Periscazzo (13/04/2018)

Seguindo em frente após o assalto de domingo: Libertadores e Brasileirão.

Apoie o Verdazzo, torne-se um padrinho do site: http://www.padrim.com.br/verdazzo

Brasileirão 2018: planejamento de pontos

CalculadoraComo já é tradição, às vésperas do Brasileirão o Verdazzo lança o planejamento de pontos para o campeonato, visando projetar o acompanhamento de uma campanha suficiente para o Palmeiras chegar ao título.

Diante do histórico do Brasileirão, a pontuação de 77 costuma apontar o campeão com sobras – jamais um vice-campeão ultrapassou os 72 pontos, o que dá uma certa margem para que a meta estipulada seja suficiente.

O Campeonato Brasileiro, com 12 camisas importantes além das tradicionais surpresas, tem uma dinâmica diferente das grandes ligas européias, onde sempre dois ou três times costumam disparar e chegam na reta final com mais de 80 pontos.

Sempre é bom lembrar que a projeção a seguir é apenas uma referência. O importante é chegar ao fim de cada período com a pontuação sugerida – uma vitória prevista que não se concretiza pode ser compensada com uma vitória em outro jogo em que estava projetado um empate ou uma derrota.

Primeiro quartil – 23 pontos

Brasileirão 2018 - Primeiro quartilEste ano, diante da parada para a Copa do Mundo, o primeiro período precisa ser um pouco mais longo, abrangendo as 12 primeiras rodadas até o recesso. Nesta sequência, a tabela marotamente coloca o Palmeiras como visitante em três jogos difíceis, contra o SCCP, em que seremos mais uma vez garfados, e ainda contra Cruzeiro e Grêmio. Assumindo esses três jogos como possíveis derrotas, ainda mais porque o time ainda está em fase de desenvolvimento, o Palmeiras chegará ao final do quartil com 23 pontos; com essa pontuação, possivelmente no G4.

Para isso, precisa vencer todos os jogos em casa, contra Inter, Chapecoense, Bahia, Sport, SPFC e Flamengo, além de arrancar empates contra o Botafogo, na estréia, e contra o Atlético-PR. Numa campanha de 12 jogos, entremeada por três jogos de Libertadores e dois de Copa do Brasil, o Verdão precisa sete vitórias e dois empates.

Segundo quartil – 16 pontos

Brasileirão 2018 - Segundo quartilO segundo período tem início assim que termina a Copa do Mundo e acaba sendo mais curto, com apenas sete jogos. Dos 21 pontos em jogo, o Palmeiras precisa fazer 16.

Após a largada com uma possível derrota para o Santos no Pacaembu, o Verdão precisa engatar uma série de 5 vitórias (Galo, Paraná e Vasco em casa; e Fluminense e América fora), para fechar o quartil com um empate no Barradão. Se fechar o turno com 39 pontos, o Palmeiras fatalmente estará entre os dois melhores do campeonato, já com uma certa distância do pelotão intermediário.

Terceiro quartil – 20 pontos

Brasileirão 2018 - Terceiro quartilA terceira parte da tabela conta com dez jogos e o Palmeiras precisa, em tese, passar invicto por ela. A boa notícia é que vários empates podem ser tolerados, e uma derrota não prevista pode ser compensada em outra partida bem encaixada.

Depois de receber o Botafogo, quando precisa vencer, o Palmeiras faz uma miniexcursão ao sul do país, para enfrentar Inter e Chape – dois empates seriam ótimos; uma vitória já é lucro. De volta ao Alianz Parque, receberemos o Atlético-PR e logo em seguida teremos o Derby em que a vitória, além de obrigatória em todos os sentidos, vai deflagrar a arrancada para o título.

O Verdão parte em nova miniexcursão, desta vez ao nordeste, para enfrentar Bahia e Sport, e a missão é trazer seis pontos na bagagem, para ter fôlego para as três partidas finais do período: Cruzeiro, em casa; clássico fora contra o SPFC, onde não temos levado sorte há muito tempo; e Grêmio em casa, em partida que tende a lembrar o duelo contra o Flamengo em 2016. Ao final deste quartil, se bem sucedido, estaremos com 59 pontos e na liderança do campeonato – com 3 ou 4 pontos de frente.

Quarto quartil – 18 pontos

Brasileirão 2018 - Quarto quartilA reta final, caso a meta dos três primeiros quartis estejam batidas, vai exigir concentração total, mas também permitirá que o time administre os resultados conforme os jogos dos adversários diretos.

Nestes nove jogos, receberemos Ceará, Santos, Fluminense e América – para ser campeão não esperamos nada menos que vitória em todos os jogos. Nas visitas contra Flamengo, Galo e Vasco, dois pontos parecem ser suficientes para manter a margem. Enfim, chegaremos à rodada final contra o Vitória, em casa, possivelmente já com o título garantido com 76 pontos. Se for necessário, amassaremos o time baiano para chegar a 79, mas a tendência é de um jogo relaxado e um empate.

Confiança

Em 2016, a previsão deu certo. No ano passado, tropeços no primeiro quartil tiraram o Palmeiras do passo. Os quartis seguintes estiveram bem próximos da projeção, mas a Lei de Guardiola mostrou-se acurada novamente: “num campeonato de pontos corridos com 20 clubes, um time ganha o campeonato nos oito últimos jogos e perde nos oito primeiros”.

O Verdão ainda tem pontos a evoluir na formação do time, mas tem um trunfo fundamental: elenco. Para campeonatos de tiro longo, ter reservas que mantêm o nível técnico é fundamental, sobretudo em temporadas espremidas pela Copa do Mundo, em que semanas sem jogos na quarta-feira praticamente não existem. Não será surpresa se este ano o corte para ser campeão fique mais abaixo ainda da média histórica.

Como sempre, ao final de cada quartil faremos a conferência do desempenho do Palmeiras comparado com esta projeção, confiantes que este ano o decacampeonato virá. VAMOS PALMEIRAS!


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

Conheça mais clicando aqui: https://www.padrim.com.br/verdazzo

Palmeiras joga fora a arminha de plástico e mostra o canhão

O Palmeiras protocolou junto ao TJD nesta terça-feira um pedido de investigação a respeito de interferência externa no Derby do último domingo que decidiu o Paulistão 2018.

O clube organizou um material em vídeo que comprova a comunicação entre Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF, e a equipe de arbitragem – uma espécie de “telefone sem fio” que passou pelo bandeirinha, pelo quinto árbitro, depois pelo quarto árbitro, até chegar em Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. Veja o material editado pela TV Palmeiras/FAM:

Existe a possibilidade do clube pedir a anulação da partida, o que daria dois possíveis destinos ao Paulistão 2018: ou a partida final precisaria ser novamente disputada, ou o campeonato é encerrado e declarado sem campeão.

As provas apresentadas pelo Palmeiras são contundentes, mas o próprio presidente do TJD, delegado Olim, em ato falho embaraçoso, admitiu em entrevista à Fox Sports que houve a interferência externa. Confira no vídeo abaixo:

Chega a ser irônico que o delegado Olim tenha se complicado exatamente num momento de auto-promoção pessoal na mídia.

Com isso, o Palmeiras dá uma resposta à altura dos acontecimentos de domingo e busca, munido de provas concretas, restabelecer a justiça. Sai a carta aberta onde o clube faz ameaças vazias à FPF e entra uma peça jurídica extremamente consistente. Sai o revólver de plástico e entra um canhão.

Não cabe, de forma alguma, desqualificar o pedido conjecturando se foi pênalti ou não, como alguns setores da imprensa estão tentando fazer. Quem vai nessa direção está apenas tentando jogar uma cortina de fumaça sobre o real atentado às regras do jogo, que é a interferência externa na arbitragem. Independente do que aconteceu dentro de campo, o mero contato do diretor de arbitragem e do “quinto árbitro” com a equipe de arbitragem já caracterizam essa situação.

Outra ironia da história é que justo o clube que liderou o voto contrário à implantação do árbitro de vídeo é o que foi beneficiado por seu uso irregular, tendo um pênalti contra si sendo revogado.

E o mais trágico é que se o VAR estivesse valendo e o responsável por sua operação fosse o diretor de arbitragem da FPF, ele teria anulado erradamente o pênalti, já que é evidente a falta de Ralf em Dudu.

O Verdazzo parabeniza a diretoria do Palmeiras pela reação. Não podíamos esperar nada a menos que isso. Considerar o assalto de que fomos vítima “página virada” não coaduna com nossa natureza. Agora, atletas e torcida se sentem amparados e podem voltar a se concentrar em jogar bola e a torcer. Se o trabalho preventivo ainda precisa melhorar, o reativo dá sinais de força.

Não parece haver clima para disputar uma nova partida. O mais indicado, diante de todo o cenário montado, seria declarar o Paulistão 2018 sem vencedor. Não apenas porque o SCCP não fez por merecer o título em campo, mas também para simbolizar o fracasso completo que foi este campeonato, a começar pelo regulamento bizarro, passando pelo baixíssimo nível técnico, pelas ações de marketing de péssimo gosto, pelo tribunal de cartas marcadas, culminando com a extrema incompetência das equipes de arbitragem.

No Campeonato Paulista de 2018, todos perderam.


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

Conheça mais clicando aqui: https://www.padrim.com.br/verdazzo

Palmeiras usa revólver de plástico para pressionar a FPF

O Palmeiras, através de carta aberta aos torcedores, assinada pelo presidente Maurício Galiotte e publicada na noite de ontem no site oficial do clube, anunciou de forma oficial o rompimento com a FPF, impondo condições para rever o posicionamento. Confira o texto da nota a seguir:

A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que a instituição e seus torcedores sofreram um duro e irremediável prejuízo por uma atuação desastrosa, incompetente e irregular da comissão de arbitragem que trabalhou na partida deste domingo entre Palmeiras e SCCP.

Houve clara e evidente interferência externa na arbitragem, comprovada através de imagens indiscutíveis, e essa atribuição não consta na regra da competição. Assim sendo, visando a lisura e transparência durante as partidas de futebol, o Palmeiras entende ser inegociável que a Federação Paulista de Futebol adote as seguintes medidas:

  1. Implantação do árbitro de vídeo para todas as partidas do Campeonato Paulista a partir do ano de 2019;
  2. Criação de um sistema de gravação e divulgação, quando houver necessidade, de toda comunicação entre os integrantes da arbitragem durante os jogos;
  3. Reavaliação criteriosa de quem dirige o Departamento de Árbitros da FPF e avaliação mais rigorosa sobre aqueles que comandam as partidas.

Enquanto não houver uma manifestação oficial por parte da Federação Paulista de Futebol, de que essas medidas transparentes que prezam pelo bem do esporte serão adotadas, o Palmeiras irá se manter rompido com a FPF.

Dentro de campo, o Palmeiras considera a partida deste domingo como uma lamentável página virada. Há outras competições pela frente e iremos fazer todo o esforço que estiver ao nosso alcance para conseguirmos conquistá-las. O torcedor palmeirense é peça fundamental nesse processo e seu conhecido engajamento será ainda mais importante.

Avanti Palestra!

Atenciosamente,

SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS
Maurício Precivalle Galiotte
Presidente

A publicação vem ao encontro da necessidade, apontada ontem no Verdazzo, de prover aos jogadores e à torcida um sentimento de amparo. Ao se declarar rompido com a FPF e fazer uma série de exigências, a diretoria do Palmeiras dá sinais de que não aceita passivamente a roubalheira de que fomos vítima no último domingo.

O teor da carta, no entanto, não pode ser considerado satisfatório. O Palmeiras se declara “rompido” com a Federação Paulista de Futebol, sem deixar claro o que isso quer dizer exatamente. O Palmeiras fez seu manifesto para o próximo campeonato, mas não deixou claro que tipo de prejuízo a FPF terá se não atender às condições impostas pelo clube.

As demandas

As exigências listadas na carta são rasas. A implantação do VAR ajudaria bastante, embora precise ser melhor desenvolvida – a operacionalização do sistema tem que ser absolutamente transparente e não pode ficar a cargo de quem está em processo de retaliação contra o Palmeiras.

O monitoramento das comunicações entre os membros da equipe de arbitragem seria de grande valia, desde que se assegure que qualquer respiração de toda a equipe que esteja no circuito fique gravada, sem cortes, e devidamente identificada – um desafio que precisa de auditoria técnica para que tenha credibilidade. Só em caso de implantação bem-sucedida desse sistema é que o Palmeiras, com auxílio de uma equipe paralela de captura de imagens direcionada a toda a equipe de arbitragem, teria todos os elementos para questionar qualquer marcação considerada indevida e, desta forma, colocaria pressão sobre os árbitros eventualmente mal intencionados.

ArbitragemUma exigência simples que pode ajudar bastante nesse processo e que ainda pode ser feita, inclusive para o Brasileirão, é que a emissora detentora dos direitos de transmissão só mostre os replays das jogadas depois que a bola voltar a estar em jogo, a fim de diminuir as chances de interferência externa nas decisões dos árbitros. A tática dos jogadores do SCCP nos dois últimos Derbies em que saímos derrotados foi clara: pressionar a arbitragem e não deixar o jogo prosseguir até que os replays dessem alguma brecha para direcionar as marcações – casos do pênalti e expulsão de Jailson, em fevereiro, e do vergonhoso pênalti revogado no último domingo.

Já o terceiro item, em que pede e “reavaliação” da chefia do departamento de arbitragem e “avaliação” dos árbitros é risível e nem de longe fará com que nenhum juiz chore no vestiário se errar contra o Palmeiras, como ocorre em equívocos contra nosso inimigo, que já foi rival. Nossa diretoria se furtou a apontar o dedo efetivamente para os agentes que nos prejudicaram e a exigir que fossem punidos, afastados ou mesmo exonerados.

Revólver de plástico

Mesmo afirmando haver (e há) “clara e evidente interferência externa na arbitragem, comprovada através de imagens indiscutíveis”, o Palmeiras preferiu considerar o episódio uma página virada. Brigar pelo título, a esta altura, não faria sentido, mas fazer com que o campeonato realmente vá para a lata do lixo, ao exigir que o resultado final do campeonato seja “sem campeão”, lutando com todas as energias e usando as evidências para que o jogo seja anulado, seria uma resposta bem mais enérgica e satisfatória.

O clube não poderia ter tomado posições extremas como deixar de participar do Paulistão – o atual presidente, cujo mandato se encerra ao final do ano, não pode prometer essa retaliação já que não é certo, embora provável, que siga no comando do clube. Algo mais radical ainda como a desfiliação, como sugerem alguns torcedores, implicaria em deixar de participar não apenas do Paulistão, mas também de todas as outras competições organizadas pela CBF e é algo fora de cogitação.

Mas há outras atitudes que soariam como respostas adequadas à agressão que sofremos, como disputar a competição com uma equipe alternativa composta por jogadores da base mesclados com “emprestáveis”, mandando as partidas em estádios como o de Barueri ou o de Itu, enquanto o grupo principal faz a pré-temporada com o calendário mais folgado. Isso puniria a FPF, que abocanhou cerca de R$ 900 mil do Palmeiras só de taxa sobre as arrecadações este ano; puniria a RGT, que perderia parte da audiência que a equipe principal do Palmeiras atrai; e ainda daria chance aos jogadores fora dos planos se destacarem e se valorizarem para futuras transações ou mesmo de cavarem lugar no grupo principal.

Durante a realização do Paulistão, o Palmeiras poderia realizar amistosos convidando equipes importantes da América do Sul aos finais de semana para dar ritmo aos considerados titulares – a torcida adoraria lotar o Allianz Parque para tomar contato com os novos contratados em jogos internacionais e ainda minimizaria o problema da perda de receita com bilheteria. As partidas poderiam ser vendidas para concorrentes da RGT ou mesmo terem transmissão própria da TV Palmeiras/FAM.

Se quisesse planejar algo que realmente significasse uma reação, a diretoria do Palmeiras se prepararia para colocar o Paulistão em segundo plano de uma vez, em vez de fazer exigências para o próximo. Do jeito que as cartas foram jogadas, se a FPF decidir ignorar as demandas do Palmeiras não terá absolutamente nada a perder. Foi como ameaçar alguém com um revólver de plástico.

Estratégia de comunicação

Maurício GaliotteAo redigir uma carta com exigências para a FPF e colocar no título que se trata de uma “carta aberta aos torcedores”, a diretoria clara e escancaradamente jogou para a arquibancada.

Na prática, não houve rompimento algum. Nossa diretoria aceitou o roubo de domingo e fez algumas exigências rasas, sem ameaçar de fato nenhuma fragilidade da FPF ou da RGT. A estratégia de comunicação foi pobre; a redação da carta tem erros gramaticais. Um fiasco.

Se a intenção era apenas dar uma sensação de amparo à torcida, nossa diretoria terá que torcer para que o tom revoltado do texto e o simples boicote à festa de encerramento do campeonato realizada na noite da última segunda-feira surtam o efeito esperado sobre a massa de torcedores. Mas basta uma leitura um pouco mais crítica sobre seu conteúdo para verificar que as medidas, até agora, são completamente inócuas.

Precisamos de mais.


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

Conheça mais clicando aqui: https://www.padrim.com.br/verdazzo

Periscazzo (09/04/2018)

Como seguir em frente diante de tamanho assalto? O que devemos fazer?

Apoie o Verdazzo, torne-se um padrinho do site: http://www.padrim.com.br/verdazzo