Libertadores da América 1999

Final Libertadores 1999

A Copa Libertadores da América de 1999 foi disputada por 23 clubes entre fevereiro e junho. Dois clubes mexicanos convidados (Necaxa e Monterrey) fizeram um quadrangular com as equipes venezuelanas (Estudiantes de Mérida e Universidad Los Andes) para terem lugar nos tradicionais cinco grupos de quatro equipes – Monterrey e Estudiantes avançaram.

Como de costume, os três melhores de cada um dos cinco grupos se classificaram às oitavas-de-final e se juntaram ao Vasco, campeão de 1998.

Fase de Grupos

Para chegar ao mata-mata, o Verdão teve que passar por um grupo que ainda tinha o SCCP e os paraguaios do Cerro Porteño e do Olímpia. Logo de cara, um Derby, num sábado à tarde. Mesmo com a péssima arbitragem de Dacildo Mourão, o Verdão venceu por 1 a 0 em partida que teve grande atuação do goleiro Nei, do SCCP.

Na sequência, o Verdão foi ao Paraguai e parecia que ia embalar: ganhou de 5 a 2 do Cerro, com quatro gols de cabeça, sendo dois de Júnior Baiano. Mas na partida seguinte acabou derrotado por 4 a 2 pelo Olímpia, mas Júnior Baiano fez mais dois gols de cabeça. De qualquer forma, a situação no grupo ainda era tranquila, com seis pontos conquistados e somente com jogos no Brasil por fazer.

O segundo turno começou com o Verdão recebendo o Olímpia no Palestra; depois de insistir muito, o time chegou ao gol com Paulo Nunes, aproveitando uma bola viva na área após escanteio. Mas Velloso falhou numa bola aérea aos 42 do segundo tempo e os paraguaios empataram. O Verdão ainda liderava o grupo, mas permitiu que tudo ficasse perigosamente embolado.

O segundo Derby marcou a estreia de Marcos na Libertadores, depois de Velloso ter se lesionado num jogo do estadual. Com dois gols no primeiro tempo, o rival conseguiu a vitória e encostou no Verdão, com dois jogos a mais por fazer. A briga do Verdão era mesmo com o Cerro Porteño pela segunda vaga.

O Verdão jogava pelo empate no Palestra, mas o Cerro assustou com um gol de Gauchinho aos 4 do segundo tempo. O Palmeiras esteve eliminado por onze minutos, quando Júnior Baiano mais uma vez aproveitou uma jogada aérea para empatar a partida.

A classificação veio quatro minutos depois, com uma bomba de Arce após bola rolada de Zinho; a bola ainda desviou na zaga e enganou o goleiro Aceval. Por ter sido o pior brasileiro na fase de grupos, o Verdão foi emparelhado direto com o Vasco nas oitavas-de-final.

Mata-mata

Na ida das oitavas o Verdão recebeu o Vasco no Palestra e abriu o placar com Oséas, após cruzamento de Arce, ainda no primeiro tempo. Paulo Nunes e Oséas ainda tiveram excelentes chances de ampliar o placar no segundo tempo, mas o Vasco, sempre muito forte, chegou ao empate com Guilherme, após jogada de Donizete Pantera.

No jogo da volta, em feriado de Tiradentes, o Palmeiras deu uma demonstração de que o time tinha atingido um grande equilíbrio. O Vasco saiu na frente em São Januário, com um gol de Luizão logo a dois minutos, mas o time teve personalidade para reagir e virou o jogo com dois gols em sequência: Paulo Nunes, escorando chute cruzado de Júnior; e Alex, após uma tabela espetacular com Paulo Nunes.

O Vasco ainda empatou com um gol de escanteio em que a bola tocou por último em Galeano, mas logo no início do segundo tempo o Palmeiras nocauteou o adversário com dois gols inapeláveis de Alex e Arce: aos 5 minutos o Verdão já tinha dois gols de frente. Mesmo com Júnior expulso, nosso time conseguiu controlar o jogo e voltou do Rio com a classificação.

Nas quartas-de-final, o adversário foi mais uma vez o SCCP. Na primeira partida, São Marcos surgiu para o mundo ao fechar o gol enquanto Oséas e Rogério colocavam o Palmeiras em boa vantagem.

Na partida de volta, o forte time dos rivais devolveu o placar e a decisão foi para os pênaltis. Dinei mandou na trave; São Marcos defendeu o chute de Vampeta, e o Verdão estava nas semifinais, contra o River Plate.

O primeiro jogo foi no Monumental de Nuñez e mais uma vez Marcos foi espetacular. O excepcional time do River imprimiu uma pressão infernal e nosso goleiro fez uma série espantosa de milagres. No início do segundo tempo, depois da bola bater na trave duas vezes, Berti conseguiu, enfim, abrir o placar. O Verdão ainda perderia Júnior Baiano, expulso por fazer uma falta providencial em Castillo, mas conseguiu segurar o placar mínimo para tentar devolver no Palestra.

Em meio a um calendário massacrante com partidas do estadual e da Copa do Brasil, o Palmeiras recebeu o River e se impôs. Com um golaço de Alex e uma testada certeira de Roque Júnior, o Verdão já tinha revertido a vantagem com 18 minutos de jogo, e o caldeirão do Palestra fez o resto, intimidando os atordoados argentinos, que escaparam de levar uma goleada ainda no primeiro tempo.

Depois do intervalo, o Palmeiras voltou mais cauteloso e permitiu que o River pressionasse nossa defesa – foi quando Marcos, mais uma vez, fez defesas brilhantes e obrigou o visitante a se lançar completamente à frente. Com espaços, o Verdão voltou a ameaçar muito nos contra-ataques, carimbou a trave argentina até a definição, aos 43, em mais um golaço de Alex. Depois de 31 anos, o Palmeiras estava de volta à final da Libertadores, contra o Deportivo Cáli.

A ida, na Colômbia, foi cercada por um ambiente muito hostil e o Palmeiras não fez um bom jogo. Praticando o mais autêntico scolarismo, o Verdão se posicionou para perder de pouco. Depois de virar o intervalo segurando o empate sem gols, o time sofreu o primeiro logo na volta do segundo tempo com Bonilla, de cabeça, e a pressão foi terrível. O placar final de 1 a 0 para os colombianos foi para ser comemorado.

Na grande final, com o Palestra completamente abarrotado, os papéis se inverteram. O Deportivo se posicionou apenas para contra-atacar e o Verdão começou o bombardeio. Dudamel fez grandes defesas e parou o Verdão no primeiro tempo, que terminou sem gols.

Os 45 minutos finais foram de arrepiar. O Palmeiras ficou muito forte depois da entrada de Evair no lugar de Arce e chegou ao gol aos 19, de pênalti – na bola aérea, Yepez subiu com o braço na bola e Ubaldo Aquino colocou na cal; Evair bateu com a maestria de sempre e abriu o placar.

Mas cinco minutos depois, Júnior Baiano cometeu um pênalti desnecessário na lateral da área e Zapata venceu Marcos, igualando o marcador. O Verdão tinha cerca de 20 minutos para fazer um gol e provocar, ao menos, a decisão por pênaltis. E para alívio geral o segundo gol saiu rápido: aos 30, Júnior fez excelente jogada pela esquerda, tabelou e cruzou; Oséas fechou por dentro e tocou rasteiro para as redes.

O Verdão foi mais cauteloso nos 15 minutos finais e não nocauteou o Deportivo. Ubaldo Aquino inventou de expulsar Evair nos segundos finais e tirou nosso matador da decisão por pênaltis.

Zinho bateu o primeiro e ela explodiu na trave. Marcos intimidava os batedores colombianos, mas a bola entrou três vezes. Na quarta cobrança, Rogério empatou, mas o Deportivo seguia com uma cobrança a mais por fazer. Bedoya tentou tirar de Marcos e mandou na trave esquerda.

Euller bateu com extrema precisão e colocou o Verdão na frente. Zapata, sufocado pelo Palestra Italia, bateu à direita do gol e o Verdão chegou, enfim, ao título da Libertadores da América, numa das conquistas mais épicas de toda nossa História.

Lista e estatística dos jogadores

Lista de jogos