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10/08/2022 - 21:30
🇳🇬Um estádio que pulsa. Indescritível a sensação. E uma música que não sai da cabeça. pic.twitter.com/rMCvAE8sop
— Arte Palestrina (@ArtePalestrina) August 11, 2022
LUTEM SEM PARAR!
O Palmeiras venceu o Atlético-MG nos pênaltis por 6 a 5, depois de empate sem gols no tempo normal, e garantiu passagem às semifinais da Copa Libertadores pela quarta vez em cinco anos.
A partida já entrou para a lista dos confrontos mais inesquecíveis da História do clube, pela linha narrativa com duas expulsões e pela absurda e surreal sinergia construída pelo time e pela torcida, que criou um clima singular que blindou o Palmeiras contra qualquer chance de eliminação. Não tinha como dar errado, mesmo com tudo conspirando nessa direção.
***
Depois de cerca de trinta minutos em que os times se respeitaram bastante e tentavam encontrar os caminhos para chegar ao gol adversário, houve o primeiro lance-chave da partida, com a expulsão de Danilo.
Os jogadores do Palmeiras, aparentemente, decidiram que não iam mais apanhar calados dos jogadores do Atlético – situação recorrente nos últimos confrontos entre os dois times – e resolveram devolver as gentilezas. Mas nossos jogadores, ao que parece, ainda não “sabem bater” e o fizeram de maneira escandalosa, praticamente pedindo pelos cartões.
A expulsão de Danilo provocou a primeira mudança tática significativa no jogo: Abel moveu Dudu para a referência, montando um 4-4-1 com a bola, que se transformava num 5-4-0 sem a posse. Ao dar os espaços para o adversário chegar ao meio do campo, nosso time mantinha seu bloco compacto e não permitia ao visitante ter a vantagem numérica, e ainda preservava a chance de encaixar um contra-ataque em velocidade.
No segundo tempo o panorama tático se manteve inalterado, com o Atlético criando muito pouco diante de um estádio pulsante, que dividiu cada bola junto com nossos jogadores. A força da organização tática aliada à incrível energia proporcionada pela torcida fez do Palmeiras um muro intransponível. Restava saber se lá na frente o time encaixaria uma jogada para evitar os pênaltis.
A combinação se mostrava muito boa e o Palmeiras, mesmo com muito menos posse de bola, finalizou mais a gol que o Atlético. As bolas paradas eram a chave da vitória palmeirense, e numa falta batida por Gustavo Scarpa a bola passou por toda a área e faltou muito pouco para que uma das várias cabeças e pernas verdes na área escorasse a bola para as redes.
A dez minutos do fim do tempo regulamentar, Gustavo Scarpa repetiu o erro de Danilo e o Palmeiras ficou com dois jogadores a menos. E o 5-4-0 virou um 5-3-0 – e mesmo assim o time foi para as finalizações nas jogadas de bola parada. Uma coragem inacreditável.
Jogar contra um time qualificado como o do Atlético com dois a menos, no entanto, é difícil demais. E as chances de gol começaram a aparecer, com a brava resistência de nosso time e torcida. Numa tentativa frustrada de contra-ataque, o Palmeiras perdeu a bola no meio do campo e a defesa não estava tão arrumada. O contra-contra-ataque foi bem articulado por Vargas e Hulk ficou na cara de Weverton, mas tocou para fora diante do tamanho de nosso goleiro.
Quase no último lance do jogo, Hulk lançou uma bola na área buscando a penetração de algum companheiro no facão; a bola passou por todo mundo e deu um beijinho na trave direita de Weverton. Se alguém tinha dúvidas sobre a existência do componente sobrenatural em partidas de futebol, agora ninguém mais tem.
O apito final foi a senha para que, por breves cinco minutos, as baterias se recarregassem para uma descarga descomunal de adrenalina que viria na decisão por pênaltis. E se o Atlético deu sorte ao ser o primeiro a bater, teve o infortúnio de ver a decisão ser levada para o Gol Sul, onde a mística é implacável.
Os batedores mineiros faziam boas cobranças, outras nem tão boas assim, deixando Weverton a centímetros da defesa. Mas a bola ia entrando. Já nossos jogadores faziam batidas perfeitas, finalmente, como se deve: todas fora do alcance do goleiro, fortes e secas. Sem passinho curto, sem reboladinha.
Depois de dez bolas na rede, veio a sexta série e Rubens sentiu a pressão, batendo ao alcance de Weverton, que defendeu sem dar rebote. Pela sexta vez, nosso goleiro escolheu o canto direito – não sabemos se por método ou se as leituras dos pés dos adversários o levaram a isso, mas o fato é que a estatística funcionou. E Murilo manteve o padrão de todos os nossos batedores e estufou a rede do Gol Sul para que um urro estrondasse na zona oeste da capital paulista.
Euforia, explosão, choro, abraços. Braços girando no ar com os punhos cerrados ao som de LUTEM SEM PARAR, canto que mal nasceu e já entrou para a História ao embalar uma classificação inesquecível.
O Allianz Parque parece se superar a cada jornada épica construída neste ano de 2022, resultado de uma simbiose perfeita entre comissão técnica, jogadores e torcida. Quando parece que nada vai superar o sentimento de uma partida, vem a seguinte e prova o contrário.
A felicidade existe. Só temos que agradecer aos responsáveis por nos termos tornado palmeirenses – se você ainda tem a chance de fazer isso: FAÇA, NÃO PERCA A CHANCE. E que venham mais e mais emoções como estas. VAMOS PALMEIRAS!!!
Ficha Técnica
Escalação
Palmeiras
Atlético
Disputa de Pênaltis
Atlético
Palmeiras
Primeiro tempo
Gustavo Scarpa recebeu de Raphael Veiga na direita, cortou para dentro e bateu de canhota, cruzado, mas a bola saiu ao lado da trave de Everson.
Keno suspendeu falta na área; Weverton tirou de soco e Guilherme Arana ficou com o rebote na meia-lua e chutou – Weverton pegou firme.
Danilo disputou a bola com Zaracho no meio do campo, errou o bote e acabou acertando a perna do adversário em cheio. Depois de consultar o VAR, Wilmar Roldan decidiu expulsar nosso volante.
Abel rearrumou o Palmeiras num 4-4-1:
Mariano desceu em velocidade e cruzou no segundo pau; Hulk emendou de voleio mas Weverton caiu para a esquerda e socou a bola para fora da área.
Wilmar Roldan encerrou o primeiro tempo.
Segundo tempo
As duas equipes voltaram sem alterações dos vestiários.
Marcos Rocha cobrou lateral na área; Everson tirou de soco e Zé Rafael aproveitou o rebote pra chutar no canto direito; Rony tentou dominar e desviou a bola que ia para o canto direito do gol.
Depois de escanteio batido por Nacho da esquerda, Murilo afastou da área e Zaracho emendou da intermediária; Weverton deu um tapinha para novo escanteio.
Gustavo Scarpa dividiu forte com Allan e acertou o jogador do Atlético – Wilmar Roldan expulsou o camisa 14 e deixou o Verdão com dois a menos.
Luan e Mayke entraram nos lugares de Dudu e Marcos Rocha.
Veiga perdeu contra-ataque; Vargas recuperou e tocou para Hulk na área, mas o atacante errou a finalização, chutando à esquerda do gol.
Jair abriu na direita para Hulk; ele cruzou de curva, Nacho passou pela bola que acabou batendo na trave direita de Weverton.
Wilmar Roldan terminou a sufocante partida, mandando a decisão para a marca do pênalti.
Excelente texto! Parabéns pelo excelente trabalho!
Excelente texto, inspiradíssimo. Fez jus ao que se viu ontem.
Se alguém ainda tinha dúvida, não tem mais: TERCEIRA ACADEMIA, time histórico, para ser lembrado por MIL anos!
P.S.: só consegui dormir lá pra meio-dia, a adrenalina não baixava 😉
Esse é o tipo de classificação que constrói no imaginário da torcida a mística de uma verdadeira geração heroica. Parabenizá-los é pouco.
Esse Palmeiras será cantado em prosa e verso por gerações. Não existirá um palmeirense na face da Terra que não se lembrará desse dia.
Que jogo!! Ainda não consegui dormir.
Conrado, Luan e Mayke entraram numa panela de pressão indescritível. Eu meteria 9 até nos caras também, AHEUAHEUAHUEHAE.
Que raça, que entrega, que garra, que dedicação, que obediência tática, que frieza, QUE GRANDEZA, QUE TÉCNICO, QUE TORCIDA, QUE INSTITUIÇÃO. Danilo e Scarpa não foram expulsos: foram substituídos pela torcida que praticamente entrou em campo hoje.
Por mim, busto pro G. Gómez e Weverton hoje mesmo. Ligo pra mais nada, esse time me fez perder qualquer parâmetro, discernimento ou lucidez.
Nada menos que a Terceira Academia, senhores. É um privilégio acompanhar a história sendo escrita rodada após rodada diante de nossos olhos, irmãos palestrinos.
AVANTI!