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O Palmeiras foi derrotado pelo Botafogo no Allianz Parque e caiu para a quarta colocação na classificação geral do Brasileirão. O resultado aumentou a diferença para o time carioca para oito pontos e, com dois tropeços em sequência, a situação no Brasileirão começa a ficar difícil.

A derrota veio numa partida em que o Palmeiras, se não jogou seu melhor futebol, ainda assim foi muito superior ao adversário; teve um gol anulado por milímetros e desperdiçou um pênalti. A falta de eficácia cobrou seu preço.

Não foram apenas os erros por falta de precisão, entretanto, os fatores que decidiram a sorte do jogo. O Palmeiras poderia ter sido muito mais presente na área adversária se tivesse criado no Allianz Parque aquela atmosfera impositiva já vista tantas vezes. Desta vez o estádio parecia sem bateria. O time não engajou a torcida. A torcida não empurrou o time. A mágica não aconteceu.

Destaques do time, Raphael Veiga e Rony pareciam com a cabeça ainda em “outro lugar”. Dudu e Artur estiveram longe de suas melhores formas. E até Zé Rafael, sempre uma referência no meio-campo, parecia estar com o chamado freio de mão puxado.

Substituto do suspenso Gabriel Menino, Richard Ríos sentiu a falta de entrosamento. Seu estilo de passes curtos e rápidos parecia não funcionar com um time mais espaçado. O colombiano sentiu a falta de um grupo mais compacto e seu jogo não fluiu. Obviamente, ele é quem tem que se adaptar ao time, e não o contrário.

Mesmo com tudo isso o Palmeiras foi superior ao Botafogo e teve volume suficiente para abrir o placar. Lucas Perri, talvez o melhor goleiro do campeonato, fez boas defesas e o Botafogo contou com bastante sorte para abrir o placar, já que o gol de Tiquinho Soares saiu num lance em que a bola sofreu desvios fundamentais em Piquerez e em Mayke.

Sorte que faltou ao Palmeiras no lance do gol de Gustavo Gómez, corretamente anulado pelo VAR por impedimento. Foi por muito pouco.

No segundo tempo, quando se esperava que o Palmeiras amassasse o Botafogo, o ritmo diminuiu. A entrada de Flaco López deixou o time mais ofensivo, mas a organização deixou a desejar.  O risco de ficar exposto e sofrer contra-ataques era previsto – o que de fato aconteceu; só não tomamos o segundo por detalhes em duas descidas rápidas desperdiçadas por Victor Sá e Luís Henrique. Mas apesar da maior presença ofensiva, nossos ataques pareciam desordenados, com movimentações aleatórias e cruzamentos de qualquer jeito, muito distantes do time coordenado que nos acostumamos a ver.

Ainda assim, aos 34 minutos, Flaco López sofreu pênalti e o Palmeiras teve a chance de igualar o placar com quase 20 minutos ainda por jogar, o que certamente daria outra atmosfera à partida. Raphael Veiga, no entanto, desperdiçou a chance da virada ao fazer a cobrança para fora.

As entradas de Luis Guilherme, Endrick e Jhon Jhon deixaram o time mais leve. O camisa 31 entrou realmente imbuído, mas a falta de experiência ainda se faz presente – o que é natural num atleta de 17 anos. Apesar de algumas precipitações, foi a boa notícia da partida: já não pode ser tratado como promessa; o garoto é uma realidade que só precisa de tempo em campo para naturalmente confirmar toda a expectativa criada.

Anderson Daronco apitou daquele jeito: com experiência, foi correto nos lances capitais e não cometeu nenhum erro grosseiro, mas foi nos pequenos lances que conduziu a partida irritando nossos jogadores, banco e torcida, marcando todas as faltinhas a favor do adversário e nos sonegando as faltas cometidas pelos cariocas, que ao estilo consagrado pelo Atlético-MG, fez um jogo bastante físico no meio do campo. Tchê Tchê cometeu falta forte logo depois de ter recebido cartão amarelo e Daronco fingiu que não viu. Luis Castro percebeu e o substituiu preventivamente logo no intervalo.

O campeonato ficou complicado em apenas quatro dias. A desastrosa sequência precisa ser anulada com a mesma combinação, só que invertida: precisamos vencer partidas que contávamos como tropeços, e o Botafogo precisa perder pontos em partidas consideradas fáceis. Quando precisamos que eventos pouco prováveis aconteçam, é porque complicou.

O que ainda pode nos manter esperançosos é que tudo isto aconteceu no fechamento da rodada 12 e temos ainda bastante tempo para que essas surpresas aconteçam. Sem margem de erro, o que aumenta a pressão.

Mais do que nunca, é hora de cabeça fria e coração quente para sair desta oscilação mais fortes ainda. Grandes times, em temporadas vencedoras, passaram por momentos como este e foi exatamente ao sair deles que arrancaram para as conquistas. Isto não é uma crise, é uma grande oportunidade. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Botafogo-RJ

Lucas Perri
Rafael
Di Plácido
Adryelson
Victor Cuesta
Hugo
Marlon Freitas
Tchê Tchê
Danilo Barbosa
Eduardo
Júnior Santos
Segovia
Tiquinho Soares
Matheus Nascimento
Victor Sá
Luís Henrique
Luis Castro
TÉCNICO


Primeiro tempo

5'
Palmeiras

Dudu deu de calcanhar para a passagem de Piquerez, que cruzou na risca da pequena área; Rony tentou escorar de peixinho, mas errou – era melhor ter tentado de carrinho mesmo.

21'
Palmeiras

Raphael Veiga fez excelente lançamento para Rony, que saiu de Victor Cuesta, entrou na área e bateu cruzado – a bola saiu à direita de Lucas Perri. O bandeira deu impedimento de Rony no lance.

24'
Palmeiras

Raphael Veiga Suspendeu falta da meia esquerda na área; Gustavo Gómez testou e a bola saiu mais uma vez à direita do gol, com perigo.

27'
Botafogo-RJ

Gol do Botafogo – Após falta da direita, Gustavo Gómez rebateu mas a bola bateu nas costas de Piquerez; Zé Rafael tentou afastar mas a bola ficou com Tiquinho Soares, que limpou o camisa 8 e bateu rasteiro – a bola resvalou em Mayke e saiu de Weverton, morrendo no canto esquerdo.

29'
Palmeiras

Artur fez a jogada pela ponta direita e cruzou por baixo; Veiga fechou como um centroavante e escorou – Lucas Perri defendeu parcialmente e Adryelson afastou antes que Rony chegasse para conferir.

39'
Palmeiras

Depois de falta, a zaga afastou, Zé Rafael ganhou o rebote e acionou Richard Ríos, que levantou novamente; Gustavo Gómez fechou no segundo pau e colocou no fundo da rede, mas o VAR acusou impedimento.

42'
Palmeiras

Dudu fez jogada individual na esquerda e acionou Veiga na meia-lua; o camisa 23 fez o corta-luz e a bola chegou em Artur, que  pegou de primeira mas bateu no meio do gol, em cima de Lucas Perri.

52'

Anderson Daronco, que teve critérios duvidosos e irritou nosso banco e nossa torcida, encerrou o primeiro tempo.


Segundo tempo

O Palmeiras voltou sem alterações dos vestiários.

12'

Entrou: Flaco López
Saiu: Richard Ríos

15'
Botafogo-RJ

Em contra-ataque mortal, a bola ficou com Eduardo, que serviu Victor Sá, livre, de frente com Weverton, mas a conclusão saiu à esquerda do gol.

17'
Palmeiras

Artur cruzou da direita buscando Rony; a bola passou pelo camisa 10 e entraria no canto direito, mas Lucas Perri se esticou todo e conseguiu desviar para escanteio.

22'
Botafogo-RJ

Jogando nas costas de Piquerez, Luís Henrique foi lançado em contra-ataque, entrou na área e bateu cruzado; Weverton pegou firme, com dificuldades.

28'

Entraram: Bruno Tabata e Luis Guilherme
Saíram: Dudu e Artur

31'
Palmeiras

Luis Guilherme ganhou disputa com Cuesta e a bola sobrou para Rony, que emendou para o gol – Perri fechou o ângulo e a bola saiu a escanteio.

34'
Palmeiras

Luan cruzou na área; Di Plácido empurrou Flaco López claramente: pênalti que a arbitragem confirmou. Raphael Veiga bateu no canto direito, mas tirou demais e a bola saiu.

42'
Palmeiras

Luis Guilherme fez grande jogada pela direita e cruzou rasteiro; Bruno Tabata bateu no contrapé de Lucas Perri mas Danilo Barbosa se atirou na bola e salvou o Botafogo.

44'

Entraram: Endrick e Jhon Jhon
Saíram: Mayke e Raphael Veiga

49'
Palmeiras

Luis Guilherme fez jogada individual pela direita, abriu o espaço e bateu de canhota, por cima do gol.

52'

Anderson Daronco encerrou a partida.



Notas


Jogador
Descrição
Nota
Weverton
Uma boa defesa no segundo tempo. No gol sofrido, o desvio o matou.
6.5
Mayke
Discreto no apoio, tranquilo na marcação.
6
Endrick
s/n
Luan
Eficiente na saída de bola, firme quando exigido.
7
Gustavo Gómez
Travou um bom duelo com Tiquinho. Fez o seu, mas a máscara no rosto o deixou impedido.
7
Piquerez
Participou bastante das construções, mas os cruzamentos não foram tão bons.
6.5
Zé Rafael
Desligado, parecia abatido fisicamente.
5
Richard Ríos
Boa presença ofensiva, mas seu estilo de toques curtos não funcionou com o resto do time.
6
Flaco López
Deixou o time mais ofensivo e perigoso. Sofreu o pênalti.
7
Artur
Participação burocrática e pouco decisiva.
5.5
Luis Guilherme
Deu mais intensidade ao ataque. Entrou imbuído.
7.5
Raphael Veiga
Parecia ainda estar com a cabeça na seleção. O pênalti perdido selou as chances do time no jogo.
4.5
Jhon Jhon
s/n
Dudu
Errou quase tudo o que tentou; consagrou o tal de Rafael, que saiu aplaudido pela torcida adversária.
4.5
Bruno Tabata
Continua fazendo o básico que lhe é pedido, e continua sendo extra-cobrado pela ala intransigente da torcida.
6
Rony
Outro que voltou da seleção com o rendimento abaixo do habitual. Foco já!
6
Abel Ferreira
Abel Ferreira
Trocou todas as variações desenvolvidas ao longo de quase três anos por um vamo-que-vamo. Deixou o time bastante ofensivo, mas nada organizado.
5.5




4 comentários em “25-06-2023 – Palmeiras 0x1 Botafogo-RJ – Campeonato Brasileiro 2023

  1. Com as falhas no elenco e os constantes e seguidos roubos da CBF no Brasileirão (afanados contra Bragantino, Atlético, Bahia e Botafogo) e acreditando que a diretoria do Palmeiras não vai cometer “nenhum absurdo” para contratar algum craque, acho que deveríamos esquecer o Brsileiro e nos concentrarmos apenas nas Copas. Hora de poupar os insubstituíveis e treinar os garotos.

  2. É nítido o escancaramento dos Arbitros e VAR errando contra o Palmeiras. Já não aguento mais isso, sempre que é por milimetros, preferem anular o gol, do que ser pró ataque conforme novas orientações da CBF, no começo do campeonato 2023. O Wilson Seneme disse em 10/04/2023: “Quando as linhas estiverem lado a lado, mesmo que encostadas, continuam valendo a cor. Mas, quando uma se sobrepõe à outra, ela fica numa cor única, azul, e beneficia o ataque.

    Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem da CBF”
    Ontem claramente fomos prejudicados em mais um erro de arbitragem e parece que ninguém quer olhar.
    Outra coisa que me parece claro, é que não temos ainda um bom reserva do Gabriel Menino ou alguém que dispute posição. O Danilo Barbosa que saiu seria uma ótima opção, não entendemos porque ele saiu e deu lugar a Jailson. Richard Rios joga bem, mas nos ultimos jogos esta bem mal. Precisamos de um Volante e um Zagueiro canhoto, para o 2o semestre.

  3. É nítido, escancarado que precisamos de um volante pra camisa CINCO. Matamos o Zé Rafael com ele se sacrificando marcando por todo mundo no meio. É nítido também que precisamos de um camisa NOVE que intimide adversários. O Rony é extremamente esforçado, mas tem jogos físicos como esse que ter uma presença de área, um matador faz a diferença. Precisamos de um jogador fumaça, driblador… Que entre no segundo tempo e mude jogos a nosso favor. E por fim uma pedra cantada faz muito tempo: não temos ninguém pra vaga do Veiga. Passou da hora de ter um reserva imediato, com potencial para brigar até pela posição em algum momento e ser sombra pra ele. São 4 reforços que se bem executados nessa janela do meio do ano, transformam o nosso já poderoso time em um elenco completo.

  4. Essas últimas rodadas do Brasileiro escancararam duas situações que se insinuavam desde o começo da temporada: primeiro, apesar de muito bem treinado, o time desse ano é inferior ao do ano passado, q tinha Danilo e Scarpa. Segundo (e isso já acontecia no ano passado), não temos no banco jogadores para mudar a cara de uma partida. Em dias como hj, em q nossos principais jogadores estão mal, não temos opções, a não ser garotos q, apesar de promissores, ainda precisam pegar uma casca. Se a diretoria não se mexer (e a CT não pressionar) nessa janela, nosso ano corre o risco de se limitar a Paulista e Supercopa. Muito pouco pro nosso momento atual.

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