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07/06/2023 - 21:30
Épico, histórico! O Verdão construiu mais uma daquelas noites inesquecíveis, saindo de 0 a 2 para fechar a partida com uma goleada por 4 a 2 sobre o Barcelona de Guayaquil no Allianz Parque.
O resultado ratifica a passagem do Verdão para o mata-mata e deixa o clube muito bem posicionado para alcançar, mais uma vez, o primeiro lugar geral na fase de grupos da Libertadores, o que traria todas as vantagens de mando até a final, no Maracanã.
O adversário veio para o jogo precisando apenas da vitória, o que fez com que os equatorianos não ficassem fechadinhos em seu campo. E começaram o jogo com competência, jogando leves, talvez aliviados pela saída do técnico Fabián Bustos, que havia pedido demissão no domingo.
Até os 15 minutos, o Palmeiras teve dificuldades em entrar no último terço; os laterais Pineida e Portocarrero tinham ótimas atuações e bloqueavam as investidas de nossos pontas; as saídas rápidas traziam problemas para nossa defesa e o jogo parecia complicado.
Como sempre, com o tempo nossos jogadores fizeram a leitura das movimentações e corrigiram os problemas defensivos e ofensivos. Para facilitar, Pineida precisou sair, lesionado. A partir dos 20 minutos, o jogo tinha ficado fácil.
Só que futebol é futebol: quando jogou de igual para igual, o Barcelona não conseguiu nada; quando foi dominado, abriu 2 a 0. Falhas grosseiras de Zé Rafael e Mayke, num intervalo de cinco minutos, permitiram ao visitante abrir uma vantagem inimaginável.
Ainda assim, o Palmeiras teve pelo menos quatro chances gigantes no primeiro tempo, que deixaram o placar muito injusto: Rony teve um gol anulado por impedimento; Veiga testou uma bola na trave, Artur desperdiçou uma chance embaixo do travessão e Preciado salvou uma bola literalmente sobre a risca do gol.
Parecia ser uma daquelas noites, comuns num passado nem tão remoto assim, em que tudo dá certo para o adversário e nada funciona para o Palmeiras. Mas este time provou mais uma vez que esses dias ficaram para trás e impôs uma virada espetacular, semeada com a entrada de Flaco López no lugar de Gabriel Menino.
Com um elemento a mais nas imediações da área, a defesa do Barcelona ruiu. E o gol de Gustavo Gómez, aproveitando escanteio logo a um minuto do segundo tempo, foi a faísca definitiva para que o Allianz Parque pegasse fogo.
Foi uma avalanche sobre o Barcelona, que ainda teve seu último suspiro com um chute de fora de Damián Díaz que balançou o travessão de Weverton. Mas o Palmeiras imprimiu uma pressão tamanha que a virada, concretizada aos 24 minutos, pareceu até natural.
Aturdidos, os equatorianos viram Artur devolver um balaço no travessão de Mendoza; viram a bola passar na frente da linha do gol sem que Flaco ou Artur alcançassem; viram Sosa salvar mais uma bola sobre a risca fatal – tudo isso entre as jogadas geniais que selaram os gols de Piquerez e Artur. O lateral uruguaio fez uma partida sensacional e foi o principal agente da virada.
Num clima inesquecível criado pela torcida desde a saída para o intervalo, o Verdão levou os mais de 33 mil presentes a uma catarse, a uma experiência sensorial impossível de ser descrita com palavras. A sensação teve seu ápice com o gol de Endrick, o xodó da torcida, pouco depois de sua entrada em campo.
Aos poucos os adversários e a imprensa vão se rendendo. Já não há como colocar defeitos neste time, só uma pequena porção sociopata da nossa torcida ainda consegue apontar dedos aqui e ali. Mas mesmo estes estão bem perto de dar as mãozinhas à palmatória.
Quando se atinge este estágio, o maior inimigo passa a ser o excesso de autoconfiança e a soberba. Nossa atenção contra estas ameaças precisam continuar máximas. Vale aquela frase batida do esporte: chegar a este nível é muito difícil, mas se manter nele é mais ainda.
Nossos jogadores e nossa comissão técnica, no entanto, parecem saber muito bem como lidar com isto. Resta saber se nossa torcida saberá.
Se tem algum palmeirense que não está satisfeito com este time, pode esquecer: nunca será feliz com o futebol. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Barcelona-EQU
Primeiro tempo
Dudu recebeu de Piquerez dentro da área, foi para o fundo e cruzou por baixo; Gabriel Menino tentou fazer de letra, mas a zaga cortou; Luan recolheu na intermediária e deu um lindo passe dentro da área para Raphael Veiga, que ajeitou com imensa categoria pra o fuzilamento de Rony, cruzado, inapelável. Infelizmente o VAR acusou impedimento do camisa 10.
Piquerez arriscou da meia esquerda; a bola quicou na frente de Mendoza, mas o goleiro pegou firme.
Piquerez recebeu de Zé Rafael na esquerda e cruzou na pequena área; antes que a bola chegasse em Artur no segundo pau, Portocarrero fez um malabarismo e cortou – Mendoza acabou ficando com a bola.
Gol do Barcelona – Zé Rafael passou errado no meio-campo; Corozo recolheu e tocou para Fydriszewski, que bateu de primeira e acertou o cantinho direito de Weverton, sem chances.
Piquerez tabelou com Dudu e foi ao fundo; ajeitou o corpo e cruzou para Raphael Veiga, que saltou dentro da pequena área e testou com estilo – a bola explodiu no travessão.
Gol do Barcelona – Mayke afastou mal e deu no peito de Ortíz, que cruzou da esquerda para Fydriszewki, que atacou a bola e escorou; Weverton pegou no susto e o próprio argentino aproveitou o rebote e encheu a rede.
Dudu recebeu de Raphael Veiga na esquerda, fez boa jogada e cruzou no segundo pau para a chega da de Artur, que escorou de chapa, livre, mas mandou por cima do travessão.
Ortíz aproveitou uma bola pingando na intermediária e emendou um chutaço; a bola descaiu na frente do gol e quase encobriu Weverton.
Raphael Veiga bateu escanteio da direita; Rony disputou pelo alto e testou no canto direito; o goleiro foi vencido mas Preciado tirou em cima da risca.
O árbitro, que ignorou a cera infinita dos equatorianos, encerrou o primeiro tempo com apenas quatro minutos de acréscimo.
Segundo tempo
Entrou: Flaco López
Saiu: Gabriel Menino
GOL DO PALMEIRAS! Raphael Veiga cobrou escanteio da esquerda e Gustavo Gómez testou com violência no ângulo direito de Mendoza.
Damián Díaz recebeu por dentro e disparou um míssil – a bola explodiu no ninho da coruja.
Artur arrancou da direita para dentro e bateu da meia-lua, cruzado – a bola bateu de novo no travessão!
Raphael Veiga acionou Mayke que cruzou na marca do pênalti; Dudu aproveitou que Mendoza e Sosa bateram cabeça e tocou para o gol; Sosa se recuperou e salvou em cima da risca.
GOL DO PALMEIRAS! Dudu cruzou da esquerda; Rony disputou por cima e a bola sobrou para Piquerez que pegou de primeira, de trivela, e colocou no cantinho direito de Mendoza.
Raphael Veiga bateu escanteio da direita; Gustavo Gómez testou à direita do gol com muito perigo.
Flaco López acionou Dudu na esquerda; o Baixola enfiou para a passagem de Piquerez, que cruzou por baixo; a bola passou na pequena área na frente de Artur e Flaco, que não conseguiram alcançar a bola.
Raphael Veiga bateu de fora, à esquerda do gol, assustando Mendoza.
Artur fez bela jogada da direita e cruzou; Rony testou por cima do gol – se a bola passasse, Flaco López e Dudu estavam posicionados para escorar.
GOL DO PALMEIRAS! Piquerez roubou, avançou e cruzou; Rony testou na pequena área e Mendoza fez um milagre, mas Artur aproveitou o rebote e testou para o gol vazio.
Gaibor bateu da entrada da área; Weverton, muito bem colocado, pegou sem dar rebote.
Ortíz bateu falta frontal, pelo alto.
Entraram: Endrick e Breno Lopes
Saíram: Rony e Dudu
GOL DO PALMEIRAS! Raphael Veiga bateu falta da esquerda; Flaco López testou no travessão e Endrick pegou o rebote e tocou de biquinho para as redes do Barcelona.
Entrou: Jailson
Saiu: Zé Rafael
Entrou: Bruno Tabata
Saiu: Artur
Talvez com pena do Barcelona, o árbitro encerrou o jogo.
Muito boa matéria. Jornalismo sério, detalhado e muito bem escrito.
Partida histórica. Tive o privilégio de estar presente no Allianz e sentir essa atmosfera incrível que foi criada e que tornou essa noite uma daquelas que contaremos aos nossos filhos e netos.