Após classificação heroica à semifinal da Libertadores, Abel Ferreira enalteceu também a torcida do Palmeiras
De forma heroica, o Palmeiras superou o Atlético-MG e avançou à semifinal da Copa Libertadores. Com um a menos desde os 30 minutos do 1º tempo e com dois a menos a 15 minutos do fim, o Verdão segurou o empate em 0 a 0 e fez o Allianz Parque explodir de alegria nas cobranças de pênalti – Murilo converteu a última batida após Weverton defender o chute de Rubens.
Ao final do duelo, em entrevista coletiva, o técnico Abel Ferreira celebrou a classificação e distribuiu elogios aos jogadores.
“Temos comportamentos coletivos, treinamos os comportamentos da equipe. Com menos um em campo, o que fizemos foi manter o nosso comportamento. Por tudo que estes rapazes têm feito, eles nasceram para fazer história neste clube, é o destino deles. Fomos capazes, de forma coletiva, de superar estas adversidades, que foram muitas. Sou um treinador muito orgulhoso dos meus jogadores”, disse o treinador, que também comentou sua primeira vitória nos pênaltis comandando o Verdão.
“Os penáltis são competência e não conheço uma equipe que perde sempre e outra que ganhe sempre. Um dia iríamos ganhar. Hoje eu disse antes: vai ter que ser hoje, por todo o contexto. Menos um, menos dois… tinha que ser hoje”, declarou o comandante.
Antes do triunfo desta quarta-feira, o Palmeiras vinha de cinco reveses seguidos em pênaltis (contra Al Ahly, Flamengo, Defensa Y Justicia, CRB e SPFC).
“Somos do tamanho dos nossos pensamentos, não interessa de onde viemos. A força mental dos jogadores é fruto dos pais e mães deles, que devem estar orgulhosos do que eles fazem. Já disse várias vezes, minha cota no jogo é de 30%. Os outros 70 pertencem a eles. Não corri, não me desgastei; eles lutaram até o fim, foram ao fundo do espírito e capacidades coletivas”, acrescentou.
Abel Ferreira e o plano de jogo
O treinador explicou também as alterações táticas após a expulsão de Danilo, no qual alinhou Raphael Veiga ao lado de Zé Rafael, inverteu Gustavo Scarpa para a ponta esquerda, trouxe Rony para a direita e colocou Dudu mais avançado, como o centroavante da equipe.
“Sempre fazemos planos de jogo. Às vezes, os jogadores devem rir quando peço para fechar os olhos e imaginar o que acontece no jogo. E eu faço igual com a minha equipe técnica. Crio alguns cenários que podem acontecer para estarmos preparados. Não sou só eu, somos uma equipe técnica. Temos cabeças para pensar bem”, relatou.
“Em dois ou três minutos pensamos nas alterações. Chegamos a relevar a entrada de um zagueiro, mas depois avaliamos que não. Colocamos o Dudu de centroavante, o Rony para a direita e seguimos o plano. Deu certo porque eles [jogadores] fazem acontecer”, complementou.
Abel separou um tempo da coletiva para também responder Cuca, que afirmou que o jogo para o Atlético-MG ficou mais difícil com um homem a mais em campo porque o Palmeiras se fechou, e aproveitou para dar pitacos sobre as escolhas do treinador adversário ao seu time.
“O Cuca é experiente e quando analisar o jogo vai ver que tinha muita gente fora do nosso bloco, eles optaram por atacar por fora. Tu tens que ter gente por dentro para atacar nossa linha. Tinha os pontas, os laterais, os zagueiros por trás, e poucos jogadores dentro do nosso bloco. Isto foi para nós foi mais fácil de controlar”, pontuou.
“Claro que com menos um, como iríamos atacar uma equipe com essa qualidade? São melhores do que ano passado. Quando revir o jogo, [o Cuca] vai ver que nossa equipe foi muito competente. Quando vi o adversário jogando só por fora, fizemos uma boa parede e chegamos no fim com mais arremates que o adversário”, detalhou.
Elogios à torcida
Além de todo o empenho dos jogadores em campo, outro fator que chamou a atenção foi a torcida palmeirense, que apoiou o time durante todo o tempo e chegou a cantar mais alto em momentos de adversidades, como as expulsões de Danilo e Gustavo Scarpa.
“Os torcedores, tal como eu, aprenderam a respeitar e admirar estes jogadores. A prova disso é o público em cada jogo, seja na Libertadores ou em outra competição. Isso mostra o respeito e admiração que eles conseguiram através do trabalho e do espírito que se vê dentro de campo, os torcedores sentem. Quando os dois se juntam, é a torcida que canta e vibra, passa para os jogadores. A forma como eles jogam, passa para a torcida, que sente um respeito muito grande pelo que este time está fazendo e vai continuar a fazer”, concluiu.
Classificado, o Palmeiras volta as atenções para o Brasileirão. Neste sábado, a equipe enfrenta o SCCP em Itaquera, às 19h.