Paulo Turra esboça a versão 1.0 do time de Felipão

Felipão 1.0Ainda em Portugal, Felipão já começa dar nova cara ao time. O primeiro treino sob comando do auxiliar Paulo Turra, realizado na manhã desta terça-feira, mostrou um time com uma disposição bastante diversa da que nos acostumamos ver com Roger Machado.

A defesa permanece a mesma, uma linha de quatro formada por Marcos Rocha, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa.

Na nova formação, Marcos Rocha e Diogo Barbosa devem ter bastante liberdade para avançar.

Isto porque Felipão armou o time num 4-1-4-1, com Felipe Melo como volante e Bruno Henrique e Moisés jogando por dentro. Pelas beiradas, ajudando o trabalho dos laterais, Dudu e Willian Bigode. A referência na frente, enquanto Borja recupera ritmo de jogo, é feita por Deyverson.

Versão 1.0

Paulo Turra
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Em vez de aproveitar a base deixada por Roger Machado e fazer seus ajustes pouco a pouco, Felipão já chega mudando tudo, talvez preocupado com o tempo de maturação da nova formação diante da proximidade dos funis.

É natural que a primeira versão o time apresente uma série de complicações – é o preço de se trocar de técnico no meio da temporada. Para nós, torcedores, que já conhecemos bem o elenco, alguns equívocos saltam aos olhos; Paulo Turra e Felipão devem perceber isso sem maiores problemas.

Há pouco mais de um ano, Eduardo Baptista escalou o time no 4-1-4-1 com Felipe Melo entre as linhas. Não funcionou bem porque as linhas estavam muito distantes e o camisa 30 tinha muito espaço para preencher sozinho, ficando sobrecarregado.

A presença de Deyverson como titular, com Gustavo Scarpa, Hyoran e Lucas Lima no banco, enlouquece parte da torcida, que em tom de galhofa já pede a volta de Roger Machado. Mas o camisa 16, é claro, apenas faz o cosplay para Borja. Deyverson não tem nem porte físico para fazer a função desejada por Felipão, que deve pedir à diretoria um jogador que sirva melhor como alternativa ao colombiano, quando este não puder atuar.

A trinca de meio-campistas vai precisar de muito treino e coordenação para manter a defesa protegida e sólida diante das muito mais frequentes subidas dos laterais ao ataque..

Guerra deve estará disposição do comandante em poucos dias, e assim nosso banco terá quatro jogadores de primeira qualidade para alternativas ofensivas. Alguns perderão espaço, o que é natural, e Felipão vai precisar usar uma de suas maiores qualidades, que é a administração do grupo, para manter todos motivados.

No início, tudo pode nos parecer estranho, mas precisamos confiar no General – em suas convicções e em sua capacidade de fazer ajustes. O momento é de menos corneta e mais apoio. VAMOS PALMEIRAS!

Periscazzo (27/07/2018)

Roger caiu, Felipão está de volta e a torcida enlouqueceu de vez.

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Aos 69, Felipão está de volta ao Palmeiras para completar o ciclo de conquistas

FelipãoMenos de 24 horas depois de dispensar Roger Machado, o Palmeiras definiu o novo treinador para a sequência da temporada: ninguém menos que Luís Felipe Scolari, o segundo treinador que mais dirigiu o Verdão na História e que nos levou a muitas conquistas.

A trajetória de Felipão no Palmeiras começou em 1997, depois de conduzir o Grêmio a alguns títulos – alguns deles após embates inesquecíveis contra o próprio Palmeiras. Após levar o Verdão ao vice-campeonato brasileiro no primeiro ano, o comandante Scolari conduziu o clube às conquistas da Copa do Brasil e Mercosul em 1998, Libertadores em 1999 e Rio-SP em 2000, além de outras campanhas inesquecíveis.

Frizzo e TironeCom o fim da cogestão com a Parmalat e o desmonte do departamento de futebol, Felipão deixou o Verdão em 2000 para voltar dez anos depois, numa passagem bem mais tumultuada. Em meio ao completo caos administrativo, Felipão ainda conseguiu levar um elenco de nível Série B à conquista de mais uma Copa do Brasil. Mas o caminho à segunda divisão parecia inevitável e, de forma amarga, Scolari deixou o clube na quinta rodada do returno, antes que a queda se concretizasse.

Fora do Palmeiras, Felipão ainda conquistou uma Copa do Mundo, tendo chegado à semifinal três vezes; uma Copa das Confederações, mais uma Libertadores, um Campeonato Brasileiro, mais duas Copas do Brasil, uma Recopa Sul-Americana, uma Liga dos Campeões da Ásia, um Campeonato Japonês, um Campeonato Uzbeque, três Campeonatos Chineses, uma Copa da China, uma Taça do Uzbequistão, uma Copa Sul-Minas, um Campeonato Catarinense e três Campeonatos Gaúchos, entre outras conquistas menores.

Estratégia política

Maurício GaliotteA volta de Felipão tem como pano de fundo a nefasta política do clube. A interrupção do irregular trabalho de Roger Machado não foi correta e teve como fator preponderante a eleição que acontece em novembro – leia aqui tudo o que envolveu a equivocada decisão.

Felipão chega para realinhar a estratégia política da presidência. Caso as conquistas não venham, o general Scolari tem o estofo necessário para levar a culpa sozinho, supostamente isentando a diretoria de responsabilidade nos eventuais fracassos e mantendo grandes as chances de reeleição de Maurício Galiotte.

Esperança renovada

FelipãoO Palmeiras está a seis jogos de levantar mais uma Copa do Brasil – os dois primeiros, contra o Bahia; e a oito jogos do bi da Libertadores, onde tem a vantagem de decidir em casa em todos os confrontos. Scolari é um especialista em mata-mata e sua trajetória recente no futebol chinês sugere que não perdeu o tino pelas conquistas.

Scolari herdará um time bem organizado por Roger Machado, que usava um sistema ao qual já está habituado: o mesmo 4-2-3-1 que empregou na Copa de 2014. Terá à sua disposição um elenco poderoso, recheado de camarões, bem superior ao que deixou por aqui em 2012.

Felipão 2000Diante adversários que igualmente tocam o futebol sem um projeto sério definido, nivelados por baixo, o Palmeiras segue com boas chances de conquista ainda este ano. O comandante é um medalhão acostumado a pressão e a conquistas, o elenco segue forte e depende apenas de que uma boa química seja encontrada na largada para que voltemos a ser candidatos reais a conquistas ainda este ano. As primeiras semanas de trabalho revelarão se teremos essa dose de sorte.

Com um contrato até o final de 2020, o experiente treinador pode estar iniciando o último degrau de sua carreira. Aos 69 anos, com a vida financeira absolutamente resolvida, Felipão volta ao Palmeiras para apagar o saldo negativo de sua segunda passagem pelo clube e para resgatar de vez sua imagem perante o público brasileiro, abalada após os vexatórios 7 a 1. Deve estar com sangue nos olhos, mais do que nunca. BEM VINDO, GENERAL SCOLARI!


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Roger não resiste à máquina de moer e deixa o comando do Palmeiras

Roger Machado
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Roger Machado foi demitido no início da madrugada desta quinta-feira, após a derrota para o Fluminense no Maracanã. Após um primeiro tempo muito bom, o time caiu inexplicavelmente de rendimento e o treinador queimou a terceira substituição de forma totalmente equivocada, deixando o time estéril aos 25 minutos do segundo tempo. Foi a gota d’água para que a direção do Palmeiras o dispensasse.

A medida é desesperada e tem cheiro político. Em ano eleitoral, seria um desastre para o presidente Mauricio Galiotte fechar o primeiro mandato, tendo herdado um time campeão e completamente sanado financeiramente, sem um título.

Nosso elenco mostrou extrema lealdade ao treinador, cumprindo suas determinações e correndo até a última gota de suor, mas a falta de confiança em suas decisões possivelmente determinava a apatia que dominava o time em campo. Isso é um sinal de alerta que não pode ser simplesmente desprezado, tanto quanto sua questionável capacidade de leitura de jogo.

Cobrar evolução e corrigir os erros, acompanhando o dia-a-dia do time de perto seria a atitude que se espera de uma diretoria. Mas entre respeitar o próprio planejamento e tentar ganhar um título na base do vamo-que-vamo, o desespero falou mais alto.

A decisão, aliás, escancara que o comando palmeirense já não fala a mesma língua. Na terça-feira à noite, Alexandre Mattos saiu-se com esta declaração em entrevista à FOX Sports: “É dando calma para ele, blindando ele. Temos confiança total no trabalho, os números são bons”.

“Máquina de moer treinadores”

Roger Machado foi mais uma vítima da máquina de moer treinadores que é o Palmeiras. Montou um plano de jogo, cuja assimilação ainda estava em curso pelos jogadores. Perdeu jogadores importantes e não teve tempo para readaptar o sistema.

A direção, que o deixou sem um centroavante reserva desde o início do ano, fez o que reza a cartilha do cartola brasileiro: demitiu o treinador, que tinha 68% de aproveitamento.

Desta forma, o clube segue sem emplacar um treinador com uma sequência maior que 53 jogos desde que Gilson Kleina, com 106 partidas, foi demitido em maio de 2014.

Treinador Período J %
Gilson Kleina Gilson Kleina set/12 a mai/14 106 60,06%
Ricardo Gareca Ricardo Gareca jul/14 a ago/14 13 33,33%
Dorival Júnior Dorival Júnior set/14 a dez/14 20 38,33%
Oswaldo de Oliveira jan/15 a jun/15 31 62,37%
Marcelo Oliveira Marcelo Oliveira jun/15 a mar/16 52 53,21%
Cuca Cuca mar/16 a dez/16 53* 63,52%
Eduardo Baptista Eduardo Baptista jan/17 a mai/17 23 66,67%
Cuca Cuca mai/17 a out/17 34 53,92%
Alberto Valentim Alberto Valentim out/17 a dez/17 11** 57,58%
Roger Machado Roger Machado jan/18 a jul/18 44 68,18%
*contando duas partidas em que Valentim e Cuquinha comandaram o time
**contando apenas o período como técnico efetivado

E agora?

Alexandre Mattos e Mauricio GaliotteA chance do próximo treinador do Palmeiras, seja quem ele for, de ser campeão este ano, existe, já que o elenco segue sendo muito bom, apesar de algumas lacunas que seguem sem reposição. No futebol brasileiro, dá para ser campeão aos trancos e barrancos.

Roger também tinha chances de reverter o panorama, afinal, deveria receber Borja de volta em alguns dias e ainda estava reconstruindo o modelo ofensivo após a perda fundamental de Keno, mas perdeu a corrida contra o calendário eleitoral. O novo treinador chegará sem ter a presença de Keno na cabeça. Vai herdar um trabalho de mais de 68% de aproveitamento e deve adaptá-lo a seu estilo pessoal, o que resultará, pelo menos este ano, num time sem qualquer identidade que reza por um bom encaixe.

No mercado, técnicos consagrados e amados pela torcida como Vanderlei Luxemburgo e Felipão disputam o espaço com Abel Braga e os emergentes Zé Ricardo e Jair Ventura. Outros técnicos do mercado sul-americano correm por fora e podem surpreender. A diretoria, perdida, provavelmente não tem a menor ideia do que fazer com o projeto técnico em curso. Pelo andar da carruagem, nosso próximo treinador tende a ser demitido no máximo em abril, execrado pela torcida.


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