Poucos toques e mais decisivo: Raphael Veiga em função diferente na reta final de temporada

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras, contra o Bahia durante partida válida pela trigésima rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Jogando atrás dos atacantes, Raphael Veiga marcou o gol da vitória do Palmeiras contra o Bahia

A lesão de Dudu e a sequência de resultados negativos fizeram o técnico Abel Ferreira mudar o esquema do Palmeiras. Desde a partida contra o Coritiba, o treinador optou por escalar a equipe com três zagueiros (Gustavo Gómez, Luan e Murilo) e dois atacantes na frente atuando lado a lado, com Raphael Veiga os municiando.

As alterações funcionaram. A equipe venceu três partidas seguidas, marcou oito gols e não sofreu nenhum. Na última entrevista coletiva, Abel falou mais sobre a função que Veiga vem exercendo no novo esquema.

Decisivo contra o Bahia ao marcar o gol da vitória por 1 a 0, o camisa 23 está tocando menos na bola. E a ideia passa por isso: menos toques e mais poder de decisão.

“Quando o Veiga joga atrás da linha defensiva do adversário, no corredor central, à frente dos nossos dois volantes e atrás dos atacantes, ele fica numa posição que há muito trânsito. Nessas situações é preciso pensar rápido. Se jogarmos contra um time organizado e compacto, isso obriga a jogar rápido”, explica o comandante.

“Há determinadas posições em que a gente muitas vezes tem que esperar que a bola chegue. Seja por um passe dos zagueiros ou dos volantes. Quando se joga no centro do terreno, tem que jogar a um ou dois toques: servir ou chutar. E quando ele não tem a bola e a jogada está ocorrendo pelas laterais, ele precisa chegar à área. Essa é a diferença: ele corria mais com a bola [na função anterior] e, quando está atuando nas costas dos volantes adversários, tem que servir o companheiro ou chutar. É isso: servir ou chutar. O que lhe peço é o que [o Veiga] fez hoje [sábado]”, acrescenta.

“Antes ele conduzia mais [a bola], mas isso era quando ele saia da ‘10’ e ia para a ‘8’, de dentro para fora para ganhar mais espaço. Mas, se ele tiver de ‘8’ não irá fazer a ‘10’. É isso que a gente tem que explicar aos jogadores, que gostam de correr pra cima da bola, tocar toda hora na bola. É difícil ensinar que não é preciso tocar tantas vezes na bola. Precisa tocar poucas e bem”, conclui o treinador.

Os números também ajudam a explicar o posicionamento do camisa 23. Diante do Bahia, Veiga realizou 27 ações com a bola e distribuiu quatro passes decisivos, que são aqueles que terminam em finalização dos companheiros. Já no revés para o Atlético-MG, o meia tocou 64 vezes na bola e distribuiu um passe decisivo.

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras, contra o Bahia durante partida válida pela trigésima rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

“É uma posição nova, praticamente um falso 9. O Abel fala que sou mais decisivo na frente do gol para finalizar ou achar passes. Às vezes pego menos na bola, mas ele fala para mim que é melhor pegar duas ou três vezes na bola e achar passe ou finalização do que pegar 20 ou 30 vezes e não ser decisivo”, disse Veiga no intervalo do jogo com o Bahia.

Raphael Veiga artilheiro

Com o gol marcado diante do Bahia, Raphael Veiga superou Edmundo e se tornou o quinto maior goleador do Palmeiras na história do Campeonato Brasileiro. O camisa 23 soma 35 gols, um a menos que Ademir da Guia. Leivinha (40), Dudu (53) e César (61) completam o top-5.

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