila Pereira deu um tiro no pé e ajudou a diminuir a diferença que existe entre ela e Saverio na preferência dos associados que comparecerão às urnas no próximo dia 24 de novembro. A ver.

Verdazzo Ao Vivo: confira como foi a 1ª sabatina com o Palmeiras Avante

Verdazzo Ao Vivo: Confira como foi a 1ª sabatina com o Palmeiras Avante.
Divulgação

Ao lado de outras mídias palestrinas, o Verdazzo participou da primeira sabatina do Movimento Palmeiras Avante, grupo político de oposição a Leila Pereira

Aconteceu na noite de segunda-feira, em São Paulo, a primeira sabatina de membros da mídia palestrina com os representantes do Movimento Palmeiras Avante, principal grupo político que faz oposição a Leila Pereira.

A tradicional live de segunda-feira do Verdazzo, no canal do Youtube, transmitiu a sabatina. O site também pôde participar do debate, enviando perguntas aos conselheiros que estiveram presentes. São eles: Luciana Santilli, Carlos Faedo, Felipe Giocondo, Guilherme Romeiro, Guilherme Pereira e Luiz Moncau.

Os conselheiros responderam temas sobre a WTorre, Sócio Avanti, relação com torcida organizadas, clube social, sobre o nome escolhido para concorrer à presidência, entre outros assuntos, além de abordarem sobre planos de gestão e fortalecimento do futebol feminino.

A pergunta específica do Verdazzo consistiu em saber como a oposição aprendeu com os erros do passado, para não os repetir na próxima eleição para presidente, que acontece em novembro.

Assista ao Verdazzo Ao Vivo: sabatina com Palmeiras Avante

Oposição do Palmeiras se une visando eleição de novembro

Palmeiras

A oposição do Palmeiras, a oito meses da eleição, dá os primeiros sinais públicos de que está se organizando. Na política do clube, o timing é um elemento fundamental; o fato das informações estarem vindo à tona agora não significa que as coisas começaram a ser feitas há pouco tempo.

As relações políticas nas alamedas abrigam uma enorme variedade de motivações. Mas há, basicamente, dois grandes grupos: os que estão ali, antes de mais nada, pelo amor ao escudo com o “P”, e os que enxergam no clube um caminho para conseguirem prestígio para alimentar seus egos famintos – ou mesmo os que almejam algum outro tipo de vantagem.

Na política do clube, não se mede a palestrinidade pelo lado político atual. O fato de um conselheiro ser situação ou oposição é função de uma infinidade de variáveis. Pode não parecer, mas há grandes palmeirenses na situação; assim como há vários abutres na oposição, e vice-versa.

O anúncio de uma união de grupos oposicionistas é muito positivo para o clube. Mesmo unificado, pode não ser um grupo numericamente forte para bater com a situação nas votações do Conselho, mas pode ser suficiente para constituir uma força eleitoral em novembro, quando os sócios é que escolherão entre a continuidade de Leila Pereira ou uma mudança.

Uma oposição forte é o que pode haver de mais saudável num clube associativo – desde que estejam todos de fato remando na mesma direção, cobrando e fiscalizando a situação incansavelmente. As gestões de Maurício Galiotte e Leila Pereira usaram todo o aparato à disposição para esmagar os movimentos oposicionistas. E uma oposição fragmentada coloca a diretoria numa zona de extremo conforto – e, exatamente por isso, muito mais sujeita a erros.

A dinâmica da política palmeirense já jogou conselheiros de um lado para outro incontáveis vezes. A dança das cadeiras é tão frenética que é não é muito exagerado afirmar que todos os conselheiros já estiveram do mesmo lado que um determinado colega em um momento, e em lados opostos em outro. Todos já foram aliados e adversários.

E essas idas e vindas muitas vezes deixam cicatrizes.

Esta nova tentativa de união da oposição só vai florescer se os conselheiros que a compõem souberem trabalhar aspectos humanos dificílimos de serem equacionados.

Se eu fosse conselheiro do Palmeiras, membro desta nova oposição unificada, denominada “Palmeiras Avante”, faria a seguinte check list todos os dias antes de rodar a catraca do clube:

  • estou a serviço da Sociedade Esportiva Palmeiras, meus interesses próprios não existem;
  • farei Política com “P” maiúsculo, cobrando meus pares de maneira positiva, discutindo situações que necessitem de ajustes e propondo soluções pelo bem do Palmeiras. Combaterei fortemente qualquer colega que preferir o caminho de instaurar o caos.
  • não sou inimigo de ninguém; não deixarei minhas emoções interferirem nas minhas tomadas de decisão, que devem colocar o Palmeiras acima de tudo;
  • minhas decepções passadas jamais interferirão nas alianças que precisam ser formadas pelo bem do clube; sou absolutamente capaz de passar por cima de qualquer eventual mágoa anterior; sento-me à mesma mesa que qualquer colega para discutir ações positivas para o Palmeiras;
  • não vou fingir apreço por pessoas que não aprecio, nem esperarei o mesmo de pessoas que não me apreciem; o que deve prevalecer é a cordialidade e o respeito em nome de um bem maior – o Palmeiras;
  • me colocarei à disposição do clube para exercer um cargo somente se estiver devidamente preparado; caso as dinâmicas das relações políticas me colocarem em tal posição, servirei ao Palmeiras com muito orgulho; caso contrário, ficarei feliz e igualmente orgulhoso por participar numericamente de votações importantes;

Notem que os pontos acima valem também para qualquer conselheiro da situação.

É claro que, no mundo real, é bem pouco provável que tenhamos 300 palmeirenses com galhardia suficiente para praticarem todos os pontos acima. Feliz do clube cujos conselheiros sustentem tais valores dia após dia. Mas apontar nesta direção e tentar plantar uma sementinha não custa nada.

Conselheiros, pratiquem. Associados, cobrem.

A roleta eleitoral começou a rodar. BOA SORTE, PALMEIRAS!


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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