Discussão sobre o gol anulado apenas encobre uma questão muito maior

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O jornalista Paulo Vinicius Coelho, o PVC, postou em seu blog que a comissão de arbitragem da CBF, chefiada por Leonardo Gaciba, vai enviar o vídeo do gol anulado de Bruno Henrique contra o Internacional, no último final de semana, para ser analisado pela FIFA.

Obviamente, Gaciba segura a barra de Bráulio da Silva Machado e diz que a anulação foi correta, com a ressalva de que deveria ter sido anotada falta a favor do Palmeiras. Mas a atitude de consultar a FIFA contradiz seu discurso.

Os ex-árbitros que comentam nos canais de televisão se dividiram. Teve até um que viu, falou uma coisa, para depois olhar de novo e mudar de ideia. Diante de uma nova determinação da FIFA, ninguém sabe ao certo o que marcar num lance como aquele, embora o bom senso grite: gol legal.

Diante de tamanha confusão, a discussão sobre a legalidade ou não do lance, que nem deveria ter começado, precisa dar lugar a uma questão muito maior: por que os lances duvidosos são sempre decididos contra o Palmeiras? E por que o Flamengo e o SCCP são sempre favorecidos? O Internacional esteve, em menos de quatro dias, nas duas faces desta moeda e pode atestar essa regra não escrita.

Aquela fração de segundo

Nem cabe aqui fazer coro à compreensível teoria conspiratória de que o campeonato está comprado pelo Flamengo ou que a CBF, ou a RGT, ou o papa estão em conluio para dar o título aos cariocas. Não existe o batom na cueca.

Mas existe o medo.

Os árbitros em geral se borram de medo de prejudicar Flamengo e SCCP. Eles jamais admitirão em público, mas caso você tenha a chance de conversar sobre o tema com qualquer um deles, todos dirão o mesmo: não se pode errar contra os dois eleitos.

Há pouco mais de dois anos o árbitro Thiago Duarte Peixoto saiu chorando do Itaquerão, depois de errar a nosso favor num Derby. E tinha razão: pegou uma geladeira monstruosa.

O ex-presidente Paulo Nobre declarou há algumas semanas que vem notando que os árbitros se sentem muito à vontade errar contra o Palmeiras. Se o campeonato está polarizado entre Palmeiras e Flamengo, na dúvida, naquela fração de segundo, os lances serão decididos contra o time de verde. Foi isso que aconteceu no último domingo.

E o inverso é verdadeiro, como foi verificado na última quarta-feira, quando o mesmo Internacional foi assaltado no Maracanã. Cadê a coragem de decidir contra o Flamengo?

O Palmeiras precisa reverter essa tendência. Os juízes precisam ter medo de errar contra nós. Não existe geladeira para quem nos rouba pontos – mas precisa existir!

Seguimos reféns dos sopradores de apito. Enquanto isso, os torcedores dos dois clubes eleitos pela mídia zombam.

O que nossa diretoria fará a respeito nos bastidores para mudar esse panorama e, enfim, nos proteger?

FlaPress em polvorosa

A campanha frenética da imprensa flamenguista, a “FlaPress”, para justificar o ato de Bráulio da Silva Machado e para ridicularizar nossos protestos denota toda a preocupação com a reação do Palmeiras dentro de campo.

Os torcedores travestidos de profissionais se apegam a filigranas do texto – que, como vimos, nem os árbitros conseguem interpretar – para atestar que o Palmeiras clama por algo que não merece. Se ao menos assumissem a parcialidade, como faz a mídia palestrina, seria honesto.

O Verdazzo segue em sua trajetória de crescimento com princípios sólidos. Estamos há doze anos nesta atividade, e há três anos iniciamos a fase de crowdfunding, visando bater de frente com os grandes canais de mídia.

Ainda não temos a estrutura dos grandões, mas, com auxílio da tecnologia cada vez mais acessível, caminhamos na direção de poder competir de igual para igual com qualquer um deles – com a honestidade palmeirense que poucos podem ostentar.

Para chegarmos nesse patamar, precisamos do seu apoio. Torne-se um padrinho do Verdazzo e seja mais um a lutar pela informação independente, declaradamente apaixonada. Aqui, você sempre saberá o que está consumindo.

Evolução do Palmeiras tem nome; FlaPress entra em pânico

Com a exibição de gala do último sábado, o Palmeiras mostrou a tão esperada evolução que a torcida vinha cobrando – e num jogo que, em tese, não deveria servir para isso, pois se tratava de um clássico, onde a garra e o coração normalmente transcendem a estratégia e a obediência tática.

De forma surpreendente, Eduardo Baptista conseguiu encaixar seu 4-1-4-1. As duas linhas finalmente ficaram mais próximas; a compactação tornou o time bem mais sólido na defesa e capaz de dominar o meio do campo – sem Cueva, o SPFC foi engolido sem a menor dificuldade no setor.

Thiago Santos conseguiu balançar entre as laterais com tranquilidade, pois estava bem coberto. Os espaços eram muito mais facilmente preenchidos. E a saída de bola, fortalecida pela volta de Mina ao time titular, funcionou perfeitamente – Fernando Prass não precisou recorrer aos chutões que vimos na Argentina. Com uma boa saída de bola, pudemos ver mais triangulações pelas laterais e com isso, mais chances de gol. Tudo isso com Dudu extremamente inspirado e o entrosamento entre Guerra e Borja reaparecendo. Só pode dar muito certo.

Danilo das Neves Pinheiro

Linhas compactadas, saída de bola, ocupação de espaço, triangulações. Tudo isso tem um nome: Danilo das Neves Pinheiro, o popular Tchê Tchê. É impressionante como o Palmeiras rende com esse rapaz em campo. A lendária camisa 8 do Palmeiras, que já foi de Leivinha, Jorge Mendonça e Mazinho, ganhou um dono à altura, com todo o respeito ao Lucas Barrios.

Tchê Tchê comemora seu gol contra o SPFC - 11/03/2017
César Greco / Ag.Palmeiras

Com Tchê Tchê, qualquer esquema tende a encaixar. Sua movimentação, intensa, diminui os espaços do adversário quando o Palmeiras não tem a bola e sempre dá opções de passe quando temos a posse. Parece que jogamos num “5-2-4-2”. Como bônus, este ano, vem mostrando uma faceta não tão desenvolvida em 2016: 2 gols em 4 jogos, os dois em chutaços de fora da área.

Uma fatalidade o afastou de campo no primeiro jogo do Paulista: uma queda contra o Botafogo lesionou gravemente o úmero esquerdo. Rapidamente, recuperou-se e voltou a mostrar futebol em altíssimo nível. Com Tchê Tchê em campo, o encaixe do time aparece com muito mais facilidade, mesmo com 5 titulares de fora, e o Palmeiras surgiu de fato com um dos grandes candidatos aos títulos que disputa. Eduardo Baptista e toda a torcida do Palmeiras agradecem.

Flapress em pânico

A imprensa flamenguista percebeu que o monstro acordou e tenta de todas as formas desmerecer nosso crescimento. Com uma cara de pau deslavada, tentam atribuir ao aporte financeiro da Crefisa todo o sucesso do Palmeiras. Convenientemente, se esquecem de algumas coisas:

  • O que a Crefisa faz não é nada diferente do que a Kalunga fez no SCCP e do que a Unimed fez ao Fluminense por muitos anos. E se procurar, teremos mais exemplos semelhantes, como o BMG no Atlético-MG, ISL no Grêmio e Flamengo e Hicks Muse e MSI no SCCP – nunca se viu nenhuma matéria desmerecendo os títulos conquistados por esses times durante essas parcerias;
  • A Crefisa é uma empresa privada e faz o que quiser com seu dinheiro. Se o marketing da empresa julga positivo investir “x” no Palmeiras, ninguém tem nada a ver com isso;
  • A Petrobras patrocinou o Flamengo por mais de uma década enquanto a maioria dos clubes do Brasil tinham patrocínios ínfimos batalhados no mercado;
  • O Flamengo segue sendo agraciado por uma empresa pública – agora, a Caixa – com um contrato muito maior do que o de todos os outros times, exceto o SCCP;
  • O Flamengo e o SCCP ainda usufruem de uma verba da televisão muito maior que todos os outros clubes;
  • A Crefisa banca cerca de 20% do orçamento do Palmeiras; o restante vem de receitas fantásticas como sócio-torcedor, bilheteria, contrato de TV e uma administração financeira que tem como premissas não adiantar parcelas de nenhum contrato e que, assim, paga menos juros bancários.

Sabendo de tudo isso, a torcida palmeirense não pode passar recibo. Não devemos dar moral para esse trabalho de assessoria informal que a imprensa rubro-negra tenta prestar a seu clube. Ignorar, não entrar em debate vazio e diminuir a audiência desses párias é o que a nossa torcida fará de mais inteligente. VAMOS PALMEIRAS!